1. O nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, que foi Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os morcegos de Mampatá", Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71, vive na margem sul do Rio Tejo – Setúbal -, e apesar de ter a sua vida muito ocupada, arranja tempo para fazer vigílias nocturnas pelas ruas de Lisboa, afim de prestar o auxílio possível aos ex-Combatentes (sem abrigo), muitos deles a sofrerem de stress pós-traumático de guerra.
É sobre o desenvolvimento deste seu trabalho extraordinário, e a sua dramática e dolorosa experiência e apreciação desta causa, que abraçou e acarinha, que nos enviou duas mensagens, com data de 09 de Agosto de 2009:
Camaradas,
Gostaria que este texto, na medida do possível, fosse publicada em poste, pois isto que a seguir vou cantar não são estórias… são tristes realidades.
Como o camarada Sargento-Mor (Luís Graça) ainda está nas suas merecidas férias, e o nosso camarada Sargento de Dia (Carlos Vinhal), anda muito ocupado a pôr a nossa Companhia a fazer ordem unida, uma vez que tem havido camaradas que andam a trocar o passo.
Só me resta o Sargento de Ronda (Magalhães Ribeiro), que apesar de estar também em férias, lá vai fazendo a ronda pelo “quartel” (Tabanca Grande).
Sendo eu Cabo do Piquete ontem, Sábado, como já vem sendo hábito à algum tempo a esta parte, fiz a minha vigília social (que incluiu uma sortida à cidade de Lisboa), integrado numa associação de voluntários bem conhecida, que presta assistência aos mais desprotegidos - “sem abrigo” -, onde, infelizmente, se encontram muitos Camaradas nossos ex-militares Veteranos de Guerra, padecendo de stress pós-traumático de guerra, muitos deles da frente da Guiné.
OS SEM ABRIGO E O STRESS PÓS-TRAUMÁTICO
É sobre o desenvolvimento deste seu trabalho extraordinário, e a sua dramática e dolorosa experiência e apreciação desta causa, que abraçou e acarinha, que nos enviou duas mensagens, com data de 09 de Agosto de 2009:
Camaradas,
Gostaria que este texto, na medida do possível, fosse publicada em poste, pois isto que a seguir vou cantar não são estórias… são tristes realidades.
Como o camarada Sargento-Mor (Luís Graça) ainda está nas suas merecidas férias, e o nosso camarada Sargento de Dia (Carlos Vinhal), anda muito ocupado a pôr a nossa Companhia a fazer ordem unida, uma vez que tem havido camaradas que andam a trocar o passo.
Só me resta o Sargento de Ronda (Magalhães Ribeiro), que apesar de estar também em férias, lá vai fazendo a ronda pelo “quartel” (Tabanca Grande).
Sendo eu Cabo do Piquete ontem, Sábado, como já vem sendo hábito à algum tempo a esta parte, fiz a minha vigília social (que incluiu uma sortida à cidade de Lisboa), integrado numa associação de voluntários bem conhecida, que presta assistência aos mais desprotegidos - “sem abrigo” -, onde, infelizmente, se encontram muitos Camaradas nossos ex-militares Veteranos de Guerra, padecendo de stress pós-traumático de guerra, muitos deles da frente da Guiné.
OS SEM ABRIGO E O STRESS PÓS-TRAUMÁTICO
Como sempre, e após estas missões, fico agoniado, envergonhado deste país e com uma revolta interior enorme, difícil de debelar, por não poder resolver os graves problemas de degradação da condição humana que me são dados a observar.
Quem tinha por obrigação de o fazer, não o faz e, pior no meu ponto de vista, trata este grave problema nacional como se o mesmo não existisse.
O Exército Português, anda a proceder ao desmantelamento de um grande número das suas unidades. Ainda agora, o R.I. 11 de Setúbal, foi convertido na Escola Hoteleira de Setúbal (suas novas instalações). Não poderia, ou deveria, uma destas suas instalações servir para oferecer abrigo aos nossos infelizes Camaradas.
Isto seria o mínimo exigível a colocar o mais rapidamente na prática, enquanto não é tarde demais.
Os ex-Combatentes mais novos da Guerra do Ultramar têm 55/56 anos de idade, os mais velhos contam com 69/70 e mais anos de idade.
Um desconhecido número deles está doente.
NÃO SÃO ESTÓRIAS… SÃO REALIDADES!
É hoje uma triste realidade, infelizmente, as centenas de ex-Camaradas nossos que vivem na rua sofrendo do chamado Stress Pós-Traumático de Guerra.
