1. Mais um episódio da série do Rui Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 816,
Bissorã,
Olossato,
Mansoa, 1965/67, enviado em mensagem com data de 21 de Agosto de 2009:
Novembro de 1966.
O abrigo de Uaque.
Reviver o homem das cavernas trocando a moca pela G3.Ali pelo menos aumentei os meus dotes de cultura geral, pois fiquei a saber que:
- Os porcos nadam e de que maneira;
- que com 20 anos pode-se comer tudo e de tudo que tudo engorda (portanto não mata) e que atirando uma granada ofensiva para um rio (passe a selvajaria) os peixes numa fracção de segundo e num raio de 10 metros aparecem todos a boiar de barriga para o ar acabando ali o seu reinado.
Das minhas memórias “Páginas Negras com Salpicos cor-de-rosa”Foi então aqui no abrigo de Uaque a 5-6 quilómetros de Mansoa e na estrada que ligava aquela a Bissau, um pouco depois do carreiro para Jugudul, que eu vivi das páginas mais interessantes e palpitantes de toda a minha vida na Guiné. Não por ser um sítio maravilhoso, pacífico ou acomodativo, antes pelo contrário, no que diz respeito principalmente aos dois últimos predicados, mas sobretudo pelo insólito da situação.
O abrigo, construído recentemente, em pedra ligada por uma massa espécie de barro escuro, o tal barro que os indígenas usavam na construção das suas
moranças, de planta quadrada, tinha seteiras em todos os seus 4 lados o que nos dava a possibilidade de defesa em todos os ângulos. Interiormente, outro quadrado em parede, paralelo ao exterior, formando assim um corredor em quadrado de circuito fechado. Era então aqui no corredor em forma de galeria que tomávamos posições em caso de ataque inimigo. Este corredor servia de tudo: arrecadação de munições, víveres, dormitório, etc. Era a nossa casa.
As paredes do abrigo ficavam metade abaixo do nível do solo (portanto enterrado) cerca de 1,5 m. Visto do lado de fora o abrigo tinha sensivelmente aí uma altura de 1,5m também. Logo as seteiras estavam um pouco acima do nível do solo visto do exterior e à altura adequada do lado de dentro. Estávamos assim protegidos quer pela frente quer pelas costas, quer ainda por cima, pois o dito corredor estava coberto de espessa camada do mesmo material usado nas paredes ou parecido e tal como de um túnel se tratasse. Cada cama estava colocada junto a uma seteira para que a nossa reacção, em caso de ataque inimigo à noite (o mais provável), fosse a mais rápida possível. O número de camas estava dividido pelos quatro lados do abrigo.
No vão deixado pelo quadrado interior em parede, e aqui já a descoberto, ficava a cozinha ou espécie disso: 4 caibros ao alto sustinham uma cobertura em chapa de bidão (esta dava para tudo) por causa da chuva e que cobria então os tachos e as panelas que cozinhavam ao sabor das chamas da lenha, o comer da malta. Mais ao lado, uma mesa comprida de madeira e de construção rudimentar e com bancos corridos um de cada lado e em todo o comprimento da mesa, também em madeira e feitos também de forma tosca à boa maneira da tropa nos seus vinte anos.
Tudo isto dava um ar de guerra e ao jeito do
far-west a que o tipicismo e a fisionomia natural da terra africana completava num enquadramento de belo significado.
A lenha que se ia apanhando um pouco por todo lado era empilhada no dito vão interior e devido à sua grande quantidade, ocupava, em alta pilha, mais de metade da área. De lenha para cozinhar estávamos bem fornecidos só que da outra
lenha, era só aguardar…
Num do vértices do abrigo e do lado da ponte, portanto da estrada também, e para o lado de Mansoa, destacava-se, numa posição acima aí 1-1,5 metros do tecto do abrigo, uma guarita em jeito de pequena torre mas também de espessas paredes onde permanentemente ficava um homem, o homem que zelava pela vida dos camaradas, mantendo uma atenta vigilância e um ouvido muito apurado principalmente durante a noite: o sentinela. Este posto de sentinela era feito durante a noite normalmente por um milícia indígena.
