quarta-feira, 30 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18693: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (4): Os meus passeios: de Buba a Cassumba, passando por Cacine, Sangonhá, Cameconde, Cassacá e Campeane, março de 2018 - Parte I


Foto nº 1 > Buba


Foto nº 2 > Buba


Foto nº 3 > Cacine


Foto nº 4 > Cacine


Foto nº 5 > Cacine


Foto nº 6 > Cacine


Foto nº 7 > Cacine


Foto nº 8 > Sangonhá (*)


Guiné-Bissau > Região de  Tombali > Buba, Cacine e Sangonhá  > 11 de março de 2018

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2018) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Mensagem do nosso amigo e camarada Patrício Ribeiro, com data de 24 do corrente: 

[ Patrício Ribeiro é um português, natural de Águeda, criado e casado em Angola, com família no Huambo, ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, a viver na Guiné-Bssau desde meados dos anos 80 do séc. passado, fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda.]

Luís,

Envio fotos de mais um dos meus passeios de Buba, até à praia de Cassumba, continuação do P18410. (**)

Uma foto do porto de Buba [Foto nº 1].

Onde dormimos alguns dias na Pousada da Gabi junto ao rio, a 300 mt do quartel.

Outra foto, da casa do administrador junto ao porto e ao quartel que foi reparado há poucos anos. Dentro do qual a Fundação AMI, tem o seu escritório. [Foto nº 2]

Viagem no asfalto até Mampatá, depois de terra batida atá ao Cruzamento de Guiledje, seguimos na estrada em muito mau estado até Sangonhã, onde tínhamos que trabalhar; depois para Cacine a estrada ainda está pior, já não é para a minha idade…

Uma foto da tabanca de Sangonhá [Foto nº 8].

Podemos ver o que resta do antigo quartel no centro da tabanca, onde agora se realiza um mercado transfronteiriço. Em frente, há um centro de saúde.

Vila de Cacine. [Fotos nº 3, 4 e 5].

Junto algumas fotos; O pontão novo, feito em 1985. [Foto nº 6 e 7]

Quem agora utiliza o porto são os Sul Coreanos e são muitos! Têm uma fábrica de transformação de peixe e fábrica de gelo. O peixe é capturado por todo aquele emaranhado de rios, que alguns dos bloguistas bem conheceram há 50 anos. Depois é exportado para a Coreia.

Os Japoneses também construíram um projeto de pesca com diversos edifícios, que está entregue ao governo de Bissau.

Há 25 anos ao desembarcarmos da canoa, vindos do outro lado de Canamina, com o nosso saudoso Pepito, ele cortou a planta do pé numa ostra, que estava no fundo do rio. Teve que levar alguns pontos a sangue frio, no hospital. Quando por lá fazíamos outros trabalhos em Cameconde e Campeane. (***)

 (Continua)

Patricio Ribeiro

IMPAR Lda
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Tel,00245 966623168 / 955290250
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(***) Último poste da série > 19 de outubro de 2017 >  Guiné 61//74 - P17879: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (3): Os meus passeios: ilha de de Caió e ilha de Caravela

terça-feira, 29 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18692: O Cancioneiro da Nossa Guerra (8): A Balada de Béli (recolha de José Loureiro, ex-alf mil at inf, CCAÇ 1790 / BCAÇ 1933, Madina do Boé e Béli, 1967/69)


Guiné > Região do Boé > Béli > Pelotão da CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, "Os Tufas" (Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Beli e Madina do Boé, 1966-68).> Uma "cena do quotidiano de Béli (1). Foto do ex-1º  cabo Machado (2011), cedida ao Manuel Coelho, por ocasião do convívio de 2011.


Guiné > Região do Boé > Béli > Pelotão da CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, "Os Tufas" (Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Beli e Madina do Boé, 1966-68).> Uma "cena do quotidiano de Béli (2). Foto do ex-1º  cabo Machado (2011), cedida ao Manuel Coelho, por ocasião do convívio de 2011.


Guiné > Região do Boé > Béli > Pelotão da CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, "Os Tufas" (Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Beli e Madina do Boé, 1966-68).> Uma "cena do quotidiano de Béli (3). Foto do ex-1º  cabo Machado (2011), cedida ao Manuel Coelho, por ocasião do convívio de 2011.


Guiné > Região do Boé > Béli > Pelotão da CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, "Os Tufas" (Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Beli e Madina do Boé, 1966-68).> Uma "cena do quotidiano de Béli (4). Foto do ex-1º  cabo Machado (2011), cedida ao Manuel Coelho, por ocasião do convívio de 2011.


Guiné > Região do Boé > Béli > Pelotão da CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, "Os Tufas" (Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Beli e Madina do Boé, 1966-68).> Uma "cena do quotidiano de Béli (5). Foto do ex-1º  cabo Machado (2011), cedida ao Manuel Coelho, por ocasião do convívio de 2011.

