No regresso da Guiné
No regresso dissemos: "E Vieram todos!"
O regresso do BCAÇ 3872 à zona de Bissau, oriundo do Leste da Guiné (Galomaro, Dulombi, Cancolim e Saltinho), deu-se no dia 9 de Março de 1974.
Ficámos instalados no Cumeré, onde estivéramos já no longínquo ano de 1971, mais propriamente ali chegados na véspera de Natal de 71… raio de três Natais passados nas terras vermelhas e quentes do Corubal e a família tão distante.
Em virtude de ser o 2.º Comandante da CCAÇ 3491, fui nomeado pelo capitão para, juntamente com o 2.º Sargento Chanca, procedermos ao "desembaraço" da companhia.
Isto queria normalmente dizer que dificilmente eu iria acompanhar a companhia no embarque marcado para 28 de Março, pois a burocracia a efectuar era muita.
Efectivamente, a Guia de Desembaraço necessitava de ser assinada pelos responsáveis de diversas repartições, secções, secretarias e serviços, a saber:
REP/OPER/QG/CC; REP/INFO/QG/CC; REP/PESLOG/QG/CC; REP/ACAP/QG/CC; SEC/POP/QG/CC; 1ª REP/QG/CTIG/OF e 1ª REP/QG/CTIG/FICH; 2ª e 3ª REP/QG//QG/CTIG; 4ª REP/QG/CTIG; SVC SAÚDE; SVC TRANSPORTES; SVC JUSTIÇA E DISCIPLINA; SECRETARIA/QG e BIBLIOTECA.
No dia seguinte lá fui para Bissau mais o 2.º Sargento Chanca e um condutor, para conseguir obter as tais tão preciosas assinaturas, mas a coisa….não era fácil. É que em cada local tínhamos de, primeiramente, recolher um montão de assinaturas de sectores e subsectores, para aceder, finalmente, à assinatura principal, a do Chefe da Repartição.
Foi uma luta diária, uma lufa-lufa, interrompida unicamente para o desfile de despedida perante o Com-Chefe, General Bettencourt Rodrigues (relembro o momento emocionante da chamada aos mortos, no qual a nossa companhia não teve de dizer presente, pois tivemos a sorte de não termos sofrido baixas.
Já não havia o habitual discurso do antigo Homem Grande de Bissau que dizia "…chegastes meninos, partis homens!").
O trabalho que aquilo dava quase não nos deu tempo de saborearmos umas ostras e uns cocktails de camarão, mas conseguimos… Ah! O grande Chanca que foi uma preciosa ajuda no paleio e a dar a "volta" àqueles sargentos dos subsectores.
No dia 28 de Março saímos do Cumeré em direcção ao Porto de Bissau, com o pessoal da companhia a cantar canções do Cancioneiro do Dulombi e da Tecnil e músicas populares portuguesas, em que se destacava aquela do "Cheira bem, cheira a Lisboa"…
O embarque no navio Niassa deu-se sem quaisquer peripécias, a não ser o costume do amontoado de pessoas e bagagens nos porões, onde as praças seguiam "empilhados" – péssima maneira de estimar quem dera o coirão pela Pátria.
ADEUS GUINÉ
É o fim do castigo
Terminou a comissão
É necessário gritar
Piras!
Não venham
Deixem isto acabar
Morrer de tédio
Sem remédio
Isto é vida de cão
A velhice vai embora
Enquanto a bajuda chora
E a nau está a naufragar!
Adeus Guiné!
GRITA!
Se quiseres
Se te apraz
Se te sentes feliz
Se isso te satisfaz
Eu não quero continuar de verde-claro
Saí do Dulombi!
Deixei Galomaro!
Sofre-se porquê?
Se não mereces tal sacrifício
Ou é apenas vício?
Tu não sabes o que andas a fazer ou afinal até sabes…!
Espero que de mim só leves suor e muitas lágrimas
Cheira bem, cheira a Lisboa!
Aqui o tempo está parado
Lá parece que voa
Sabes como é
Tudo é finito
Assim, solto o meu grito
Ponho-me de pé
Atraca o navio.
