Foto (e legenda): © José Corceiro (2010). Todos os direitos reservados.
1. O meu velho, Luís Henriques (1920-2012), gostava muito de falar em verso, de fazer rimas, quadras, versos de pé quebrado, citar provérbios populares, contar anedotas, evocar os seus tempos de expedicionário em Cabo Verde ou relembrar os tempos de jogador de futebol, e de treinador de camadas juvenis... Muitas vezes fazia-nos rir, sorrir, pensar... Tenho pena que muita da sua sabedoria popular tenha ido para a cova com ele... Algumas coisas fomos, eu e os seus netos, registando, filmando, tomando boa nota...
Mas ele era um repentista, um espontâneo, um improvisador, incapaz de repetir, com a mesma precisão e graça, o que acabava de lhe sair da boca... Tudo dependia do contexto, das situações, dos interlocutores, e da disposição e da inspiração de momento... E, claro, fiava-se na sua memória de elefante... Tinha um reportório para dar e vender... Nunca o vi escrever um dito, uma história, um verso...
Tudo isto vem a propósito de uma quadra que ele gostava muito de citar, apropriada para prevenir situações de conflito...
Palavras fora da boca,
São pedras fora da mão,
Tu mede bem as palavras,
Tira-as do teu coração.
As palavras às vezes magoam como se fossem pedras. Muito mais do que isso, às vezes chegam a ferir e/ou matar. Matam mesmo!... Ou podem matar!... Quantas dessas palavras não foram lançadas ao vento como autênticos bumerangues que, não atingindo muitas vezes o alvo, se voltavam, no regresso, contra o próprio lançador ?...
"Palavras fora da boca" foram/são, muitas vezes, as nossas "palavras de ordem", de ontem e de hoje, slogans, grafitos, títulos de caixa alta nos jornais e, em menor grau, os nossos comentários, as nossas "bocas" bloguísticas...
As palavras às vezes magoam como se fossem pedras. Muito mais do que isso, às vezes chegam a ferir e/ou matar. Matam mesmo!... Ou podem matar!... Quantas dessas palavras não foram lançadas ao vento como autênticos bumerangues que, não atingindo muitas vezes o alvo, se voltavam, no regresso, contra o próprio lançador ?...
"Palavras fora da boca" foram/são, muitas vezes, as nossas "palavras de ordem", de ontem e de hoje, slogans, grafitos, títulos de caixa alta nos jornais e, em menor grau, os nossos comentários, as nossas "bocas" bloguísticas...
Há palavras incendiárias, há palavras que incendeiam o capim... independentemente da intentação ou da vontade de quem as profere... Veja-se há dias a infelicidade do prof Miguel Oliveira e Silva, presidente do Conselho Nacional da Ética para as Ciências da Vida, tropeçando no trocadilho racionamento/racionalização dos medicamentos... Temos que saber lidar com elas, as palavras... tal como sabíamos com lidar as minas e armadilhas, as nossas e as do IN no TO da Guiné.
Palavras fora da boca... é o título de uma nova série, que tem um propósito, se quisermos, didático, pedagógico, preventivo... Não é para alimentar polémicas, desgastantes, fraturantes, inúteis, mas para preveni-las. Não é para a gente fazer ajustes de contas com o passado, por opções político-ideológicas do passado, ou por tomadas de posição como cidadãos, nos nossos ainda verdes anos...
É para apenas a gente refletir serenamente, sorrir se for caso disso, e aprender eventualmente com os nossos erros, individuais, grupais e coletivos...
Palavras fora da boca... é o título de uma nova série, que tem um propósito, se quisermos, didático, pedagógico, preventivo... Não é para alimentar polémicas, desgastantes, fraturantes, inúteis, mas para preveni-las. Não é para a gente fazer ajustes de contas com o passado, por opções político-ideológicas do passado, ou por tomadas de posição como cidadãos, nos nossos ainda verdes anos...
É para apenas a gente refletir serenamente, sorrir se for caso disso, e aprender eventualmente com os nossos erros, individuais, grupais e coletivos...