Fotos (e legendas): © Manuel Coelho (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região do Boé > 2009 > Restos do quartel de Béli (*), retirado pelas NT em meados de 1968, por ordem expressa de Spínola.

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2009). Todos os direitos reservados.. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guião da CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, "Os Tufas" (Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Beli e Madina do Boé, 11966-68). uma das muitas subunidades  que esteve aquartelada em Madina do Boé, com destacamento em Beli (**). Foto: Manuel Coelho. 


1. Camaradas e amigos, é um prazer poder-vos anunciar que conseguimos "resgatar" da "vala comum do esquecimento" a letra da famosa "Balada de Béli"... Graças às boas diligências de dois camaradas, do BCAÇ 1933,  o Virgílio Teixeira (ex-alf mil, SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) e o José Loureiro (ex-alf mil inf, CCAÇ 1790 / BCAÇ 1933, Madina do Boé e Béli, 1967/69).

Mensagem do José Loureiro, com data de anteontem:


Caro Teixeira, Béli, a sua história e a Balada. O meu pelotão da CCAÇ 1790 chegou a Béli em 10 de fevereiro de 1968. Como te disse, conheci a Balada ainda em Nova Lamego em 30 de janeiro de 1968.

Transcrevo do meu diário:

 "Quando me dirigia para o bar de Oficiais, um Furriel mostrou-me uma balada muito especial. Entitulava-se 'Balada de Béli'. É obra de antigos soldados de Béli. Passo a transcrevê-la [, vd, letra, a seguir].


"É esta a minha futura morada e que perspectivas,  Senhor. Mas enfim, com calma e a Vossa Ajuda, tudo se vencerá." 

Assim termino,  caro amigo Teixeira. Béli foi abandonado em 17 de junho de 1968.
Um forte abraço.


José Loureiro


Balada de Béli

[autor desconhecido]

Voam forte, fortemente,.
Provocando alvoroço,
Metralha de outra gente
Que pretende certamente
Estragar-nos o almoço.

Fui ver... As morteiradas caíam
Do azul cinzento do céu,
Grandes, negras, explodiam,
Como elas se moviam,
Mas que barulho, meu Deus!...

Fico olhando esses sinais,
Deixados pela tormenta,
E isto por entre os mais
Buracos descomunais
Dos impactes do oitenta.

Com potente vozear,
Essas armas falam forte,
O canhão a metralhar
Propõe-se a enviar
Sua mensagem de morte.

É uma infinita tristeza,
No coração é inverno,
Cai chumbo na natureza
Tornando Béli um inferno.

Será talvez um tornado,
Mas ainda há pouco tempo
Nem as chapas do telhado,
Mesmo o desconjuntado,
Se moviam com o vento.

Olho atrás da seteira,
Está tudo acinzentado,
Elas caiem e que poeira
Levantam à nossa beira,
Felizmente mais ao lado.

Inesperado, cortante,
Eis que ribomba o canhão,
Apesar de estar distante,
Com a sua voz troante
Vem espalhar a confusão.

Que quem é já terrorista,
Sofra tormentos... enfim!,
Mas estas tropas, Senhor,
Porque lhes dás tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...



[Recolha de José Loureiro / Revisão e fixação de texto: VT / JL / LG]


2. Comentário do editor LG:

Meu caro José Loureiro, camarada da heróica CCAÇ 1790 / BCAÇ 1933:

Fico-te muito grato (, os camaradas da Guiné tratam-se por tu, se não te importas, o tu encurta as distâncias e favorece a empatia)...

Fantástica a "tua" balada de Beli, que vai enriquecer o nosso "Cancioneiro da Guiné" e é uma homenagem aos bravos de Béli, Madina do Boé e Cheche...

Estou-te muito grato pela recuperação dessa letra, que é uma "genial paródia" da Balada de Neve, do poeta Augusto Gil ("Luar de Janeiro" 1909)...Sabia-a de cor, na minha já longínqua 3ª terceira classe do ensino primário, em 1956/57... Aliás, todos a sabíamos de cor na minha escola do Conde Ferreira, na Lourinhã.

Acabámos de a publicar, citando todas as referências que mandas, a começar pelo teu nome e pelo teu diário. Estou grato também ao camarada Virgílio Teixeira, teu amigo e camarada de batalhão, que te contactou... Foi ele o primeiro a falar-me da "Balada de Béli", cuja existência eu desconhecia de todo. Proximamente,  publicaremos um poste sobre esta "(re)descoberta" e a vossa troca de mensagens.

Por fim, deixa-me convidar-te a integrar a nossa Tabanca Grande. onde figuram já 773 camaradas (e amigos) da Guiné, entre vivos e mortos... E faço questão que seja o Virgílio a "apadrinhar" a tua entrada, se for essa a tua vontade.

Só precisas de aceitar dar a "cara", isto é, mandar duas fotos tuas, digitalizadas, uma de hoje, e outra do antigamente... Se quiseres mandar mais, ótimo... O Virgílio, por exemplo, tem um álbum fotográfico da Guiné, fabuloso, que estamos a publicar regularmente...

