Guiné> Região de Tombali > Cufar > CART 1687 (1967/1969) >
Setembro de 1967 > Álbum fotográfico de Vitor Condeço > Foto 12 > Centro do aquartelamento (parada), edifícios do comando e cómodos dos oficiais, vistos do lado da messe de sargentos. (Podem ver-se os varandins e balaustradas que o Mário Vicente descreve no seu livro A Guerrilheira, para a direita das viaturas Matadores que se vêm ao fundo, ficaria a palhota que serviu de cárcere à Pami Na Dondo).
Guiné> Região de Tombali > Cufar > CART1687 (1967/1969) > Setembro de 1967 > Álbum fotográfico de Vitor Condeço > Foto 10 > Outro interior da messe de Sargentos. Vejam-se os cadeirões feitos dos barris do vinho, a necessidade aguçava o engenho.
Guiné> Região de Tombali > Cufar > CART1687 (1967/1969) > Setembro de 1967 > Álbum fotográfico de Vitor Condeço > Foto 7 > Interior da messe e bar de Sargentos.
Guiné> Região de Tombali > Cufar > CART1687 (1967/1969) > Setembro de 1967 > Álbum fotogáfico de Victor Condeço > Foto 1 > Cufar Aquartelamento de Cufar, vista do lado da Pista.
Fotos e legendas: © Victor Condeço (2007). Direitos reservados.
PAMI NA DONDO, A GUERRILHEIRA (1)
por Mário Vicente
Prefácio: Carlos da Costa Campos, Cor
Capa: Filipa Barradas
Edição de autor
Impressão: Cercica, Estoril, 2005
Patrocínio da Junta de Freguesia do Estoril
Nº de páginas: 112
Edição no blogue, devidamente autorizada pelo autor, Mário Vicente Fitas Ralhete (ex Fur Mil Inf Op Esp, CCAÇ 726 : Revisão do texto, resumo e subtítulos: Luís Graça.
Parte VI - Esperando o segundo interrogatório (pp. 47-52)
Resumos dos posts anteriores (1):
(i) A acção decorrer no sul da Guiné, entre os anos de 1963 e 1966, coincidindo em grande parte com a colocação da CCAÇ 763, como unidade de quadrícula, em Cufar (Março de 1965/Novembro de 1966)…
No início da guerra, em 1963 Pan Na Ufna, de etnia, balanta, trabalha na Casa Brandoa, que pertence à empresa União Fabricante [leia-se: Casa Gouveia, pertencente à CUF]. A produção de arroz, na região de Tombali, é comprada pela Casa Brandoa. Luís Ramos, caboverdiano, é o encarregado. Paga melhor do que a concorrência. Vamos ficar a saber que é um militante do PAIGC e que é através da sua influência que Pan Na Ufna saiu de Catió para se juntar à guerrilha, levando com ele a sua filha Pami Na Dono, uma jovem de 14 anos, educada das missão católica do Padre Francelino, italiano.
O missionário quer mandar Pami para um colégio de freiras em Itália mas, entretanto, é expulso pelas autoridades portugueses, por suspeita de ligações ao PAIGC (deduz-se do contexto). Luís Ramos, por sua vez, regressa a Bissau, perturbado com a notícia de que seu filho, a estudar em Lisboa, fora chamado para fazer a tropa.
É neste contexto que Pan Na Una decide passar à clandestinidade, refugiando-se no Cantanhês, região considerada já então libertada.
(ii) De etnia balanta, educada na missão católica, Pami Na Dondo, aos catorze anos, torna-se guerrilheira do PAIGC. Fugiu de Catió, com a família, que se instala no Cantanhês, em Cafal Balanta. O pai, Pan Na Ufna entra na instrução da Milícia Popular. Pami parte, com um grupo de jovens, para a vizinha República da Guiné-Conacri para receber formação político-militar, na base de Sambise. O pai, agora guerrilheiro, na região sul (que é comandada por João Bernardo Vieira 'Nino') , encontra-se muito esporadicamente com a filha. Num desses encontros, o pai informa a filha de que a mãe está gravemente doente. Pami fica muito preocupada e quer levá-la clandestinamente a Catió, enquanto sonha com o dia em que se tornará companheira do pai na Guerrilha Popular.
Entretanto, o destino prega-lhe uma partida cruel: na instrução, na carreira de tiro, tem um grave acidente, a sua mão esquerda fica decepada. No hospital, conhece Malan Cassamá, companheiro de guerrilha de seu pai, que recupera de um estilhaço de morteiro, que o atingiu na perna, no decurso da Batalha do Como, em Janeiro de 1964 (Op Tridente, Janeiro-Março de 1964, levada a cabo pelas NT) . Malan fala a Pami da coragem e bravura com quem seu pai se bateu contra os tugas.
Pami é destacada para dar aulas ao pessoal do Exército Popular e da Milícia Popular, em Flaque Injã, Cantanhês. No dia da despedida, canta, emocionada, o hino do Partido, 'Esta é a Nossa Pátria Amada', escrito e composto por Amílcar Cabral. Segue para Flaque Injã, com o coração em alvoroço, apaixonda por Malan Cassamá. De regresso à guerrilha, a Cansalá, Malan fala com o pai da jovem, e de acordo com os costumes gentílicos, Pami torna-se sua mulher.
(iii) Na actual região de Tombali (Catió), no sul da Guiné, o PAIGC, logo no início da guerra, ganha terreno e populações (nomeadamente, de etnia balanat). A resposta das autoridades portuguesas não se fez esperar, com uma grande contra-ofensiva para reconquista a Ilha do Como (Op Tridente, Janeiro-Março de 1964).
Entretanto, começam a chegar a Catió chegam reforços significativos. O Cantanhês, zona libertada, assusta o governo Português. Em contrapartida, no PAIGC, Nino, o mítico comandante da Região Sul, manda reforçar os acampamentos instalados nas matas de Cufar Nalu e Cabolol.
Em finais de 1964, Sanhá, a mãe de Pami, morre de doença na sua morança na tabanca de Cadique Iála. O guerrilheiro Pan Na Ufna, acompanhado da sua filha, faz o respectivo choro, de acordo com a tradição dos balantas.
Em Março de 1965, os homens da CCAÇ 763 - conhecidos pela guerrilha como os Lassas (abelhas) - reconquistam ao PAIGC a antiga fábrica de descasque de arroz, na Quinta de Cufar, e respectiva pista de aterragem em terra batida. Nino está preocupado com a actuação dos Lassas, agora instalados em Cufar, juntamente com o pelotão de milícias de João Bacar Jaló, antigo cipaio, agora alferes de 2ª linha.
Entretanto, Pami e Malan continuam a viver a sua bela estória de anor, em tempo de guerra, de sacrifício e de heroísmo. Ela, instalada em Flaque Injá, onde é professora. Ele, guerrilheiro, visita-a sempre que pode.A 15 de Maio de 1965, os Lassas destroem o acampamento do PAIGC na mata de Cufar Nalu. A guerrilha sofre baixas mas, durante a noite, consegue escapar com o equipamento para Cabolol. Na semana seguinte, os militares de Cufar tentam romper a estrada para Cobumba. Embrenham-se na mata de Cabolol, destroiem várias tabancas na zona.
Em princípios de Junho de 1965, os Lassas (abelhas) vão mais longe, destruindo o acampamento de Cabolol. Em Cafal, o comando político-militar do PAIGC está cada vez mais preocupado. Em Julho, Pami chora de dor, raiva e revolta ao ver a sua escola destruída, em Flaque Injã. Grande quantidade de material desaparece ou fica queimado. As casas de Flaque Injã ficam reduzidas a cinzas.
Mas a luta continua... Psiquicamente recuperada, a população começa a reconstrução de Flaque Injã e Caboxanque. A guerrilha recebe mais reforços e armamento novo. Pami entra voluntariamente numa coluna de reabastecimento que a leva à República da Guiné. Segue o corredor de Guilege, e sobe de Mejo para Salancaur, daqui para o Xuguê [Chuguè, segundo a carta de Bedanda,] terra de seus avós paternos. Desce até Cansalá, onde se encontra com seu marido. Não encontra seu pai, pois este fora transferido para o Cafal, e ali integrado numa companhia do Exército Popular.
Em meados de Agosto de 1965, Pami Na Dondo desce com Malan Cassamá até Cobumba. Malan e o seu grupo levam a cabo várias acções contra a tropa e o quartel de Bedanda. O grupo regressa a Cansalá. Uma delegação da OUA visita as zonas libertadas, a convite do PAIGC.
(iv) Madrugada de 24 de Agosto de 1965, Pami e Malan dormiam nos braços um do outro quando a tabanca, Cobumba, sofre um golpe de mão do exército português, que tem a assinatura dos Lassas.
No grupo de prisioneiros que são levados para Cufar, estão Malan e Pami que terão destinos diferentes. Pami estão integrada num grupo de cinco mulheres e procura nunca denunciar a sua condição de professora. Em caso algum falará recusará falar em português ou em crioulo. Mas os seus olhos de águia vão observado tudo, no caminho até ao quartel dos Lassas. No rio Cadique o grupo embarca em lanchas da Marinha. O Alferes Telmo não deixa que ninguém toque nas mulheres. Fala em psico, uma palavra que Pami desconhece. O grupo é entregue à guarda ao Furriel Mamadu.
Pami mal reconhece a antiga fábrica de descasque de arroz, a Quinta de Cufar, onse se instalaram os Lassas. Os prisioneiros são recebidos por militar dos óculos que, mais tarde Pami vem a saber tratar-se de Carlos, O Leão de Cufar, comandante do aquartelamento. Homens e mulheres são instalados em sítuios diefrentes. Malna e Pami entrecuzram o olhar, sem se denunciaram. Sabem que dizem ali adeus para sempre. Lágrimas nos olhos, Pami sente a dor da separação. )Pami e as prisioneiros ficam à guarda da milícia de João Bacar Jaló. Recusa-se a comer, bebe só água. No dia seguinte, a vida no aquartelamento retoma o seu ritmo. Pami pode agora ouvir e até ver perfeitamente, por entre as frestas das paredes de capim ao alto entrançado com lianas, tudo o que acontece por fora da palhota onde tinha passado a noite.
(v) Começam os interrogatórios dos prisioneiros, em Cufar. Um soldado milícia, da torpa de João Bacar Jaló, vem buscar Pami. Pelo caminho, Pami vai-se preparando mentalmente para mentir aos seus captores e sobretudo para não comprometer Malan. Entretanto, com os seus olhos de águia, vai observando e registando todos os pormenores da vida no aquartelamento dos Lassas.
Um milícia serve de intérprete. O interrogatório é conduzido pelo Alferes Telmo, acompanhado pelo Furriel Rafael (de alcunha, Mamadu), um e outros reconhecidos de imediato pela Pami. Respondendo apenas em balanta, diz chamar-se Sanhá Na Cunhema (nome da mãe) e ter nascido na Ilha do Como.
Os militares decidem mudar de táctica. Rafael encosta-lhe o cano da pistola ao seu ouvido, e pergunta-lhe, através do intérprete, o que aconteceu à sua mão esquerda... Um pouco trémula, diz que, quando era criança, fora mordida por uma cobre, tendo o pai sido obrigado a cortar-lhe a mão para a salvar...
Pami parece não convencer os seus interlocutores. Os dois Lassas entram em provocações de teor sexual, pensando tratar-se de uma eventual prostituta ao serviço da guerrilha... O interrogatório irá continuar nos dias seguintes. Pami regressa, exausta, para junto das suas companheiras de infortúnio. Mas, ao mesmo tempo, sente-se orgulhosa por. neste primeiro round, não ter traído os ideais de seu pai, Pan Na Ufna e de seu marido, Malan, valentes guerrilheiros do PAIGC.
(i) Pami está exausta e confusa, depois do primeiro interrogatório com os rangers Telmo e Rafael (ou Mamadu)
Passado que fora aproximadamente uma hora de terem levado a Bajuda, ouviram-se passos em corrida e grandes gargalhadas no Comando. Pouco depois a rapariga foi reintroduzida na prisão. Tremendo toda, enrolou-se junto de Pami. Esta ajeitou-se, de forma que as caras ficaram juntas. A professora de Flaque Injã passou com suavidade a sua única mão pelo rosto da jovem e sentiu os dedos humidificarem-se com as suas lágrimas. Num murmúrio, perguntou-lhe:
- Fizeram-te mal? Abusaram?
- Não!
Então sussurrante, a jovem contou tudo o que se tinha passado:
- Levaram-me para uma casa, onde estava uma cama dos militares. Fiquei ali só, durante um tempo até que apareceu um militar que deveria ser o dono da cama. Eu estava sentada a um canto. E ele pareceu ficar surpreendido com a minha presença. Começou a falar, mas eu não entendia nada, pois não conheço a língua deles. Passados uns momentos, ele aproximou-se e, sempre falando, pôs a mão na minha cabeça, e foi descendo até apertar o meu seio. Aí eu bati com a minha mão na dele. Falou mais, e veio novamente, agora tentando meter a mão entre as minhas pernas. Havia um pau junto, e eu peguei nele para lhe bater. Então ele começou a fugir, em volta da casa, sempre falando. Parou e tentou vir junto de mim outra vez, e eu levantei o pau novamente. Ouvi barulho, por cima, e vi muitas caras espreitando e rindo. Ele falou para os outros zangado, e os outros fugiram. Depois trouxeram-me para aqui. Mas estou com muito medo.
Estava narrada a aventura da Bajuda. Pami acalmou a miúda, colega de cárcere. Felizmente nada de grave tinha acontecido. No dia seguinte pelas conversas ouvidas ao grupo que se reuniu na varanda do Comando, verificou ter-se tratado de brincadeira, feita pelos alferes ao tenente. Do qual ficou a saber ser médico, e chamar-se Leandro.
Próximo da hora de almoço do dia seguinte, Pami foi levada novamente para ser interrogada. Só que para surpresa sua, o interrogatório não era com os mesmos do dia anterior. Estes não conhecia o nome, mas eram do mesmo grupo que comandavam os Lassas. Um sem barbas, que tinha na mão o mesmo caderno onde Telmo tinha escrito, perguntou a um milícia que também era outro, o seguinte:
- Gibi, pergunta-lhe lá, se o que ela ontem disse é verdade?
O milícia formulou a pergunta em Balanta. A prisioneira esperou um pouco e acenou que sim com a cabeça. Os militares ficaram calados, e o que não tinha barbas disse para o outro:
- O que é que fazemos, Gama?
Ao que o de cara cheia e com barbas, respondeu:
- Sei lá, carago! Oh meu alferes, deixe essa merda, carago! Estamos aqui a perder tempo para quê? O alferes Telmo e o Mamadu que tratem dela, eles são Rangers, eles é que sabem tratar dessas merdas, carago!
Pami ficou a conhecer mais dois elementos dos Lassas. O alferes virou-se para o barbudo e falou:
- Eh, pá, eu acho que eles têm razão. Esta gaja parece esconder algo.
- Não duvido! Se o Telmo e o Mamadu nos pediram para fazer isto, é porque lhe cheira a qualquer coisa, carago! Mas eles que se chateiem. Eu já não tenho pachorra para isto, carago.
O alferes virou-se para o milícia Gibi, e disse:
- Diz-lhe que quando quiser falar verdade que diga. E agora leva-a para a palhota!
A professora ficou estupefacta. Estes indivíduos são de facto imprevisíveis. Tem de ter muito cuidado. Não pode cair em contradição, ou ceder qualquer pista, pois não sabe nada sobre o que está a acontecer a Malan Cassamá, e agora tinha muitas mais razões para a sua inquietação, resultante das revelações feitas pelos seus inquiridores. Sim, ficou a saber que Telmo e Rafael pertenciam a tropas especiais. Porquê a sua inclusão numa companhia normal do exército colonialista?
