quarta-feira, 3 de junho de 2020

Guiné 61/74 - P21035: Os nossos últimos seis meses (de 25abr74 a 15out74) (21): Fotos do álbum do José Lino Oliveira (ex-fur mil amanuense, CCS/BCAÇ 4612/74, Mansoa, Cumeré e Brá, 12jul74 - 15out74) - Parte III: a sucata da guerra, abandonada em Brá, no BENG 447...






Guiné > Bissau > Brá > BENG 447 > Cemitério de viaturas e outros equipamentos militares (GMC, Panhard, jipes, Obus 14...) abandonados como sucata, no fim da guerra.

Fotos (e legenda): © José Lino Oliveira (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográficos do José Lino [Padrão de] Oliveira [ex-fur mil amanuense, CCS/BCAÇ 4612/74, Mansoa, Cumeré e Brá, 12-7-1974 / 15-10-1974, a mesma unidade a que pertenceu o nosso coeditor Eduardo Magalhães Ribeiro; membro da nossa Tabanca Grande desde 31/12/2012; vive em Paramos, Espinho] (*)

Parte III - Brá > BENG 447 > setembro / outubro de 1974
__________

10 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

... Zé Lino, fora o "lixo" que ficou espalhado nos aquartelamentos, destacamentos, picadas e estradas do "mato", no interior... Quatro décadas depois, ainda havia restos de viaturas e armamento, ao longo das picadas da Guiné, por exemplo, na estrada Gabu - Cheche - Madina do Boé... Vejam-se as fotos do Xico Allen, por exemplo, que foi um dos primeiros a ir à Guiné-Bissau, depois da independência...

Valdemar Silva disse...

Não se percebe bem quando foram tiradas estas fotos da sucata da guerra abandonada em Brá.
Vendo o estado das viaturas e ferrugem dos obus, parece que esta sucata já estava abandonada em Brá à data de Out74. Seria assim?

Restos de viaturas abandonas ao longo das picadas, lembro-me de ver para os lados de Canjadude
uma viatura com alguns anos de abandono.

Valdemar Queiroz

Antº Rosinha disse...

Tomar conta do que não precisavamos mais , paran quê?

Até avionetas com a cruz de cristo lá ficaram, impecáveis a apodrecerem no aeroporto militar de Bissalanca.

De facto era de a gente se pisgar o mais de pressa possível, tomar conta do que não precisavamos mais, para quê?

Quantos navios da CNN e da CCN (Principe Perfeito, Vera Cruz, Uige, etc.etc.) foram semi-abandonados a quem desse mais, chatices para quê com coisas que já não faziam falta? se quaisquer porta-contentores resolviam o problema.

Pena que com os avões da TAP, não tivesse acontecido a mesma coisa, se já não faziam falta? se quaisquer charters resolviam o problema, veja-se o pesadelo com esta empresa colonial que "sobrou" do fim do império.

Vou ficar por aqui, porque como "retornado" também me lembro que também fui aconselhado a atirar-me ao mar entre outras soluções, porque "joguei na carta errada" dizia um ex-ministro dos negócios estrangeiros.



Cherno Baldé disse...

Caros amigos,

Quando vemos o vai-vém infatigavel das formigas na natureza, ocupadas no seu trabalho de (des)construçao permanente ficamos algo surpreendidos, mas vendo este parque de sucatas abandonadas no perimetro de Bra em meados de 1974, chego a conclusao que o homem ainda é capaz de superar de longe as formigas nas suas actividades de aproveitamento e transformaçao material. Vém a este proposito a constataçao de que em 1990, Altura em que regressei dos estudos e comecei a trabalhar no Minsitério da Obras Publicas, que juntamente com outras instituiçoes estatais, ocupavam este espaço do antigo BENG e arredores, ja nao restava aqui nnenhum exemplar dessas numerosas carcaças e peças de artilharia abandonadas pelos militares portugueses.