Temos 19 referências no nosso blogue à tua CCAÇ 1790, mas não há ninguém, até agora (e ao fim destes 14 anos de existência!) que a represente como deve ser... Já em tempos fiz um convite ao vosso antigo comandante, José Aparício, hoje coronel reformado.  Mas, em geral, os oficiais do quadro têm alguma relutância em dar a cara nas "redes sociais", o que é compreensível... Mesmo assim, oficiais dos 3 ramos das Forças Armadas, incluindo oficiais superiores e generais que foram nossos camaradas na Guiné, honram com a sua presença ativa a nossa Tabanca Grande.

José Loureiro, espero que aceites o nosso convite, em nome do sagrado dever de memória... Somos uma geração que está a desaparecer e recusamo-nos a ir para a "vala comum do esquecimento"... Vou pedir então ao Virgílio Teixeira para "apadrinhar" a entrada do novo grã-tabanqueiro... Se quiseres partilhar connosco o teu diário, no todo ou em parte, ficaríamos encantados... Entretanto, haveremos de nos conhecer "ao vivo", um dia destes...

Um alfabravo,
Luís Graça


3. Em tempo:

Em mensagem de 25 de Novembro de 2018, o nosso camarada Manuel Lema Santos (1.º Tenente da Reserva Naval, Imediato no NRP Orion, Guiné, 1966/68), enviou uma ligação para a página da Reserva Naval onde está publicado um manuscrito com uma versão da Balada de Béli que lhe foi confiada pelo seu irmão Alberto Lema Santos, ex-Alf Mil Médico do BCAÇ 1933 a que pertencia a CCAÇ 1790. A versão aqui reproduzida pelo ex-Alf Mil José Loureiro apresenta algumas diferenças.

Ver no facebook aqui.
Ver também na página da Reserva Naval, aqui.

Carlos Vinhal
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 4 de outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5050: Efemérides (27): Declaração da Independência em 24 de Setembro decorreu não em Madina do Boé mas Lugajole (Patrício Ribeiro)

(**) Vd. postes de


19 de julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8571: Álbum fotográfico de Manuel Coelho (6): Beli, Madina do Boé e Convívio 2011

(***)  Último poste ds série > 19 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18537: O Cancioneiro da Nossa Guerra (7): "Marcha de Regresso" (Recolha de Mário Gaspar, ex-fur mil at art, MA, CART 1659, "Zorba", Gadamael e Ganturé, 1967/ 68)

16 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18528: O Cancioneiro da Nossa Guerra (6): "Os Homens não Morrem" (Recolha de Mário Gaspar, ex-fur mil at art, MA, CART 1659, "Zorba", Gadamael e Ganturé, 1967/ 68)

28 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18261: O Cancioneiro da Nossa Guerra (5): O hino dos "Unidos de Mampatá", a CART 6250/72 (Mampatá, 1972/74)

27 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18261: O cancioneiro da nossa guerra (4): "o tango dos periquitos" ou o hino da revolta da CCAÇ 557 (Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65) (Silvino Oliveira / José Colaço)

27 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18259: O cancioneiro da nossa guerra (3): mais quatro letras, ao gosto popular alentejano, do Edmundo Santos, ex-fur mil, CART 2519, Os Morcegos de Mampatá (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá, 1969/71)

8 de novembro de 2017> Guiné 61/74 - P17944: O cancioneiro da nossa guerra (2): três letras do Edmundo Santos, ex-fur mil, CART 2519, Os Morcegos de Mampatá (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá, 1969/71): (i) Os Morcegos; (ii) Estou farto deles, tirem-me daqui; (iii) Fado da Metralha

30 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17811: O cancioneiro da nossa guerra (1): "Asssim fui tendo fé, pedindo a Deus que me ajude"... 4 dezenas de quadras populares, do açoriano Eduardo Manuel Simas, ex-sold at inf, CCAÇ 4740, Cufar

Guiné 61/74 - P18691: Convívios (859): XII Encontro do pessoal da CCAÇ 4740 e Cufarianos, a levar a efeito no próximo dia 16 de Junho de 2018, em Fátima (Armando Faria, ex-Fur Mil Inf MA)

1. Mensagem do nosso camarada Armando Faria (ex-Fur Mil Inf Minas e Armadilhas da CCAÇ 4740, Cufar, 1972/74) com data de 28 de Maio de 2018:

Boa tarde camaradas COMBATENTES
Estamos próximos de mais um dia que ficará na história de cada um de nós.
Convido-vos a estarem presentes para rever AMIGOS que connosco partilharam outros DIAS.
Fica aqui o desafio, cabe a cada um avaliar da sua possibilidade de se fazer presente.
Aguardo as vossa noticias.