Uma vez ao meio da noite subi para ver se ele estava tranquilo a dormir, mas não, de olho bem vivo varria com este todo o terreno circundante.
Good, pensei eu.
Uma tosca mas segura escada também de madeira fazia o acesso a tal poleiro.
Ali estávamos e ali passávamos dias e dias naquele local um tanto inóspito, vivendo como ciganos acampados algures no mato.
O ambiente era de guerra pura, só guerra e sempre a guerra, pois dentro do abrigo respirava-se pólvora e só pólvora para além de um ar saturado de uma mistura de tudo. O volume do ar no abrigo não era grande e aquele também não corria. Só das seteiras é que se sentia algum ar fresco a entrar. Junte-se a isto o cheiro dos cozinhados(?), das drogas usadas para afugentar os malfadados dos mosquitos, também de alguns cheiros orgânicos, naturalmente, e assim vivíamos em ar interior muito adverso principalmente quando dormíamos. Por todo o lado, no dito
túnel, só se viam cunhetes e mais cunhetes, - tropeçávamos neles - espingardas aqui e acolá, granadas de mão, de
bazooka e de morteiro nem sempre bem acomodadas, um pouco de
ao Deus dará.
Estávamos atolados em munições ou seja armados até aos dentes, e por aqui… O radiotelagrafista também tinha lugar ao seu posto privado. Parecia um escritório, só que depois de um terramoto.
Assim, em tais condições, julgávamos também que muito dificilmente o inimigo levaria a melhor pois estávamos numa autêntica fortaleza e o armamento que nos equipava dava-nos a maior garantia para além de contarmos com um rádio que periodicamente comunicava com Mansoa, e portanto seria fácil pedirmos reforços também. Estes podiam era demorar, estávamos conscientes disso.
A guarnição, (uma Secção reforçada) compunha-se de 10 homens: eu que era o comandante daquele destacamento, de um radiotelegrafista, de um
bazookeiro na circunstância o destemido e voluntarioso
Chaves que me
avisou logo: - Furriel, se eles aparecerem eu vou lá para fora com a
bazooka, aqui dentro não estou a fazer nada - , um homem do morteiro, respectivos municiadores e os restantes atiradores. Tínhamos lá medicamentos para as primeiras impressões: pensos, tinturas (a inevitável presença do 1214!), garrotes, ligaduras, etc. O
Vizela pôs anti-alérgico na cabeça rachada de uma velha indígena! Dizendo-lhe que ia ficar boa!… e a pobre confiante e a agradecer com sorriso largo a mostrar uma cremalheira já muito desfalcada. O anti-alérgico dava para tudo, dizia ele. Os indígenas passavam por lá a socorrerem-se de qualquer ferimento mas a partir do episódio da velha, o
Vizela ficou impedido de fazer curativos (conhecimentos clínicos a mais). A nossa iluminação era feita através de garrafas vazias de cerveja cheias de petróleo e uma tira de gaze a funcionar como pavio. Este era o mesmo tipo de iluminação que era usado exteriormente. Fora do abrigo havia uma cerca em arame farpado e a toda a volta daquele. Esta cerca ficava a uns 30-40 metros do abrigo. Nos dois pontos que atravessava a estrada Mansoa-Bissau, a cerca era substituída por
cavalos de frisa que eram desviados sempre ao alvorecer para dar passagem à passagem eventual de viaturas e também ao pessoal indígena que fazia a sua vida necessitando de passar naquele ponto da estrada.
À noite e aquando da altura de se acenderem os exóticos candeeiros pendurados a espaços regulares na cerca, colocavam-se novamente os
cavalo de frisa impedindo a passagem de pessoas ou viaturas pela estrada e garantindo assim uma protecção em todo o redor do abrigo. O arame farpado ficava assim em circuito fechado (mais ou menos).
Entre os soldados havia um que cozinhava muito bem, fazendo, e dentro dos condicionalismos existentes, uns pratos bem saborosos.