Existem cerca de 150.000 antigos combatentes confirmados, por diversas instituições, a tomar fármacos para minorar os efeitos desta terrível doença. Quem o afirma é o presidente da A.P.V.G. (Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra) - Sr. Augusto de Freitas (médico). Mais afirma que existem centenas de camaradas nossos a viver precariamente e alguns a “rastejarem” e sobreviverem nas ruas, sem qualquer protecção ou abrigo.
Apesar do assunto ter já sido por diversas vezes debatido na Assembleia da República, e terem sido criados, por despachos, os Decretos-Lei 50/2000 de 7 de Abril, 35/99 de 5 de Fevereiro, 157/99 de 10 de Maio, criada a Lei 46/99 de 16 de Junho e a publicação em Diário da República - 2.ª série de 5/8/2004, do despacho conjunto MDN e MS sobre o Stress de Guerra e o seu Reconhecimento, a verdade é que pouco, ou nenhum, resultados práticos têm dado esta legislação toda.
O apoio aos nossos camaradas continua a ser prestado por Homens de Boa Vontade e por Instituições Beneméritas, com as suas melhores organizações como: L.C., A.P.V.G., L.B.V., M. S.V., S.C.M., O C.A.M.P.S., O C.E.A.M.P.S., A.P.O.I.A.R. e CAIS, entre outras espalhadas pelo Pais.
No dia 25 de Maio 2009, realizou-se na Liga de Combatentes um encontro de reflexão sobre a situação dos nossos Camaradas “sem abrigo”, com a presença do Sr. General Joaquim Chito Rodrigues, onde foi delineado o apoio a prestar a estes nossos Camaradas e a " Estratégia Nacional Para a Integração de Pessoas Sem Abrigo (2009/2015).
Segundo os estudos da Drª. Luisa Sales do Hospital Militar de Coimbra, sobre esta matéria, apresentado no âmbito do Congresso Nacional de Psiquiatria e Saúde Mental, foi referido que os sintomas de “stress” de guerra, pode manifestar-se ao fim de 30 anos, bastando para isso o simples ouvir de noticiários sobre qualquer guerra, sons de helicópteros, tiros ou explosões.
As alterações do sono são os sintomas mais frequentes no stress pós-traumático, causado por factores diversos como: ferimentos em combate, morte de camaradas, emboscadas, privação de necessidades básicas e vivencia de uma situação de prisioneiro de guerra.
Tudo isto são situações que quase todos nós vivemos.
Os nossos governantes limitam-se a decretar. Lavam assim as mãos como Pilatos e agora… desenrasquem-se como sempre fizeram pela vida fora!
Isto não é justo. Por isso é que apelo a todos para que invadam os sites e e-mails destes senhores, com petições, umas atrás das outras, em prol dos nossos camaradas “sem abrigo”.
Muitos já faleceram sem qualquer tipo de apoio… abandonados à sua sorte.
Por isto, deixo aqui um apelo à nossa Tabanca Grande e a todos os nossos Camaradas de boa vontade, que com dirijam mensagens aos nossos governantes, de demonstração de repúdio e revolta pela manutenção desta lamentável situação
Se cada um de nós enviar um e-mail e dermos conhecimento a outros nossos Camaradas, para que façam o mesmo, seremos milhares a “massacrar-lhes” as consciências.
Não nos podemos esquecer que a unidade faz a força, e a NET é uma arma poderosa.
Não temos nada a perder, a não ser os remorsos de baixarmos os braços e abandonarmos esta digna e nobre luta.
Seguem os sites e e-mails das entidades a visar:
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
(O mesmo contem um espaço de comunicação)
PRIMEIRO MINISTRO
Correio electrónico: pm@pm.gov.pt
Página Int. Primeiro Ministro
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Procurar local Presidente
" " Grupos Parlamentares
MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL
Procurar MDN
Ou, antigos.combatentes@defesa.pt
ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO
Chefe Estado-Maior do Exército
ceme@mail.exército.pt
Não se esqueçam que somos um exército de 900.000 ex-Combatentes, se pelo menos 1/9 de nós fizer este gesto, seremos a maior manifestação no género no país.
O objectivo é fazermos tal bombardeamento às suas tabancas, que os mesmos sejam obrigados a vir ao terreno, conferenciar com as nossas instituições para a resolução do problema.
Força camaradas!
Um abraço,
Mário Pinto
Fur Mil At Art
Fotos: © José Félix (2009). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:
(*) Vd. último poste desta série em:
(*) Vd. último poste desta série em:
6 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4798: Estórias do Mário Pinto (8): “Operação "NOVO RUMO"