Um abraço fraterno e solidário.
Armando Faria


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Nota do editor

Último poste da série de 22 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18665: Convívios (858): XXIII Encontro do pessoal do BCAÇ 2885, realizado no passado dia 19 de Maio de 2018, em Arganil (Jorge Picado, ex-Cap Mil, CMDT da CCAÇ 2589/BCAÇ 2885)

Guiné 61/74 - P18690: FAP (106): Fotos da montagem dos primeiros FIAT's G-91 R/4 destinados à Esquadra de Tigres de Bissalanca (Mário Santos, ex-1.º Cabo Especialista MMA da BA 12)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Santos (ex-1.º Cabo Especialista MMA da BA 12, 1967/69), com data de 23 de Maio de 2018:

Caros amigos e camaradas.
Estas são algumas das fotos de montagem em 1965 dos primeiros Fiat`s G-91 R/4 que iriam constituir a famosa “Esquadra de Tigres de Bissalanca” onde voaram alguns dos nossos Magnificos Tabanqueiros como José Fernandes Nico, António Martins Matos, e Miguel Pessoa.

Estas foram as primeiras cores onde em fundo cinzento escuro sobressairiam a Cabeça de Tigre e na entrada de ar do reactor uma Boca de Tubarão.
Sem ser uma máquina excepcional, equipada com um motor Bristol Siddeley Orpheus 803 turbojet, 22.2 kN (5,000 lbf) e com uma autonomia de apenas 1150 Km não era o ideal de que necessitávamos, tendo em conta que tínhamos de cobrir toda a área Guineense somente a partir de uma única Base em Bissalanca.
Aqui ficam as fotografias para vosso conhecimento. Envio em anexo.

Abraço
Mário Santos








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Nota do editor

Último poste da série de 18 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18648: FAP (105): 28 de julho de 1968, o dia em que o Fiat G-91, nº 5411, pilotado pelo ten cor Francisco Dias Costa Gomes, foi abatido sob os céus de Gandembel, por fogo de AA (Antiaérea)

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18689: Bibliografia de uma guerra (91): "A GUERRA VISTA DE BAFATÁ – 1968-1970", livro da autoria de Fernando Gouveia (ex-Alf Mil Rec Inf); edição de autor, 2018



1. Mensagem do nosso camarada Fernando Gouveia (ex-Alf Mil Rec Inf, Bafatá, 1968/70), que publicou recentemente um livro intitulado "A Guerra Vista de Bafatá 1968-1970", com data de 22 de Maio de 2018:

Carlos: 
Como já te havia dito, publiquei um livro com tudo o que escrevi para o blogue. Aí, os postes são colocados por ordem cronológica, tendo feito pequenas correções ortográficas e de forma de apresentação. 

O título, como não podia deixar de ser, é: "A GUERRA VISTA DE BAFATÁ – 1968-1970", título que como é sabido era o atribuído a todos os escritos, por mim enviados para publicação no blogue. 

Mandei imprimir “meia dúzia” de livros tendo como destino praticamente a “família”. Segue em anexo a capa e contra-capa do mesmo.

Trata-se de um livro com 280 páginas e mais de trezentas fotografias a cores. Se algum camarada tiver interesse em adquiri-lo, a preço de custo (14 euros), fará o favor de entrar em contacto. 

Com um abraço 
Fernando Gouveia

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2. Mensagem do editor:

Caro Fernando
Muito obrigado pelo envio do teu livro cuja qualidade gráfica é digna de nota.
As capa e contracapa estão apelativas, e mesmo para quem conhece o conteúdo dos "Postes", porque publicados no Blogue, tê-los em papel é outra sensação e estão mais à mão para consulta, porque a tua série no Blogue, "A Guerra Vista de Bafatá", também título deste teu livro, é um espólio invulgar e de especial interesse, de fotos e narrativas.

É de salientar que assumiste totalmente a edição do livro pelo que mereces por inteiro os meus parabéns pela obra feita.
Dedicaste-o aos teus netos, para como dizes: "levar, longe quanto possível, as memórias duma guerra que marcou de forma indelével muitos milhares de portugueses".

Os camaradas que quiserem adquirir o teu livro poderão contactar-te directamente ou deixar nos comentários o seu interesse que logo encaminharemos para ti.
Lembra-se que o preço a pagar, é o de custo para ti, 14,00€, já que a tua iniciativa não foi para fins comerciais mas sentimentais.

Renovados parabéns, e que os teus netos sejam futuramente os porta-vozes, ou transmissores, das tuas memórias de Bafatá nos já longínquos anos de 1968 a 1970.

Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 23 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18668: Bibliografia de uma guerra (90): Um Barco Fardado, por Eduardo Brito Aranha; Roma Editora, 2005 (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18688: Notas de leitura (1070): História das Missões Católicas na Guiné, por Henrique Pinto Rema; Editorial Franciscana, Braga, 1982 (2) (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 20 de Junho de 2016:

Queridos amigos,
A história da evangelização/missionação dos Rios de Guiné do Cabo Verde não é o que se possa chamar uma história feliz ou com desfecho cor-de-rosa. Era a extensão da costa, entre o rio Senegal e a Serra Leoa, as zonas de resgate tinha forte concorrência estrangeira; era o clima mortífero e a natural incapacidade dos missionários se afoitarem pelas florestas adentro.
O bispo de Cabo Verde e da Guiné também não dispunha de recursos; a figura do Visitador era pouco menos do que inútil em termos de ação missionária. Por ali calcorrearam várias ordens religiosas, entramos agora, depois da Restauração numa nova leva missionária com os Franciscanos à cabeça.
É desse tempo que temos um relato espantoso, o de frei André de Faro, um quase romance de aventuras.