De manhã tomávamos café com leite com casqueiro, este preparado em torradas(?), principalmente quando ele ficava duro (o que era sempre). Por vezes calhava às outras refeições, frango e até leitão(!), pois os soldados metiam-se pelo mato dentro um tanto ou quanto arriscadamente, diga-se de passagem, e compravam (?) aos nativos aqui e ali a habitarem, os referidos animais.
Ainda me recordo de um belo dia em que o
Barrumas saca de cada bolso do camuflado, qual ilusionista, um assustado frango. Diz-me ele orgulhoso e atirando os frangos ao ar. - Sabe quanto custou cada um, meu Furriel? Cinco coroas! - O
Barrumas quando contava as façanhas dele até nem gaguejava.
Duma outra vez eis que aparece um porco (?) de focinho bastante comprido, à frente de um pequeno grupo de soldados e amarrado por uma corda e a dar bastante trabalho ao seu condutor. - Custou 30 paus, Furriel. Eles queriam um bocado mais mas fizemos-lhes ver que era 30 paus ou… de graça. Eles optaram pela primeira oferta.
Foi uma risota com o porco, pois este a dada altura soltou-se e tão cedo não deu descanso à malta, pois fugia e deambulava em todas as direcções. Foi um jogo do gato e do rato. A certa altura ele mete-se numa profunda e extensa poça de água e alguém grita: - Lá vai o nosso porco - mas qual não é o nosso espanto, que o porco nada com surpreendente destreza, atravessa o charco e volta à desenfreada correria. - Alto, temos porco outra vez - disse mais que um, de imediato. Após alguns segundos de expectativa e surpresa por o porco nadar, volta a perseguição. A nossa vingança não se fez esperar muito, pois volvidas algumas horas o porco assava numa comprida travessa de engelhado e oxidado alumínio, num improvisado mas eficiente(?) forno. O forno propriamente dito era nem mais nem menos que um bidão de chapa, outrora de óleo ou de qualquer combustível, aqui e ali meio enferrujado, embutido num pequeno combro mesmo junto ao abrigo. Este forno haveria de assar(?) muita coisa dali em diante e que nos iria saber às mil maravilhas. Talvez o cheiro ainda do óleo…
O habilidoso cozinheiro temperava aquilo cá com um jeito! Bem, também se não fosse os temperos esconderem muita coisa, muita coisa por certo ficaria por comer, apesar da fome.
De dia matávamos o tempo indo para o rio ali perto - um afluente do rio Mansoa -, cuja ponte feita com tábuas de madeira grossas e largas dispostas ao través justificava a presença do abrigo e militares ali perto. Nadávamos ou simplesmente saboreávamos da frescura proporcionada pela presença da água do rio. De vez em quando e para quebrar a rotina, levava uma granada e atirava-a à água. Breves segundos após a granada explodir apareciam à superfície diversos peixes a boiar de barriga para o ar. Coitados dos peixes, como se eles tivessem alguma coisa a ver com a guerra…
Agora me recordo de como por vezes nos arriscávamos a sermos cercados sem possibilidades de defesa, pois, se ao princípio nos preveníamos levando as G3 connosco, a partir de certa altura a malta e à boa maneira do Zé português prescindiu de tal empecilho, a ponto de estarmos ali uns poucos sem qualquer arma a acompanhar-nos. Era a tal predisposição para o comodismo e descontracção!... Coisas do diabo, e que só atentávamos nelas depois de acontecer alguma coisa. O que vale é que o inimigo não sonhava com tanto à-vontade da nossa parte e… fez o favor de nunca aparecer.
Acontece que uma vez até tremi dos pés à cabeça pois, ao chegar ao abrigo vindo do rio, verifiquei que não havia lá viv’alma pois uns fiados nos outros, deu em o abrigo ficar completamente abandonado. O abrigo até podia mudar de dono. Toda a malta estava portanto a banhos e longe do abrigo. Os que estavam mais perto era os que estavam na ponte e mesmo assim esta ficava a uma centena de metros do abrigo.
Uma imprevidência - no meio de tantas outras - que nos podia custar bem caro.
