quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15147: Inquérito online: resultados preliminares, num total de 110 votos, 1 em cada 5 nunca teve férias; 3 em cada 4 veio à metrópole, uma ou mais vezes... Encerramento das "urnas": 2ª feira, 28/9/2015, 14h05


Guiné > Bissau > Bissalanca > Transportes Aéreos Portugueses  > Avião Super Constellation. Foto do nosso camarada José Eduardo Oliveira (JERO), o primeiro à direita... Cortesia do seu blogue JERO > 10 de dezembro de 2009 > Lisboa-Bissau em nove horas. (Foto editada e reproduzida por LG, com a devida vénia).

A. Resultados preliminares da nossa sondagem desta semana, quando faltam 4 dias para fechar as "urnas"... Nº de votos apurados (até às 14h00): 110


SONDAGEM: "DURANTE A COMISSÃO, NUNCA VIM DE FÉRIAS À METRÓPOLE"


1. Vim uma vez  > 37 (33,6%)


2. Vim duas vezes  > 39 (35,5%)



3. Vim três vezes  > 6 (5,4%)



4. Fiz férias em Bissau  > 6 (5,4%)


5. Fiz férias nos Bijagós > 0 (0%)

6. Fiz férias no interior > 0 (0%)

7. Nunca tive férias  > 22 (20,0%)



Votos apurados: 110
Dias que restam para votar: 4 (até 28/9/2015, às 14h05)

Comentário do editor: mais uma vez se comprova que os leitores deste blogue (ou, pelo menos, os que votam neste tipo de sondagem digital) não representam (nem têm a veleidade de representar) o universo dos nossos combatentes que passaram pelo TO da Guiné, entre 1961 e 1974...

Os resultados finais deste tipo de  "sondagem" dependem sempre da oportunidade e vontade do leitor (ou visitante) em responder... Por outro lado, nunca sabemos quem responde (e quem não responde): por exemplo, posto, arma, especialidade, ano em que foi mobilizado, etc.   Nem podemos garantir que não haja duplicações, ou até votações feitas com má fé (por ex., leitores ou visitantes que não foram combatentes no TO da Guiné, durante a guerra colonial).

No caso da licença de férias, no TO da Guiné, podemos partir de uma hipótese (meramente teórica): só 1 em cada 5 muito provavelmente estava em condições (nomeadamente financeiras) de ir passar férias à metrópole... Não esquecer que as passagens áereas custavam, na época, 4 contos, o que era o pré de 4 meses para os nossos soldados...

Numa companhia (grosso modo, 150 homens), estamos a falar de um máximo de  20% de elegíveis (ou sejam, 30, incluindo 1 capitão, 4 alferes, 15 furrieis e sargentos, e mais uns tantos cabos)... Ora esta sondagem sugere um resultado inverso: 3 em cada 4 de nós (75%) fomos de férias à metrópole... A explicação só pode ser esta: a amostra dos "graduados" (oficiais e sargentos) está sobrerrepresentada em relação às "praças" (soldados e cabos)...

Posso estar a "ver mal" o problema,. já que a minha companhia (CCAÇ 2590/ CCAÇ 12) só tinha um máximo de 60 quadros e especialistas metropolitanos, sendo os restantes (uma centena) soldados do recrutamento local,,, Não sei se a totalidade (ou a grande maioria) dos meus camaradas metropolitanos da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 vieram de férias à metrópole em 1970...

Desafiamos os nossos leitores a comentar os resultados preliminares desta "sondaem" que, à partida, estarão "enviesados"...  LG


B. Comentários dos nossos camaradas (*):



21 set 2015 14:44 

Nunca tive férias e nunca pensei vir à Metrópole.
Mas tive conhecimento de camaradas que vieram cá e já não voltaram à Guiné.

21 set 2015 16:16

Lamentando muito, sinceramente, quem não pôde vir e,
como já contei numa das minhas estórias no blogue (P4675),
vim à metrópole 3 vezes (30 + 5 dias cada).

21 set 2015 16:24

Fui para a Guiné em fins de Outubro de 1971 e vim de férias à Metrópole no dia dos meus anos, 21 de Maio de 72. Em Fevereiro de 73 voltei novamente de férias, na altura do carnaval. Sabendo o que me esperava na Guiné, foi preciso ter alguma coragem para voltar ao "local do crime", mas nunca me passou pela cabeça em dar à sola. Vim duas vezes de férias em avião da força aérea, beneficiando do facto de ser furriel paraquedista. Os soldados mais valorosos geralmente vinham uma vez de férias pela força aérea. Neste aspecto éramos uns privilegiados,mas também se pode dizer que éramos os mais sacrificados, não acham?