Um abraço do
Mário


História das Missões Católicas na Guiné, por Henrique Pinto Rema (2)

Beja Santos

Escreveu-se no número anterior que foram magros os frutos da evangelização colhidos na Guiné durante o primeiro século da sua descoberta, quando Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador em 1434, até 1533, ano da criação da diocese de Cabo Verde e Guiné.

Vejamos agora o que Henrique Pinto Rema escreve sobre as primeiras missões da Costa da Guiné no período correspondente entre 1533 e 1640.

O território para cima do rio Senegal pertencia à arquidiocese do Funchal, fixado por Bula Papal, em Agosto de 1536, pelo que não se fará nenhuma menção a este espaço. A presença de um homem branco na Costa da Guiné, insista-se, foi sempre diminuta. A Costa da Guiné era escolhida como lugar de castigo para grandes delinquentes. A partir de certa altura, o Cabido da Diocese de Cabo Verde enviava durante a Quaresma um sacerdote às feitorias dos europeus radicados na costa. Este sacerdote era conhecido pela designação de “Visitador”.

Pouco menos do que inútil foi a ação missionária destes visitadores. No entanto, temos que ter em conta as missões que ocorreram, de um modo geral com saltos de fracasso. Consideram-se os Jesuítas os primeiros missionários da Guiné, não pelo trabalho realizado, mas pela orgânica impressa à sua ação. Na verdade, de acordo com a documentação existente, esforçaram-se por planear a fixação de missões, estudando a sua logística e o seu acompanhamento. Tiveram discrepâncias com o Bispo de Cabo Verde até que abandonaram definitivamente a missão da Guiné em 1617; desta forma, do interregno político dos Filipes sobrepôs-se o interregno religioso. Em 1657, virão os franciscanos portugueses que ainda encontraram na região restos de frades capuchos espanhóis.

Para não cansar o leitor, vejamos em primeiro lugar uma panorâmica das missões religiosas na segunda metade do século XVI. Sabe-se pelo Tratado Breve dos Rios de Guiné do Cabo Verde, do Capitão André Álvares de Almada, que era flagrante o desamparo espiritual dos portugueses europeus. Escreve textualmente: “E à míngua de não haver quem pregue a palavra de Deus se não se salvem muitos gentios destes, e estão muitos dos nossos lançados vivendo em pecado mortal sem se apartarem dele, morrendo nele por falta de médicos da alma”.

A instituição do Visitador, faça-se notar, continuará até ao século XIX. Os Visitadores acumulavam muitas vezes as suas funções com as de vigários das praças, sobretudo da de Cacheu. Na segunda metade do século XVI, o mais notável empório comercial português na terra firme da Guiné situava-se no rio Grande de Buba. A maior povoação era no Porto da Cruz, em Guinala. Por aqui andaram em 1584 uns frades carmelitas descalços, mas foi uma falhada tentativa de fixar uma missão carmelita na Guiné. Frei Cipriano, carmelita, escreveu de Cacheu ao Bispo de Cabo Verde acerca da visita de um rei de Caió, D. Bernardo, juntamente com 300 súbitos, a pedir o batismo e uma igreja no seu reino. André Álvares de Almada, refere no seu Tratado a pessoa de João Pinto, padre preto, natural da Guiné, evangelizando em região hoje pertencente ao Senegal. Almada fala dos negros Jalofos “que começam no rio Senegal”: “Esta nação dos Jalofos é mais dificultosa em receber a fé de Jesus Cristo Nosso Senhor que todas as outras nações dos negros da Guiné, porque quase todos seguem a seita de Mafoma. E no ano de 1589 foi um clérigo preto por nome João Pinto àquele reino para os fazer cristãos e não fez fruto algum neles, e por isso se foi para outras nações”.

Numa relação acerca da vida comercial, social e religiosa do arquipélago de Cabo Verde e da Costa da Guiné, com data de Janeiro de 1582 e assinado pelo Sargento-Mor Francisco de Andrade ficamos a saber que havia dez resgates incluindo Cabo Verde, rio da Gâmbia, rio de S. Domingos, rio Grande, ilhas dos Bijagós, rio Nuno e Serra Leoa. Mas os franceses já possuíam uma porção preponderante em vários resgates.