À noite, depois de jantarmos, jogávamos às cartas na grande mesa do
tacho até o cansaço tomar conta de nós.
Tomávamos banho(?) com um dispositivo de chuveiro soldado a um latão e este pendurado num pau apoiado transversalmente em dois prumos também de madeira.
Enchíamos o latão numa poça de água estagnada ali ao pé - a mesma água que já tinha feito num sei quantos banhos! - pendurávamos então o latão outra vez e abríamos o dispositivo de chuveiro para a água jorrar. A água portanto era sempre a mesma (circuito fechado) e só se chovesse é que se alterava alguma coisa, e interrogava-me eu como é que nós estamos a tomar banho se a água até era cada vez mais suja. Valia pelo efeito psicológico e sabia bem a água a cair no corpo, este sempre muito acalorado. Acresce dizer que este exótico (e o que não era ali exótico?) chuveiro ficava na retaguarda do abrigo e aí a uns vinte metros afastado deste.
Bom, falta falar verdadeiramente da nossa missão ali e o porquê dum abrigo - eu diria fortaleza ou forte ou mina ou até
bunker - ali instalado.
Corria o boato e ainda mais a avaliar pelos precedentes, pois já tinham sido vários os pontões por aquela zona a irem pelos ares pelas mãos dos
turras neutralizando assim o trânsito de pessoas e carros e que a ponte de Uaque estava também ameaçada de destruição. Esta ponte, de grande importância na ligação Bissau-Mansoa, uma das principais artérias no norte da Guiné, com um razoável movimento de viaturas sobretudo e já se vê, militares. Este tráfego ia-se tornando cada vez mais arriscado pois a actividade terrorista na zona vinha gradualmente acentuando-se. E lembrar que eu, o Baião e o Martins aquando da nossa ida para férias na metrópole, alugamos um Volkswagen (o vulgo carocha) em Bissau a um Sargento e fizemos os três o trajecto Bissau-Mansoa e depois Mansoa-Bissau por causa de um documento qualquer que faltava - o Comandante Operacional em Mansoa até mudou de cor quando soube que tínhamos feito isto e não nos queria deixar sair de Mansoa. E eu que tinha acabado de tirar a carta militar e peguei num carro pela primeira vez…. O que vale a estrada Bissau-Mansoa era praticamente uma enorme recta. A ponte ficava e como já disse, a cerca de 5-6 quilómetros da concorridíssima Mansoa. Mansoa era muito populacional e com muito efectivo militar. Era sede de Batalhão, tinha uma Companhia operacional para além de por vezes também estarem por ali Companhias ou militares isolados em trânsito ou colunas para reabastecimento de quase todas as unidades militares no Oio: Bissorã, Cutia, Mansabá, Olossato e os diversos destacamentos: Encheia, Braia, Maqué.
Mansoa situava-se também num ponto estratégico quer geograficamente quer por estar servida de uma boa estrada para a capital Bissau e ser marginada por um dos maiores e importantes rios da Guiné: o rio Mansoa. Era também, ao que me pareceu, a porta de entrada para todo o norte da Guiné. Por aqui já se pode ver qual o interesse do inimigo em fazer ir pelos ares a ponte em Uaque. Sendo assim, havia a imperiosa necessidade de preservar a existência daquela e assim só com um efectivo militar de presença e vigilância permanente isso poderia ser garantido. A cerca de 100 metros da ponte e para o lado de Bissau e do lado esquerdo da estrada naquela direcção também, construiu-se então um seguro abrigo com um efectivo de 10-12 homens armados de
Bazooka, morteiro 60 e todos com a sua G3. Como atrás disse, além de fazerem segurança à ponte, os militares ali presentes - parte deles - patrulhavam de vez em quando os terrenos limítrofes que até dava para trazer (ou pilhar?) frangos e outros animais de criação.
Para além do isolamento, pois estávamos ali como sós no mundo, nada se divisava que denunciasse a existência humana, e as privações, já se vê, eram muitas.
