quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10291: Convívios (466): 4º encontro dos ex-combatentes do Seixal, Lourinhã, que participaram na guerra colonial: sábado, 26 de agosto (Jaime Bonifácio Marques da Silva)

1.  Notícia que nos chegou, com pedido de publicação,  por mão do nosso amigo e camarada Jaime Bonifácio Marques da Silva, ex-alf mil pára (BCP 21, Angola, 1970/72) [,foto atual à direita]:


4.º ENCONTRO DOS EX-COMBATENTES DO SEIXAL PARTICIPANTES NA GUERRA COLONIAL > 26 DE AGOSTO DE 2012


PROGRAMA:

10.00 HORAS – Seixal, Lourinhã: Concentração dos participantes junto à igreja local;

– Missa em memória do Arsénio Bonifácio Marques da Silva,  natural do Seixal, de todos os demais jovens que tombaram durante a guerra colonial ao serviço de Portugal, e ainda dos ex-combatentes que já faleceram;

- Partida para a Lourinhã: Romagem ao cemitério da Lourinhã; colocação de uma coroa de flores na campa do Arsénio Bonifácio e dos ex--combatentes do Seixal já falecidos; 


12.30 HORAS – Lourinhã: Monumento dos Combatentes [, foto à esquerda, pormenor];

- Cerimónia de homenagem a todos os jovens da Lourinhã que tombaram durante a guerra ao serviço de Portugal.

13.30 HORAS – Seixal: Almoço convívio no clube local

Inscrições para o almoço até ao dia 22 de agosto

Contactos da comissão organizadora > Telem. 966878619 - 917818481 



2. Comentário do editor LG:

Já aqui demos conta, há três anos atrás,  da louvável iniciativa que foi a  Exposição evocativa da participação dos jovens do Seixal, Lourinhã, na guerra colonial (1961-1974).

A ideia original desta exposição documental  e fotobiográfica foi do Jaime Bonifácio Marques da Silva,  licenciado em ciências do desporto, professor de educação física reformado, antigo vereador da cultura da Câmara Municipal de Fafe, ex-Alf Mil Pára-quedista (BCP 21, Angola, 1970/72), grande dinamizador de iniciativas ligadas à preservação da memória dos antigos combatentes da guerra colonial (nomeadamente, em Fafe, onde vive, e na Lourinhã, terra que o viu nascer).

A comissão organizadora do evento, na altura, era constituída pelo Jaime e pelo Arménio Pereira (que recolheram os depoimentos orais, escreveram as notas biográficas e seleccionaram o material fotográfico), bem como pelo José Maria Malaquias (responsável pelo apoio logístico).

A exposição de 2009 era constituída por 33 posters, sendo o primeiro de apresentação e de enquadramento, incluindo o contexto histórico da guerra colonial, e a lista do pessoal. Cada um dos restantes 32 posters era dedicado a cada um dos 32 seixalenses que combateram na guerra colonial, alguns integrados na Marinha ou na Força Aérea, mas a maioria no Exército.

Ao todo foram 39 os ex-combatentes seixalenses, mas houve 7 que não foi possível contactar em tempo útil, por viverem  fora da terra ou no estrangeiro. A exposição teve um triplo objetivo, segundo os seus organizadores: (i) lutar contra a cultura do esquecimento que se instalou em Portugal após o final da guerra colonial; (ii) relembrar e homenagear aqueles que fizeram a guerra, obrigados ou não, que derem o melhor de si à sua Pátria, independentemente da legitimidade daquela guerra, e do regime político que a promoveu, manteve e conduziu; e por fim (iii) 
juntar num primeiro e salutar convívio os jovens o Seixal que lutaram em África, desde 4 de Junho de 1961 [data em que partiu o primeiro para Angola, o João Matias] até ao dia 6 de Novembro de 1975, data do regresso do último, o Mário João, também de Angola.

Dos 39 combatentes seixalenses (, até agora recenseados) houve um, o Arsénio Marques Bonifácio da Silva, primo do Jaime, que norreu em Angola. E outro, o Carlos Alberto Seixas,  foi gravemente ferido, tendo ficado incapacitado para realizar uma vida normal.

Eis uma nota sobre os seixalenses que passaram pelo TO da Guiné:

(i) Joaquim Pereira Marques: fez parte da CCS/BCAÇ 1888 (Fá Mandinga e Bambadinca, 1966/68): da sua ficha, consta que durante a sua comissão esteve destacado nos aquartelamentos de Fá e Bambadinca , onde actuou como operacional em inúmeras operações de combate, de reconhecimento e de apoio às operações dos fuzileiros. Felizmente, a sua companhia não sofreu baixas. Esteve 14 anos emigrado em França. Vive hoje no Seixal.

(ii) José Maria Malaquias: soldado condutor auto, Pel Mort 2174 (Dugal / Nhacra e Bissau, 1969/71). Esteve a maior parte do tempo no Quartel Geral de Adidos, dando apoio a Movimento Nacional Feminino. Emigrou para o Canadá.

(iii) Adão Cipriano Andrade: foi ajudante de cozinha no Quartel Geral deAdidos, em Bissau (1965/67). Diz que foi uma “rica vida”, tendo lá passado “o melhor tempo de tropa”. Após a “peluda”, trabalhou na agricultura e na reparação automóvel. Está hoje reformado.

(iv) Alexandre M. Santos: Sol Atirador Inf, fez parte da CCAÇ 3461 / BCAÇ 3863 (Carenque e Texeira Pinto, 1971/73). Vive no Seixal, salvo erro.

(v) Estêvão Alexandre Henriques: ex-Fur Mil Mecânico Rádio-Montador, CCS/BCAÇ 1858, Bissau, Teixeira Pinto, Catió, 1965/67). Era amigo do Sold José Henriques Mateus, da CCAÇ 1423/BCAÇ 1859 (Bolama, Empada, Cachil, 1965/67), um camarada de que já aqui falámos e que desapareceu misteriosamente, em Outubro de 1966, numa cambança (Era natural da Areia Branca, povoação vizinha do Seixal). Devido à sua especialidade,o Estêvão nunca participou em operações de combate. É hoje empresário rádio técnico em Peniche. E é também um famosíssimo coleccionador de instrumentos de bordo de navios de pesca (bússolas, sonares, rádios, além de miniaturas de barcos). Já o convidei a integrar a nossa Tabanca Grande, bem como ao Jaime.

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