É hora de embarque
Viro as costas ao cais
Aqui não volto mais
Não há lágrimas em destaque
Adeus Guiné!
A viagem decorreu sem incidentes até ao Funchal, onde desembarcaram as companhias independentes, CCAÇ 3520 e CART 3521, bem como os graduados do Batalhão que foram autorizados a darem uma volta pela cidade.
Aproveitei para comprar umas orquídeas para dar à minha mãe e telefonei para casa a dizer que estava no Funchal e que regressava de barco, mas sem dizer quando iria chegar.
Durante o passeio umas senhoras inglesas, já de alguma idade, perguntaram-nos sobre o navio e o porquê de só saírem alguns militares, ficando a maioria a bordo. Respondemos que se tratavam de militares que vinham de regresso a casa, depois de mais de dois anos a combaterem em África, sem verem mulheres brancas e que se lhes dessem liberdade, nem as velhinhas lhes escapavam….!!!! O que elas riram!
A razão não era essa é claro, mas se eles todos saíssem, com aquela poncha… uma semana depois ainda ali estaríamos à espera e à procura de muitos deles.
No barco, fui muito bem tratado, até porque algum do pessoal de apoio era de Alfama, do meu bairro e portanto estava a jogar em casa e a propósito de jogo, lembro-me de ter ganho mais uma aposta ao furriel enfermeiro Nevado, um sportinguista ferrenho, com o qual passava a vida a apostar, quer em futeboladas no Dulombi, nos quais ele tinha de reunir simpatizantes do FCP, com os seus do SCP, para jogarem contra os militantes do Benfica, os SLB e… infelicidade para ele, lá se ia uma grade de cerveja ao ar.
De facto nessa altura, com o campeonato quase ganho e ganhou-o, o SCP recebia o Benfica em Alvalade e o Nevado lá estava pronto para apostar uma garrafa de Whisky em como levávamos uma abada, aceitei e claro… depois de uma grande jogatana, que nós ouvimos integralmente pelo relato radiofónico, o SLB espetou 5 a 3 à lagartagem – bons tempos – e paga Nevado!!!
O navio entrou no suave estuário do Tejo pela madrugada do dia 4 de Abril. Assisti da amurada ao nascer do sol sobre Lisboa – o tempo estava límpido – ao brilho que se reflecte nas águas do rio e dá aquela cor inigualável às casas da zona antiga.
Estava ali a minha cidade, mais velha do que Portugal, com 20 séculos de história, onde eu vira a luz do dia há 23 anos, a cidade que Alan Tanner iria apelar de Cidade Branca.
Sentia os odores frescos daquela manhã e os sons do início do bulício do dia.
As fragatas do Tejo sulcavam as águas (ainda existiam) e os cacilheiros lá andavam no seu vaivém.
Lisboa acordava do torpor nocturno e iniciava um novo dia. A cidade das sete colinas (só Roma foi também assente em sete colinas), apresentava-se, como diz na canção Carlos do Carmo; "…toalha à beira mar estendida…" e ainda como diz o poeta Joaquim Pessoa:
"Em Lisboa a gente morre sem idade.
Devagar. Como se faz uma canção.
E há um pássaro que voa. É a saudade.
É uma janela aberta. O coração."
Muitos homens choravam, num silêncio, feito de muitos ruídos contidos, de muitas emoções estancadas no peito. Lisboa representava aqui, seguramente, as suas terras, os seus lugares e lembrava-lhes o tempo perdido, longe das suas famílias, dos seus amigos – era o regressar da sua natureza.
O Tejo e tudo.
O navio iniciou as manobras de atracagem na Rocha do Conde de Óbidos – miradouro das Janelas Verdes em frente – e o cais já fervilhava daquelas gentes que vieram, na sua maioria, de longe, de muito longe, para dar o primeiro abraço àqueles que chegavam depois de quase 28 meses de Guiné.
Olhei em volta, os homens acotovelavam-se para melhor verem a multidão, punham as mãos na cara, a envolver os olhos, a fazer de binóculos, para conseguirem localizar os seus familiares, vi muitos dos meus camaradas da Companhia e pensei em voz alta – "E Vieram Todos!" E novamente pensei no poeta – "a dor que vai dos lenços aos navios"…"Desembarquei aqui. Estou desarmado. Lisboa cabe dentro dos meus olhos." …."Desembarquei aqui. Sem uma espada."