21 set 21015 16:26

Camaradas, esta pergunta para mim torna-se amarga, vim cá à metrópole uma vez, por morte do meu pai, faleceu em Novembro de 1967. Estava eu há sete meses na Guiné, como tinha direito à viagem gratuita pela força aérea, concorri e foi abrangido para vir cá em Março de 1968, estive cá um mês, de formas que foram uma férias amargas que nunca mais esquecem.

21 set 2015 16:29
Vim de Férias Em Outubro de 1971 para o casamento do meu irmão de quem fui padrinho.
Foi na TAP num Boeing 727 que vim e que regressei.
Penso que já existiam ou estarei enganado?
De Bafatá para Bissau vim nessa altura num JU.

21 set 2015 16:34

Vim 2 vezes, em Janeiro de 1970 e Janeiro de 1971.
O curioso é que, só agora me lembrei,
me falta pagar metade da segunda viagem...  

21 set 2015 19:23 

Não vim nenhuma vez, por motivos de ter sido ferido
e também por não ter disponibilidade financeira.

Carlos Vinhal
 21 set 2015 19:56 

Não sei se era norma oficial, mas na minha Companhia só se podia vir de férias após completados 6 meses de comissão, uma vez em cada ano civil, e toda a gente tinha que estar presente na época do Natal e Ano Novo.  Como chegamos à Guiné em 17 Abr 70, só depois de 17 de Outubro é que a malta pôde começar a vir à Metrópole. Como eu era o furriel mais novo (NM 19551569) só me tocavam 15 dias em Dezembro. Optei por vir só em Fev 71 (mais ou menos a meio da comissão), não tendo possibilidade de vir mais vezes, já que a nossa comissão acabava oficialmente em 17 Jan 72. Regressámos a 19 Mar 72.

Luís Graça
21 set 2015 21:45

Dá para perceber, pela tendência de voto, ao fim de quase meia centena de votações, que passar férias no interior (na tabanca, no quartel, no destacamento onde se estava colocado...) é uma hipótese meramente teórica... Mesmo Bubaque, nos Bijagós, devia ser um luxo, já nessa época...
Mas também havia, sim, senhor, quem fizesse férias [, de páscoa, por exemplo, ] em Bubaque...
A malta que estava em Bissau, podia tirar uns dias e dar um salto aos Bijagós...
Quem estava no mato, queria mas era ir a casa..

21 set 2015 23:19 

Vim duas vezes de férias.

22 set 2015 00:56

Vim uma vez, no mês de Maio de 1962,
um ano após a minha chegada.


Luís Graça
22 set 2015 06:02

Vim de férias em meados de 1970, uma ano depois do início da comissão, se a memória me não falha... Lembro-me de o avião da TAP fazer escala na ilha do Sal... Uma a duas horas... A TAP não podia, por razões "políticas", sobrevoar o continente africano...  O avião ia por "nossa" conta... Ver as pernas às hospedeiras de bordo estava "incluído" no preço... E tenho ideia que o consumo de bebidas a bordo era "generoso"... Começávamos as férias na "desbunda"... De Lisboa até casa (70 km) fui de táxi... Vir de férias, da guerra, era um luxo que não tinha preço!...

Carlos Silva
carlospintazevedo@gmail.com
22 set 2015 07:43

Férias,  nunca as tive ! ... Mas passei bons momentos em Bedanda, e outros menos bons como tudo na vida, nunca me arrependi do tempo que passei lá,  conheci nova gente com outra maneira de vida. Gente Humilde e tambem com sabedoria, sempre aprendi algo . Direi sempre não à guerra.

Vasco Pires [Brasil]
22 set 2015 13:13  

Vim duas vezes de férias. No GAC 7 permitiam um mês de férias por ano.  Lembrei-me que nas primeiras férias encontrei [ o ...], aliás, ele me procurou. A companhia dele embarcou, ele conseguiu uma licença pois havia o nascimento iminente de um filho; como soube que eu conhecia o quartel onde estava a companhia dele, queria saber como eram as coisas por lá.  Procurei fazer um relato realista,  não sei se foi pelo meu relato, mas ele resolveu cumprir a comissão
nas "bolanhas"... de Paris. 

