Já agora, pergunta-se: de quem era o camião , de cor vermelha ou grená, que está estacionado frente ao pau da bandeira ? Devia ser do PAIGC ou ao serviço do PAIGC...
Fotos (e legenda): © José Lino Oliveira (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Mansoa > 1974 > José Lino Oliveira |
1. Continuação da publicação do álbum fotográficos do José Lino [Padrão de] Oliveira [ex-fur mil amanuense, CCS/BCAÇ 4612/74, Mansoa, Cumeré e Brá, 12-7-1974 / 15-10-1974, a mesma unidade a que pertenceu o nosso coeditor Eduardo Magalhães Ribeiro; membro da nossa Tabanca Grande desde 31/12/2012; vive em Paramos, Espinho] (**)
Parte II - Mansoa > 9 de setembro de 1974
E, "por coincidência, também foi o Magalhães Ribeiro a arriar a Bandeira", diz o José Lino Oliveira.. Será que o nosso "ranger" (e querido coeditor, anigo e camarada MR) confirma ?
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 1 de novembro de 2005 > Guiné 63/74 - P284: Tabanca Grande: Eduardo Magalhães Ribeiro, ex-Fur Mil Op Esp do BCAÇ 4612/74 - Eu estava lá, na entrega simbólica do território (Mansoa, 9 de Setembro de 1974)
Mansoa > 9 de setembro de 1974 > Comissário político do PAIGC, Manuel Ndinga, prestando declarações à imprensa. Foto: Eduardo Magalhães Ribeiro (2005) |
(...) "Estiveram presentes nessa cerimónia: a CCS do BCAÇ 4612/74, comandada pelo major Ramos de Campos; o comandante do mesmo batalhão, ten cor Américo C. Varino; um grupo de combate, um grupo de pioneiros, Maria Cabral (viúva de Amilcar Cabral) e o comissário político Manuel Ndinga, do PAIGC [, foto à direita]; e, pelo CEME do CTIG, o major Fonseca Cabrinha. (...)
(...) "A bandeira foi arriada por mim, à data furriel miliciano de operações especiais, Eduardo José Magalhães Ribeiro. À cerimónia compareceram ainda
uns largos milhares de nativos locais, de diversas etnias:
papéis, balantas, fulas, futa-fulas, mandingas, manjacos, etc.,
e umas dezenas de jornalistas de todo o mundo. (...)
(...) Um guerrilheiro do PAIGC hasteia a bandeira da nova República da Guiné-Bissau. Os inimigos de ontem dão-se as mãos e prometem cooperar, no futuro, numa base igualitária, falando a mesma língua. Sob a bandeira do PAIGC os vários povos da Guiné lutaram pela indepência mas é através da língua portuguesa (oficial) que se entendem. (...)
5 comentários:
Meu caro Luís Graça de vez em quando lá me lembro de dedicar umas poucas linhas sobre o assunto: _" Últimos a embarcar de regresso a casa, após a Independência.
É caso para dizer" Eu se não falar Arrebento": -Ao longo destes anos todos, desde que a Guiné- Bissau começou a ser governada exclusivamente pelo PAIGC, que tenho lido várias imprecisões relativamente à data e quem realmente foram os últimos militares a sair daquele país; apesar de já ter sido demonstrado até com a cópia da ordem de serviço para a forma como se ia embarcar quais os Batalhões e os navios onde iriam embarcar. O último navio a sair do Porto de Bissau foi o "Uíge", mas não foram nele que vieram a últimas tropas. Estas vieram no "Niassa", que como se sabe nem chegou a entrar nas águas territoriais da nova Nação. Correndo o risco, de ser repetitivo; devo dizer que o "Uíge", desatracou perto das 15 horas da tarde do dia 14 de Outubro de 1974, e os últimos militares começaram a marchar para o porto perto, das 23:30 horas, desse dia, já que quando tocasse a última badalada da noite desse dia, já as lanchas de desembarque vinham a navegar ao encontro do "Niassa".
- Eu sei que éramos 2 Batalhões, que encontrei alguns militares do outro batalhão, que moravam em Almada, tal como eu, mas não me lembro que batalhão era. O meu era o BCAV8320/73, e curiosamente há uns meses atrasados encontrei um desses rapazes do outro Batalhão, mas ele não se recorda nem da companhia que ele pertencia. Só se lembra de nos termos encontrado a bordo do navio, e dos outros camaradas, companheiros de viagem.
Aqui deixo um abração do tamanho do mundo, para todos os que andaram pelas picanhas da Guiné.
Não sei se existem outras fotografias do último arriar a Bandeira na Guiné, mas nesta fotografia vemos algo de extraordinário: os militares do IN também fazem a continência ao último arriar da Bandeira Portuguesa.
Valdemar Queiroz
O Zé Luís que subscreve o primeiro comentário é o nosso camarada José Luís da Silva Gonçalves:
22 DE SETEMBRO DE 2016
63/74 - P16514: Tabanca Grande (496): José Luís da Silva Gonçalves, ex-Soldado Radiotelegrafista da 2.ª CCAV/BCAV 8320/73 (Olossato, 1974), 729.º Grã-Tabanqueiro
Caro Valdemar,
O que é mais "extraordinario" (desculpem a redundancia) ???
O facto de o PAIGC (militares do IN, dizes tu) fazer a continencia ao arriar da Bandeira Portuguesa ou o inverso. Isto aconteceu repetidamente nessa fase da entrega dos quarteis e do territorio. Eu, ainda criança de 13/14 testemunhei o acto na minha terra e, como se lembram, desabafei num dos meus escritos (memorias de infancia) dizendo que "provavelmente, na historia dos conflitos armados, era a primeira vez que a parte derrotada estava contente com a sua derrota".
Quanto ao PAIGC, se lhes pedissem, nessa altura, que tirassem as cossadas calças da farda cubana que usavam para levar no C*** acediam de boa vontade, porque sabiam que, dentro de poucos dias, seriam os donos daquilo tudo, para abandalhar como so eles sabem fazer.
Por outro lado quero esclarecer que, o nome correcto do Comissario Politico na imagem é Manuel Nandigna (nao Ndinga), ja falecido, filho de um controvérso e poderoso Régulo ou Chefe Balanta do Sul do pais (Afuam Nandigna), que colaborava com o regime colonial e, nesta qualidade, tinha granjeado muita estima e consideraçao junto das autoridades do territorio. Teve muitos filhos/as que foram depois estudar na Europa, incluindo Portugal, antes e depois da independencia. A fama dos seus actos e a impunidade de que gozava era tao gritante que depois quando alguém era apanhado em flagrante num delito de abuso de poder dizia simplesmente: Sim, é a Afuam Nandigna, e depois ???... E depois, nada acontecia.
Assim, pouco a pouco, a Guiné foi-se abandalhando a Afuam Nandigna ou melhor a afuam PAIGC.
Um abraço amigo,
Cherno Baldé
Caro Cherno Baldé
O que vejo de extraordinário na fotografia é a possibilidade de, seis meses antes, poder ter havido um ataque pelos mesmos elementos do IN (PAIGC), ao Quartel de Mansoa com a mesma Bandeira hasteada.
Ab. e saúde da boa
Valdemar Queiroz
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