Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço (1943-2010) > Quartel > Foto 31 >
"Cerimónia militar em fevereiro de 1968, por ocasião da imposição à CART 1689 da Flâmula de Honra (ouro) do CTIG, atribuída em julho de 1967. Vista parcial do quartel com as tropas em parada. Edifício do comando à esquerda, ao fundo".
Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Quartel > Foto 30 > "Cerimónia militar em fevereiro de 1968, por ocasião da imposição à CART 1689 da Flâmula de Honra (ouro) do CTIG, atribuída em julho de 1967. Aspeto parcial das tropas em parada".
Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Quartel > Foto 28 > "Cerimónia militar em fevereiro de 1968, por ocasião da imposição à CART 1689 da Flâmula de Honra (ouro) do CTIG, atribuída em julho de 1967. Ao fundo, a porta de armas, cozinha e refeitório, armazém de géneros ainda, em construção, parte da camarata de oficiais e fora do quartel o armazém/cais da Casa Gouveia".
Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Quartel > Foto 29 > "Cerimónia militar em fevereiro de 1968, por ocasião da imposição à CART 1689 da Flâmula de Honra (ouro) do CTIG, atribuída em julho de 1967. Edifício do comando (à esquerda) e camarata de oficiais (à direita)".
Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Quartel > Foto 32 >
"Cerimónia militar em fevereiro de 1968, por ocasião da imposição à CART 1689 da Flâmula de Honra (ouro) do CTIG, atribuída em julho de 1967. Edifício do comando. Presença de militares, civis da administração, correios e comerciantes locais.
"Da esquerda para a direita,
(A) um militar, de camuflado que não consigo identificar;
(B) de costas, o cap médico Morais;
(C) o comandante, ten cor Abílio Santiago Cardoso;
(D) quatro funcionários dos Correios e Administração;
(E) o comerciantes Sr. José Saad e filha;
(F) o comerciante, Sr. Mota:
(G) o comerciante Sr. Dantas e filha;
(H) o comerciante Sr. Barros;
(I) o electricista civil Jerónimo:
(J) e, por fim, o alf mil capelão Horácio [Neto Fernandes]".
Fotos (e legendas) de Catió: Victor Condeço (1943/2010) / © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Todos os direitos reservados
O Alf Mil Capelão Horácio Neto Fernandes... Ao alto uma inscrição, no edifício do comando: "A nossa intervenção em África é a resposta a um desafio que nos lançaram e a afrontas que não podemos esquecer". Detalhe da foto nº 32, acima reproduzida.
1. Na realidade, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Ainda anteontem estive a falar do Horácio, meu parente de Ribamar, Lourinhã, que não vejo desde que celebrou a sua missa nova, em agosto de 1959... Estava justamente a falar dele com o João Crisóstomo, na terça feira, dia 22... O João tinha acabado de chegar de Nova Iorque, almoçou comigo e com o Beja Santos: os dois vão, no próximo sábado, dia 26 de maio, a Viseu para participara no convívio da CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/66)...
O João, que tem a dupla nacionalidade, portuguesa e norteamericana, é natural de A-dos-Cunhados, Torres Vedras, e portanto é meu vizinho... Acontece, por outro lado, que é amigo do Horácio e da sua família há mais de meio século... Surpresa, para mim, que sou primo do Horácio, e tenho andado á sua procura desde há mesmo: sei que mora no Porto, e está reformado como inspetor do ministério da educação... Já mostrei, no blogue, publicamente, o meu empenho em trazê-lo até à Tabanca Grande..
- Sou amicíssimo dele!... Fui ao lançamento do livro dele... Queres que eu lhe ligue já para o telemóvel ?
- Não, quero ser eu a encontrá-lo, um dia destes, em Ribamar ou no Porto... Ele tem, de resto, o meu número de telefone que lhe foi dado por um camarada nosso, o Alberto Branquinho... Mas já não me reconhecerá ao fim destes anos todos... E possivelmente quer preservar a sua privacidade...
Na realidade foi o Branquinho que o reencontrou no último convívio anual do pessoal da CCS do BART 1913:
"Fui encontrar o Doutor Horácio Fernandes no passado dia 29 de Maio no encontro anual da CCS do BART 1913 em Alfeizerão/Alcobaça. Escusado será dizer que nunca mais o vira desde a minha saída de Bissau, portanto, há quarenta e tantos anos. Se não nos tivessem 're-apresentado', não nos teríamos reconhecido"...