(ii) Malan, denunciado como guerrilheiro, é entregue à PIDE de Catió
Ao terceiro dia é concedida autorização para as prisioneiras lavarem a roupa, pelo que se dirigem todas para o poço. As duas mulheres primeiramente interrogadas, e que continuam a ser ouvidas em conjunto, desligam-se um pouco do grupo. Os militares sentem grande interesse por elas, e estão constantemente a ser chamadas. Pami tem a certeza que elas estarão a passar informações sobre a guerrilha. A professora apercebe-se que os homens estão a ser interrogados com a ajuda de cães para aterrorizar mais. Do seu ponto de observação, no interior da prisão palhota, consegue ouvir uma conversa, em que Malan Cassamá, já foi identificado. Ouviu perfeitamente Telmo falar com o Leão de Cufar:
- Meu capitão, o problema está resolvido, o indivíduo não confessou, mas há um que confirma, que o gajo é mesmo o Malan Cassamá, e que pertence ao Exército Popular como consta no pedido de captura!
- É uma porra, Telmo! Não podemos ficar com ele. Temos de o levar para Catió e entregá-lo à PIDE. Mas vê se lhe caças alguma coisa. Na próxima ocasião, pedimos o gajo como guia. Olha, diz ao Palmeiro que aquelas duas gajas que se abriram, podem ir embora. E já agora que levem a miúda, não vá algum sacana de noite meter-lhe os tampos dentro, e termos para aí problemas. As outras espremam um pouco mais a ver se dá alguma coisa. A sem mão é capaz de ser tonta, mas tudo é possível.
- Certo, vou tratar disso com o Palmeiro!
- Outra coisa, meu capitão. A mais velha disse alguma coisa que coincide na generalidade com as outras. Mas os soldados andam de volta dela, e parece que alguns já a comeram. Era melhor o doutor vê-la, não vá haver para aí uma infecção geral, e andar tudo de gaita à bandoleira.
- Certo, levem-na ao Leandro.
Pami, embora receosa e triste, por verificar que os prisioneiros parecerem não estar a aguentar-se. Ficou mais aliviada com esta revelação, pois Malan pelo menos já tinha o estatuto de prisioneiro em princípio regularizado. Mas estava preocupada por não ser chamada, nem a sua companheira, agora que as outras três tinham partido. Ou estariam à espera que fosse ela a tomar a iniciativa? Grandes momentos de confusão para a professora de Flaque Injã.
Uma manhã, oito dias passados sobre a sua captura, Pami conseguiu ver Malan. Mãos amarradas por uma corda, que lhe envolvia o pescoço, o guerrilheiro era içado, para uma viatura, que seguiria numa coluna rumo a Catió. Agora sim a separação seria para sempre.
Aos poucos os homens prisioneiros foram desaparecendo. O destino deles era interrogação para Pami, que permanecia com a sua companheira, a qual por vezes se ausentava com os militares, voltando com pão, vinho, bolacha e por vezes aparecia já alcoolizada. A conversa entre as duas era nula. Uma manhã a companheira saiu e não voltou mais.
(iii) Pami torna-se confidente de Miriam e sente um ódio profundo pelo Furriel Rafael (Mamadu)
Pami sentiu mais liberdade, e verificou que ninguém ficava a guardar a sua prisão. Pelo que começou a sair e a sentar-se no chão junto à porta, apercebendo-se agora praticamente de toda a vida dos Lassas dentro do seu aquartelamento. O pessoal da milícia falava com ela, e as mulheres aproximavam-se mais, mantendo até conversa. Pami receou que alguma mais velha a reconhecesse de Catió, mas a invenção do nome e a falta da mão ocultavam perfeitamente bem a sua verdadeira identidade.
Duas mulheres, as quais eram bastantes novas e casadas com dois milícias já velhos, começaram a vir até junto dela, e falar imenso. A professora redobrou a atenção e concentração, não fossem os militares tentarem recolher qualquer informação através delas. Apercebeu-se mais tarde que não seria essa a intenção, mas única e simplesmente a conversa um pouco criança, talvez, que suscitava a curiosidade e o interesse das jovens mulheres.
Apercebeu-se rapidamente que a que dava pelo nome de Míriam, era nada menos nada mais do que a lavadeira - mas não só - do furriel Rafael. A de nome Meta - um pouco tonta - tinha relações com um soldado nativo, ou seja do recrutamento da Província, como diziam os colonialistas, o qual era criado (impedido) de três furriéis, onde estava incluído o Rafael.
Que ódio tinha Pami a este homem! Porquê? Ela própria não o sabia definir. Seria por causa dos interrogatórios? Talvez! Mas... tirando o caso de puxar pela pistola e tê-la colocado no seu ouvido, não tinha sido violento. Antipatia natural seria!? O olhar dele parecia que a trespassava.
Da conversa com as duas Pami ficou a saber que Meta dormia com o impedido por gostar de fazer conversa giro, coisa impossível de acontecer com seu marido, dada a impotência deste derivado da sua velhice. Os encontros de Miriam com o furriel seriam o desejo desta ter um filho de um homem branco. Coisas incompreensíveis para a jovem professora, cuja cabeça era apenas ocupada por Malan.
Os Lassas voltaram a ir ao outro lado do Cumbijã. Meta contou que tinham andado por Cadique Iála, e que tinham morto muita gente, e queimado as casas todas. E não tinham tido nem mortos nem feridos. Pami apercebeu-se que de facto as coisas deveriam ter corrido bem, porque houve grande festa no Comando. Mas também poderia ser festa de anos do furriel Rafael, como afirmara Miriam. Era certo que quando algum furriel ou alferes fazia anos, havia sempre grandes festas. Era uma forma de criar corpo de unidade, delineado pelo macaco velho do Leão de Cufar (2).
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Notas de L.G.:
(1) Vd. posts anteriores desta série:
18 de Dezembro de 2007 > Guine 63/74 - P2363: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (6): Parte V: O primeiro interrogatório da prisioneira (Mário Fitas)
23 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2298: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (2) - Parte I: O balanta Pan Na Ufna e a sua filha (Mário Fitas)
28 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2307: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (3) - Parte II: A formação político-militar (Mário Fitas)
5 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2328: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (4) - Parte III: O amor em tempo de guerrilha (Mário Fitas)
10 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2340: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (5) - Parte IV: Pami e Malan são feitos prisioneiros (Mário Fitas)
(2) Comandante dos Lassas
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 30 de dezembro de 2007
Guiné 63/74 - P2390: Albano e Ferragudo, gente de Mansambo (Torcato Mendonça, CART 2339, 1968/69)
Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > Do álbum fotográfico do Torcato Mendonça, Fotos Falantes II, nº 1 (o Albano, em reportagem para a TV Mansambo, óculos escuros e bloco e caneta na mão) e nº 25 (o Albano com o seu macaco bêbado âs costas).
Fotos: © Torcato Mendonça (2006). Direitos reservados.
1. Mensagem do nosso amigo e camarada Torcato Mendonça , que vive no Fundão, e que fez parte da CART 2338 (Fá e Mansambo, 1968/69):
Assunto - Resposta ao post P2384, de 26 de Dezembro (1)
O Albano, ex-cripto da CART 2339, era um homem bem disposto e brincalhão. Daqueles que recordamos com saudade. Se entrar para a Tertúlia é, para mim, excelente aquisição (2).
Quanto ao baptismo da Árvore, se foi ele que o fez dou-lhe os meus parabéns. Nunca baptizei nada nem ninguém. Erro meu, má fortuna, falha minha…
O Ferragudo, algarvio, pescador no porto de Portimão, era natural da vilória, fronteira ao porto. Era pois conhecido por Ferragudo. Salvo erro numa estória já, por mim contada – Eleições à Vista – era o tal comedor de chispe holandês (3). Compreende-se. O rapaz estava farto de peixe. Havia outro cozinheiro ou ajudante, algarvio e natural da zona de Portimão.
Se bem me lembro o Albano era de Chaves. Creio tê-lo visto no almoço de convívio da CART 239, em Évora, 2005. Só fui a dois, ao 1º e, treze ou catorze anos depois, a este em Évora.
Voltando ao Albano ele aparece nas Fotos Falantes II, nº 1, em reportagem para a TV Mansambo, óculos escuros e bloco e caneta na mão; na nº 25, tem o seu macaco bêbado (morreu precocemente de cirrose) às costas.
Quanto ao que, aqui, escrevo: procuro relatar a verdade o mais fielmente possível em relato subjectivo. É uma visão pessoal dos factos e dos actos. Tenho dúvidas. Tantas dúvidas. Porque não chamar-lhes angústias; teria ou não sido assim? Corro o risco e relato o que penso ser a verdade – a minha verdade. Procurei esquecer. Vivi demasiados anos fora daquilo. Um dia, a partir desse almoço de Évora, de uma mensagem do Carlos M. dos Santos, da recordação do Malan Mané (4) e deste Blogue voltei.
Agradeço que me critiquem, que me apontem erro ou má escrita. Não digam traição, isso não. Fizeram-no uma vez devido a duas fotos. Esclareci o facto e o acto. Desculpem o não esquecer, não perdoar… feitios… mas, desejo sempre o dobro do que a mim desejam. É ser amigo do amigo e mais não digo.
Tiro dúvidas, com agendas, historial da CART e, principalmente, com o Carlos M. dos Santos. Enviei-lhe a maioria dos escritos. Tento até enviar, agora, em pasta zipada, a troca de alguns escritos, para tirarmos dúvidas sobre a Árvore. Gostava de falar, como o fiz em Évora, com outros Camaradas. Alguns, como o Silva sabem tanto, ou o Leite com uma pasta cheia de recordações.
Quanto a mim, a árvore dos 17 passarinhos estava na zona da cozinha; abrigo do 1º Grupo; gerador. Ficou de pé. Derrubar a dita, podia afectar alguma instalação.
Foi abaixo, caindo majestosamente, uma outra, junto do abrigo do 4º Grupo. Algures está um escrito disto. Talvez As árvores morrem de pé (5).
A que aparece, na foto aérea de 70? Estava junto a um abrigo e tinha, pelo menos no início, uma Santa. Outra, frondosa também, estava mais perto da entrada e levou uma placa turística. Há militares que tirariam as dúvidas.
Voltando ao Albano, ele que conte porque me ia acordar, mostrar as mensagens e, se fosse caso disso, lá ia eu acordar o Capitão… Acordar difícil… Conta essa e tantas outras estórias…
Bem vindo, Albano, os criptos não podem ser apanhados à mão… mas lá ficamos, no princípio, no mesmo abrigo, próximo doa árvore da Santinha, meio enterrados vivos… Ou vou ter que decifrar?! Enfim, Vidas... E o Braimadicô ?
Óptimo 2008, com Saúde e a concretização de todos os Sonhos.
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Notas de L.G.:
(1) Vd. post de 26 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2384: Mansambo: a árvore dos 17 passarinhos, baptizada por mim (Albano Gomes, ex-1º Cabo Cripto, CART 2339, 1968/69)
(2) Vd. post de 28 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2387: Tabanca Grande (46): Albano Gomes, residente em Chaves, ex-1º Cabo Cripto da CART 2339 (Fá e Mansambo, 1968/69)
(3) Vd. post de 17 de Agosto de 2007 > Guiné 63/74 - P2055: Estórias de Mansambo (Torcato Mendonça) (7): Eleições à vista...
(...) Ferragudo, o ladrão de chispes de porco holandês
Mas o pior estava para vir. Tínhamos três homens meios grogues. Dois, depois de ligeiro tratamento, recuperaram. Havia, no entanto, um que estava meio desmaiado. Era o Ferragudo, cozinheiro na tropa, pescador no porto de Portimão. Felizmente tínhamos um homem, o Barros, habituado a desmaios daquele género. Rápido, depois de abanar o Ferragudo, pediu:
- Tragam o azeite e uma colher.
Aparece o azeite e o Barros despeja, três ou quatro colheres do dito, goela abaixo do Ferragudo. Este estrebucha, joga as mãos á garganta, revira os olhos e urra. Pede ajuda o Barros. Levantam o doente. É prontamente agarrado, apertado e sacudido pela cintura. De repente dá-se o milagre. Vomita desalmadamente o cozinheiro glutão. Talvez dois ou mais chispes de porco holandês. Pancada nas costas, água goela abaixo e dá-se a recuperação. Eu assistia. meio incrédulo, a toda aquela cena.
O Ferragudo, ainda meio atordoado olhava-me. Apesar da vontade de rir, olhei para ele e disse:
- És um ladrão, roubas com a tua gula os teus camaradas, vai haver porrada, desaparece, só voltas próximo do jantar. Não há feijão com chispe. É indigesto ou não é, algarvio da porra?
Foi-se o cozinheiro pescador, ou vice-versa. Porrada não houve. Nenhum militar teve qualquer castigo, posto na caderneta, devido a castigo por mim dado.
Rimos e gozámos durante uns dias. Distracções singelas. Viver naquelas condições era difícil. Á noite nos abrigos, por debaixo, do que nos servia de leito, se não tínhamos cuidado as rãs cantavam o seu Sole Mio, a água caía ora nos pés, ora noutro lado. Dormia-se…o tempo passava lentamente… e o Império esfarelava-se! (...).
(4) Vd. posts de:
Fotos: © Torcato Mendonça (2006). Direitos reservados.
1. Mensagem do nosso amigo e camarada Torcato Mendonça , que vive no Fundão, e que fez parte da CART 2338 (Fá e Mansambo, 1968/69):
Assunto - Resposta ao post P2384, de 26 de Dezembro (1)
O Albano, ex-cripto da CART 2339, era um homem bem disposto e brincalhão. Daqueles que recordamos com saudade. Se entrar para a Tertúlia é, para mim, excelente aquisição (2).
Quanto ao baptismo da Árvore, se foi ele que o fez dou-lhe os meus parabéns. Nunca baptizei nada nem ninguém. Erro meu, má fortuna, falha minha…
O Ferragudo, algarvio, pescador no porto de Portimão, era natural da vilória, fronteira ao porto. Era pois conhecido por Ferragudo. Salvo erro numa estória já, por mim contada – Eleições à Vista – era o tal comedor de chispe holandês (3). Compreende-se. O rapaz estava farto de peixe. Havia outro cozinheiro ou ajudante, algarvio e natural da zona de Portimão.
Se bem me lembro o Albano era de Chaves. Creio tê-lo visto no almoço de convívio da CART 239, em Évora, 2005. Só fui a dois, ao 1º e, treze ou catorze anos depois, a este em Évora.
Voltando ao Albano ele aparece nas Fotos Falantes II, nº 1, em reportagem para a TV Mansambo, óculos escuros e bloco e caneta na mão; na nº 25, tem o seu macaco bêbado (morreu precocemente de cirrose) às costas.
Quanto ao que, aqui, escrevo: procuro relatar a verdade o mais fielmente possível em relato subjectivo. É uma visão pessoal dos factos e dos actos. Tenho dúvidas. Tantas dúvidas. Porque não chamar-lhes angústias; teria ou não sido assim? Corro o risco e relato o que penso ser a verdade – a minha verdade. Procurei esquecer. Vivi demasiados anos fora daquilo. Um dia, a partir desse almoço de Évora, de uma mensagem do Carlos M. dos Santos, da recordação do Malan Mané (4) e deste Blogue voltei.
Agradeço que me critiquem, que me apontem erro ou má escrita. Não digam traição, isso não. Fizeram-no uma vez devido a duas fotos. Esclareci o facto e o acto. Desculpem o não esquecer, não perdoar… feitios… mas, desejo sempre o dobro do que a mim desejam. É ser amigo do amigo e mais não digo.
