Boa tarde camarada
Mais uma estória da minha vida.
Se achares que tenha interesse, podes publicar.
Se achares que algo deve ser corrigido, tens a liberdade para o fazer.
Um abraço
Joaquim Ascenção
Enfermeiro por uma noite
Decorria o fim de Dezembro de 1970.
No final do CSM um momento de grande ansiedade para todos era saber qual a especialidade.
Estávamos nós na semana de campo debaixo de chuva e um frio terrível a dormir em tendas miseráveis, cansados e mal alimentados quando toca a formar durante a noite para comunicar a especialidade que nos tinha sido atribuída, a mim calhou-me nada mais nada menos, enfermeiro, considerada uma boa especialidade.
Houve festa e tristezas porque os que sonhavam em escriturário iam para sapadores, tudo ao contrário do sonhado... pura psico.
A mim pareceu-me estranho, tendo o curso de Serralheiro Mecânico e a frequentar o 3.º ano do ISEP [, Instituto Superior de Engenharia do Porto,] quando fui chamado para a tropa, o lógico seria engenharia, artilharia, manutenção auto ou afins, procurei descansar e aguardar.
Na tropa normalmente a lógica não era seguida.
Ao toque de alvorada havia uns tristes, outros assim assim.
Segue-se o toque para o pequeno-almoço e nova formatura para comunicar as especialidades.
Foi-me atribuída Armas Pesadas de Infantaria, morteiros médios e grandes, canhões sem recuo 5,7; 7,5; 10,6 e metralhadoras pesadas, especialidade normalmente de retaguarda e apoio a grandes operações.
Uma especialidade de risco moderado, de grande rigor porque o tiro era regulado na base de um mapa em que o erro do azimute podia ser fatal. Mapa, bússola, transferidor de tiro em grados e tabelas de tiro eram as ferramentas principais, não havia GPS.
O CSR M40 10,6 cm colocado num Jipe. Buruntuma 1973
Assim passou a noite que não me via ser enfermeiro.
Cumprimentos
Joaquim Ascenção
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Nota do editor
Último poste da série de 23 de fevereiro de 2021 > Guiné 63/74 – P21938: Estórias avulsas (102): Um frango que voou depois de morto (Joaquim Ascenção, ex-Fur Mil Armas Pesadas de Infantaria)
1 comentário:
Boa tarde camaradas.
No tempo em que a minha CART 1742 esteve aquartelada em Buruntuma desde 13 de Abril de 1968 até 29 de Maio de 1969, o C.S.R M 40 10,6 lá existente estava montado no jipe que não este que a foto mostra, e porquê esta minha afirmação? porque a matricula do jipe pertencente à CART 1742 do qual tenho foto, não corresponde à da foto do poste publicado.
Quando do espólio recebido da Caçadores 1588 que fomos render, o jipe que suportava o C.S.R. não funcionava por avaria do motor, o que de imediato foi dado ordem de reparação, e que mais tarde se tornou um grande aliado ajudando a repelir o ataque que Buruntuma fora alvo a 29-07-1968.
Sem mais, recebam saudações castrenses.
Abel Santos.
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