A notícia foi pretexto foi uma longa troca de mensagens entre mim e ele, Alberto Branquinho... Não tinha conhecimento do livro, mas desencantei-o:
(...) "Hoje não descansei enquanto não arranjei o livro do Horácio. Por acaso, a minha irmã Graciete Calado, que vive na Lourinhã, tem um exemplar, autografado, que me emprestou... Da parte da tarde, à beira mar, na Praia da Areia Branca, já o li quase todo, na vertical... Em especial a parte da infância e da adolescência até à formação como padre (ordenado em 15 Agosto de 1959)... Gostei da leituras das suas memórias de infância... O autor encontrou no Francisco (nome do fundador da ordem religiosa em que ele se formou como padre) Caboz (nome de peixe, sugerindo a sua origem como filho de gente pobre, sendo o pai meio agricultor e meio pescador, como muita gente de Ribamar da época), encontrou em Francisco Caboz, dizia, uma espécie de 'alter ego'... Na realidade estamos parente uma verdadeira autobiografia...
"E depois, mais tarde, em 1967, outro momento forte é a sua a ida para Catió como capelão militar do teu batalhão, o BART 1913... Espantosa a descrição da partida de mau gosto que os oficiais do comando e CCS do batalhão lhe pregam, à hora da sua 1º refeição conjunta: começam a circular, pela mesa, fotos de gajas e gajos nus, claramente pornográficas... O capelão, ruborizado, não se apercebeu que se tratava de uma praxe, não se conteve, e teve o deslize de perguntar ao major, ao 2º comandante:
"- São fotos da sua mulher ?
" 'Foi uma bomba que estoirou na sala. O major ficou lívido de raiva', escreveu no livro, ao resconstituir o espisódio 40 anos depois (p. 140)...
"A descrição de Catió daquele tempo bate mais que certo com as fotografias do nosso saudoso Vitó, Vitor Condeço... O Horácio deve tê-lo conhecido, seguramente... Como deve ter conhecido, previamente, as fotos de Catió e de Ganjolá que o Vitor Condeço publicou em vida no nosso blogue, com as devidas legendas... Quase que me atrevia a jurar que deve ter consultado o nosso blogue...
"Alberto, para mim é um duplo regresso ao passado... Estou-te obrigado, a ti e ao Horácio... Mas, afinal, não foi à missa do Horácio que eu fui, mas à do Júlio... Os dois eram primos e foram ordenados padres, franciscanos, no mesmo dia... E ambos eram de apelido Fernandes... Mas o Júlio era de uma família abastada ou mais remediada... O Júlio era Maçarico, logo era da minha família, e foram eles, os pais, que me (a mim, e a todos os familiares Maçaricos que viviam na vila, sede de concelho, Lourinhã) convidaram para a Missa Nova, que deve ter sido num domingo antes do Horácio... De qualquer modo, em Agosto de 1959... A minha dúvida agora é saber se também sou primo do Horácio... Vou consultar a nossa árvore genealógica, a dos Maçaricos... É bem possível... Os Fernandes (ou Patas) e os Maçaricos casavam-se entre si...
"Por hoje, fico por aqui... Um abração aos dois (Não sei se o Horácio me está a ler, gostava-o de lhe dar um grande abraço... Desde Agosto de 1959, nunca mais o vi... Tinha eu 12 anos, afinal, e ele 24...quando nos teremos encontrado pela última vez).
"PS - Peço desculpa pelo 'espaço que estou a roubar' ao blogue... Mas este assunto não é meramente pessoal... Temos uma série (temática) sobre os nossos capelães militares e o Horácio foi capelão militar no TO da Guiné, logo foi nosso camarada"...
" 'Foi uma bomba que estoirou na sala. O major ficou lívido de raiva', escreveu no livro, ao resconstituir o espisódio 40 anos depois (p. 140)...
"A descrição de Catió daquele tempo bate mais que certo com as fotografias do nosso saudoso Vitó, Vitor Condeço... O Horácio deve tê-lo conhecido, seguramente... Como deve ter conhecido, previamente, as fotos de Catió e de Ganjolá que o Vitor Condeço publicou em vida no nosso blogue, com as devidas legendas... Quase que me atrevia a jurar que deve ter consultado o nosso blogue...