Tiro dúvidas, com agendas, historial da CART e, principalmente, com o Carlos M. dos Santos. Enviei-lhe a maioria dos escritos. Tento até enviar, agora, em pasta zipada, a troca de alguns escritos, para tirarmos dúvidas sobre a Árvore. Gostava de falar, como o fiz em Évora, com outros Camaradas. Alguns, como o Silva sabem tanto, ou o Leite com uma pasta cheia de recordações.
Quanto a mim, a árvore dos 17 passarinhos estava na zona da cozinha; abrigo do 1º Grupo; gerador. Ficou de pé. Derrubar a dita, podia afectar alguma instalação.
Foi abaixo, caindo majestosamente, uma outra, junto do abrigo do 4º Grupo. Algures está um escrito disto. Talvez As árvores morrem de pé (5).
A que aparece, na foto aérea de 70? Estava junto a um abrigo e tinha, pelo menos no início, uma Santa. Outra, frondosa também, estava mais perto da entrada e levou uma placa turística. Há militares que tirariam as dúvidas.
Voltando ao Albano, ele que conte porque me ia acordar, mostrar as mensagens e, se fosse caso disso, lá ia eu acordar o Capitão… Acordar difícil… Conta essa e tantas outras estórias…
Bem vindo, Albano, os criptos não podem ser apanhados à mão… mas lá ficamos, no princípio, no mesmo abrigo, próximo doa árvore da Santinha, meio enterrados vivos… Ou vou ter que decifrar?! Enfim, Vidas... E o Braimadicô ?
Óptimo 2008, com Saúde e a concretização de todos os Sonhos.
_________
Notas de L.G.:
(1) Vd. post de 26 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2384: Mansambo: a árvore dos 17 passarinhos, baptizada por mim (Albano Gomes, ex-1º Cabo Cripto, CART 2339, 1968/69)
(2) Vd. post de 28 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2387: Tabanca Grande (46): Albano Gomes, residente em Chaves, ex-1º Cabo Cripto da CART 2339 (Fá e Mansambo, 1968/69)
(3) Vd. post de 17 de Agosto de 2007 > Guiné 63/74 - P2055: Estórias de Mansambo (Torcato Mendonça) (7): Eleições à vista...
(...) Ferragudo, o ladrão de chispes de porco holandês
Mas o pior estava para vir. Tínhamos três homens meios grogues. Dois, depois de ligeiro tratamento, recuperaram. Havia, no entanto, um que estava meio desmaiado. Era o Ferragudo, cozinheiro na tropa, pescador no porto de Portimão. Felizmente tínhamos um homem, o Barros, habituado a desmaios daquele género. Rápido, depois de abanar o Ferragudo, pediu:
- Tragam o azeite e uma colher.
Aparece o azeite e o Barros despeja, três ou quatro colheres do dito, goela abaixo do Ferragudo. Este estrebucha, joga as mãos á garganta, revira os olhos e urra. Pede ajuda o Barros. Levantam o doente. É prontamente agarrado, apertado e sacudido pela cintura. De repente dá-se o milagre. Vomita desalmadamente o cozinheiro glutão. Talvez dois ou mais chispes de porco holandês. Pancada nas costas, água goela abaixo e dá-se a recuperação. Eu assistia. meio incrédulo, a toda aquela cena.
O Ferragudo, ainda meio atordoado olhava-me. Apesar da vontade de rir, olhei para ele e disse:
- És um ladrão, roubas com a tua gula os teus camaradas, vai haver porrada, desaparece, só voltas próximo do jantar. Não há feijão com chispe. É indigesto ou não é, algarvio da porra?
Foi-se o cozinheiro pescador, ou vice-versa. Porrada não houve. Nenhum militar teve qualquer castigo, posto na caderneta, devido a castigo por mim dado.
Rimos e gozámos durante uns dias. Distracções singelas. Viver naquelas condições era difícil. Á noite nos abrigos, por debaixo, do que nos servia de leito, se não tínhamos cuidado as rãs cantavam o seu Sole Mio, a água caía ora nos pés, ora noutro lado. Dormia-se…o tempo passava lentamente… e o Império esfarelava-se! (...).
(4) Vd. posts de:
15 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLIII: O Malan Mané estava vivo em Novembro de 1969 e eu abracei-o (Torcato Mendonça)
16 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLX: Bem vindo, alferes Torcato da CART 2339 (Mansambo, 1968/69) (Carlos Marques dos Santos)
25 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P906: CART 2339 e Malan Mané, duas estórias para duas fotos (Torcato Mendonça)
1 de Agosto de 2006 > Guiné 63/74 - P1011: A galeria dos meus heróis (4): o infortunado 'turra' Malan Mané (Luís Graça)
(5) Torcato: de momento, não localizo esse teu escrito... Manda-me uma 2ª via, se tiveres o texto em arquivo.
Guiné 63/74 - P2389: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (6): Racal (José Martins)
Guiné > Emissor-Receptor AN/PRC- 10, usado pelas NT
Capa e páginas da brochura Apontamentos sobre Transmissões, editado pelo Ministério do Exército, Direcção da Arma de Transmissões, 1966.
Imagens: © Afonso Sousa (2005). Direitos reservados
1. Mensagem de José Martins (ex-Fur Mil Trms, CCAÇ 5, Os Gatos Pretos, Canjadude 1968/70), com data de 30 de Novembro de 2007 , em resposta a um pedido do Beja Santos sobre o Racal (1):
O Racal era um equipamento portátil, podendo ser usado em viaturas e aviões, transmitindo em fonia entre as frequências de 38 a 54,9 Mc/s.
Para ser utilizado como portátil, tinham que ser colocados uns suspensórios para transporte do mesmo.
O Exército Português utilizou este equipamento durante as Campanhas de África, entre 1961 e 1974, preferencialmente como ligação terra-ar. Nas ligações terrestres, e dado o seu pequeno alcance - entre 3 a 8 kms e dependendo do uso da antena laminar ou antena tubular - era utilizado em patrulhamentos e/ou emboscadas de proximidade, para contactar com a base.
Era alimentado com uma pilha com duração de cerca de 20 horas.
Com a possibilidade de efectuar ligações com o AVF/THC 736 (banana) , era utilizado pelo comandante das operações com os comandantes dos pelotões.
Estes equipamentos eram de origem norte americana (2).
___________
Notas de L.G.:
(1) Vd. último post desta série > 29 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2388: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (5): Periquito (Joaquim Almeida)
(2) Vd. post de 2 de Julho de 2005> Guiné 69/71 - XCIV: Um alfa bravo para os nossos Op TRMS (1) (Luís Graça)
(...) O Sousa de Castro (29 de Junho de 2005), esse, também fala de cátedra, acerca das nossas transmissões e dos seus operadores:
"O AN/GRC 9 foi o rádio com que trabalhei durante toda a comissão na Guiné em grafia... Não é para me gabar, mas eu achava-me um craque nesta matéria, trabalhar em código morse era comigo, ou não tivesse na minha caderneta a menção de TE (telegrafista especial).
"Convém dizer que o [Luís] Carvalhido da APVG [Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra] não ficava atrás, antes pelo contrário, era um bom adversário.
"Aproveito para dizer que aquilo a que chamam de Banana é o AVP-1 que era usado no meu tempo nas operações para comunicação entre pelotões e nomeadamente com o Quartel, mas o rádio com mais alcance que os OP (operadores] de TRMS [transmissões] de Infantaria levavam às costas era o conhecido RACAL (TR-28)... Conheceram este? Vou procurar nos meus papéis e digitalizar este rádio para mandar para a tertúlia" (...).
Capa e páginas da brochura Apontamentos sobre Transmissões, editado pelo Ministério do Exército, Direcção da Arma de Transmissões, 1966.
Imagens: © Afonso Sousa (2005). Direitos reservados
1. Mensagem de José Martins (ex-Fur Mil Trms, CCAÇ 5, Os Gatos Pretos, Canjadude 1968/70), com data de 30 de Novembro de 2007 , em resposta a um pedido do Beja Santos sobre o Racal (1):
O Racal era um equipamento portátil, podendo ser usado em viaturas e aviões, transmitindo em fonia entre as frequências de 38 a 54,9 Mc/s.
Para ser utilizado como portátil, tinham que ser colocados uns suspensórios para transporte do mesmo.
O Exército Português utilizou este equipamento durante as Campanhas de África, entre 1961 e 1974, preferencialmente como ligação terra-ar. Nas ligações terrestres, e dado o seu pequeno alcance - entre 3 a 8 kms e dependendo do uso da antena laminar ou antena tubular - era utilizado em patrulhamentos e/ou emboscadas de proximidade, para contactar com a base.
Era alimentado com uma pilha com duração de cerca de 20 horas.
Com a possibilidade de efectuar ligações com o AVF/THC 736 (banana) , era utilizado pelo comandante das operações com os comandantes dos pelotões.
Estes equipamentos eram de origem norte americana (2).
___________
Notas de L.G.:
(1) Vd. último post desta série > 29 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2388: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (5): Periquito (Joaquim Almeida)
(2) Vd. post de 2 de Julho de 2005> Guiné 69/71 - XCIV: Um alfa bravo para os nossos Op TRMS (1) (Luís Graça)
(...) O Sousa de Castro (29 de Junho de 2005), esse, também fala de cátedra, acerca das nossas transmissões e dos seus operadores:
"O AN/GRC 9 foi o rádio com que trabalhei durante toda a comissão na Guiné em grafia... Não é para me gabar, mas eu achava-me um craque nesta matéria, trabalhar em código morse era comigo, ou não tivesse na minha caderneta a menção de TE (telegrafista especial).
"Convém dizer que o [Luís] Carvalhido da APVG [Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra] não ficava atrás, antes pelo contrário, era um bom adversário.
"Aproveito para dizer que aquilo a que chamam de Banana é o AVP-1 que era usado no meu tempo nas operações para comunicação entre pelotões e nomeadamente com o Quartel, mas o rádio com mais alcance que os OP (operadores] de TRMS [transmissões] de Infantaria levavam às costas era o conhecido RACAL (TR-28)... Conheceram este? Vou procurar nos meus papéis e digitalizar este rádio para mandar para a tertúlia" (...).
sábado, 29 de dezembro de 2007
Guiné 63/74 - P2388: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (5): Periquito (Joaquim Almeida)
1. Mensagem de Joaquim Almeida (Custóias), ex-bazuqueiro da CCAÇ 817 (1965/67) (1):
Caro Luís Graça e co-editores,
A denominação periquito, a qual se dava aos militares recém-chegados à Guiné, não foi criada pelo facto de terem chegado depois, como a maioria dos mesmos afirma.
Este Baptismo foi feito pelo facto de o exército ter mudado a cor do fardamento de amarelo para verde.
Quando cheguei à Guiné, em Fevereiro de 1965, a cor predominante do fardamento dos militares do exército era o amarelo, da Força Aérea e para-quedistas era o azul e da marinha era o azul ou o branco. Apartir desse ano passou a existir mais uma cor, o verde, e então os militares que se vestiam de amarelo, quando viam um grupo de militares vestidos com o uniforme verde, diziam: "Ali vai um bando de periquitos".
E apartir daí a frase ganhou raízes (2).
Um abraço
Joaquim Almeida (Custóias)
_________
Notas de L.G.:
(1) Vd. posts de:
16 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2271: Tabanca Grande (40): Joaquim Gomes de Almeida, O Custóias, bazuqueiro, CCAÇ 817 (Canquelifá e Dunane, 1965/67)
26 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2385: Moedas do tempo colonial (Joaquim Almeida, Custóias, CCAÇ 817, 1965/67)
(2) Vd. último post desta série > 4 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1917: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (4)... (Carlos Vinhal)
Caro Luís Graça e co-editores,
A denominação periquito, a qual se dava aos militares recém-chegados à Guiné, não foi criada pelo facto de terem chegado depois, como a maioria dos mesmos afirma.
Este Baptismo foi feito pelo facto de o exército ter mudado a cor do fardamento de amarelo para verde.
Quando cheguei à Guiné, em Fevereiro de 1965, a cor predominante do fardamento dos militares do exército era o amarelo, da Força Aérea e para-quedistas era o azul e da marinha era o azul ou o branco. Apartir desse ano passou a existir mais uma cor, o verde, e então os militares que se vestiam de amarelo, quando viam um grupo de militares vestidos com o uniforme verde, diziam: "Ali vai um bando de periquitos".
E apartir daí a frase ganhou raízes (2).
Um abraço
Joaquim Almeida (Custóias)
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Notas de L.G.:
(1) Vd. posts de:
16 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2271: Tabanca Grande (40): Joaquim Gomes de Almeida, O Custóias, bazuqueiro, CCAÇ 817 (Canquelifá e Dunane, 1965/67)
26 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2385: Moedas do tempo colonial (Joaquim Almeida, Custóias, CCAÇ 817, 1965/67)
(2) Vd. último post desta série > 4 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1917: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (4)... (Carlos Vinhal)
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Guiné 63/74 - P2387: Tabanca Grande (46): Albano Gomes, residente em Chaves, ex-1º Cabo Cripto da CART 2339 (Fá e Mansambo, 1968/69)
1. Mensagem do Albano Gomes, residente em Chaves, ex-camarada de transmissões (CART 2339, Fá e Mansambo, 1968/69):
Amigo L.G. :
A fim de integrar a Tabanca Grande e conforme solicitado (1), envio em anexo as fotos da praxe e respectivos dados:
Albano F. D. Gomes,
1.º Cabo Op Cripto,
CART 2339
Fá Mandinga, Mansambo, Bambadinca,
1968/1969
Actual residência:Chaves,
E-mail: gomesalbano@iol.pt
Telemóvel: 966333000.
Albano Gomes
2. Comentário de L.G.:
Albano, grande flaviense! Estão cumpridas as formalidades para integrares a nossa Tabanca Grande, da qual já fazem parte vários camaradas teus da CART 2339: cito de cor, o Carlos Marques dos Santos, o Ernesto Ribeiro, e o Torcato Mendonça.
Obrigado pelas tuas fotos. Sempre que quiseres, podes contar-nos mais histórias de Fá e de Mansambo. Recebi um mail do Torcato a reconhecer-te e a falar de ti (e do Ferragudo). Creio que se encontraram pela última vez, no convívio anual da vossa Companhia, em Évora, em 2005. Publicarei a seguir essa mensagem do Torcato que, como sabes, é um dos membros do nosso blogue mais presentes, mais activos. Renovo os meus votos (e dos restantes camaradas e amigos da nossa Tabanca Grande ) de um Bom Ano para ti e para os teus familiares e amigos.
__________
Nota de L.G.:
(1) Vd.post de 26 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2384: Mansambo: a árvore dos 17 passarinhos, baptizada por mim (Albano Gomes, ex-1º Cabo Cripto, CART 2339, 1968/69)
Amigo L.G. :
A fim de integrar a Tabanca Grande e conforme solicitado (1), envio em anexo as fotos da praxe e respectivos dados:
Albano F. D. Gomes,
1.º Cabo Op Cripto,
CART 2339
Fá Mandinga, Mansambo, Bambadinca,
1968/1969
Actual residência:Chaves,
E-mail: gomesalbano@iol.pt
Telemóvel: 966333000.
Albano Gomes
2. Comentário de L.G.:
Albano, grande flaviense! Estão cumpridas as formalidades para integrares a nossa Tabanca Grande, da qual já fazem parte vários camaradas teus da CART 2339: cito de cor, o Carlos Marques dos Santos, o Ernesto Ribeiro, e o Torcato Mendonça.
Obrigado pelas tuas fotos. Sempre que quiseres, podes contar-nos mais histórias de Fá e de Mansambo. Recebi um mail do Torcato a reconhecer-te e a falar de ti (e do Ferragudo). Creio que se encontraram pela última vez, no convívio anual da vossa Companhia, em Évora, em 2005. Publicarei a seguir essa mensagem do Torcato que, como sabes, é um dos membros do nosso blogue mais presentes, mais activos. Renovo os meus votos (e dos restantes camaradas e amigos da nossa Tabanca Grande ) de um Bom Ano para ti e para os teus familiares e amigos.