Vejamos agora as missões dos Jesuítas nos anos 1600 a 1609. Há uma narrativa do padre Barreira que é um documento de grande importância intitulada considerações sobre a terra firme da Guiné e Serra Leoa e alguns ritos e costumes da gente dela. Para ele, a Guiné começava no rio Senegal e acabava na Serra Leoa. Nessas viagens o padre Barreira era acompanhado por outra figura de relevo a quem devemos um relato importante, o padre Manuel Álvares. Referiu-se atrás as grandes questiúnculas entre o Bispo de Cabo Verde e o Provincial dos Jesuítas, estes consideraram não haver condições mínimas para o seu trabalho evangélico.

Em finais de 1652, o padre António Vieira passa pelo arquipélago de Cabo Verde a caminho do Brasil. Nas suas cartas procura mover influências, pois sente grande dor das “infinitas almas remidas com o sangue de Cristo que não há quem as alumie com a luz da fé”. E regista numa carta a André Fernandes, bispo eleito do Japão: “Há aqui clérigos e cónegos tão negros como azeviche, mas tão compostos, tão autorizados, tão doutos, tão grandes músicos, tão discretos e morigerados, que podem fazer inveja aos que lá vemos nas nossas catedrais”.

Com a saída dos Jesuítas de uma vez para sempre da Guiné, irão tomar-lhes o lugar os Franciscanos. Vejamos agora a primeira missão Franciscana na Guiné, entre os séculos XVII e XVIII.

No final do domínio Filipino, dá-se pela presença de frades capuchinhos que foram encarados como ingerência francesa na região, viram-se muito hostilizados e retiraram-se em meados de 1638, alegando o clima mortífero.

Com a Restauração chegou a missão dos capuchinhos espanhóis que vingará durante cerca de 40 anos, terminado porém de forma pouco inglória. É um período de enormes tensões, com muitas queixas contra os religiosos estrangeiros, logo a seguir à restauração falava-se me espionagem dos missionários espanhóis a viver na região. Veio a comprovar-se serem boatos totalmente infundados.

A história da nova leva missionária franciscana portuguesa é contada com todo o pormenor (e que sedutor pormenor!) por frei André de Faro em Peregrinação de André de Faro à Terra dos Gentios, saboreia-se o prazer de um romance de aventuras. É uma época turbulenta, são anos cheios de tensão aqueles em que André de Faro parte de Lisboa e se oferece aos perigos da Guiné. Recorde-se que D. João de Áustria invade o Alentejo, parecia que os Bragança estavam perdidos, o Conde de Castelo Melhor, graças a um golpe de Estado, passou a governar o país, resolveram-se os combates de Ameixial e Castelo Rodrigo, no Oriente os holandeses apoderam-se de Ceilão, Cananor, Cochim, entre outras possessões.

Vejamos então a épica contada por André de Faro.

(Continua)
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Nota do editor

Poste anterior de 21 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18659: Notas de leitura (1068): História das Missões Católicas na Guiné, por Henrique Pinto Rema; Editorial Franciscana, Braga, 1982 (1) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 25 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18676: Notas de leitura (1069): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (36) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18687: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXII: As minhas estadias por Bissau (vi): resto do ano de 1968


Foto nº 67 > Bissau > Edifício dos CTT > Março de 1968 > A primeira máquina automática de pesar, metia-se a moeda e saía um cartão com o peso da pessoa e a data.


Foto nº 55 > Bissau > Abril de 1968 > Escrevendo para a namorada, na esplanada da piscina do Clube de oficiais do QG em Santa Luzia.


Foto nº 65 > Bissau > Abril de 1968 > No Clube de Oficiais do QG, numa mesa da esplanada a escrever... para a namorada. 


Foto nº 42 > Bissau > Abril de 1968  > Na esplanada do  café  Bento, o  sítio mais emblemático da cidade...


Foto nº 66 > Bissau > Junho de 1968 > No café Bento – a 5ª Rep – com mais alguns camaradas numa noite quente e húmida. Sou o segundo a contar da direita, de óculos escuros, a acender um cigarro.


Foto nº 43 > Bissau > Agosto de 1968 > No restaurante Tropical


Foto nº 52 > Bissau > Abril de 1968 > Novo aeroporto civil de Bissalanca. Ao fundo um Boeing 727-100 da TAP.


Foto nº 61 > Bissau > 1968 > Cais  da Mariha, eu junto às LFG - Lanchas de Fiscalização Grande


Foto nº 61A Bissau > 1968 > Cais  da Marinha, eu junto  às LFG - Lanchas de Fiscalização Grande


Foto nº 48 > Bissau > Novembro de 1968 > Avenida do Império e ao cimo o Palácio do Governador. Foto tirada perto do café Bento.


Foto nº 57 > Bissau > Abril de 1968 > Um dos meus primeios "slides". Uma rua de terra batida, toda esburacada, feia, velha e suja, com algumas casas na mesma situação.