"Alberto, para mim é um duplo regresso ao passado... Estou-te obrigado, a ti e ao Horácio... Mas, afinal, não foi à missa do Horácio que eu fui, mas à do Júlio... Os dois eram primos e foram ordenados padres, franciscanos, no mesmo dia... E ambos eram de apelido Fernandes... Mas o Júlio era de uma família abastada ou mais remediada... O Júlio era Maçarico, logo era da minha família, e foram eles, os pais, que me (a mim, e a todos os familiares Maçaricos que viviam na vila, sede de concelho, Lourinhã) convidaram para a Missa Nova, que deve ter sido num domingo antes do Horácio... De qualquer modo, em Agosto de 1959... A minha dúvida agora é saber se também sou primo do Horácio... Vou consultar a nossa árvore genealógica, a dos Maçaricos... É bem possível... Os Fernandes (ou Patas) e os Maçaricos casavam-se entre si...
"Por hoje, fico por aqui... Um abração aos dois (Não sei se o Horácio me está a ler, gostava-o de lhe dar um grande abraço... Desde Agosto de 1959, nunca mais o vi... Tinha eu 12 anos, afinal, e ele 24...quando nos teremos encontrado pela última vez).
"PS - Peço desculpa pelo 'espaço que estou a roubar' ao blogue... Mas este assunto não é meramente pessoal... Temos uma série (temática) sobre os nossos capelães militares e o Horácio foi capelão militar no TO da Guiné, logo foi nosso camarada"...
Nesse mesmo dia, 19 de junho de 2012, chegado a Lisboa escrevi outro comentário;
"Alberto e Horácio (se me estiveres a ler):
"Vindo da Lourinhã, chegado a Lisboa, fui consultar o o 'livro da família Maçarico' e não há dúvida, o Horácio é meu parente, as nossas bisavós, nascidas por volta de 1860, eram irmãs... A sua bisavó paterna era a Maria da Anunciação e a minha, a Maria Augusta (1864-1920), as duas únicas mulheres de uma família de 7 filhos... (A Maria Augusta casou na Lourinhã, foi mãe da minha avó paterna, Alvarina de Sousa).
"O Júlio, que foi missionário em Moçambique, e depois foi para o Canadá, já morreu. Saiu da ordem, franciscana em 1970. Também é da grande família Maçarico, e portanto do meu parente...
"Fonte: Américo Teodoro Maçarico Moreira Remédio - Vila de Ribamar e as famílias mais antigas: Família Maçarico: Árvore genealógica: 500 anos de história. Ribamar, Lourinhã: ed. autor. 2002".
No dia seguinte, ainda escrevinhei mais duas ou três notas, que comuniquei ao Branquinho:
(...) "O livro do Francisco Caboz/Horácio Neto Fernandes é rigorosamente autobiográfico... Estive a ler, com mais atenção e detalhe, ontem à noite, a descriação da sua experiência como 'seráfico', no colégio franciscano de Montariol, em Braga, e fiquei sem fala... Tem páginas que não ficam atrás do melhor do Virgílio Ferreira, em 'Manhã Submersa'... Voltarei a este ponto...
"Alberto, deixa-me só dizer que há mais referências à 'família Maçarico': a história, que eu conheço, do avô, calafate, carpinteiro naval, António Fernandes (Maçarico), um dos últimos construtores navais de Ribamar, que 'desapareceu' na América (o seu regresso foi esperado em vão, durante muitos anos, qual Dom Sebastião; em vão, terá morrido na Califórnia)... Ou ainda a história do tio-bisavô, Frei José de Cristo, que morreu no Convento do Varatojo, Torres Vedras, com fama de santidade... Foi um dos 7 magníficos Maçaricos, cinco rapazes e duas raparigas (as nossas duas bisavós), nascidos nos anos 50/60 do Séc. XIX... Só ele, o Frei José de Cristo, não deu descendência.
"Enfim, há muitos outros pormenores que eu reconheço, do meu conhecimento (antigo) da família Maçarico, mas com os quais não te vou agora maçar"...
"Enfim, há muitos outros pormenores que eu reconheço, do meu conhecimento (antigo) da família Maçarico, mas com os quais não te vou agora maçar"...