E a primeira dessas "palavras fora da boca" aqui vai: "Nem mais um soldado para as colónias"... (Se calhar alguns de nós, a seguir ao 25 de abril, também gritámos palavras de ordem como estas ou parecidas, esquecendo-nos que continuava haver, nos TO da Guiné, de Angola e de Moçambique, camaradas nossos, combatentes, que ainda faziam a guerra, ou que preparavam a paz, ou que cumpriam o plano de retração das NT, ou que muito simplesmente aguardavam o regresso a casa, em qualquer dos casos continuando a arriscar o pelo)...
São pedaços de prosa que repesquei do nosso blogue:
2. Comentário de Manuel Joaquim, em 5 de junho de 2010, ao poste P6526:
Caro Graça de Abreu
Concordo, totalmente, com o que dizes sobre o chamado "socialismo real", expressão usada para camuflar o termo "comunismo". Criaram-se regimes de terror, as provas são evidentes. Só as não vê quem não quer.
Parece-me, no entanto, que estes comentários não andam por aí mas sim pela "nossa" descolonização.O que me irrita e enoja é o espectáculo dos/das velhas virgens que andam por aí, de hímen reconstruído, a injuriar e a diabolizar a descolonização, a amesquinhar o comportamento militar em combate, a invectivar a "entrega da nossa Pátria aos comunas", a arrotarem "verdades" sobre personagens e situações que, de verdade, só têm as sílabas das palavras ditas.
São pedaços de prosa que repesquei do nosso blogue:
2. Comentário de Manuel Joaquim, em 5 de junho de 2010, ao poste P6526:
Caro Graça de Abreu
Concordo, totalmente, com o que dizes sobre o chamado "socialismo real", expressão usada para camuflar o termo "comunismo". Criaram-se regimes de terror, as provas são evidentes. Só as não vê quem não quer.
Parece-me, no entanto, que estes comentários não andam por aí mas sim pela "nossa" descolonização.O que me irrita e enoja é o espectáculo dos/das velhas virgens que andam por aí, de hímen reconstruído, a injuriar e a diabolizar a descolonização, a amesquinhar o comportamento militar em combate, a invectivar a "entrega da nossa Pátria aos comunas", a arrotarem "verdades" sobre personagens e situações que, de verdade, só têm as sílabas das palavras ditas.
Não são as vítimas da descolonização que me irritam com as suas queixas furibundas, às vezes injustas, nem sequer aqueles que defendem as asneiras que, politicamente, fizeram quando tiveram de decidir.
Quem me enoja são aqueles que eu vi, logo a partir de Maio/74 (*), com faixas e aos gritos "Nem mais um soldado para as colónias!".
Estas palavras de ordem propagaram-se como fogo em palha seca. Imaginei logo o que iria acontecer: a destruição de todas as hipóteses possíveis de entendimento com o IN, de qualquer energia ainda existente nos nossos combatentes, de qualquer hipótese válida de se formarem contingentes para render tropas no terreno.
Bem recordo alguns, hoje altos expoentes ideológicos de direita, altos cargos políticos, de Lisboa a Bruxelas, altos cargos na comunicação social, a liderarem tais manifestações, quer na rua quer na rádio, na TV, nos jornais.
Hoje vejo-os por aí causticando o modelo descolonizador e, paradoxo, incensados pelas vítimas da descolonização!
Seria muito interessante consultar a imprensa de 1974/75, falada e escrita, e ver como se expressavam sobre este assunto certas "aves raras" que hoje se pavoneiam por aí, "arrotando postas de pescada".
Um abraço
Manuel Joaquim
3. Excerto de depoimento de Manuel Botelho, artista plástico (Poste P6789)
(...) “Nos últimos anos vi crescer o meu desejo de identificação com os homens da minha geração que há muito tempo embarcaram para Angola, Guiné e Moçambique, escondidos atrás de um camuflado e uma G3.