E na emoção do momento pensei nos que lá ficaram, nos que perderam a vida e contive a lágrima.
"Os que tombam às portas da cidade
Sobre um lençol de feridas e de fogo.
Sem nome. Sem culpa. Sem idade.
Que assim morrem os homens deste povo."
Em virtude de não terem aparecido, em devido tempo, quaisquer autoridades para nos receberem e para o desfile da praxe, (um prenúncio dos tempos que se iriam seguir), o Tenente-Coronel, Castro e Lemos, Comandante do Batalhão, numa atitude de coragem, ordenou o desembarque da força militar, sem quaisquer outros procedimentos.
Da amurada consegui ver o meu pai – o Ti Porfírio, como amavelmente lhe chamavam os amigos e conhecidos lá do bairro – que estava no cais, na zona do desembarque, porque, como era Conferente Marítimo, tinha autorização para estar naquele local reservado e por força do seu trabalho tinha conseguido saber que o barco era aquele, quando chegava e dera a notícia à família e lá estavam também a minha mãe – a D. Venina, a minha avó, Maria de Jesus (que quase diariamente, com um grupo de amigas iam rezar por mim na Igreja de S. João da Praça, e eu lhe dizia, na brincadeira, para dia sim, dia não rezar também pelos outros camaradas), o meu tio Armando, a minha tia Bernardete, as minhas primas Helena e Paula e a namorada de então, a Ana.
O Batalhão seguiu para o Ralis, onde foi feita a desmobilização. Onde se deram os últimos abraços, bem difíceis por sinal, àqueles que connosco privaram diariamente em mais de dois anos, e com os quais vivemos em comum momentos muito complicados – foram a minha família – e estarão sempre dentro do meu coração, mantidos naquele lugar onde guardamos as coisas importantes que nos aconteceram na vida.
Vieram promessas de encontros e reencontros… mas a companhia só reuniu passados 25 anos após a nossa chegada. É claro que alguns de nós nos fomos encontrando, fui tendo contactos com o Capitão Pires, os Alferes Farinha e Parente (enquanto ele esteve por Lisboa, felizmente, anos mais tarde, voltou para a sua linda cidade – Viana do Castelo), os Furriéis Soares e Gonçalves (este quando vinha de férias do Canadá, para onde emigrou e é hoje proprietário de um excelente restaurante, em Otava), o Salsa dos "dilagramas" (que estava no Trânsito da PSP), o Sousa dos morteiros 81, o enfermeiro Pires, o Graciano, o Professor Doutor Rui Coelho, o excelente médico, que nos encheu de orgulho por ter sido o pioneiro da fertilização in vitro, no nosso país e que via, com regularidade, no Estádio da Luz, nos jogos do Glorioso e outros mais.
No dia da chegada, fui jantar com a família a um restaurante situado junto do Coliseu dos Recreios, que decorreu com muita alegria e sem quaisquer perguntas sobre a comissão, aliás eles sempre respeitaram o meu ritmo de falar sobre aquela guerra.
Os primeiros dias de vida civil foram estranhos… e como dizia aquele milícia que ganhara o prémio Governador, para visitar a metrópole "Txi alfero aquilo é manga de coluna sem escolta" e "pessoal lá manga de esperto, faz tabanca sobre tabanca", referindo-se aos carros e às casas, era de facto tudo muito estranho… parecia que me faltava qualquer coisa e, no entanto, não descortinava o que era.
Passeei pelo meu bairro, Rua da Regueira, Largo da Palmeira, Rua de S. Pedro, Largo de S. Rafael (onde se encontra uma parte da muralha mourisca), Rua da Adiça, onde ficava a casa da minha avó, Rua de S. João da Praça, onde morava o meu amigo de infância, João Carlos, que iria regressar depois do 25 de Abril, da comissão em Moçambique, passei junto ao meu Grupo de Escuteiros (o Grupo 48 do CNE- não mais voltaria aos escuteiros, depois de tantas noites de mato, não sentia necessidade de voltar a acampar tão cedo) e dirigi-me ao café "Flor da Sé", ali defronte para a Catedral, com a igreja de Sto. António a seu lado e a Madalena mais abaixo, onde paravam os meus amigos, subi lentamente até ao Castelo de S. Jorge, passando pelo Miradouro de Sta. Luzia, onde vivi em pequeno.