___________________

Nota do editor:

(*) Vd. poste de 21 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15137: Sondagem: "Durante a comissão nunca vim de férias à metrópole"... A responder até ao dia 28

Vd. também:

26 comentários:

Anónimo disse...

José da Palma Vargues
23 set 2015 19:21

Em resposta a esta sondagem.Devo dizer que não usei férias, na metrópole ou noutro local, enquanto estive na Guiné.

Fui louvado em virtude de trabalhar na secretaria à noite num mapa que referia as mortes dos militares em combate do Batalhão de Artilharia 733 na Guiné.
Pensei em vir à Metrópole e falei com o 1º Sargento Guimarães e ele disse-me.Não faças o requerimento, porque não vão conceder.E eu assim fiz.Resultado ele veio e eu fiquei.

Um abraço
José Vargues -ex 1ºCabo Escriturário 609/64

Carlos Pinheiro disse...

Sondagens são sondagens e cada um pode interpretá-las como quiser. Mas pelo meu lado digo que estou completamente admirado como é que a sondagem nos diz que entre os que vieram cá 2 e 3 vezes são mais dos que nunca cá vieram de férias. Vamos lá pôr as cabecinhas a pensar e verificar que esta sondagem, feita certamente com a melhor das intenções, dá resultados completamente inesperados, até aparentemente falseados perante o universo dos combatentes que estiveram, neste caso, na Guiné.
Peço desculpa ao Luis Graça pela minha franqueza.
Um abraço
Carlos Pinheiro

Varetas disse...

João António Santos
Em resposta a esta sondagem devo disser que vim de férias à metrópole uma vez com a minha mulher, isto depois de vir de Bambadinca e ficar no BEng 447 em Bissaau, e no pariodo seguinte somos para Os " Bijagós " , mais concretamente para a ilha de " Bubaque ".
Um abraço.

João António Leitão Simões Santos
Ex-Alferes Miliciano

Anónimo disse...


Antonio Duarte
23 set 2015 20:06

Boa noite Luís

Sem sombra de dúvida os resultados, tal como dizes, estão completamente enviesados. A amostra não representa a realidade.

Eu recordo-me da minha companhia de origem portuguesa (CART 3493), no primeiro ano vieram de férias, o capitão, os alferes, quase todos a classe de sargentos e das praças, lembro-me de talvez uns 20 a 25.

Abraços e continuação de boa saúde.

António Duarte

Luís Graça disse...

Carlos, agradeço a tua franqueza. Em rigor, no sentido estatístico do termo, isto não é uma sondagem, mas um simples inquérito de opinião, baseado numa única pergunta, fechada (isto é, em que é dado um nº limitado de possíveis respostas)...

Não é uma sondagem porque não se baseia numa "amostra representativa" de uma dada população...

Em termos simples, se eu tenho uma população (recenseada há um ano) de 10 leões e 1000 zebras, num dado parque, se eu quiser fazer, no ano seguinte, uma correta contagem, por amostragem. e se o tamanho da amostra for de 20%, os resultados finais dar-me-ão qualquer coisa como 2 leões e 200 zebras...

Extrapolando para a população, os resultado sugerem ou indicam que a população de leões e zebras está estável, não aumentou nem diminuiu num ano: os leões comeram algumas zebras, mas houve outras tnatas que nasceram... O mesmo se passa com os leões, que não têm perdedores, a nºão ser o dono do parque que abate os leões velhos...

Anónimo disse...

José Melo
23 set 2014 21:09


Caro camarada,
José jorge de Sousa Melo Comp de Caçadores 1498.
Vim duas vezes, uma em cada ano.
Saudações

Luís Graça disse...

António Duarte, são estimativas como a tua que nos permitem controlar os resultados desta "pseudossondagem"... Se os graduados da tua companhia são 20 (1 capitão, 4 alferes e 15 sargen tos) e as praças 130 ou 140, e o total dos que vieram de férias foi de 40, a média foi de 25%... Extrapolando para a população, teriam vindo à metrópole, de férias, 5 graduados e 35 praças... Ora, na realiddaem, vieram todos ou quase todos os graduados, e apenas um, 20/25 praças... Como vez, a média é pode ser uma estatística enganadora... Sabes isso tão bem como eu, já que és economista...