__________
Nota de L.G.:
(1) Vd.post de 26 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2384: Mansambo: a árvore dos 17 passarinhos, baptizada por mim (Albano Gomes, ex-1º Cabo Cripto, CART 2339, 1968/69)
Guiné 63/74 - P2386: Estórias cabralianas (31): As milagrosas termas de Missirá (Jorge Cabral)
1. Mensagem do Jorge Cabral:
Querido Amigo.
Última estória de 2007 (1). E que o Novo Ano nos traga SOLIDARIEDADE!!!
Grande Abraço
Jorge
2. Estorias cabralianas (31) > Das Termas de Missirá à “Ursa” do Teixeirinha
A fim de prevenir abusos, a segurança à Fonte, no banho das bajudas, pertencia em exclusivo ao Alferes, o qual nos primeiros tempos guardou uma prudente distância, depois foi-se aproximando e acabou no meio delas, esfregador e esfregado com sabão vegetal, após o que branqueava os dentes com areia.
Diziam que aquela água possuía propriedades terapêuticas, curando todos os males de pele, não havendo lica que lhe resistisse. Não sei se tal fama chegou ao Batalhão, mas o certo é que o 1º Sargento da CCS mandou para Missirá o cozinheiro Teixeirinha, “para se tratar”… Porém, o doente, não sofria da pele, mas da barriga, pois segundo informou, tinha uma “ursa”. Entrou logo em dieta e porque não suportava o leite em pó, foi aconselhado a tomar pela manhã uma dose de “arrebenta bois”, o nosso ponche, que era preparado numa terrina, onde misturávamos whisky, brandy, cerveja e vinho.
Rapidamente melhorou e com a recuperação da saúde, apareceram-lhe outros apetites… Fez da cozinha o local privilegiado dos seus encontros amorosos e muitas vezes entre cascas de batata, em cima da mesa, dedicava-se a outra mais gostosa culinária. Infelizmente os maridos delas não gostaram e exigiram a sua partida.
Claro que em Bambadinca piorou, tendo sido evacuado para o Hospital de Bissau, onde foi sujeito a uma intervenção cirúrgica.
Pobre Teixeirinha, não perceberam os Médicos, do que ele precisava: Arrebenta bois… … e um pouco daquela culinária…
Jorge Cabral
_________
Nota de L.G.:
(1) Vd. post antgerior > 21 de Dezembro de 2007 >. Guiné 63/74 - P2369: Estórias cabralianas (30): Um Natal em Novembro (Jorge Cabral)
Querido Amigo.
Última estória de 2007 (1). E que o Novo Ano nos traga SOLIDARIEDADE!!!
Grande Abraço
Jorge
2. Estorias cabralianas (31) > Das Termas de Missirá à “Ursa” do Teixeirinha
A fim de prevenir abusos, a segurança à Fonte, no banho das bajudas, pertencia em exclusivo ao Alferes, o qual nos primeiros tempos guardou uma prudente distância, depois foi-se aproximando e acabou no meio delas, esfregador e esfregado com sabão vegetal, após o que branqueava os dentes com areia.
Diziam que aquela água possuía propriedades terapêuticas, curando todos os males de pele, não havendo lica que lhe resistisse. Não sei se tal fama chegou ao Batalhão, mas o certo é que o 1º Sargento da CCS mandou para Missirá o cozinheiro Teixeirinha, “para se tratar”… Porém, o doente, não sofria da pele, mas da barriga, pois segundo informou, tinha uma “ursa”. Entrou logo em dieta e porque não suportava o leite em pó, foi aconselhado a tomar pela manhã uma dose de “arrebenta bois”, o nosso ponche, que era preparado numa terrina, onde misturávamos whisky, brandy, cerveja e vinho.
Rapidamente melhorou e com a recuperação da saúde, apareceram-lhe outros apetites… Fez da cozinha o local privilegiado dos seus encontros amorosos e muitas vezes entre cascas de batata, em cima da mesa, dedicava-se a outra mais gostosa culinária. Infelizmente os maridos delas não gostaram e exigiram a sua partida.
Claro que em Bambadinca piorou, tendo sido evacuado para o Hospital de Bissau, onde foi sujeito a uma intervenção cirúrgica.
Pobre Teixeirinha, não perceberam os Médicos, do que ele precisava: Arrebenta bois… … e um pouco daquela culinária…
Jorge Cabral
_________
Nota de L.G.:
(1) Vd. post antgerior > 21 de Dezembro de 2007 >. Guiné 63/74 - P2369: Estórias cabralianas (30): Um Natal em Novembro (Jorge Cabral)
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Guiné 63/74 - P2385: Moedas do tempo colonial (Joaquim Almeida, Custóias, CCAÇ 817, 1965/67)
Guiné > Região do Óio > Porto Gole > CCAÇ 817 > 1965 > Duas moedas, de 1 escudo (peso), encontradas num acampamento do PAIGC. A de baixo foi emitida, em 1946, por ocasião do V Centenário da Descoberta da Guiné.
Foto: © Joaquim Almeida (Custóias) (2007). Direitos reservados,
1. Mensagem do Joaquim Almeida (Custóias)(1):
Caro Luís Graça, Carlos Vinhal e Virgínio Briote:
Envio uma imagem de duas moedas que guardo religiosamente, da Guiné, uma do tempo em que Guiné era chamada de colónia, e outra da mudança, efectuada na revisão constitucional de 11 de Junho de 1951, na Lei nº 2048 no Título VII acrescentado à Constituição de 1933, para Província Ultramarina (2).
Estas moedas foram as únicas coisas recuperadas após uma revista, a qual foi feita depois do assalto a um acampamento na bolanha de Porto Gole, na zona de Mansoa, em 3 de Julho de 1965, tendo sido nesta operação o meu Baptismo de Fogo.
Um abraço
Joaquim Almeida (Custóias)
___________
Nota de L.G.:
(1) Vd. post de 16 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2271: Tabanca Grande (40): Joaquim Gomes de Almeida, O Custóias, bazuqueiro, CCAÇ 817 (Canquelifá e Dunane, 1965/67)
Caro Luís Graça, Carlos Vinhal e Virgínio Briote:
Envio uma imagem de duas moedas que guardo religiosamente, da Guiné, uma do tempo em que Guiné era chamada de colónia, e outra da mudança, efectuada na revisão constitucional de 11 de Junho de 1951, na Lei nº 2048 no Título VII acrescentado à Constituição de 1933, para Província Ultramarina (2).
Estas moedas foram as únicas coisas recuperadas após uma revista, a qual foi feita depois do assalto a um acampamento na bolanha de Porto Gole, na zona de Mansoa, em 3 de Julho de 1965, tendo sido nesta operação o meu Baptismo de Fogo.
Um abraço
Joaquim Almeida (Custóias)
___________
Nota de L.G.:
(1) Vd. post de 16 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2271: Tabanca Grande (40): Joaquim Gomes de Almeida, O Custóias, bazuqueiro, CCAÇ 817 (Canquelifá e Dunane, 1965/67)
(2) Vd. posts de:
28 de Julho de 2005 > Guiné 63/74 - CXXIX: Cem pesos, manga de patacão, pessoal! (1) (Luís Graça)
1 de Agosto de 2005 > Guiné 63/74 - CXXXII: Cem pesos, manga de patacão, pessoal! (2) (Luís Graça)
Guiné 63/74 - P2384: Mansambo: a árvore dos 17 passarinhos, baptizada por mim (Albano Gomes, ex-1º Cabo Cripto, CART 2339, 1968/69)
Guiné > Zona leste > Sector L1 > Mansambo > 1969 > A árvore dos 17 passarinhos que servia de mira para os ataques do IN (1).
Foto: © Carlos Marques dos Santos (2006). Direitos reservados
Guiné > Zona leste > Sector L1 > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > A árvore dos 17 passarinhos ... ou será que eu troquei as fotografias ? É um pormenor a esclarecer com o fotógrafo... (LG).
Fotos: © Torcato Mendonça (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem do Albano Gomes, com data de hoje:
Caro Luís Graça:
Foi Cripto da CART 2339 (Mansambo, 1968/69), acompanho, para além de outros, os escritos do Torcato Mendonça e do Marques do Santos e, como tal, recordo tudo aquilo que se vai contando sobre a operacionalidade da CART 2339, OS VIRITOS, pois como deve calcular, passou-me tudo pelas mãos, codificando e/ou descodificando.
Mas quando se fala de Mansambo e da Árvore dos 17 passarinhos, há qualquer coisa que me toca e faço questão de contar.
Quando um certo dia me dirigi à cozinha, estava eu e o cozinheiro a quem a malta chamava de Ferragudo, por ser natural dessa terra algarvia, olhavámos então para os milhares de passarinhos que com os seus ninhos ocupavam a árvore na sua totalidade.
Foi então que perguntei:
- Ferragudo, quantos passarinhos terá esta árvore? - Respondeu o amigo Ferragudo:
- Não sei, mas deve ter p'ra aí uns 17.
Claro que aquilo provocou uma enorme risada a todos quantos por ali estavam e foi então que eu baptizei a árvore com o nome de Árvore dos 17 passarinhos e assim ficou conhecida por toda a malta.
Um muito obrigado pelo criação do blogue.
Albano Gomes
2. Comentário de L.G.:
Obrigado, Albano. Obrigado pela tua estória. Já houve aqui alguma controvérsia sobre a famosa árvore, que ficamos agora a saber que foste tu que baptizaste, e que eu cheguei a conhecer, já que fui várias vezes a Mansambo, ainda no tempo da vossa comissão (2ª metade de 1969), integrado em colunas logísticas ou no âmbito da actividade opercaional do Sector L1... Como sabes, eu pertencia à CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71).
Ficas automaticamente convidado a integrar a nossa Tabanca Grande, da qual já fazem parte vários camaradas teus da CART 2339. Manda-nos as duas fotos da praxe, uma do tempo de Guiné e outra actual. E, claro, conta-nos mais coisas de Mansambo e da tua vida (secreta) de cripto... Vocês sabiam coisas que escapavam ao comum dos mortais... Não queres partilhar connosco alguns dos teus segredos que, claro, já não segredos de Estado ? Um Bom Ano para ti.
__________
Notas de L.G.:
(1) 24 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXVII: Mansambo e a árvore dos 17 passarinhos (Carlos Marques dos Santos)
(...) Quanto à foto de Mansambo, a vista aérea – que é espectacular e que pessoalmente agradeço - gostava de saber de que ano é, se o Humberto tiver esses dados.
A zona está totalmente nua, só com uma grande árvore ao fundo que se encontra à entrada do aquartelamento, pois vê-se a bifurcação para a estrada Bambadinca-Xitole (esquerda-direita).
Falta ali uma árvore, a tal de referência para o IN, e que os nossos soldados chamavam a árvore dos 17 passarinhos, tal era a quantidade deles, que se situava na parte mais afastada da entrada.
A mancha branca de maior dimensão seria o heliporto. Faltam os obuses, um de cada lado, à esquerda e à direita. Ao lado dessa árvore ficava o depósito, que era uma palhota, de géneros e munições, e que ardeu a 20 de Janeiro de 1969 (nesse dia chegaram os 2 Obuses 105 mm). Era véspera do aniversário da CART 2339. Ao fundo vê-se uma mancha, à esquerda do trilho de entrada que era a tabanca dos picadores. À direita, no triângulo de trilhos, ficava a nossa horta.
A fonte ficava à direita da foto onde se vêem 3 trilhos, na mancha mais negra em baixo. Se confrontares com um mapa da zona vê-se aí uma linha de água. (...)
24 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1694: Fotos Falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (11): Paisagens: a árvore dos dezassete passarinhos
Comentário de L.G.:
(...)O que ainda hoje me intriga é por que razão a deixaram de pé, quando os valentes soldados da CART 2339 construiram o campo fortificado de Mansambo, como lhe chamava o PAIGC... Sempre me intrigou este detalhe, quando por lá passava em colunas logísticas ou operações... Hoje arrisco uma explicação: para aquelas toupeiras humanas, que foram simultaneamente arquitectos, engenheiros, trolhas, carpinteiros, caboqueiros, etc., a árvores dos 17 passarinhos era um traço de distinção no meio daquela paisagem quase lunar, angustiante, de floresta recém desmatada, um buraco no meio do inferno verde, na fronteira com as zonas libertadas do PAIGC, no Sector L1, Zona Leste, ao longo da margem direita do Rio Corubal... Um pouco à semelhança dos grafittis com que os artistas plásticos underground marcam as paredes e os muros da nossas desoladas cidades de cimento armado...
Foto: © Carlos Marques dos Santos (2006). Direitos reservados
Guiné > Zona leste > Sector L1 > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > A árvore dos 17 passarinhos ... ou será que eu troquei as fotografias ? É um pormenor a esclarecer com o fotógrafo... (LG).
Fotos: © Torcato Mendonça (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem do Albano Gomes, com data de hoje:
Caro Luís Graça:
Foi Cripto da CART 2339 (Mansambo, 1968/69), acompanho, para além de outros, os escritos do Torcato Mendonça e do Marques do Santos e, como tal, recordo tudo aquilo que se vai contando sobre a operacionalidade da CART 2339, OS VIRITOS, pois como deve calcular, passou-me tudo pelas mãos, codificando e/ou descodificando.
Mas quando se fala de Mansambo e da Árvore dos 17 passarinhos, há qualquer coisa que me toca e faço questão de contar.
Quando um certo dia me dirigi à cozinha, estava eu e o cozinheiro a quem a malta chamava de Ferragudo, por ser natural dessa terra algarvia, olhavámos então para os milhares de passarinhos que com os seus ninhos ocupavam a árvore na sua totalidade.
Foi então que perguntei:
- Ferragudo, quantos passarinhos terá esta árvore? - Respondeu o amigo Ferragudo:
- Não sei, mas deve ter p'ra aí uns 17.
Claro que aquilo provocou uma enorme risada a todos quantos por ali estavam e foi então que eu baptizei a árvore com o nome de Árvore dos 17 passarinhos e assim ficou conhecida por toda a malta.
Um muito obrigado pelo criação do blogue.
Albano Gomes
2. Comentário de L.G.:
Obrigado, Albano. Obrigado pela tua estória. Já houve aqui alguma controvérsia sobre a famosa árvore, que ficamos agora a saber que foste tu que baptizaste, e que eu cheguei a conhecer, já que fui várias vezes a Mansambo, ainda no tempo da vossa comissão (2ª metade de 1969), integrado em colunas logísticas ou no âmbito da actividade opercaional do Sector L1... Como sabes, eu pertencia à CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71).
Ficas automaticamente convidado a integrar a nossa Tabanca Grande, da qual já fazem parte vários camaradas teus da CART 2339. Manda-nos as duas fotos da praxe, uma do tempo de Guiné e outra actual. E, claro, conta-nos mais coisas de Mansambo e da tua vida (secreta) de cripto... Vocês sabiam coisas que escapavam ao comum dos mortais... Não queres partilhar connosco alguns dos teus segredos que, claro, já não segredos de Estado ? Um Bom Ano para ti.
__________
Notas de L.G.:
(1) 24 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXVII: Mansambo e a árvore dos 17 passarinhos (Carlos Marques dos Santos)
(...) Quanto à foto de Mansambo, a vista aérea – que é espectacular e que pessoalmente agradeço - gostava de saber de que ano é, se o Humberto tiver esses dados.
A zona está totalmente nua, só com uma grande árvore ao fundo que se encontra à entrada do aquartelamento, pois vê-se a bifurcação para a estrada Bambadinca-Xitole (esquerda-direita).
Falta ali uma árvore, a tal de referência para o IN, e que os nossos soldados chamavam a árvore dos 17 passarinhos, tal era a quantidade deles, que se situava na parte mais afastada da entrada.