"Sei que não fui um deles. Tive a fortuna de estar no último ano do curso de arquitectura quando o 25 de Abril pôs termo ao pesadelo que me ensombrou a adolescência, e já não experimentei a guerra ao vivo e em directo. Mas vivi-a intensamente, numa antecipação obsessiva que durou toda juventude.
"Desde então muito tempo passou, e a minha perspectiva da vida mudou também. A guerra na África portuguesa deixou de me interessar enquanto fenómeno político e passei a prestar uma outra atenção aos que a fizeram. Muitos (a esmagadora maioria), ainda estão vivos; têm sensivelmente a minha idade; estão carecas e cansados como eu. Alguns serão um pouco mais velhos, mas pertencemos todos a um mesmo tempo, a uma mesma condição.
"E eis-me a viver um estranho paradoxo: eu, que andei pelas ruas a berrar “nem mais um soldado para as colónias”, comecei a ter sentimentos de culpa por não ter partilhado esse tempo de abnegação e sacrifício. E a minha pintura começou a falar das memórias dessa guerra, como em “Escombros de Wiryiamu”, o massacre no norte de Moçambique que escandalizou o mundo e que evoquei através de um soldado (eu, já velho), sob a ameaça de insectos gigantescos e segurando desoladamente uma G3. Foi essa G3 que quis fotografar de seguida. (...)
______________
Nota do editor:
(*) "4 de Maio de 1974 > Militantes do MRPP impedem, pela primeira vez, um embarque de tropas para as colónias. Palavra de ordem: Nem mais um soldado para as colónias!" (Fonte: Centro de Documentação 25 de Abril / Universidade de Coimbra > Cronologia Pulsar da Revolução)
Um abraço
Manuel Joaquim
3. Excerto de depoimento de Manuel Botelho, artista plástico (Poste P6789)
(...) “Nos últimos anos vi crescer o meu desejo de identificação com os homens da minha geração que há muito tempo embarcaram para Angola, Guiné e Moçambique, escondidos atrás de um camuflado e uma G3.
"Sei que não fui um deles. Tive a fortuna de estar no último ano do curso de arquitectura quando o 25 de Abril pôs termo ao pesadelo que me ensombrou a adolescência, e já não experimentei a guerra ao vivo e em directo. Mas vivi-a intensamente, numa antecipação obsessiva que durou toda juventude.
"Desde então muito tempo passou, e a minha perspectiva da vida mudou também. A guerra na África portuguesa deixou de me interessar enquanto fenómeno político e passei a prestar uma outra atenção aos que a fizeram. Muitos (a esmagadora maioria), ainda estão vivos; têm sensivelmente a minha idade; estão carecas e cansados como eu. Alguns serão um pouco mais velhos, mas pertencemos todos a um mesmo tempo, a uma mesma condição.
"E eis-me a viver um estranho paradoxo: eu, que andei pelas ruas a berrar “nem mais um soldado para as colónias”, comecei a ter sentimentos de culpa por não ter partilhado esse tempo de abnegação e sacrifício. E a minha pintura começou a falar das memórias dessa guerra, como em “Escombros de Wiryiamu”, o massacre no norte de Moçambique que escandalizou o mundo e que evoquei através de um soldado (eu, já velho), sob a ameaça de insectos gigantescos e segurando desoladamente uma G3. Foi essa G3 que quis fotografar de seguida. (...)
______________
Nota do editor:
(*) "4 de Maio de 1974 > Militantes do MRPP impedem, pela primeira vez, um embarque de tropas para as colónias. Palavra de ordem: Nem mais um soldado para as colónias!" (Fonte: Centro de Documentação 25 de Abril / Universidade de Coimbra > Cronologia Pulsar da Revolução)
9 comentários:
Manuel Joaquim
Por aonde andava este assertivo naco de prosa?
Li reli e vou fazer "copy/past" para guardar na dita DESCOLONIZAÇÃO.
Quando dela falarem de certo modo repuxo da dita, qual G3, e atiro letras, palavras e frases por ti aqui ditas...
Um bom fim de semana,
Um abração do T.