Podes mwntir ou enganar com os números... É preciso ter muitas cautelas "metodológicas" com esta técnica de invetsigação que é a "sondagem"... O nosso servidor, o Blogger, chama-lhe "sondagem", mas o termo não é adequado..

Abranco disse...

Vim por duas vezes de férias á metropole, estive colocado numa companhia africana onde o número de metropolitanos não ultrapassava as três dezenas incluindo oficiais, sargentos e praças e destes penso que mais de metade vieram de férias.
Efetivamente eram necessários quatro meses do meu vencimento para pagar a viagem em 1972, daí que contei com a colaboração de alguns familiares para concretizar um desejo mutuo.
António Branco
ex 1º cabo Reabº Material
C CAÇ 16 BACHILE- GUINÉ

Luís Graça disse...

Custava milhões ter um ficheiro atualizado com todos os nomes e endere4ços dos ex-combatentes, vivos, que passaram pela Guiné e fazer uma sondagem, como deve ser, sobre este tópico (as férias na metrópole)... Por amostragem aleatória...

É por isso é que, neste e noutros casos, trabalhamos com simples amostras de conveniência... São fáceis, são baratas e podem dar... milhões!

Anónimo disse...

Adelino Capinha

Data: 23 de setembro de 2015 às 21:09
Assunto: Ferias na Guiné



Em 1968, estava em Bambadinca, e em época de exames a nível nacional, estava proposta a exame, não tinha direito a férias por ter sido punido com quatro dias de detenção em Junho de 1967 e não teria direito a férias nessa data, fui para Bissau com férias particulares, e gozei férias oficiais em Agosto de 1968 em Bambadinca a trabalhar compensando as férias gozadas em Bissau.

Um Abraço

Adelino Capinha

Anónimo disse...

João José de Lima Alves Martins
23 set 2015 21:49

Vim passar férias em Portugal, em agosto de 68 e agosto de 69.

Não podia deixar de as gozar, na minha terra, São Martinho do Porto.

Foi a contrapartida de, no dia em que cheguei a Bissau, me terem levado para uma LDM, rumo a Bissum-Naga para participar nas operações Bolo Rei e Cavalo Orgulhoso...

Grande abraço

João Martins

Anónimo disse...

António Estácio
23 set 2015 21:42


Caro Luís Graça.

Estimo-te bem, mais os teus familiares.
Reconheço os teus trabalhos nesta campo, mas eu não intervenho pois estávamos em áreas, estando eu em Angola e tu na Guiné.
Acontece que o mais certo será contar com a tua ajuda e peço-te o favor de ver se consegues ligar para o meu tele móvel ou para o meu telefone de casa.
Muito obrigado.

Manuel Batista Traquina disse...

Durante a minha comissão (68 / 70) vim a Portugal uma vez no ano de 1969. Nas classes de oficiais e sargentos creio que todos vieram a Portugal de férias.Praças também vieram muitos mas não todos.
Eram umas férias bastante desejadas no entanto a grande dificuldade era o transporte de Buba a Bissau que só podia ser de avião ou barco transportes que nem sempre havia.

Anónimo disse...

Silvio Fagundes Abrantes
23 set 2015 22:12



Esta sondagem não corresponde à realidade. Se a memória não me atraiçoa entre Novembro de 1969 e Novembro de 71 vieram de férias à metrópole quatro colegas meus, estamo a falar do B.C.P. 12.

Podem ter sido mais, mas se foram, foram poucos mais, dois ou três no máximo.

Luís Graça disse...

Wikipédia > Sondagem

Excerto:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sondagem

Sondagem tem a sua raiz etimológica na palavra francesa sondage. Esta surgiu provavelmente no século XIV com o intuito de expressar o acto de, com recurso a uma sonda, investigar a profundidade da água e a natureza do fundo de um rio ou de um mar.
No século XIX, Balzac utilizou este termo para expressar a ideia de uma pesquisa ou investigação rápida.

Entretanto, o termo sondagem, além do domínio marítimo, coexiste actualmente com aplicações nas áreas da geologia, medicina ou estatística. A língua portuguesa não apresenta distinção vocabular entre os diversos domínios, mas, por exemplo, a língua inglesa diferencia todas estas formas de sondagem com os termos sounding (marítima), boring (geológica) e probing (médica). No campo estatístico, diferencia inclusivamente a sondagem de opinião (poll) de outros tipos de sondagem, designados por survey samplings.
Em França, e por decisão da Comissão Francesa de Normalização do Vocabulário Estatístico, o termo sondage aplica-se a estudos que envolvem operações de amostragem, independentemente do seu domínio. (...)