A mancha branca de maior dimensão seria o heliporto. Faltam os obuses, um de cada lado, à esquerda e à direita. Ao lado dessa árvore ficava o depósito, que era uma palhota, de géneros e munições, e que ardeu a 20 de Janeiro de 1969 (nesse dia chegaram os 2 Obuses 105 mm). Era véspera do aniversário da CART 2339. Ao fundo vê-se uma mancha, à esquerda do trilho de entrada que era a tabanca dos picadores. À direita, no triângulo de trilhos, ficava a nossa horta.
A fonte ficava à direita da foto onde se vêem 3 trilhos, na mancha mais negra em baixo. Se confrontares com um mapa da zona vê-se aí uma linha de água. (...)
24 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1694: Fotos Falantes (Torcato Mendonça, CART 2339) (11): Paisagens: a árvore dos dezassete passarinhos
Comentário de L.G.:
(...)O que ainda hoje me intriga é por que razão a deixaram de pé, quando os valentes soldados da CART 2339 construiram o campo fortificado de Mansambo, como lhe chamava o PAIGC... Sempre me intrigou este detalhe, quando por lá passava em colunas logísticas ou operações... Hoje arrisco uma explicação: para aquelas toupeiras humanas, que foram simultaneamente arquitectos, engenheiros, trolhas, carpinteiros, caboqueiros, etc., a árvores dos 17 passarinhos era um traço de distinção no meio daquela paisagem quase lunar, angustiante, de floresta recém desmatada, um buraco no meio do inferno verde, na fronteira com as zonas libertadas do PAIGC, no Sector L1, Zona Leste, ao longo da margem direita do Rio Corubal... Um pouco à semelhança dos grafittis com que os artistas plásticos underground marcam as paredes e os muros da nossas desoladas cidades de cimento armado...
Guiné 63/74 - P2383: Em busca de... (14): Victor Manuel Ferreira Cardoso, meu tio, ex-1º cabo do BRT, morto em 1971 (Vitor M. Araújo)
1. Mensagem de Vitor M. Araújo
Assunto - Pedido de informações relativamente ao 1º Cabo Victor Manuel Ferreira Cardoso, Brigada de Reconhecimento e Transmissões (BRT), Guiné, morto em 1971
Saudações amigas.
Queria desde já cumprimentar os editores pelo excelente trabalho com o Blogue.
Neste blogue é visível para as novas gerações a ideia de que os camaradas de guerra estão unidos pelo vínculo forjado no campo de batalha, elo perene e por vezes mais forte que o elo familiar. Chega a ser comovente o reencontro de velhas memórias e amizades.
Mas ao contrário de muitos, não defendo a vitimização do ex-combatentes da guerra colonial (1961-1974). Pessoalmente tenho o maior apreço pelos ex-combatentes, que apesar de todo sacrifício pessoal demonstrado continuam a servir valorosamente á pátria, cada um a sua maneira.
O meu nome é Vitor Araújo, moro em Santa Maria da Feira e nasci em 1974, portanto não sou ex-combatente.
A nação não deve esquecer! A nação não pode esquecer ! A guerra já dizia Clausewitz é a continuação da política por outros meios. Os ex-combatentes lutaram e foram gigantes perante o quadro das adversidades, escassos recursos, forneceram o espaço de manobra político aos políticos, que em última instância falhararam miseravelmente.
Escrevi no Blogue porque tenho curiosidade em saber as circunstâncias que envolveram a morte de um tio que nunca cheguei a conhecer e aspectos da sua unidade. Tentei sem resultado pesquisar na Net e mesmo no motor de busca interno do blogue.
O nome do meu tio era Victor Manuel Ferreira Cardoso, natural de Espargo, freguesia de Santa Maria da Feira. O seu posto era de 1º Cabo do Exército da BRT - Brigada de Reconhecimento e Transmissões. Faleceu em 10/06/1971 em combate (aparentemente vítima de um morteiro)
Cumprimentos, desejo de boas festas.
2. Resposta do editor de L.G.:
Vitor:
Muito obrigado por nos ter escrito, obrigado pelo seu apreço em relação a todos nós, ex-combatentes da Guiné. Vou encaminhar o seu pedido para os meus camaradas, alguns dos quais poderão ter pistas que levem ao conhecimento, mais pormenorizado, das cirscunstâncias em que viveu e morreu, na Guiné, o seu tio e nosso camarada, Victor Cardoso... Publicarei o seu texto no nosso blogue, tornando ainda maior a probabilidade de encontrar antigos camaradas da unidade ou sub-unidade a que pertencia o Cardoso. Tenha um Natal, em paz e alegria. Luís Graça
Amigos e camaradas: Preciso da vossa ajuda, mais uma vez... Não tenho qualquer ideia do que fosse a BRT, na Guiné...Brigada ou Batalhão ? Creio tratar-se do Batalhão de Reconhecimento das Transmissões. Povavlemente o nosso camarada Cardoso era 1º Cabo Cripto.
Segundo averiguei no portal do Exército, a história do BRT é a seguinte:
(i) Em 1952 foi criada a Chefia de Cifra do Exército (CHECIE);
(ii) Em 1959 surge o SRT - Serviço de Reconhecimento das Transmissões;
(iii) Em 1965, é criado o BRT - Batalhão de Reconhecimento das Transmissões;
(iv) Em 1982 o BRT passou a designar-se Batalhão de Informações e Reconhecimento das Transmissões (BIRT);
(v) Finalmente,em 1993 é criado o Batalhão de Informações e Segurança Militar (BISM), herdeiro das tradições e missões do SRT, BRT e BIRT.
Assunto - Pedido de informações relativamente ao 1º Cabo Victor Manuel Ferreira Cardoso, Brigada de Reconhecimento e Transmissões (BRT), Guiné, morto em 1971
Saudações amigas.
Queria desde já cumprimentar os editores pelo excelente trabalho com o Blogue.
Neste blogue é visível para as novas gerações a ideia de que os camaradas de guerra estão unidos pelo vínculo forjado no campo de batalha, elo perene e por vezes mais forte que o elo familiar. Chega a ser comovente o reencontro de velhas memórias e amizades.
Mas ao contrário de muitos, não defendo a vitimização do ex-combatentes da guerra colonial (1961-1974). Pessoalmente tenho o maior apreço pelos ex-combatentes, que apesar de todo sacrifício pessoal demonstrado continuam a servir valorosamente á pátria, cada um a sua maneira.
O meu nome é Vitor Araújo, moro em Santa Maria da Feira e nasci em 1974, portanto não sou ex-combatente.
A nação não deve esquecer! A nação não pode esquecer ! A guerra já dizia Clausewitz é a continuação da política por outros meios. Os ex-combatentes lutaram e foram gigantes perante o quadro das adversidades, escassos recursos, forneceram o espaço de manobra político aos políticos, que em última instância falhararam miseravelmente.
Escrevi no Blogue porque tenho curiosidade em saber as circunstâncias que envolveram a morte de um tio que nunca cheguei a conhecer e aspectos da sua unidade. Tentei sem resultado pesquisar na Net e mesmo no motor de busca interno do blogue.
O nome do meu tio era Victor Manuel Ferreira Cardoso, natural de Espargo, freguesia de Santa Maria da Feira. O seu posto era de 1º Cabo do Exército da BRT - Brigada de Reconhecimento e Transmissões. Faleceu em 10/06/1971 em combate (aparentemente vítima de um morteiro)
Cumprimentos, desejo de boas festas.
2. Resposta do editor de L.G.:
Vitor:
Muito obrigado por nos ter escrito, obrigado pelo seu apreço em relação a todos nós, ex-combatentes da Guiné. Vou encaminhar o seu pedido para os meus camaradas, alguns dos quais poderão ter pistas que levem ao conhecimento, mais pormenorizado, das cirscunstâncias em que viveu e morreu, na Guiné, o seu tio e nosso camarada, Victor Cardoso... Publicarei o seu texto no nosso blogue, tornando ainda maior a probabilidade de encontrar antigos camaradas da unidade ou sub-unidade a que pertencia o Cardoso. Tenha um Natal, em paz e alegria. Luís Graça
Amigos e camaradas: Preciso da vossa ajuda, mais uma vez... Não tenho qualquer ideia do que fosse a BRT, na Guiné...Brigada ou Batalhão ? Creio tratar-se do Batalhão de Reconhecimento das Transmissões. Povavlemente o nosso camarada Cardoso era 1º Cabo Cripto.
Segundo averiguei no portal do Exército, a história do BRT é a seguinte:
(i) Em 1952 foi criada a Chefia de Cifra do Exército (CHECIE);
(ii) Em 1959 surge o SRT - Serviço de Reconhecimento das Transmissões;
(iii) Em 1965, é criado o BRT - Batalhão de Reconhecimento das Transmissões;
(iv) Em 1982 o BRT passou a designar-se Batalhão de Informações e Reconhecimento das Transmissões (BIRT);
(v) Finalmente,em 1993 é criado o Batalhão de Informações e Segurança Militar (BISM), herdeiro das tradições e missões do SRT, BRT e BIRT.
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Guiné 63/74 - P2382: Natal de 2007: Boas Festas do Albano Costa (Guifões, Matosinhos)
Porto, Praça da Liberdade, Árvore de Natal de 2007...
Guiné-Bissau, Novembro de 2000, uma imagem de uma tabanca, algures no interior... Duas imagens que contrastam, cada uma delas com a sua beleza e o seu significado especial (LG).
Fotos: © Albano Costa (2007). Direitos reservados
1. Mensagem do nosso querido amigo e camarada Albano Costa (1):
Caros amigos tertulianos, desejo que tenham umas festas muito felizes junto das vossas famílias e amigos.
Envio um postal que ilustra a árvore de Natal da cidade do Porto e outra imagem do interior da Guiné... Duas imagens, cada uma com a sua beleza.
Um abraço para todos, Albano Costa (1).
____________
Nota de L.G.:
(1) Albano Costa (ex-1º cabo da CCAÇ 4150, Guidaje, 1973/74): vive e trabalha hoje em Guifões, Matosinhos. Se lá forem, procuram a FotoGuifões... O Albano é a gentileza em pessoa e muito popular na sua terra.
Regressou à Guiné em Novembro de 2000, com o filho Hugo Costa (este, por sua vez, voltou lá em 2006). Fala da Guiné com grande paixão e carinho.
Ele já era fotógrafo profissional antes da tropa. Tem um fabuloso álbum fotográfico sobre a Guiné. Em Novembro de 2000, quebradas as últimas resistências psicológicas, voltou à Guiné, agora como simples turista, revisitando sítios por onde estivera vinte e seis anos antes e conhecendo muitos outros de que só ouvira falar... Nessa memorável viagem de 15 dias, com um grupo de camaradas - viagem de que ele não se cansa de falar - , ele não só fez um excelente vídeo (realização, montagem e insorização do Hugo Costa, seu filho, de seis horas!) como tirou muitas e excelentes fotografias que temos vindo a divulgar no nosso blogue.
Guiné-Bissau, Novembro de 2000, uma imagem de uma tabanca, algures no interior... Duas imagens que contrastam, cada uma delas com a sua beleza e o seu significado especial (LG).
Fotos: © Albano Costa (2007). Direitos reservados
1. Mensagem do nosso querido amigo e camarada Albano Costa (1):
Caros amigos tertulianos, desejo que tenham umas festas muito felizes junto das vossas famílias e amigos.
Envio um postal que ilustra a árvore de Natal da cidade do Porto e outra imagem do interior da Guiné... Duas imagens, cada uma com a sua beleza.
Um abraço para todos, Albano Costa (1).
____________
Nota de L.G.:
(1) Albano Costa (ex-1º cabo da CCAÇ 4150, Guidaje, 1973/74): vive e trabalha hoje em Guifões, Matosinhos. Se lá forem, procuram a FotoGuifões... O Albano é a gentileza em pessoa e muito popular na sua terra.
Regressou à Guiné em Novembro de 2000, com o filho Hugo Costa (este, por sua vez, voltou lá em 2006). Fala da Guiné com grande paixão e carinho.
Ele já era fotógrafo profissional antes da tropa. Tem um fabuloso álbum fotográfico sobre a Guiné. Em Novembro de 2000, quebradas as últimas resistências psicológicas, voltou à Guiné, agora como simples turista, revisitando sítios por onde estivera vinte e seis anos antes e conhecendo muitos outros de que só ouvira falar... Nessa memorável viagem de 15 dias, com um grupo de camaradas - viagem de que ele não se cansa de falar - , ele não só fez um excelente vídeo (realização, montagem e insorização do Hugo Costa, seu filho, de seis horas!) como tirou muitas e excelentes fotografias que temos vindo a divulgar no nosso blogue.
Guiné 63/74 - P2381: Diana Andringa, com o teu apoio, podemos ajudar o António Batista, o morto-vivo do Quirafo (Álvaro Basto)
Maia > 21 de Julho de 2007 > O nosso primeiro encontro com o António da Silva Batista (ao centro). À esquerda, o Álvaro Basto, ex-Fur Mil Enf da CART 3492, Xitole, 1971/74) ; à direita, o Paulo Santiago (ex-Alf Mil, cmdt do Pel Caç Nat 53, Saltinho, 1970/72).
Foto: © João Santiago (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem do Álvaro Basto (1):
Cara Diana
O meu nome é Álvaro Basto e sou um tertuliano e camarada do blogue do Luís Graça que, como muitos outros, também fez a guerra do ultramar na Guiné entre 72 e 74 (1).
Estive na Culturgest no lançamento do teu filme (e do Flora), As Duas Faces da Guerra e devo dizer-te que aquelas imagens me emocionaram muito, de tal modo que nem tive coragem para te dar os parabéns pessoalmente (sou de lágrima fácil) (2).
Penso que todos os tertulianos que estiveram presentes, e como viste ainda foram bastantes, comungaram do mesmo sentimento, um sentimento de gratidão para contigo por teres feito o que no fundo todos gostariam de ter feito já, ou seja, pôr o outro lado a falar.
Só por curiosidade, desta vez não me foi possível deslocar do Porto a Lisboa para o lançamento do DVD do filme mas encomendei-o por email no dia 18 à Midas Filmes que num acto de extraordinária eficiência (a que já não estamos habituados), me enviou o filme por correio de tal forma célere que o recebi na manhã do dia 19 ainda antes pois do seu lançamento oficial (3).
Fazendo parte de uma minitertúlia aqui de Matosinhos que todas as quartas se junta para um almoço familiar, depois de almoço viemos todos (e ainda éramos uns 7) para minha casa (re)ver o filme.
Penso que a estas horas as respectivas encomenda de novas cópias se já não chegaram irão chegar em breve à Midas Filmes.
No entanto tomei a liberdade de te escrever para te sondar sobre o teu possível interesse jornalístico de investigação sobre um caso que nos chocou a todos e que já foi abordado embora de forma ligeira no Blogue do Luís Graça. O caso do Morto Vivo (4).
O António Batista, hoje meu amigo, vive amargurado por ter sido um prisioneiro de guerra durante mais de dois anos, ter regressado e verificado que tinha sido dado como morto, tendo visitado o seu própro tumulo (!) e passados estes anos só agora se está a tentar que receba uma pensão a que justamente tem direito.
Ficaram demasiadas perguntas no ar tais como, o que é ou quem é que veio no caixão para cá, se houve troca então e a família do outro nunca se pronunciou, sabendo eu que o médico militar nunca assinou a certidão de óbito dos irreconhecíveis porque é que os serviços do exercito mandaram um caixão com o nome dele para cá (posso provar isso). e muito mais.
Nem imaginas as histórias que o Batista tem, tanto do seu tempo de presídio como do pós-regresso. Sugeria que para uma abordagem inicial lesses o que já foi publicado no blogue sobre este assunto (4) e depois me dissesses alguma coisa, pois eu, além de algum material que recolhi sobre o assunto, tenho uma quase obrigação moral para com aquele homem já que assisti ao reconhecimento dos inúmeros cadáveres dos militares que pereceram na emboscada em que ele foi feito prisioneiro.