- Para onde teriam sido levados é uma incognita a descobrir, mas estou inclinado a pensar que a maior parte do material teria sido desmantelado, transportado e, posteriormente, seria aproveitado/recuperado em oficinas dos paises vizinhos, principalmente para a Guiné-Conacry, pois a maior parte destes meios de transportes, designadamente camioes, eram de fabric antigo e de bom material. A Guiné-Conacry com as suas numerosas montanhas e Colinas, especializou-se na manutençao e recuperaçao de meios de transporte antigos, muito resistentes e adequadas as condiçoes dificeis das suas estradas ou a falta delas.

Os novos senhores da Guiné-Bissau, certamente, nao precisavam de sucatas, posto que recebiam da Suécia camioes novos de marca Volvo e outras para o transporte de mercadorias de longo percurso.

Quanto as peças de artilharia, provavelmente teriam sido fundidas e aproveitadas para fabricar utensilios de trabalho agricola e/ou materiais de utilidade diversa.

Alguns anos mais tarde, durante a Guerra civil de 1998/99, sera a vez das fabricas do complexo de Cumeré, da antiga montagem de automoveis Nhaye entre outras que serao desmontadas e vendidas por individuos nao identificados e transferidos para paises vizinhos. Esta tem sido a sina da Guiné-Bissau como pais independente.

Com um abraço amigo,

Cherno Baldé

Cherno Baldé

Anónimo disse...

Ao ver todo este material abandonado, uma vez mais, fui levado a tropeçar no passado, desta vez, recordando uma GMC que foi levada da Figueira da Foz do RAP3 tendo sido dito que depois de reparada ia para a Guiné. Ainda eu não sabia que também lá ia parar. Não mais tinha pensado na GMC quando um dia em Brá a vi estacionada no parque junto a outras, com aspecto de nova sem ter sido ainda utilizada. Isto aconteceu quando a nossa companhia esteve alguns meses em Bissau onde terminamos a comissão. Foi pouco tempo antes de regressar-mos que a vi, provavelmente não chegou a ser utilizada pela nossa tropa.


António Eduardo Ferreira

Valdemar Silva disse...

Não percebi bem, ou então quer dizer que toda aquela sucata já lá estava em Out1974? E nesse caso, pelo aspecto, já lá estava há muito tempo.
Então, a ideia do Rosinha já vinha de longe.

António Eduardo Ferreira, no RAP3, na Figueira da Foz, eu também por lá passei de Janeiro a Novembro de 1968, calhando fomos contemporâneos.

Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Talvez não me tenha explicado bem, naquele tempo sucata não estava lá mas sim viaturas em bom estado como era o caso dessa GMC que eu reconheci, que conhecia bem do RAP3 onde fui monitor auto, durante muito tempo a matricula daquela viatura que conhecia dos tempos da Figueira ficou presente na minha mente, ainda não há muito deixou de estar...


António Eduardo Ferreira

Anónimo disse...

A poeira dos impérios.

Abraco do J.Belo

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Recordo que no BSM de Bissau havia um cemitério de material rigorosamente alinhado e que ninguém fazia intenção de enviar para Lisboa, pois isso não teria finalidade. Sei que esses restos de viaturas eram, às vezes canibalizadas com o fim de criar sobressalentes para as que ainda circulavam. As GMC que aqui estão alinhadas, algumas com tejadilho na cabine (perigosíssimas em caso de minas) já não circulavam à data da independência. Recordo-me de ver embarcar chaços diversos na LDG na praia de Cacine.
As Daimler também já eram raríssimas, se ainda circulassem, assim como as Humber e Fox.
Recordo que o "Fox de Guileje" já estava desfalcadíssimo à data do abandono (creio que só tinha uma viatura). Era bom sabermos a data destas fotos.

Um Ab. e bom descafeínamento
António J. P. Costa

Carlos Vinhal disse...

Camarada Pereira da Costa, quanto ao material que se podia ir subtrair à sucata, lembro-me de termos feito uma coluna de Mansabá a Bissau, carregando a frente de um 404, danificada por um embate entre unimogs, que trocámos por outra que estava bem melhor do que a que levamos.
Quanto às GMCs com tejadilho, tínhamos uma que accionou uma mina no Bironque, tendo o condutor sofrido algumas consequências por ter batido com a cabeça no tejadilho. Nenhum condutor gostava dela mas como sofríamos da eterna falta de material, lá saía sempre que havia colunas auto.
Carlos Vinhal