Foto nº 58 > Bissau > 1968 > Cais > Uma das primeiras fotos a cores

Guiné > Bissau >  CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) |

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira (*), ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem 56 referências no nosso blogue

Guiné 1967/69 - Álbum de Temas: T031 – Bissau - Parte 1 > (vi) Abril , Junho, Agosto e Novembro de 1968 > Legendagem

[Devido à suas funções como chefe  do conselho administrativo (CA) do comando do batalhão, o Virgílio Teixeira deslocava-se, em serviço,  com relativa frequência,  à capital Bissau onde ficava o QG...]

F42 – Na esplanada café do Bento (a 5ª Rep),  o local mais emblemático em Bissau, para encontrar quem chegava ou quem partia, local de passagem obrigatória. Tomava-se café, além das habituais bebidas alcoólicas, e serviam tremoços, por vezes havia camarão, mas o mais certo era a mancarra (amendoim, torrado e descascado que era uma delicia). Bissau, Abr68.

F43 – No restaurante Tropical em Bissau, jantando com o furriel Riquito (que é o fotografo) e o irmão dele à minha frente. Bom vinho branco gelado, e garrafa de aguardente para depois do café. Eu estava com pensos nos braços, devido a uma grande cambalhota que dei com a minha motorizada, à entrada do Clube de Oficiais, quando regressava de Safim com alguns copos a mais, uns dias antes. Bissau, 10Ago68.

F48 - Avenida do Império e ao cimo o Palácio do Governador. Foto tirada perto do café Bento, mais à frente do mesmo lado, na esquina fica a Pensão da Dona Berta, onde ficavam hospedadas algumas esposas de militares que se encontravam fora de Bissau. Fui lá muitas vezes, tinha lá amigos e as mulheres, um deles passou lá a sua lua-de-mel, foi o Alberto, também colega do Cenáculo, era alferes da Engenharia, tinha uma panca qualquer, veio evacuado mais cedo pela psiquiatria juntamente com o Fontão. Curiosamente ambos se divorciaram mais tarde. O Alberto passou a ser professor universitário, e teve um azar muito grave, pois um filho já com mais de 20 anos viria a falecer de acidente.

Enfim, vamos ao que interessa agora. Mais à frente, ficava a bomba de gasolina da Sacor, depois vários prédios e o UDIB, o cinema. Depois a Praça do Império. Descendo, ou se quisermos, subindo pelo lado esquerdo, ficavam uma série de esplanadas onde se podia saborear as ostras, camarão, mancarra, cerveja gelada e o que havia. Mais tarde, em 1984 não havia um único local desses. Hoje não sei o que existe, mas parece que não tem nada. As viaturas são poucas, a maioria são de militares. Bissau, Nov68.

F52 – Novo aeroporto civil de Bissalanca. Ao fundo um Boeing 727-100 da TAP. Pela data da foto, julgo ter ido esperar alguém ao aeroporto, mas pode ser também uma deslocação para a Base Aérea 12, ao lado, na chegada ou partida de um avião militar, de/ou para São Domingos, onde já estava o Batalhão. Bissau, Abril 68.

F55 – Escrevendo para a namorada, na esplanada da piscina do Clube de oficiais do QG em Santa Luzia. Eu tinha de escrever todos os dias, eram muitas páginas, algumas com 20 a 30 folhas, e mandava diariamente para o correio para minha namorada. Bissau 01Abr68.

F57 – Este deve ser um dos primeiros "slides" a cores tirados na Guiné. Foi nesta altura que apareceram os rolos a cores. Uma rua de terra batida, toda esburacada, feia, velha e suja, com algumas casas na mesma situação. Bissau, Abr68.

F58 – No porto de Bissau, parece o paquete Funchal atracado no cais e ao largo um navio de guerra para montar a segurança, na visita do Presidente Tomaz à Guiné, mas não estou certo, pois em Fevereiro, penso que ainda não tinha rolos a cores. Não consigo identificar a pessoa ao meu lado, é das primeiras fotos a cores. Bissau 1968.

F61 – Sentado junto aos estaleiros navais da Marinha em Bissau. Não sei se foi neste dia em que tive o prazer de ser convidado com outro amigo, para um lauto almoço num desses navios patrulhas, que era, as LFG, não se vê o nº nem o nome, eu tenho ideia de ter estado na LFG Lira, mas não tenho a certeza, só sei que era tudo um luxo, comparado com a tropa básica, claro. Bissau, 1968.

F65 – No Clube de Oficiais do QG, numa mesa da esplanada a escrever, para quem havia de ser, para a namorada. Parece-me que é uma auto fotografia, eu fazia muito isso, a máquina tinha um temporizador, eu colocava a máquina na ponta de uma mesa ou outra coisa, focava e depois carregava no botão e dava tempo a colocar-me na posição. Bissau, Abril68.

F66 – No café Bento – a 5ªRep – junto de camaradas numa noite quente e húmida. Na ponta esquerda o furriel Américo Veiga, nosso Enfermeiro (formou-se em Medicina mais tarde, mas já faleceu há algum tempo), a seguir um furriel dos Sapadores do qual não me lembro o nome, o soldado é o irmão do furriel Riquito, a seguir eu a acender um cigarro, e depois um cabo da secretaria da CART1744 que estava em São Domingos com o nosso Batalhão.