Como metodologia de pesquisa, a sondagem possibilita o conhecimento momentâneo de um universo de elementos, numa perspectiva descritiva e quantificada. A escolha e análise de dados são feitas com base numa amostra de elementos que deverá permitir a extrapolação das interpretações à totalidade do universo.
As áreas de aplicação das sondagens estatísticas são muito diversas, tendo especial destaque os estudos das populações humanas, nomeadamente sob a forma de estudos pré-eleitorais ou de opinião pública. Ainda no que diz respeito a este tipo de populações, as sondagens surgem noutras áreas como a sociológica (por exemplo, estudo sobre a literacia de uma população), demográfica (por exemplo, caracterização da estrutura dos agregados familiares), económica (por exemplo, construção de indicadores de conforto de uma população) ou de marketing (por exemplo, estudos sobre o comportamento dos consumidores de certo produto).
A sondagem tem as seguintes vantagem em relação ao recenseamento normal:

(i) custo — é mais económica, por exigir menos recursos e meios e uma menor estrutura;
(ii) tempo — é mais rápida por haver menos respostas a recolher, tratar e analisar;
(iii) informação obtida — quando se pretendem conhecer características da população que não se resumem a factos (por exemplo, pode importar conhecer opiniõs, expectativas, previsões, entrando na vertente psicológica do indivíduo), pode-se realizar um questionário mais detalhado se se abordar um menor conjunto de elementos;
(iv) exequibilidade — ao contrário de um recenseamento, que pode não ser exequível (por exemplo, população grande e muito dispersa)
(v) credibilidade da amostra — as conclusões produzidas a partir de uma amostra têm
validade;

Luís Graça disse...

Acredito que alguns camaradas, soldados e cabos, viessem à metrópole de férias, fazendo um tremendo sacrifício financeiro, só para poderem estar um mês, fora da "irrespirável" Guiné, junto dos seus entes queridos...

Uma parte das nossas praças, mais do que os graduados, eram casados e tinham filhos (que não conheciam, nalguns casos)... Acredito que fizessem das tripas corações só para poderem estar com a família... O ex-1º cabo cripto José Carlos Gabriel já nos contou uma história dessas... Em todo o caso, a proporção de soldados e cabos que vinham de férias à metrópole tinha ser forçosamente menor do que a sargentos e oficiais... É a minha "interpretação" da realidade, baseada não tanto na chamada "evidência empírica" (não temos números, nem experiência...) mas na análsie na "estratificação social" do nosso exército daquela época...

Vasco Pires disse...

Boa noite Luis
Cordas saudações.
Como já disse, no meu comentário, omiti a Companhia, o local e o nome do meu amigo que "cumpriu a comissão " em Paris. Penso que quarenta e cinco anos passados não é meu direito,expor publicamente, alguém que não seguiu o nosso caminho.
Forte abraço.
VP

Anónimo disse...


Orlando Pinela
24 set 2015 05:05

Bom dia

Isto é uma sondagem, mas sobre a mesma eu depreendo que só se aplicava a Sargentos e Oficiais.

Na minha companhia em cada 10 praças, amis ou menos, veio 1 uma vez de férias.

O pré das praças era de 500 pesos e dos cabos 800. Como a viagem custava 4 contos, não dava para a passagem, a não ser alguns cuja a família tivesse recursos.

O resto de uma boa semana.

Mário Bravo disse...

Mario Bravo - Ex-Alferes Miliciano Médico.
Vim de férias 3 vezes, em 1972 e 1973,
Prestei serviço em Bedanda, Guileje, Gadamael, Cacine e Teixeira Pinto.

José Botelho Colaço disse...

Sondagem de elite: Faz lembrar o rendimento per capita há um frango para dois um papa o frango todo o outro não come nada, resultado 50% da população come metade de um frango. (não votei).

Anónimo disse...