2. O surpreendente foi eu ter descoberto o Horácio numa das fotos do álbum do nosso saudoso Vitó, Victor Condeço (1943-2010), que tenho em meu poder há cerca de 5 anos... Andava à procura de fotos de Catió, para ilustrar o poste do nosso camarigo J.L. Mendes Gomes, quando me deparo, na legenda da foto nº 32 (acima reproduzida) , com a menção ao "alferes capelão Horácio". Era ele, sem dúvida, o Horácio Neto Fernandes, e isso vinha comprovar a minha certeza de que o Vitó o teria conhecido em Catió, uma vez que ambos pertenciam à CCS do BART 1913...
Esta associação de ideias só poderia ter acontecido na sequência da minha conversa ontem com o João Crisóstomo, ocasião em que de resto o conheci pela primeira vez, "ao vivo", em termos pessoais, embora já tivéssemos telefonado diversas vezes. Mas esse encontro memorável merece ser objeto de um poste à parte... Por várias razões: (i) pelo camarada que ele é; (ii) pelo leitor apaixonado do nosso blogue que ele é; (iii) pelo grande português das américas em que ele se transformou, pese embora a sua simplicidade e humildade como pessoa...
Uma última pergunta ainda à volta da foto nº 32 (Quartel de Catió, fevereiro de 1968): o que será dessa gente de Catió, sobretudo os civis, fotografados á direita do capelão ? Os quatro funcionários dos Correios e da Admistração (Catió era sede de circunscrição administrativa, a terra mais importante da Região de Tombali); os comerciantes José Saad e filha, o Mota, o Dantas e filha, o Barros, sem esquecer o "electricista civil Jerónimo" ? Os nossos camaradas que estiveram em Catió até ao final da guerra ainda se lembram destas pessoas ? O que lhes terá acontecido ? Ficaram na Guiné-Bissau, fixaram-se em Portugal ?... Todos eles, tal como nós, fazem parte da "petite histoire" pela qual se interessa o nosso blogue e sem a qual não há a grande história, com H...
_______________
Nota do editor:
Último poste da série > 19 de maio de 2012 A> Guiné 63/74 - P9924: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (54): Mesmo com um atraso de 4 anos, farei chegar a vossa mensagem a meu pai, Joseph Turpin (Iracema Turpin)
Esta associação de ideias só poderia ter acontecido na sequência da minha conversa ontem com o João Crisóstomo, ocasião em que de resto o conheci pela primeira vez, "ao vivo", em termos pessoais, embora já tivéssemos telefonado diversas vezes. Mas esse encontro memorável merece ser objeto de um poste à parte... Por várias razões: (i) pelo camarada que ele é; (ii) pelo leitor apaixonado do nosso blogue que ele é; (iii) pelo grande português das américas em que ele se transformou, pese embora a sua simplicidade e humildade como pessoa...
Uma última pergunta ainda à volta da foto nº 32 (Quartel de Catió, fevereiro de 1968): o que será dessa gente de Catió, sobretudo os civis, fotografados á direita do capelão ? Os quatro funcionários dos Correios e da Admistração (Catió era sede de circunscrição administrativa, a terra mais importante da Região de Tombali); os comerciantes José Saad e filha, o Mota, o Dantas e filha, o Barros, sem esquecer o "electricista civil Jerónimo" ? Os nossos camaradas que estiveram em Catió até ao final da guerra ainda se lembram destas pessoas ? O que lhes terá acontecido ? Ficaram na Guiné-Bissau, fixaram-se em Portugal ?... Todos eles, tal como nós, fazem parte da "petite histoire" pela qual se interessa o nosso blogue e sem a qual não há a grande história, com H...
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Nota do editor:
Último poste da série > 19 de maio de 2012 A> Guiné 63/74 - P9924: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (54): Mesmo com um atraso de 4 anos, farei chegar a vossa mensagem a meu pai, Joseph Turpin (Iracema Turpin)
1 comentário:
LUIS
Como te disse já, o Horácio não atende os telefonemas. Talvez através de familiares consigas fazer o contacto.
Aliás, na foto que publicaste, há alguns dias, se pode constatar o seu tipo comportamental - discreto e reservado, embora comunicativo.
Agora, com a ampliação feita neste Post, a expressão do rosto poderá denunciar o tempo em que teria começado a questionar-se sobre o ambiente militar e a guerra. Estava a observar as evoluções da tropa formada na parada de Catió (a CART 1689 a que eu pertencia e onde estava, comandando o 1º. pelotão). Se o estado de espírito era, então, esse, a frase que está escrita na parede, por cima da cabeça dele, irá fazê-lo sorrir.
Albert Branquinho
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