Cabo Verde > Ilha de Santo Antão > 1943 > "A fome, a miséria"... A grande seca de 1943 foi evoacad no romance de Manuel Ferreiar, ele próprio expedicionario, "Hora di Bai"... O próprio título diz tudo sobre o dramático dilema que enfrentava o cabo-verdiano de ontem (e de hoje): a vontade de ficar, a necessidade imperiosa de partir... [Foto do álbum do pai do nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos, o então 1º cabo Feliciano Delfim Santos (1922-1989), da 1.ª companhia do 1.º batalhão expedicionário do RI 11]
Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > Cemitério de Mindelo > 1943 > Foto do álbum de Luís Henriques (1920-2012), ex-1º Cabo nº 188/41 da 3ª Companhia do 1º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria nº 5. Esteve em Cabo Verde, no Lazareto, na Ilha de São Vicente, entre 1941/43.
Legenda no verso da foto: "Justa homenagem àqueles que dormem o sono eterno na terra fria. Companheiros de expedição os quais Deus chamou ao Juízo Final. Pessoal da A[nti] Aérea depois das cerimónias desfila fazendo continência às sepulturas dos companheiros. Oferecido pelo meu amigo Boaventura [Horta, conterrâneo, da Louri nhã,] no dia 17-8-1943, dia em que fiquei livre da junta (hospitalar). Luís Henriques".
Foto (e legenda): © Luís Graça (2005). Todos os direitos reservados. [Edição do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.
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1. Continuação da publicação da brochura "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do Capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.) [, imagem da capa, à direita].(*)
José Rebelo, Capitão SGE reformado, foi em 1941/43 um dos jovens expedicionários do RI I1, então com o posto de furriel. Não sabemos se ainda hoje é vivo, mas oxalá que sim, tendo então a bonita idade de 96 ou 97 anos. Em qualquer dos casos, este nosso velho camarada é credor de toda a nossa simpatia, apreço e gratidão. E, se já morreu, estamos a honrar a sua memória e a dos seus camaradas, onde se incluiram os pais de alguns de nós.
O nosso camarada Manuel Amaro diz do José Rebelo: (...) "Por volta de 1960, fez a Escola de Sargentos, em Águeda e, após promoção a alferes, comandou a Guarda Nacional Republicana em Tavira, até 1968. Como homem de cultura, colaborava semanalmente, no jornal "Povo Algarvio", onde o conheci, pessoalmente. Em 1969, já capitão, era o Comandante da Companhia da Formação no Hospital Militar da Estrela, em Lisboa." (...)
A brochura, de grande interesse documental, e que estamos a reproduzir, é uma cópia, digitalizada, em formato pdf, de um exemplar que fazia parte do espólio do Feliciano Delfim Santos (1922-1989), que foi 1.º cabo da 1.ª companhia do 1.º batalhão expedicionário do RI 11, pai do nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos (que reside em Almada e foi fur mil da CCAÇ 3306/BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73).
[Foto á direita: o então furriel José Rebelo, expedicionário do 1º batalhão
do RI 11]
Trata-se de um conjunto de crónicas publicadas originalmente no jornal "O Distrito de Setúbal", e depois editadas em livro, por iniciativa da Assembleia Distrital de Setúbal, em 1983, ao tempo do Governador Civil Victor Manuel Quintão Caldeira. A brochura, ilustrada com diversas fotos, tem 76 páginas, inumeradas.
O batalhão expedicionário do Onze [RI 11, Setúbal] partiu de Lisboa em 16 de junho de 1941 e desembarcou na Praia, ilha de Santigao, no dia 23. Esteve em missão de soberania na ilha do Sal cerca de 20 meses (até 15 de março de 1943), cumprindo o resto da comissão de serviço (até dezembro de 1943) na ilha de Santo Antão.
Sabemos, por este cronista (*), que os "expedicionários do Onze" tinham um grupo cénico-musical que fez espectáculos nas ilhas por onde passou (São Vicente, Sal e Santo Antão), revertendo as reeitas para apoio às populações carenciadas, sobretudo de Santo Antão, tragicamente afetadas pela seca e pela fome que então assolava as ilhas, em plena II Guerra Mundial.
ABILIO A[BREU] DA FONSECA - 1º cabo, falecido em 22 de agosto de 1941
JOSÉ SIMÕES VAZ - Soldado, falecido em 12 de outubro de 1941
ÁLVARO PEREIRA BASTOS - Soldado, falecido em 19 de outubro de 1941
BERNARDINO DA SILVA CURADO [ou Covado, nalista do José Martins] - Soldado, falecido em 6 de novembro de 1941
MANUEL COSTA - 1º cabo, falecido em 12 de novembro de 1941
CUSTÓDIO DE OLIVEIRA COXO - Soldado, falecido em 17 de novembro de 1941
JACINTO PEREIRA TEIXEIRA - Soldado, falecido em 22 de novembro de 1941
FLORINDO MIRANDA NOGUEIRA - Soldado, falecido em 28 de novembro de 1941
CARLOS MARIA DA SILVA - 1º cabo, falecido em 24 de dezembro de 1941
ANTÓNIO DA PIEDADE GOMES - Soldado, falecido em 15 de fevereiro de 1942
JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA - Soldado, falecido em 3 de Março de 1942
ADELINO DE ALMEIDA MATEUS [, Martins, na lista do José Martins] - Soldado, falecido em 22 de Abril de 1942
ÁLVARO GUERRA - 1º cabo, falecido em 9 de Maio de 1942
ARMANDO AUGUSTO DOS SANTOS - Soldado, falecido em 16 de Janeiro de 1943
"Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.)
Parte IV (pp. 26-30)
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[Continua]
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Nota do editor:
(*) Último poste da série > 8 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17115: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte V: o grupo cénico-musical que atou nas ilhas de São Viicente, Sal e Santo Antão...
(*) Último poste da série > 8 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17115: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte V: o grupo cénico-musical que atou nas ilhas de São Viicente, Sal e Santo Antão...
1 comentário:
Gostava de saber o que é que o Governo de Salazar fez na época para minimizar as consequências da grande seca e fome de 1943... Houve milhares e milhares de mortos. Recordo-me de o meu pai me falar em 30 mortos por dia no Mindelo, nessa época... As crianças, os velhos, os mais fracos, como sempre, foram as primeiras vítimas... A começar pelo "Joãozinho", o seu "impedido"... Não esqueço o nome do ministro das colónias, nesse perído (1936-1944), o banqueiro Vieira Machado, o "rosto" do Banco Nacional Ultramarino... Era dum dos latifundiários do concelho da Lourinhã... Morreu na cama e de consciência tranquila, e levou para o além as suas condecorações, a Grã-Cruz da Ordem do Império Colonial e a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
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