Torcato, tínhamos combinado que "isto" não é para servir de arma de arremesso contra ninguém em particular, muito menos entre nós, grã-tabanqueiros...
Afinal, palavras, leva-as o vento... Só quem estava na Guiné e nos outros TO, é que pode dizer como é que soavam estas e outras palavras de ordem...Com os ouvidos de ontem, não com os de hoje...
Bom fim de semana, que eu domingo volto à ilha de Luanda (que já não é ilha, ou nunca foi...). Cuida desse coração.
Luís,meu caro Luís Graça,
Eu tenho vida própria para além do Blogue.Eu, tu, ele e, certamente como costumo fazer, não violento com ninguém em certos temas.
A descolonização, a colonização, as guerras ao longo de quinhentos anos merecem "pasta" própria.Claro que aquela linguagem, aquela G3 por ali pode levar a pensamentos redutores. Aqui, redutor, como exclusivo do blogue. Claro que não é.Foi uma figura de estilo. Este naco de prosa veio de um Amigo que eu e tu certamente prezas bastante.Nunca me serviria dele,de sua escrita,usando palavras suas como arma. São palavras ditas por mim em afecto para ele e não para agressão posterior aqui ou noutro lado.
Agradeço-te o coração. Está muito gasto mas palpita...pum,pum,pum...espero que por muito tempo em excesso de optimismo. Devemos ser assim e um ex Guiné e de outras guerras, nele, isso é normal e essas vidas assim o exigem.
Um conselho, se me permites e sei do que falo, tem cuidado, muito cuidado no lugar para aonde vais. Acredita em mim, mesmo sendo tu um Prof. do Ens. Sup. Boa viagem, boa estadia e um abração do T.
Luís, malandro, a ilha já foi ilha mas deixou de o ser quando os tugas fizeram uma ponte sem vão para as águas circularem sob ela.
Sobre essa ponte sem vão inferior já passou um comboio que fazia a marginal e ia até ao fundo da ilha, ainda conheci uns resquícios de linha férrea nos anos 50.
Se aquela ponte fosse mesmo ponte, a baía não tinha sido tão poluída nem tão assoreada.
Agora, como Angola é pequenina estão aproveitando a Baía para ganhar espaço.
Já antigamente se dizia que tinha que ser assim.
Luís, dá cumprimentos ao sinaleiro da mutamba e faz uns retratos.
Boa viagem e boa estadia
Caros Amigos. O gritar a plenos pulmões "Nem mais um soldado para as colónias!",aparentemente,ajudou alguns a alcançarem altos cargos políticos em Bruxelas(as voltas que o mundo dá!).Daí que,a visitarem a Lapónia Sueca em noites de luar,e nos quarenta negativos,se ouvirem uma gritaria ecoar por vales e montanhas..."Nem mais um soldado para as colónias1"....é este velhinho invejoso(!) que ainda näo perdeu a esperança de um desses cargos na União Europeia. Um grande abraco.
Pois foi Camaradas.
A guerra tinhs demasiado longa e dura. Tudo o que queríamos era não ir. Os que lá estavam queriam regressar e tanto fazia ser já como agora. Não havia tempo a perder. Uns e outros queriam viver e o mais possível e viver era aqui.
Não havia outra solução, por mais voltas que se dêem.
Um Ab.
António José Pereira da Costa
Camaradas,
O 25 de Abril apanhou-me em Angola, a mais de 1000 Km de Luanda, no nordeste.