Sei que a RTP na altura elaborou alguns trabalhos sobre o assunto e que pelo menos no Telejornal de 16 ou 17 de Setembro de 1974 se fez uma grande menção ao facto. Se tiveres acesso a essas imagens ainda melhor.
Fico a aguardar os teus comentários.
Entretanto desejo-te um Bom Natal e um Ano Novo repleto de sucessos coisas boas para ti e para os teus.
Álvaro Basto
___________
Cara Diana
O meu nome é Álvaro Basto e sou um tertuliano e camarada do blogue do Luís Graça que, como muitos outros, também fez a guerra do ultramar na Guiné entre 72 e 74 (1).
Estive na Culturgest no lançamento do teu filme (e do Flora), As Duas Faces da Guerra e devo dizer-te que aquelas imagens me emocionaram muito, de tal modo que nem tive coragem para te dar os parabéns pessoalmente (sou de lágrima fácil) (2).
Penso que todos os tertulianos que estiveram presentes, e como viste ainda foram bastantes, comungaram do mesmo sentimento, um sentimento de gratidão para contigo por teres feito o que no fundo todos gostariam de ter feito já, ou seja, pôr o outro lado a falar.
Só por curiosidade, desta vez não me foi possível deslocar do Porto a Lisboa para o lançamento do DVD do filme mas encomendei-o por email no dia 18 à Midas Filmes que num acto de extraordinária eficiência (a que já não estamos habituados), me enviou o filme por correio de tal forma célere que o recebi na manhã do dia 19 ainda antes pois do seu lançamento oficial (3).
Fazendo parte de uma minitertúlia aqui de Matosinhos que todas as quartas se junta para um almoço familiar, depois de almoço viemos todos (e ainda éramos uns 7) para minha casa (re)ver o filme.
Penso que a estas horas as respectivas encomenda de novas cópias se já não chegaram irão chegar em breve à Midas Filmes.
No entanto tomei a liberdade de te escrever para te sondar sobre o teu possível interesse jornalístico de investigação sobre um caso que nos chocou a todos e que já foi abordado embora de forma ligeira no Blogue do Luís Graça. O caso do Morto Vivo (4).
O António Batista, hoje meu amigo, vive amargurado por ter sido um prisioneiro de guerra durante mais de dois anos, ter regressado e verificado que tinha sido dado como morto, tendo visitado o seu própro tumulo (!) e passados estes anos só agora se está a tentar que receba uma pensão a que justamente tem direito.
Ficaram demasiadas perguntas no ar tais como, o que é ou quem é que veio no caixão para cá, se houve troca então e a família do outro nunca se pronunciou, sabendo eu que o médico militar nunca assinou a certidão de óbito dos irreconhecíveis porque é que os serviços do exercito mandaram um caixão com o nome dele para cá (posso provar isso). e muito mais.
Nem imaginas as histórias que o Batista tem, tanto do seu tempo de presídio como do pós-regresso. Sugeria que para uma abordagem inicial lesses o que já foi publicado no blogue sobre este assunto (4) e depois me dissesses alguma coisa, pois eu, além de algum material que recolhi sobre o assunto, tenho uma quase obrigação moral para com aquele homem já que assisti ao reconhecimento dos inúmeros cadáveres dos militares que pereceram na emboscada em que ele foi feito prisioneiro.
Sei que a RTP na altura elaborou alguns trabalhos sobre o assunto e que pelo menos no Telejornal de 16 ou 17 de Setembro de 1974 se fez uma grande menção ao facto. Se tiveres acesso a essas imagens ainda melhor.
Fico a aguardar os teus comentários.
Entretanto desejo-te um Bom Natal e um Ano Novo repleto de sucessos coisas boas para ti e para os teus.
Álvaro Basto
___________
Notas dos editores:
(1) Vd. post de 26 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1888: Tabanca Grande (19): Álvaro Basto, ex-Fur Mil Enf, CART 3492/BART 3873 (Xitole, 71/74)
(2) Vd. post de 20 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2197: A nossa Tabanca Grande e As Duas Faces da Guerra (4): Encontro tertuliano no hall da Culturgest na estreia do filme (Luís Graça)
(3) Vd. post de 13 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2348: Convite (1): sessão de lançamento em DVD do filme As Duas Faces da Guerra, 4ª F, 19 Dez 07, na A25A (Diana Andringa)
(4) Vd.posts sobre o António Batista:
Guiné 63/74 - P2371: O Sold António Baptista não constava das listas de PG (Prisioneiros de Guerra) (Virgínio Briote)
28 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2140: Tabanca Grande (35): Notícias do Tony Tavares (CCAÇ 2701) e do António Batista (CCAÇ 3490) (Ayala Botto)
9 de Agosto de 2007> Guiné 63/74 - P2040: No almoço da tertúlia de Matosinhos com o António Batista, o nosso morto-vivo do Quirafo (Paulo Santiago)
30 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P2011: Vamos ajudar o António Batista, ex-Soldado da CCAÇ 3490/BART 3872 (Júlio César / Paulo Santiago / Álvaro Basto / Carlos Vinhal)
26 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1999: Vamos arranjar uma caderneta militar nova para o António Batista (Rui Ferreira / Paulo Santiago)
24 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1990: Carta aberta ao Cor Ayala Botto: O caso Batista: O que fazer para salvar a sua honra militar ? (Paulo Santiago)
22 de Julho de 2007:Guiné 63/74 - P1983: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (1) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)
22 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1985: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (2) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Guiné 63/74 - P2380: Ponham hoje o vosso melhor sorriso para que o mundo se torne um pouco mais bonito (Carlos Vinhal, Luís Graça & Virgínio Briote)
"Amigos e camaradas da Guiné, que em dois anos e meio fizeram esta coisa bonita que é o nosso blogue, ponham hoje um sorriso bonito para que o mundo também se torne um pouco mais bonito".
Ilustração: © Joana Graça (2006)
Amigos & camaradas:
1. Mensagem (natalícia) dos editores do blogue:
Há dias (16 de Dezembro) lançámos para a blogosfera a seguinte mensagem:
Aproxima-se uma data que no TO da Guiné nos era muito cara...Vamos lá a puxar da caneta, ou melhor, das teclas do computador e toca a recordar o melhor ou o pior Natal das nossas vidas... Onde é que eu estava na noite de 24 para 25 de Dezembro de 196.., 197.., algures na Guiné ?... Deve haver para aí muitas estórias (natalícias) por contar... Um Alfa Bravo. Os editores do blogue, Luís Graça, Carlos Vinhal, Virgínio Briote .
A resposta não se fez esperar, a criatividade veio ao de cima, rompendo mais uma vez o dique das memórias e das emoções, contidas durante décadas. Em poucos dias publicámos uma dúzia de estórias, umas mais tristes, outras mais alegres, todas elas comoventes e mostrando a face positiva, solidária e até divertida do tuga que, meio Dom Quixote e meio Sancho Pança, andou pelas matas e bolanhas da Guiné, entre 1963 e 1974 ...
Na véspera do Natal de 2007, os editores do blogue gostariam, entretanto, de formular os seguintes desejos (que transformariam em realidade se eles tivessem uma varinha mágica):
(i) que seja Natal todos os dias, em Lisboa, em Bissau e no resto do mundo;
(ii) que a mensagem natalícia de paz, de justiça, de tolerância e de solidariedade chegue a todo o lado, de Pitões das Júnias a Missirá, do Porto a Bafatá, de Angra do Heroísmo à Florianópolis, da Suécia aos EUA, da Europa a África, de Cabo Verde a Timor, passando por Macau, Angola, Moçambique, São Tomé e Princípe, onde quer que se fale português ou outra língua humana, onde haja irmãos, amigos e camaradas nossos, de todos os credos e grupos étnicos, que raças há só uma;
(iii) que a doença, a solidão, a tristeza e a pobreza não se sentem à mesa da gente, esta noite nem no resto das noites do ano, em Portugal, na Guiné-Bissau e no resto do mundo;
(iv) que esta mensagem possa chegar a todo o lado e possa ser entendida por todo o mundo...
(v) e, por fim, que todos os amigos e camaradas da Guiné, que fazem parte da nossa Tabanca Grande, e todos aqueles que nos espreitam, nos visitam, nos lêem, esteja bem na sua pele, no seu corpo e na sua alma, em paz consigo e com os outros, e sobretudo que continuem a pensar que a vida é bela, e que vale a pena vivê-la, num mundo superlotado e desigual, mas onde todos temos direito a um lugar, minimamente confortável e saudável...
Amigos e camaradas da Guiné, que em dois anos e meio fizeram esta coisa bonita que é o nosso blogue, ponham hoje um sorriso bonito para que o mundo também se torne um pouco mais bonito.
Os editores, Luís Graça, Carlos e Virgínio Briote.
2. Mensagens do pessoal da Tabanca Grande, chegados até à véspera de Natal, à nossa caixa de correio (por ordem alfabética)... A caixa fica aberta por estes dias, sendo actualizada sempre que possível:
Abreu dos Santos:
Um Santo Natal para todos.
Albino Silva:
Caro Camarada Luis Graça, Grande Chefe de Tabanca.
Quero aqui desejar-te um Santo Natal e Próspero Ano Novo,e bem assim como para tua Familia.
Aproveito de enviar Boas Festas para toda a Tabanca Grande,e em especial para aqueles que nos vão aturando no dia a dia ao lançarem as nossas historias naquele nosso Blogue onde todos os dias o visitamos,e todos os dias ficamos a conhecer coisas novas de tantos Camaradas que como nós estiveram no Ultramar,em especial na Guiné,e que para mim continua a ser a minha leitura diária preferida e de bastante interesse para mim,pois além de enviar os meus relatórios,também tenho encontrado outros Camaradas que eram do meu Batalhão,o BCAÇ 2845, e contribuido com outros Camaradas em enviar documentação de suas Companhias,e ainda atender outros com o envio de declarações de uns que foram feridos em combate e de baixas,para efeito de acompanhamento Psicológico e outros.
É evidente que só posso fazer isto porque gentilmente o Comandante do meu Batalhão,o Sr.Coronel Aristides Américo de Araújo Pinheiro,a residir em Lisboa,me havia oferecido a documentação da Unidade com toda a sua História Original, na altura em que escrevi o Livro HISTÓRIA DA UNIDADE DO BAT CAÇ 2845 para dele tirar dados.
Parabéns pelo vosso Trabalho, Esforço e Dedicação, e com a mesma força de vontade continuem a trabalhar assim,pois nós gostamos muito de ler e ver todo um trabalho que admiro,e que nos faz recordar os bons e maus momentos passados na Guiné.
BOAS FESTAS e um Grande Abraço.
Álvaro Basto
Carlos:
(...) O almoço de quarta passada foi o almoço normal. O nosso "almoço das quartas feiras". O de Natal, com toda gente e que por sinal vai ser jantar, irá ser na quinta ou sexta da próxima semana no Vilas, em Leça do Balio. Estamos só à espera que o Luis fale com a familia para marcarmos para quinta ou sexta.
Será um encontro um bocado mais alargado até porque iremos ter a companhia das nossas "donzelas" e, claro, não deixaríamos de te avisar.
(...) Portanto, o nosso jantar de Natal para o qual, cada um irá levar uma pequena lembrança para ser sorteada entre todas, será no Vilas e será ou na quinta ou na sexta da próxima semana, dependendo do que o Luis e a familia decidirem. (...).
Carlos Marques dos Santos:
Luís: Com um abraço desejo-te e à tua família um BOM NATAL e ANO NOVO.
Carlos Vinhal:
Caros Tertulianos e Amigos do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné: Desejo-vos um Bom Natal junto dos vosso familiares e amigos. Que o Novo Ano traga a concretização daquilo que o 2007 deixou por realizar. O vosso amigo e camarada C.V.
Diana Andringa:
Feliz Natal e o melhor 2008 possivel para todos.
Gilda Braz:
A todos os meus Familaires, Amigos e colegas, um Santo e Feliz Natal.
Fernando L.J. Coelho:
Um Feliz Natal e um espectacular Ano Novo... Divirtam-se.
Fernando Franco:
Para todos os tertulianos e familiares cá do rapaz da Intendência: Feliz Natal e Bom Ano Novo, são os meus votos.
Germano Santos:
Caros Luis, Carlos e Virgínio,
Antes que se faça tarde ou que vocês se ausentem para passar o Natal com a família, deixem-me aproveitar a oportunidade para vos desejar a todos e também à vossa família umas Boas Festas, com um Natal cheio de saúde e um Ano Novo, se possível, melhor que este 2007.
Quero aqui deixar também uma palavra de agradecimento pelo excelente trabalho que têm vindo a desenvolver com o nosso blogue.Bem hajam por todo o empenho demonstrado e por nos pôrem em contacto uns com os outros.
Helder Sousa:
Caro amigo e camarada
Ainda não é "o postal de Natal" que te enviarei para te desejar umas "Boas Festas" para ti, tua família e tornar extensivo a todo o pessoal desta imensa comunidade em que se transformou o Blogue, a Tertúlia, a Tabanca Grande.
Através do nosso blogue acabei por concluir que o João Tunes foi meu contemporâneo (embora mais velho) nas "lides associativas" do velho Instituto Industrial de Lisboa. Já trocámos alguns mails, concluímos que ficamos a dever mais esta situação de reencontro ao amigo Luís Graça e que certamente um dia destes nos encontraremos em alguma iniciativa do Blogue!
Agora uma pequena observação. A propósito já não sei de quê (isto da idade....) estava na net à procura de qualquer coisa relacionada com Bula e apareceu-me este endereço http://namitipenabula.blogspot.com/ que me parece ser de uma missão ou qualquer coisa do género e tem a particularidade de ter muitas coisa em italiano.
Sem dúvida que a Guiné ainda tem um largo capital de simpatia, é uma pena que desperdicem tanto pois se conseguissem (sem paternalismos) canalizar todas as boas vontades que existem teriam certamente a possibilidade de um melhor e maior desenvolvimento (...).
Henrique Matos:
(...) Depois disto resta apenas desejar a toda a tertúlia o melhor Natal domundo e que no próximo ano sejam muito felizes. Como sempre com um grande abraço.
Hugo Moura Ferreira:
Natal é quando as pessoas querem,Pena é que o queiram cada vez menos! PAZ e Concórdia acima de tudo trazem-nos a Felicidade. Um Bom Natal para todos e respectivas Famílias
João Carvalho:
Feliz Natal e um Óptimo 2008
Jorge Cabral:
Querido Amigo,
Para ti e todos os Tertulianos, o Bom, o Melhor, o Óptimo!
Estar vivo é já celebrar o Natal!
Abraço Grande
Jorge
José Armando:
Camarada Carlos Vinhal: Por teu intermédio, caro e dedicado editor, e para todos os camaradas tertulianos e respectivas famílias os meus desejos de um Óptimo Natal e o melhor para 2008 !
José (ou Joseph) Belo:
Partir mantenhas: Desta Tabanca congelada de Kiruna (27 graus negativos hoje!), no Norte daSuécia, já bem dentro do Círculo Polar Ártico,um grande abraco para todo o pessoal do mato ,com os votos de FELIZ NATAL e um BOM ANO de 2008 .
José Marftins (através do Carlos Vinhal):
Caros Tertulianos:´Pede-me o nosso camarada José Martins que vos deseje, em seu nome, um Bom Natal e um novo Ano cheio de venturas.
O equipamento dele entrou em dificuldades técnicas, daí a sua impossibilidade de vos contactar. Um abraço, Carlos Vinhal.