A minha vinda de férias à metrópole, teve uma estória curiosa
Até meio do ano 1964, creio que ninguém era autorizado a vir de férias á
Metropole, quem queria gozar férias e tinha direito, ia para Bissau.
Ora, como o 3º pelotão da 412 foi destacado para o Enxalé-28/Out/1963
a 25/1/1964, então comecei a montar armadilhas todos os dias,por carolice e necessidade, e como não tinha curso, fui agraciado com um louvor pelo Comandante
da Companhia Capitão Braga ( o lambreta) pois com os lábios fazia um barulho que se assemelhava a uma lambreta.
Quando já estava em Cantacunda - junho/1964 a fevereiro/1965, perto de Fajonquito,
durante o mês de outubro, tivemos conhecimento que o sr. General Schultz, havia constituido um prémio "Prémio Governador da Guiné", para agraciar os combatentes que se notabilizasse na efectivação de baixas ao inimigo ou outros feitos em combate.
Qual foi o meu espanto, quando recebi a informação do sr. Capitão que me havia sido
atribuido o referido prémio e que podia ir gozar um mês de férias onde desejasse.
Assim marquei a minha vinda a casa.
Como já não se passava na estrada,Bafatá - Banjara - Mansabá - Mansoa - Bissau, tive que ir para Bissau de barco. Há época os barcos iam até ao Capé e Contuboel. Tomei o barco em Bafatá e rumei a Bissau, no dia 30/Out/1964. Embarquei em 31/10/1964, Bissalanca, num avião da Força Aérea (Dakota-Skymaster ou " se cais morres", rumo ao Sal-Cabo Verde, passagem pelo aeroporto militar dos Gambos-Canáras mas quando chegamos a Lisboa, estava uma tempestade enormissima, pois que todos os
aeroportos da Peninsula Ibérica estavam encerrados. Quando estava a amanhecer, olhamos pelas janelas e só viamos mar e depois depois uma ilha, era a ilha do Sal,
outra vez.
No Avião vinha, no meio, um motor de um F-86 e um paraquedista de maca acompanhado de uma enfermeira e outros militares.
Desembarcamos e fomos comer às instalações da C.Caç 413 que havia ido connosco para
a Guiné-Mansoa, tendo a meio da comissão sido deslocada para o Sal- cabo Verde.
Aí comemos lagosta a todas as refeições, eles já enjoavam a lagosta. Eramos todos conhecidos pois como nós também pertenciam Ao B.C.10-Chaves e os sargentos éramos todos do mesmo curso-1961.
O Aeroporto do Sal, era só uma pista e no final da mesma havia a torre de controle.
Na tarde desse dia, tornamos a embarcar e quando arrancamos para levantar, ouvimos um estrondo da rebentação de um pneu e só paramos a cerca de 5 ou 6 metros da torre.
Como não havia pneu suplente ficamos três dias no Sal até chegar um pneu, no avião da TAP. No dia 3 de Novembro, reembarcamos para Lisboa onde chegamos no dia 4.
Passei essas Férias em Amarante, Chaves, VERIN-Espanha, (onde tinha uma namorada espanhola) e Porto. Passados os trinta dias apresentei-me nos Adidos-Lisboa, mas não havia alojamento, fui instalar-me numa Pensão na Rua Rodrigo da Fonseca, a aguardar passagem aérea para Bissau, o que veio a suceder só no dia 6 de dezembro. Chegado a Bissau apanhei um barco civil, para Bafatá, seguindo de novo até Cantacunda.
Nas Canáriaas comprei um relógio por 500 escudos e uma máquina fotográfica Konica também por 500 escudos.
Do outro pessoal da 412 apenas um alferes veio de férias, no entanto, três alferes tiveram as esposas em Bafatá

Alcidio Marinho
22 de setembro de 2015 às 13:18

Luís Graça disse...

Obrigado, Orlando Pinela e José Colaço.

Entendo a vossa frustração. A "sondagem" é para ser respondida por todos.. Mas é óbvio que está a ser mais respondida por uns (antigos oficiais e sargentos) do que por outros (antigos soldados e cabos)...

Os primeiros, de resto, estão "mais representados" na nossa Tabanca Grande... São eles que, ao longo dos anos, se têm inscrito, em maior número, na nossa Tabanca Grande. As razões são diversas: têm eventualmente maior escolaridade, têm computador em casa, têm ou tiveram profissões mais propensas à comunicação escrita, etc.

Infelizmente, muitos camaradas nossos, que passaram pelo TO da Guiné, e nomeadamente os mais velhos, não têm computador ou acesso à Net, pelo que não chegam até nós, não conhecem o nosso blogue... E se chegam até nós, é através de filhos e netos...