Já no Castelo deliciei-me com a vista e com aqueles lugares, onde em jovem passeava com os amigos e com as colegas de escola e onde roubei os primeiros beijos a algumas namoradas.
Ainda por lá andavam os elementos da Legião Portuguesa, que uns anos antes me tinham detido (ilegalmente) pelos graves crimes de "atirar azeitonas às miúdas" e ainda "de ser o proprietário de um gira-discos portátil, com o qual estávamos a ouvir música em grupo".
Percorri, durante o dia as ruas da minha cidade, para me identificar novamente com os sabores, barulhos e cheiros desta Lisboa, ainda um lugar de exílio, como dizia da Pátria, o poeta Daniel Filipe (que eu apreciava muito e por tal facto dei o seu nome ao meu filho, nascido em Agosto de 1979).
Perder-me no meio da multidão, sem medos, com descanso e sem obrigações.
Fui ao longo do tempo perdendo a tentação de me atirar para o chão cada vez que ouvia um "rater" de uma viatura ou de uma mota ou ainda um foguete das festas populares e de sentir um baque no coração, de cada vez que a porta do frigorífico lá de casa era fechada com mais força.
"Há sempre a lembrança
De um olhar a sangrar
De um soldado perdido
Em terras do Ultramar
Por obrigação
Aquela missão
Combater na selva sem saber porquê e sentir o inferno a matar alguém e quem regressou guarda sensação que lutou numa guerra sem razão...
sem razão...
sem razão...
Há sempre a palavra
A palavra "nação"
(Aquele Inverno-Música dos Delfins)
Nos primeiros tempos, enquanto não arranjava trabalho, envolvi-me num Grupo de Teatro Amador, do Lusitano Clube, mais tarde, ajudando a fundar a GOTA – Grupo Oficina de Teatro Amador, com sede na R. de S. Mamede ao Caldas.
Na noite do 24 para o 25 de Abril, eu estive numa discoteca com o Ex-Alferes Farinha e umas amigas e regressei a casa pela madrugada, passando pelo Terreiro do Paço, onde, certamente, as forças revoltosas estavam a chegar, mas não dei por nada, tendo sido acordado pelas 8h30, exactamente pelo meu amigo Farinha, que me disse para me levantar e vir para rua porque estava a decorrer uma revolução.
O 25 de Abril abriu-me o peito de esperança e alento para a reconstrução de uma nação livre e democrática, terminando com a Guerra Colonial. Foram tempos de aprendizagem política e de grande intervenção popular, que me abriram o apetite para viver intensamente aquele novo fenómeno
Em Abril de 1975, ingressei na PJ e voltei a pegar em armas, embora agora o inimigo fosse outro – a criminalidade violenta e organizada. E, pasme-se, participei em acções e operações, em que tivemos de recorrer a tácticas aprendidas na Guerra Colonial. De facto os colegas mais velhos, embora fossem excelentes polícias, não estavam habituados a cenas de tiros, especialmente quando lhes eram dirigidos.
A geração que entrou, após 25 de Abril, que tinha feito a Guerra Colonial, foi importantíssima para estancar a violência que se instalou a seguir e embora, como é costume, sem os meios e equipamentos necessários – tínhamos de recorrer a armas apreendidas, porque a PJ não possuía armas de 9 mm – até sermos equipados com armas mais modernas. Estive envolvido em diversas trocas de tiros e mantive em meu poder uma Kalashnikov, no modelo AKM, mais moderna que as AK-47 da Guiné (que eu próprio apreendi a um grupo violento, que praticava assaltos à mão armada e violações na área de Lisboa, em Fevereiro de 1979).
Quando em Janeiro de 2001, aceitei um cargo de Direcção, deixei a arma na minha antiga Secção.