Quando fui para Angola assinava o Comércio do Funchal, um jornal onde já espingardavam argumentos leninistas, trotskistas, maoístas, algumas figuras que se contraditaram na "democracia". Era director o Vicente Jorge Silva. Quando surgiu o Expresso, dirigia-me à Portugália - a cerca ce 150 km - para o comprar. Foi lá que adquiri o "Portugal e o Futuro". Digo ista para vos indicar que a linguagem revolucionária não me surpreendeu. Algum tempo antes, eu imaginava um futuro próximo de independência lusíada (além da federação), e contactava com alguns angolanos brancos e pretos que se irmanavam naquela convicção. Tendo em conta a despreocupação de quem vivia na maioria do território (a guerra estava confinada a dois bocados, um no norte, outro no leste), não se esperava que a iniciativa viesse da metrópole. E não terá vindo. Convenço-me que a motivação dos capitães, porque a questão profissional foi de imediato resolvida, terá tido origem nas condições vividas na Guiné, um verdadeiro constrangimento, mas igualmente no "cansaço" da "guerra de longa duração" - nas diferentes vertentes que geravam o cansaço, e no imobilismo do governo, incapaz de estabelecer relações com os independentistas (em 70 já seria tarde?) e de estimular autonomias funcionais para o ultramar.
Logo que surgiram os partidos da moda (PS e PCP) com os seus prosélitos a reclamar a independência imediata das colónias, começaram as aldeias da minha região a exibir bandeiras dos movimentos que influenciavam cada uma, e em pouco tempo já se sabia da existência de armas na população. Entretanto, em Luanda os acontecimentos precipitavam-se como muito bem descreve o Gen. Silva Cardoso - o seu livro há poucos dias custava na Fnac apena 9 euros. (continua)
Fomentada a eliminação de 2 movimentos pelo MFA, o povo ficou perplexo e à espera de uma qualquer inusitada organização. O MPLA nunca fora um movimento comunista, apesar do apoio logístico da URSS, mas o MFA logo distorceu as teorias do marxismo, para as opor ao imperialismo capitalista.
Depois da morte do taxista, soube muito difusamente de altercações em Luanda. A população dividia-se, inclusivé os brancos, que não percebiam estar a perder tempo, a serem enganados pelo MFA, e a serem excluídos do MPLA que aglutinava militantes e simpatizantes, e a serem oportrunisticamente aproveitados pelos outros movimentos, num dos casos como meio de sobrevivência - Unita.
Portugal, manipulado pelos fazedores de opinião nos jornais e televisão, nos comunicados e homilias, passou a considerar os colonos - sem conhecimento, e sem se darerm conta que os colonos estavam nas sedes das empresas em N.York, Londres e Berlim, principalmente - como pessoas abomináveis e sem moral, enquanto aqui os mais exaltados da revolução apropriavam-se de bens alheios, fiscalizavam nas ruas e nas estradas, e praticavam a justiça popular. No governo, vivia-se de intrigas e de medo.
Foi a alienação dos portugueses, cque incluíu padres a participar na rebaldaria, quer por uns, quer por outros. Nem as famílias ficaram imunes à confusão nas suas relações.
Em Dz/74, a empresa quiz enviar-me para uma região onde já havia helicópteros privados a fazer segurança privada. Recusei tal ambiente, e regressei a Lisboa.
O pior aconteceu com todos aqueles que ficaram até ao fim, na esperança de não serem rechassados, brando que labutavam lado a lado com pretos, pretos que eram assumidamente portugueses e catalizavam ódios políticos, gente que erguia uma nação de progresso, e não tinha mais do que aquilo de que foi privada - vide A Cololonização de Angola e o Seu Fracasso, do geógrafo Orlando Ribeiro - INCM.
Assim, partilho a ideia da incompetência e traição do MFA, que tomou uma iniciativa e atraiçoou os próprios objectivos (atraiçoando de múltiplas maneiras todos os compatriotas deslocados em África), dividindo-se por tricas e interesses de boçalidade política, enquanto muitos dos seus elementos se deslumbravam com uma vaidosa aura de heroísmo.
Estas e outras razões foram a desmotivação para as NT que logo passaram a desejar o regresso.
Abraços fraternos
JD
JD, afinal também tiveste oportunidade como eu de ser retornado.
Sim, para mim ser retornado foi uma oportunidade para compreender parte daquilo que nós somos.
Só nós para termos cravos nas espingardas das revoluções e beldades abraçadas aos polícias.
Mas no fundo, até a mafia siciliana tem muito que aprender connosco.
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