Conclusão, é sempre o calcanhar de Aquiles das sondagens (sejam eleitorais ou de outra natureza, como as de marketing, consumo, etc.): se amostra está "enviesada" (porque não representa coprretamente a população de se refere: eleitores, consumidores, ex-combatentes, pais e educadores, emigrantes, utentes dos serviços de saúde, sócios e simpatisantes de clubes de futebol ou grupos de população), os resultados saem furados ou empolados, e não podem servir para fazer previsões corretas... Neste caso, para sabermos qual era a proporção dos nossos camaradas que não vinham (ou não podiam vir) à metrópole de férias... Mas não é preciso fazer nenhuma "sondagem" (e esta que está em curso não é, em rigor, do ponto de vista científico e técnico, uma sondagem, por que lhe falta o pressuposto básico, a amostra probabilística), não é preciso fazer uma "sondagem", dizia, para saber que a "grande maioria de nós" não vinha (por que não podia vir) a casa, de férias, durante a guerra na Guiné...

O que sabemos, dos resultados preliminares desta inquirição "em linha" [ou "on line"] é que, numa amostra (reduzida) de 150 votos, há 60 camaradas nossos que dizem que vieram de férias à metrópole 2 (duas) vezes... E até há 7 que vieram 3 (três) vezes...


Como alguém dizia, todos somos iguais, mas há sempre uns mais iguais do que outros...

Abraço grande. Luís

José Carlos Gabriel disse...

Repor a verdade. Nas minhas duas intervenções sobre este assunto na minha 1ª intervenção disse que vim á metrópole por 3 vezes. Disse inclusive que nada de especial se tinha passado na 2ª viagem. Fiquei a pensar qual a razão de não ter qualquer lembrança e como a memória já vai falhando fui buscar a caderneta militar e comecei a verificar as datas e a fazer contas. Consta na caderneta militar que fui nomeado por imposição em 25 Fevereiro 1973 para servir no CTI Guiné. Que embarquei em Lisboa num dos aviões dos TAM em 12 Maio 1973. Verificando estas datas seria completamente impossível ter vindo 3 vezes. Vontade não me faltaria com toda a certeza. Consta também na caderneta militar 2 períodos de férias em 1973 e 1974. Embora tenha tido este lapso de memória tenho agora a certeza que fiz 2 viagens e não 3. A 1ª viagem sei que a fiz logo que me era possível ou seja passados 6 meses que calhou em Novembro 1973 e tenho a certeza que passei em Nhala o natal deste ano como era obrigatório do qual tenho fotos. A 2ª viagem terei feito já no 2º semestre de 1974 (penso que em Agosto) até porque me encontrava de férias quando do regresso do batalhão. Já fiz a respetiva alteração na votação.

José Carlos Gabriel

Manuel Luís Lomba disse...

Vim de férias à Metrópole em Dezembro de 1966, com marcação e bilhete comprado por 6 contos na Agência Sagres, propriedade ou gerência do pai do capitão Costa Campos, que conheci quando a sua Companhia 763 nos rendeu em Cufar, no mesmo Super Constelation e com o mesmo comandante, Solano de Almeida,que haviam levantado de Goa, sob bombardeamento indiano, para salvar o ouro do tesouro do Estado Português da Índia, estivado no seu porão.
Havia nevoeiro em Lisboa, aterramos em Faro, um novo aeroporto, a TAP pagou-nos o jantar no hotel Santa Maria e eu, o Serrão e outros permutamos a dormida por um taxi para Lisboa.
Abraços à malta.
Manuel Luís Lomba

Anónimo disse...

abilio duarte
25 set 2015 00:28

Eu, vim de férias á metrópole, em Out.1969, depois de 8 meses de Guiné. Como era o Furriel, mais novo, o 1º. Sargento, deu-me a escolher, ou vai já, ou então fica para ultimo, e pode lerpar, pois quando pudesse vir, já era tarde. Eu optei e vim logo. Naquela altura pensei, o Spinola resolve aquilo, e eu já não volto. Lixei-me voltei e andei ainda mais 10 meses na intervenção. Aguentei.

Anónimo disse...

José Melo
23/09


Caro camarada,
José jorge de Sousa Melo Comp de Caçadores 1498.
Vim duas vezes, uma em cada ano.
Saudações