Durante todos estes anos poucas vezes falei abertamente do que tinha passado na Guiné, a não ser com colegas que estiveram ou no mesmo teatro de guerra, ou em situação semelhante em Angola ou Moçambique.
No princípio de ter regressado as perguntas eram as que eu entendia não responder:
Quantos pretos mataste?
Comeste lá muitas pretas?
Depois, com o 25 de Abril, parecia que os combatentes eram lepra e era politicamente incorrecto falar-se da Guerra Colonial, estigmatizados como os que mantiveram o regime (Fosca-se!!!!).
Devíamos ter fugido todos para França, etc., era o que diziam, os heróis eram os outros…
Posteriormente foram surgindo alguns livros sobre a guerra, muitos romanceados e outros que, tendo boa apresentação e qualidade, contudo, iniciavam com uma visão de derrocada militar, quer na Guiné, quer em Moçambique. Foram depois surgindo algumas obras mais técnicas, com visão estratégica sobre os factos acontecidos e deixando um pouco à consideração do leitor uma evolução do que poderia ter sucedido.
A companhia voltou a reunir-se, 25 anos após a chegada, num almoço no Regimento de Infantaria n.º 2, em Abrantes, donde partíramos, em Dezembro de 1971. Foi um reencontro emocionante, com muitas lágrimas à mistura e vivido também intensamente pelas famílias. Depois deste primeiro encontro, realizamos todos os anos um convívio, normalmente no mês de Maio, com grande afluência de elementos.
A Tabanca Grande veio preencher a lacuna de podermos hoje, decorridos 34 anos do fim da Guerra de, afastados alguns fantasmas, falarmos com camaradas que tocam e cantam a mesma canção, embora, por vezes, o tom e o ritmo possam ser diferentes, mas isso é mesmo o efeito do respeito que temos de ter pela opinião dos outros.
Acreditei que, efectivamente, um dia, a Guiné seria independente, era o rumo da história no seu movimento inexorável, mas senti uma grande tristeza quando tive conhecimento que muitos dos que combateram a nosso lado, seja por interesse monetário, seja por terem acreditado serem portugueses, parte da nossa Pátria, foram eliminados. O nosso país, infelizmente, não soube merecê-los e o inimigo, talvez tenha perdido a possibilidade de unir, verdadeiramente, as tribos da sua nação. Um dia terá de se fazer justiça, de honrar os seus nomes.
Consegui ultrapassar bem e deixar para trás a vida de combatente, mas reconheço que muita da minha personalidade foi "reformatada", pelo tempo que passei na Guiné (que muitos apelidavam do nosso Vietname), no território cuja fama nas fileiras militares portuguesas causava um arrepio e era o último sítio que alguém queria ter como local de mobilização, quer pelo clima insalubre, quer pela intensidade da guerra que ali existia, ficando na ideia de quem estava na Metrópole, que era a província de onde mais provavelmente se podia regressar na posição horizontal.
Sinto orgulho de ter estado ao lado de tantos e tantos homens de grande carácter, generosidade e coragem, capazes de arriscar a vida para salvar a do camarada a seu lado, de viverem em condições incríveis e de conseguirem manter um elevado nível de moral combatente.
Talvez, bem lá no fundo, esteja ainda "apanhado" por aquele "clima".
Termino com o agradecimento a António Lobo Antunes, quando em relação aos combatentes disse:
"Que o país os beije antes de os deitar fora, e lhes peça desculpa" e um abraço ao António Graça Abreu, Joaquim Mexia Alves, António Santos, Coronel Amaro Bernardo e tantos outros que escreveram a sua posição sobre se a guerra na Guiné estava militarmente perdida, como eu os compreendo!
Um abraço a todos os Tertulianos
Luís Dias
Ex-Alf. Mil. da C.CAÇ 3491/BCAÇ 3872
Guiné 71-74
__________
Notas:
1. fixação do texto e sublinhados de vb;
2. Artigos relacionados em
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2 comentários:
Estes são ainda os Homens a que Portugal deve pedir desculpa!
Um grande abraço Luís Dias,
do camarada,
Mário Fitas
Um abraço para ti também!
Joaquim Mexia Alves
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