Tínhamos à noite a habitual rotineira e impiedosa visita de milhares de mosquitos. Uma vez o rio ali perto cuja água praticamente sem corrente - esta existia em função das marés (lembra-se que a maior parte dos rios na Guiné são extensões do mar) - e a existência de bolanhas mais ou menos alagadas a toda a volta do abrigo, tudo isto originava a proliferação de mosquitos que com a sua sede sanguinária viam ali em nós pasto a considerar. A vingança dos peixes se calhar…
À noite dava-se uma autêntica invasão e por mais que nos cuidássemos eles faziam-se sempre sentir através das suas desesperantes picadas. Ali o grande problema a seguir à guerra era a praga dos mosquitos. Uma das soluções para dormirmos sem esta indesejável companhia, era de ao deitarmo-nos agitar fortemente uma peça de roupa que estivéssemos a despir na ocasião e sem deixar de agitá-la ao mesmo tempo abríamos uma nesga do mosquiteiro até então hermeticamente fechado, e entrarmos em habilidade qual contorcionista e na máxima rapidez para dentro da cama, e logo sem demora fechar a nesga aberta. Apesar de tudo de todo o esforço e cautela, e para nossa grande arrelia não é que entravam sempre connosco 2 ou 3 daqueles clientes! Estes faziam-se ouvir logo após a nossa quietude para prepararmo-nos para dormir. Que raiva! Filhos da puta! era o que mais se ouvia aqui e ali naquelas alturas.
Havia então quem não se importasse com a presença de 2 ou 3 mosquitos no seu habitat, mas os mais impacientes não desarmavam enquanto o ambiente debaixo do mosquiteiro não ficasse limpo, e então davam-se ao trabalho de tentar liquidá-los espalmando-os entre as mãos. Quem não soubesse do que se tratava julgava que aquilo seria de malucos ou de então de algum intróito para uma peça de ópera. Bate aqui, bate acolá, era uma sinfonia de palmas quase ritmada e um pouco por todo o abrigo. Entretanto num, chegou a entrar um pirilampo que fez com que o hospedeiro dissesse: - Este filho da p… como não me via bem foi buscar uma lanterna.
Tínhamos connosco o
Lion Brand, que era um produto de cor verde e em forma de espiral e que ia queimando como o morrão de um cigarro e cujo fumo era fortemente insecticida, mas isto ali pouco funcionava, a não ser deixar um cheiro pestilento naquele corredor quadrado do abrigo. Havia quem dissesse que ali o
Lion Brand se calhar até os alimentava.
Colocávamos uns poucos a espaços regulares (2 metros) pendurados nas paredes interiores do abrigo mesmo junto às camas. Portanto ficavam a arder uma boa quantidade deles ao mesmo tempo. Uma unidade de
Lion Brand dava em princípio para um quarto de dimensões normais e ali, colocados aos montes, parecia nada adiantar. Portanto a protecção única e válida ali, era ter o mosquiteiro muito bem fechadinho e preso por baixo do colchão e não encostar qualquer parte do corpo ao mosquiteiro pois se havia o azar de durante o sono deixar um braço ou um pé encostado ao mosquiteiro o desgraçado tinha muito que contar e coçar depois. O inimigo, na circunstância, atacava mesmo do lado de fora do mosquiteiro.
Esta guarnição esteve cerca de 3 semanas em Uaque. Acresce dizer que durante a minha estada no abrigo de Uaque nunca fomos atacados ou sequer vítimas de qualquer flagelação ou até dado por qualquer presença inimiga nas imediações. Os mosquitos é que nos davam cabo do
toutiço e nos punha a tocar harpa (coça, coça) durante muito tempo.
P.S. - Hoje Uaque, ver fotos seguintes (reproduzidas com a devida vénia do site do
Hotel Rural de Uaque”, tem um empreendimento turístico com base em bonitos
bungalows com boa piscina e tudo. Como os tempos mudam! Neste caso para muito melhor, penso eu, e ainda bem.
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 8 de Julho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4656: Páginas Negras com Salpicos Cor-de-Rosa (Rui Silva) (4): CCAÇ 816, Operação faísca em Cansambo