José Rodrigues Firmino:
Desejo-vos os melhores momentos nesta época festiva. Que o Natal seja um momento de paz,concórdia e amor e o Ano de 2008 permita concretizar todos vossos desejos.
José Teixeira:
É um prazer dos grandes [estar contigo no jantar de 5ª feira, 27, em Leça do Balio]. Manga di ronco. Para ti e quantos ter são queridos um SANTO NATAL J.Teixeira, Esquilo Sorridente.
Luís Nabais:
Atenção, este ano não há presépio! A vaca está louca, não se consegue segurar nas patas. Os Reis Magos não podem vir, porque os camelos estão no governo.
O Burro não está, porque anda a treinar a seleção. A nossa Senhora e o S. José foram meter os papéis para o rendimento mínimo. A ASAE fechou o estábulo, por falta de condições. O Tribunal de menores, ordenou entregar o menino Jesus ao pai biológico… E antes que me tirem as mensagens de borla, aproveito para Desejar Bom Natal a Todos.
Marrafa:
Ainda que se percam outras coisas ao longo dos anos, mantenhamos o Natal como algum brilhante...Regressemos a nossa fé infantil.Um santo e Feliz Natal.
Paulo Salgado, Conceição e Paula Salgado:
Um simples postal para todos os tertulianos, nele envolvendo o nosso sentido de fraternidade e de solidariedade.
Paulo Santiago:
Abraços com desejos de Bom Natal.
Raul Albino:
Caros editores,
Venho por este meio desejar a toda a tertúlia um Santo Natal e um Novo Ano cheio de saúde e bons empreendimentos bloguistas.
O Luís tem razão ao considerar que alguns dos nossos habituais participantes no blogue têm estado estranhamente silenciosos. No meu caso fiz uma interrupção pontual, para terminar o 2º volume das Memórias de Campanha da CCAÇ 2402, antes do próximo convívio anual (da companhia).
Em Outubro tomei a liberdade de escrever ao Vitor Junqueira, a perguntar-lhe a razão do seu silêncio. Surpreendentemente não obtive qualquer resposta. Esta iniciativa
deveu-se ao facto de, após uma esforçada e bem sucedida organização do convívio em Pombal, o silêncio tinha de ter uma forte razão para acontecer, não pondo de parte a saúde.
Creio que por altura da edição do livro do Beja Santos, nos voltaremos a encontrar, ou, o mais tardar, aquando do próximo convívio em 2008. Então trocaremos impressões sobre a evolução que o blogue tem tido, dando inclusivamente algumas sugestões. A continuação do bom trabalho que vêm executando e umas Boas Festas para todos, são os votos de Raul Albino.
Victor Alves:
Este Natal coma perú !
Ass: Os Bacalhaus
Feliz Natal
Victor Alves (Fur Mil CCAÇ 12, 1971/72)
3. Notícia de mais mails natalícios, com ou sem postais em anexo (que infelizmente não pdoemos reproduzir aqui, por falat de tempo dos editores), fora as mensagens de telemóvel, que nos têm chegado (desde o início de Dezembro). A todos, o nosso obrigado, muito sensibilizado e emocionado. Pedimos perdão a quem, por lapso, não for citado (por exemplo, os amigos e camaradas que usaram os nossos endereços de e-mail pessoais) :
A. Marques Lopes, Artur Conceição, Beja Santos, Carlos Matos de Oliveira, Fernando Chapouto, Francisco Palma, Henrique Cerqueira, Joaquim Almeida (Custóias), Joaquim Mexia Alves, Jorge Matos Sequeira, Jorge Santos, Jorge Teixeira, Manuel Lema Santos, Mário Fitas, Nuno Rubim, Santos Oliveira, Sousa de Castro, Torcato Mendonça, Vitor Condeço, Zélia Neno...
Madalena, Vila Nova de Gaia, 24 de Dezembro de 2007, 23h00. L.G.
Ilustração: © Joana Graça (2006)
Amigos & camaradas:
1. Mensagem (natalícia) dos editores do blogue:
Há dias (16 de Dezembro) lançámos para a blogosfera a seguinte mensagem:
Aproxima-se uma data que no TO da Guiné nos era muito cara...Vamos lá a puxar da caneta, ou melhor, das teclas do computador e toca a recordar o melhor ou o pior Natal das nossas vidas... Onde é que eu estava na noite de 24 para 25 de Dezembro de 196.., 197.., algures na Guiné ?... Deve haver para aí muitas estórias (natalícias) por contar... Um Alfa Bravo. Os editores do blogue, Luís Graça, Carlos Vinhal, Virgínio Briote .
A resposta não se fez esperar, a criatividade veio ao de cima, rompendo mais uma vez o dique das memórias e das emoções, contidas durante décadas. Em poucos dias publicámos uma dúzia de estórias, umas mais tristes, outras mais alegres, todas elas comoventes e mostrando a face positiva, solidária e até divertida do tuga que, meio Dom Quixote e meio Sancho Pança, andou pelas matas e bolanhas da Guiné, entre 1963 e 1974 ...
Na véspera do Natal de 2007, os editores do blogue gostariam, entretanto, de formular os seguintes desejos (que transformariam em realidade se eles tivessem uma varinha mágica):
(i) que seja Natal todos os dias, em Lisboa, em Bissau e no resto do mundo;
(ii) que a mensagem natalícia de paz, de justiça, de tolerância e de solidariedade chegue a todo o lado, de Pitões das Júnias a Missirá, do Porto a Bafatá, de Angra do Heroísmo à Florianópolis, da Suécia aos EUA, da Europa a África, de Cabo Verde a Timor, passando por Macau, Angola, Moçambique, São Tomé e Princípe, onde quer que se fale português ou outra língua humana, onde haja irmãos, amigos e camaradas nossos, de todos os credos e grupos étnicos, que raças há só uma;
(iii) que a doença, a solidão, a tristeza e a pobreza não se sentem à mesa da gente, esta noite nem no resto das noites do ano, em Portugal, na Guiné-Bissau e no resto do mundo;
(iv) que esta mensagem possa chegar a todo o lado e possa ser entendida por todo o mundo...
(v) e, por fim, que todos os amigos e camaradas da Guiné, que fazem parte da nossa Tabanca Grande, e todos aqueles que nos espreitam, nos visitam, nos lêem, esteja bem na sua pele, no seu corpo e na sua alma, em paz consigo e com os outros, e sobretudo que continuem a pensar que a vida é bela, e que vale a pena vivê-la, num mundo superlotado e desigual, mas onde todos temos direito a um lugar, minimamente confortável e saudável...
Amigos e camaradas da Guiné, que em dois anos e meio fizeram esta coisa bonita que é o nosso blogue, ponham hoje um sorriso bonito para que o mundo também se torne um pouco mais bonito.
Os editores, Luís Graça, Carlos e Virgínio Briote.
2. Mensagens do pessoal da Tabanca Grande, chegados até à véspera de Natal, à nossa caixa de correio (por ordem alfabética)... A caixa fica aberta por estes dias, sendo actualizada sempre que possível:
Abreu dos Santos:
Um Santo Natal para todos.
Albino Silva:
Caro Camarada Luis Graça, Grande Chefe de Tabanca.
Quero aqui desejar-te um Santo Natal e Próspero Ano Novo,e bem assim como para tua Familia.
Aproveito de enviar Boas Festas para toda a Tabanca Grande,e em especial para aqueles que nos vão aturando no dia a dia ao lançarem as nossas historias naquele nosso Blogue onde todos os dias o visitamos,e todos os dias ficamos a conhecer coisas novas de tantos Camaradas que como nós estiveram no Ultramar,em especial na Guiné,e que para mim continua a ser a minha leitura diária preferida e de bastante interesse para mim,pois além de enviar os meus relatórios,também tenho encontrado outros Camaradas que eram do meu Batalhão,o BCAÇ 2845, e contribuido com outros Camaradas em enviar documentação de suas Companhias,e ainda atender outros com o envio de declarações de uns que foram feridos em combate e de baixas,para efeito de acompanhamento Psicológico e outros.
É evidente que só posso fazer isto porque gentilmente o Comandante do meu Batalhão,o Sr.Coronel Aristides Américo de Araújo Pinheiro,a residir em Lisboa,me havia oferecido a documentação da Unidade com toda a sua História Original, na altura em que escrevi o Livro HISTÓRIA DA UNIDADE DO BAT CAÇ 2845 para dele tirar dados.
Parabéns pelo vosso Trabalho, Esforço e Dedicação, e com a mesma força de vontade continuem a trabalhar assim,pois nós gostamos muito de ler e ver todo um trabalho que admiro,e que nos faz recordar os bons e maus momentos passados na Guiné.
BOAS FESTAS e um Grande Abraço.
Álvaro Basto
Carlos:
(...) O almoço de quarta passada foi o almoço normal. O nosso "almoço das quartas feiras". O de Natal, com toda gente e que por sinal vai ser jantar, irá ser na quinta ou sexta da próxima semana no Vilas, em Leça do Balio. Estamos só à espera que o Luis fale com a familia para marcarmos para quinta ou sexta.
Será um encontro um bocado mais alargado até porque iremos ter a companhia das nossas "donzelas" e, claro, não deixaríamos de te avisar.
(...) Portanto, o nosso jantar de Natal para o qual, cada um irá levar uma pequena lembrança para ser sorteada entre todas, será no Vilas e será ou na quinta ou na sexta da próxima semana, dependendo do que o Luis e a familia decidirem. (...).
Carlos Marques dos Santos:
Luís: Com um abraço desejo-te e à tua família um BOM NATAL e ANO NOVO.
Carlos Vinhal:
Caros Tertulianos e Amigos do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné: Desejo-vos um Bom Natal junto dos vosso familiares e amigos. Que o Novo Ano traga a concretização daquilo que o 2007 deixou por realizar. O vosso amigo e camarada C.V.
Diana Andringa:
Feliz Natal e o melhor 2008 possivel para todos.
Gilda Braz:
A todos os meus Familaires, Amigos e colegas, um Santo e Feliz Natal.
Fernando L.J. Coelho:
Um Feliz Natal e um espectacular Ano Novo... Divirtam-se.
Fernando Franco:
Para todos os tertulianos e familiares cá do rapaz da Intendência: Feliz Natal e Bom Ano Novo, são os meus votos.
Germano Santos:
Caros Luis, Carlos e Virgínio,
Antes que se faça tarde ou que vocês se ausentem para passar o Natal com a família, deixem-me aproveitar a oportunidade para vos desejar a todos e também à vossa família umas Boas Festas, com um Natal cheio de saúde e um Ano Novo, se possível, melhor que este 2007.
Quero aqui deixar também uma palavra de agradecimento pelo excelente trabalho que têm vindo a desenvolver com o nosso blogue.Bem hajam por todo o empenho demonstrado e por nos pôrem em contacto uns com os outros.
Helder Sousa:
Caro amigo e camarada
Ainda não é "o postal de Natal" que te enviarei para te desejar umas "Boas Festas" para ti, tua família e tornar extensivo a todo o pessoal desta imensa comunidade em que se transformou o Blogue, a Tertúlia, a Tabanca Grande.
Através do nosso blogue acabei por concluir que o João Tunes foi meu contemporâneo (embora mais velho) nas "lides associativas" do velho Instituto Industrial de Lisboa. Já trocámos alguns mails, concluímos que ficamos a dever mais esta situação de reencontro ao amigo Luís Graça e que certamente um dia destes nos encontraremos em alguma iniciativa do Blogue!
Agora uma pequena observação. A propósito já não sei de quê (isto da idade....) estava na net à procura de qualquer coisa relacionada com Bula e apareceu-me este endereço http://namitipenabula.blogspot.com/ que me parece ser de uma missão ou qualquer coisa do género e tem a particularidade de ter muitas coisa em italiano.
Sem dúvida que a Guiné ainda tem um largo capital de simpatia, é uma pena que desperdicem tanto pois se conseguissem (sem paternalismos) canalizar todas as boas vontades que existem teriam certamente a possibilidade de um melhor e maior desenvolvimento (...).
Henrique Matos:
(...) Depois disto resta apenas desejar a toda a tertúlia o melhor Natal domundo e que no próximo ano sejam muito felizes. Como sempre com um grande abraço.
Hugo Moura Ferreira:
Natal é quando as pessoas querem,Pena é que o queiram cada vez menos! PAZ e Concórdia acima de tudo trazem-nos a Felicidade. Um Bom Natal para todos e respectivas Famílias
João Carvalho:
Feliz Natal e um Óptimo 2008
Jorge Cabral:
Querido Amigo,
Para ti e todos os Tertulianos, o Bom, o Melhor, o Óptimo!
Estar vivo é já celebrar o Natal!
Abraço Grande
Jorge
José Armando:
Camarada Carlos Vinhal: Por teu intermédio, caro e dedicado editor, e para todos os camaradas tertulianos e respectivas famílias os meus desejos de um Óptimo Natal e o melhor para 2008 !
José (ou Joseph) Belo:
Partir mantenhas: Desta Tabanca congelada de Kiruna (27 graus negativos hoje!), no Norte daSuécia, já bem dentro do Círculo Polar Ártico,um grande abraco para todo o pessoal do mato ,com os votos de FELIZ NATAL e um BOM ANO de 2008 .
José Marftins (através do Carlos Vinhal):
Caros Tertulianos:´Pede-me o nosso camarada José Martins que vos deseje, em seu nome, um Bom Natal e um novo Ano cheio de venturas.
O equipamento dele entrou em dificuldades técnicas, daí a sua impossibilidade de vos contactar. Um abraço, Carlos Vinhal.
José Rodrigues Firmino:
Desejo-vos os melhores momentos nesta época festiva. Que o Natal seja um momento de paz,concórdia e amor e o Ano de 2008 permita concretizar todos vossos desejos.
José Teixeira:
É um prazer dos grandes [estar contigo no jantar de 5ª feira, 27, em Leça do Balio]. Manga di ronco. Para ti e quantos ter são queridos um SANTO NATAL J.Teixeira, Esquilo Sorridente.
Luís Nabais:
Atenção, este ano não há presépio! A vaca está louca, não se consegue segurar nas patas. Os Reis Magos não podem vir, porque os camelos estão no governo.
O Burro não está, porque anda a treinar a seleção. A nossa Senhora e o S. José foram meter os papéis para o rendimento mínimo. A ASAE fechou o estábulo, por falta de condições. O Tribunal de menores, ordenou entregar o menino Jesus ao pai biológico… E antes que me tirem as mensagens de borla, aproveito para Desejar Bom Natal a Todos.
Marrafa:
Ainda que se percam outras coisas ao longo dos anos, mantenhamos o Natal como algum brilhante...Regressemos a nossa fé infantil.Um santo e Feliz Natal.
Paulo Salgado, Conceição e Paula Salgado:
Um simples postal para todos os tertulianos, nele envolvendo o nosso sentido de fraternidade e de solidariedade.
Paulo Santiago:
Abraços com desejos de Bom Natal.
Raul Albino:
Caros editores,
Venho por este meio desejar a toda a tertúlia um Santo Natal e um Novo Ano cheio de saúde e bons empreendimentos bloguistas.
O Luís tem razão ao considerar que alguns dos nossos habituais participantes no blogue têm estado estranhamente silenciosos. No meu caso fiz uma interrupção pontual, para terminar o 2º volume das Memórias de Campanha da CCAÇ 2402, antes do próximo convívio anual (da companhia).
Em Outubro tomei a liberdade de escrever ao Vitor Junqueira, a perguntar-lhe a razão do seu silêncio. Surpreendentemente não obtive qualquer resposta. Esta iniciativa
deveu-se ao facto de, após uma esforçada e bem sucedida organização do convívio em Pombal, o silêncio tinha de ter uma forte razão para acontecer, não pondo de parte a saúde.
Creio que por altura da edição do livro do Beja Santos, nos voltaremos a encontrar, ou, o mais tardar, aquando do próximo convívio em 2008. Então trocaremos impressões sobre a evolução que o blogue tem tido, dando inclusivamente algumas sugestões. A continuação do bom trabalho que vêm executando e umas Boas Festas para todos, são os votos de Raul Albino.
Victor Alves:
Este Natal coma perú !
Ass: Os Bacalhaus
Feliz Natal
Victor Alves (Fur Mil CCAÇ 12, 1971/72)
3. Notícia de mais mails natalícios, com ou sem postais em anexo (que infelizmente não pdoemos reproduzir aqui, por falat de tempo dos editores), fora as mensagens de telemóvel, que nos têm chegado (desde o início de Dezembro). A todos, o nosso obrigado, muito sensibilizado e emocionado. Pedimos perdão a quem, por lapso, não for citado (por exemplo, os amigos e camaradas que usaram os nossos endereços de e-mail pessoais) :
A. Marques Lopes, Artur Conceição, Beja Santos, Carlos Matos de Oliveira, Fernando Chapouto, Francisco Palma, Henrique Cerqueira, Joaquim Almeida (Custóias), Joaquim Mexia Alves, Jorge Matos Sequeira, Jorge Santos, Jorge Teixeira, Manuel Lema Santos, Mário Fitas, Nuno Rubim, Santos Oliveira, Sousa de Castro, Torcato Mendonça, Vitor Condeço, Zélia Neno...
Madalena, Vila Nova de Gaia, 24 de Dezembro de 2007, 23h00. L.G.
Guiné 63/74 - P2379: O meu Natal no mato (12): Mansoa, 1971: Uma de caixão à cova... para esquecer o horror (Germano Santos)
1. Mensagem do Germano Santos:
Caros Editores,
Antes de mais, votos de que tudo esteja a correr bem convosco e com os vossos familiares.
Está a escrever para o blogue alguém que até hoje só por uma vez bebeu uísque. E fê-lo exactamente na noite de 24 para 25 de Dezembro de 1971, na longínqua Mansoa, tendo apanhado uma bebedeira de caixão à cova.
Nunca mais mais, até hoje, voltei a ficar embriagado e, como já disse, nunca mais voltei a beber uísque. Nem sequer o seu cheiro suporto, quanto mais o seu sabor. E a razão dessa ingestão e bebedeira de uísque ficou a dever-se a uma situação muito grave e lamentável a que assisti parcialmente.
Já não me recordo que horas eram, mas estaríamos muito próximo da meia-noite de 24 para 25 de Dezembro de 1971, quando um ou dois helicópteros aterraram de urgência na pista de Mansoa para evacuar uns seis militares gravemente feridos em Mansabá. Como sabem, Mansabá dista cerca de 30 Kilómetros de Mansoa e os feridos foram transportados por via terrestre de Mansabá para Mansoa a fim de serem evacuados para o Hospital de Bissau.
O que é que tinha acontecido ? Segundo me disseram, exactamente por ser véspera de Natal, um grupo de camaradas nossos, talvez fartos da guerra que viviam e que não queriam, e ainda pelas saudades dos seus familiares, que nestas épocas são sempre mais fortes, quer estejamos na guerra quer estejamos noutro lado qualquer, pôs-se a brincar com granadas, atirando-as ao ar, até que uma delas levou a sua missão até ao fim e explodíu.
Estive a assistir à transferência deles para os helicópteros e vi cenas que preferia nunca ter visto na minha vida. O estado de todos eles era gravíssimo e ainda hoje me interrogo se algum escapou.
Também não sei qual era a Companhia que na altura estava em Mansabá, sei sim que não era nenhuma companhia do meu batalhão.
Do que vi e que não queria ver nunca, resultou a minha única incursão pelo uísque e também a minha única bebedeira da vida. Foi uma noite muito difícil de passar, podem crer.
Um abraço e votos de Boas Festas e um Feliz Natal para todos os tertulianos camaradas da Guiné.
Germano Santos
Op Cripto da CCAÇ 3305 do BCAÇ 3832
Caros Editores,
Antes de mais, votos de que tudo esteja a correr bem convosco e com os vossos familiares.
Está a escrever para o blogue alguém que até hoje só por uma vez bebeu uísque. E fê-lo exactamente na noite de 24 para 25 de Dezembro de 1971, na longínqua Mansoa, tendo apanhado uma bebedeira de caixão à cova.
Nunca mais mais, até hoje, voltei a ficar embriagado e, como já disse, nunca mais voltei a beber uísque. Nem sequer o seu cheiro suporto, quanto mais o seu sabor. E a razão dessa ingestão e bebedeira de uísque ficou a dever-se a uma situação muito grave e lamentável a que assisti parcialmente.
Já não me recordo que horas eram, mas estaríamos muito próximo da meia-noite de 24 para 25 de Dezembro de 1971, quando um ou dois helicópteros aterraram de urgência na pista de Mansoa para evacuar uns seis militares gravemente feridos em Mansabá. Como sabem, Mansabá dista cerca de 30 Kilómetros de Mansoa e os feridos foram transportados por via terrestre de Mansabá para Mansoa a fim de serem evacuados para o Hospital de Bissau.
O que é que tinha acontecido ? Segundo me disseram, exactamente por ser véspera de Natal, um grupo de camaradas nossos, talvez fartos da guerra que viviam e que não queriam, e ainda pelas saudades dos seus familiares, que nestas épocas são sempre mais fortes, quer estejamos na guerra quer estejamos noutro lado qualquer, pôs-se a brincar com granadas, atirando-as ao ar, até que uma delas levou a sua missão até ao fim e explodíu.
Estive a assistir à transferência deles para os helicópteros e vi cenas que preferia nunca ter visto na minha vida. O estado de todos eles era gravíssimo e ainda hoje me interrogo se algum escapou.
Também não sei qual era a Companhia que na altura estava em Mansabá, sei sim que não era nenhuma companhia do meu batalhão.
Do que vi e que não queria ver nunca, resultou a minha única incursão pelo uísque e também a minha única bebedeira da vida. Foi uma noite muito difícil de passar, podem crer.
Um abraço e votos de Boas Festas e um Feliz Natal para todos os tertulianos camaradas da Guiné.
Germano Santos
Op Cripto da CCAÇ 3305 do BCAÇ 3832
Guiné 63/74 - P2378: O meu Natal no mato (11): Saltinho, 1972: O melhor bolo rei que comi até hoje, o da avó Clementina (Paulo Santiago)
1. Mensagem do Paulo Santiago, com data de 19 de Dezembro:
Tinha chegado à Guiné em Outubro. Com a aproximação do Natal,na época não era o hino ao consumismo que hoje se verifica,sentia-me triste e acrabunhado. As saudades dos meus pais e irmã apertavam-me o coração.
No Saltinho na noite de Consoada, apesar do bacalhau com batatas bem regado, notava-se que todos tinham o pensamento a muitos quilómetros de distância.
No dia 25 de manhã chegou um heli com o Gen Spínola que desejou as Boas Festas ao pessoal da CCAÇ 2701 e do Pel Caç Nat 53. O astral continuou em baixo.
Na semana a seguir ao Natal, recebi uma carta do meu Pai,onde me informava das saudades que tinham sentido naquela quadra e, para as minorar, o meu lugar à mesa, na noite de 24, tinha sido ocupado por um meu conterrâneo, doente e sem família. Senti isto como uma bela prenda de Natal, oferecida pelo meu saudoso Pai.
Como já referi em memórias anteriores, em 1971, apanhei boleia em 24 de Dezembro, no heli do Spínola de Bambadinca, onde estava desde Outubro, para o Saltinho onde passei mais um Natal com os meus camaradas do 53 e da 2701. Em 6 de Janeiro de 1972, dia em que fiz 24 anos, regressei a Bambadinca, via Bissau.
A minha avó Clementina, avó materna, resolveu enviar-me, por encomenda postal, um bolo-rei, dirigido para o SPM de Bambadinca. Como chegou após o dia 24, reenviaram-no para o SPM 3948 (era do Pel Caç Nat 53). Chegou ao Saltinho, já tinha vindo eu para Bissau. Reenviaram a encomenda para Bambadinca, acabando por receber o bolo-rei em meados de Janeiro.
Estava duríssimo, mas...foi o melhor bolo-rei que comi até hoje.
Abraço com desejos de BOM NATAL
Paulo Santiago
Tinha chegado à Guiné em Outubro. Com a aproximação do Natal,na época não era o hino ao consumismo que hoje se verifica,sentia-me triste e acrabunhado. As saudades dos meus pais e irmã apertavam-me o coração.
No Saltinho na noite de Consoada, apesar do bacalhau com batatas bem regado, notava-se que todos tinham o pensamento a muitos quilómetros de distância.
No dia 25 de manhã chegou um heli com o Gen Spínola que desejou as Boas Festas ao pessoal da CCAÇ 2701 e do Pel Caç Nat 53. O astral continuou em baixo.
Na semana a seguir ao Natal, recebi uma carta do meu Pai,onde me informava das saudades que tinham sentido naquela quadra e, para as minorar, o meu lugar à mesa, na noite de 24, tinha sido ocupado por um meu conterrâneo, doente e sem família. Senti isto como uma bela prenda de Natal, oferecida pelo meu saudoso Pai.
Como já referi em memórias anteriores, em 1971, apanhei boleia em 24 de Dezembro, no heli do Spínola de Bambadinca, onde estava desde Outubro, para o Saltinho onde passei mais um Natal com os meus camaradas do 53 e da 2701. Em 6 de Janeiro de 1972, dia em que fiz 24 anos, regressei a Bambadinca, via Bissau.
A minha avó Clementina, avó materna, resolveu enviar-me, por encomenda postal, um bolo-rei, dirigido para o SPM de Bambadinca. Como chegou após o dia 24, reenviaram-no para o SPM 3948 (era do Pel Caç Nat 53). Chegou ao Saltinho, já tinha vindo eu para Bissau. Reenviaram a encomenda para Bambadinca, acabando por receber o bolo-rei em meados de Janeiro.
Estava duríssimo, mas...foi o melhor bolo-rei que comi até hoje.
Abraço com desejos de BOM NATAL
Paulo Santiago
domingo, 23 de dezembro de 2007
Guiné 63/74 - P2377: Em busca de ... (13): Malta da CCAÇ 11, Paunca, 1970/72 (Jaime Antunes)
Guiné > Zona Leste > Paunca > CCAÇ 11 > Pós 25 de Abril de 1974 > Confraternização entre o Fur Mil Op Esp J Casimiro Carvalho e um guerrilheiro do PAIGC, apontador de RPG (1).
Foto: © José Casimiro Carvalho (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem de Jaime Antunes, a quem saudamos e convidamos a integrar a nossa Tabanca Grande:
Caros amigos,
Nestas coisas da vida há recordações que sempre perduram. Como muitos dos Portugueses, na minha juventude, também estive em África. Por uma escolha do Senhor Ganeral Spínola, 25 Milicianos, no dia 20 de Novembro de 1970, embarcaram no navio Ana Mafalda com destino ao CTIG. Todos classificados nos primeiros lugares dos cursos. Esta situação levantou-nos muitas dúvidas que foram esclarecidas à nossa chegada ao QG. Tínhamos sido selecionados para integrar uma Companhia de Africanos... a CCART 11. Posteriormente e porque uma Companhia de Artilharia... não era ... uma Companhia de Infantaria... o Senhor General ... passou a CCAÇ 11 para que já não houvesse reclamações quanto às constantes saídas de Paunca (1) para ir reforçar outras zonas.
Fui colocado no 4º Pelotão e ... cheguei em Novembro de 1970 e fui rendido em Setembro de 1972.
Mantenho contacto com alguns dos elementos que estiveram nessa altura na CCAÇ 11 mas faltam outros que lhe perdemos o rasto. Manifesto aminha disponibilidade para conseguir reunir mais alguns camaradas.
Jaime Antunes
___________
Nota de L.G.:
(1) Sobre Paunca e a CCAÇ 11, vd. posts de:
25 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1625: José Casimiro Carvalho, dos Piratas de Guileje (CCAV 8350) aos Lacraus de Paunca (CCAÇ 11)
30 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1636: Álbum das Glórias (10): Paunca, CCAÇ 11: Com o PAIGC, depois do 25 de Abril de 1974 (J. Casimiro Carvalho)
Recorde-se que a CCAÇ 11 (recruta, instrução de especialidade e IAO) foi formada em Contuboel.
Sobre esta unidade formada a partir da CART 11/CART 2479, há já também diversos posts (uma parte dos quais da autoria do meu amigo Renato Monteiro):
23 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P899: Diga se me ouve, escuto! (Renato Monteiro)
23 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P898: Saudades do meu amigo Renato Monteiro (CART 2479/CART 11, Contuboel, Maio/Junho de 1969)
28 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P1001: Estórias de Contuboel (i): recepção dos instruendos (Renato Monteiro, CART 2479 / CART 11, 1969)
30 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P1005: Estórias de Contuboel (ii): segundo pelotão (Renato Monteiro, CART 2479 / CART 11, 1969)
1 de Agosto de 2006 > Guiné 63/74 - P1015: CART 2479, CART 11 e CCAÇ 11 (Zona Leste, Gabu, subsector de Paunca)
Foto: © José Casimiro Carvalho (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem de Jaime Antunes, a quem saudamos e convidamos a integrar a nossa Tabanca Grande:
Caros amigos,
Nestas coisas da vida há recordações que sempre perduram. Como muitos dos Portugueses, na minha juventude, também estive em África. Por uma escolha do Senhor Ganeral Spínola, 25 Milicianos, no dia 20 de Novembro de 1970, embarcaram no navio Ana Mafalda com destino ao CTIG. Todos classificados nos primeiros lugares dos cursos. Esta situação levantou-nos muitas dúvidas que foram esclarecidas à nossa chegada ao QG. Tínhamos sido selecionados para integrar uma Companhia de Africanos... a CCART 11. Posteriormente e porque uma Companhia de Artilharia... não era ... uma Companhia de Infantaria... o Senhor General ... passou a CCAÇ 11 para que já não houvesse reclamações quanto às constantes saídas de Paunca (1) para ir reforçar outras zonas.
Fui colocado no 4º Pelotão e ... cheguei em Novembro de 1970 e fui rendido em Setembro de 1972.
Mantenho contacto com alguns dos elementos que estiveram nessa altura na CCAÇ 11 mas faltam outros que lhe perdemos o rasto. Manifesto aminha disponibilidade para conseguir reunir mais alguns camaradas.
Jaime Antunes
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Nota de L.G.:
(1) Sobre Paunca e a CCAÇ 11, vd. posts de:
25 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1625: José Casimiro Carvalho, dos Piratas de Guileje (CCAV 8350) aos Lacraus de Paunca (CCAÇ 11)
30 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1636: Álbum das Glórias (10): Paunca, CCAÇ 11: Com o PAIGC, depois do 25 de Abril de 1974 (J. Casimiro Carvalho)
Recorde-se que a CCAÇ 11 (recruta, instrução de especialidade e IAO) foi formada em Contuboel.
Sobre esta unidade formada a partir da CART 11/CART 2479, há já também diversos posts (uma parte dos quais da autoria do meu amigo Renato Monteiro):
23 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P899: Diga se me ouve, escuto! (Renato Monteiro)
23 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P898: Saudades do meu amigo Renato Monteiro (CART 2479/CART 11, Contuboel, Maio/Junho de 1969)
28 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P1001: Estórias de Contuboel (i): recepção dos instruendos (Renato Monteiro, CART 2479 / CART 11, 1969)
30 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P1005: Estórias de Contuboel (ii): segundo pelotão (Renato Monteiro, CART 2479 / CART 11, 1969)
1 de Agosto de 2006 > Guiné 63/74 - P1015: CART 2479, CART 11 e CCAÇ 11 (Zona Leste, Gabu, subsector de Paunca)
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