Este camarada viria a encontrá-lo muitos anos depois, por duas vezes em aviões, ele tinha uma empresa que negociava em madeiras por África e outros países do mundo. Ficou rico. Depois voltámos a ver-nos algumas vezes no Restaurante D. Manoel no Porto, o mais badalado da época, que acolheu a [VIII] Cimeira Ibero-Americana com todos os chefes de Estado e  presidentes de giverno, entre eles, o Fidel Castro, teria sido nos anos 90, não sei bem o ano, foi a única vez que aconteceu no Porto. Bissau, Junho68. [Foi em 1998, em 17 e 18 de outubro, esteve também o rei Don Juan Carlos, de Espanha].

F67 – A primeira máquina automática de pesar [cartas], metia-se a moeda e saia um cartão com o peso e a data, tenho isso por aí, mas é preciso procurar. Ficava na porta dos CTT de Bissau, e estão algumas pessoas a apreciar a novidade. De costas,  o alferes Verde do BCAÇ 1932. Bissau, Mar68.
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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 21 de maio de 2018 Guiné 61/74 - P18660: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXIII: as colunas logísticas até Madina do Boé

Vd. também poste de 18 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18646 Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXII: As minhas estadias por Bissau (v): março de 1968

Guiné 61/74 - P18686: Parabéns a você (1443): António Acílio Azevedo, ex-Cap Mil, CMDT da CCAÇ 17 (Guiné, 1973/74)

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Nota do editor

Último poste da série de 27 de Maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18682: Parabéns a você (1442): António Manuel Salvador, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro da CCAÇ 4740 (Guiné, 1972/74)

domingo, 27 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18685: Agenda cultural (638): Lançamento do novo livro de Catarina Gomes, "Furriel Não É Nome de Pai: Os filhos que os militares portugueses deixaram na Guerra Colonial" (Tinta da China, 2018, 224 pp.): Em Lisboa, na Feira do Livro, domingo, 3 de junho, 16h00; no Porto, Mira - Artes Performtivas, sábado, dia 2 de junho, 15h00






1. Mensagem da nossa amiga, jornalista e escritora, Catarina Gomes (, que tem cerca de 3 dezenas de referências no nosso blogue), com data de 21 do corrente:

Caro professor Luís Graça,

Como está?

Venho convidá-lo para o lançamento do meu novo livro "Furriel não é nome de pai-Os filhos que os militares deixaram na Guerra Colonial", que vai ter lugar na Feira do Livro de Lisboa dia 3 de Junho às 16h00 (o convite segue em anexo) e no Porto a 2 de Junho na Mira Artes Performativas (na zona de Campanhã), o convite também segue em anexo. Ambos os eventos são abertos e todos são bem-vindos.

Venho também pedir-lhe divulgue no blogue o livro que começa a ser vendida nas livrarias dia 25 de Junho (envio em baixo o comunicado de imprensa), mas que pode também ser comprado à distância através do portal da editora Tinta da China com portes gratuitos: 
Tudo começou no vosso blogue.

Faz este ano cinco anos que fui à Guiné-Bissau para escrever pela primeira vez sobre “os filhos do vento”, como lhes começou a chamar o José Saúde no vosso blogue. Não imaginam a quantidade de emails que recebi desde então, de filhos africanos em busca de pais, de alguns portugueses em busca dos seus irmãos africanos. 

Depois dessa primeira reportagem senti que a história tinha ficado incompleta. Que era preciso voltar sozinha à Guiné e continuar a contar as suas histórias. Chamo-lhe um livro de pós-reportagem porque trata do que aconteceu depois da reportagem e por causa dela:

por causa da reportagem Fernando Hedgar da Silva - um homem que um dia pensou que “furriel” era nome de pai e a quem este livro é dedicado - conheceu dezenas de outros “filhos de tuga” como ele e decidiu criar a associação “Filho de Tuga”;

por causa da reportagem Filomena decidiu trazer o sobrinho desconhecido para Lisboa e obrigar o irmão, ex-militar, a fazer um teste de DNA;

por causa da reportagem Emília descobriu os seus dois irmãos gémeos guineenses, Celestino e Celestina.

Ao último capítulo chamei “Pais Procuráveis”. Aqui volto à reportagem que fiz em Angola, em que acompanhei António Bento ao encontro do seu filho angolano desconhecido, e explico também o que aconteceu antes e depois.

Muito obrigada por tudo. Não poderia deixar de estar, juntamente com o José Saúde, nos agradecimentos.

Um abraço,

Catarina




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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P18684: Blogues da nossa blogosfera (94): Jardim das Delícias, blogue do nosso camarada Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 (13): Palavras e poesia


Do Blogue Jardim das Delícias, do Dr. Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547/BCAÇ 1887, (Canquelifá e Bigene, 1966/68), com a devida vénia, reproduzimos esta publicação da sua autoria.
 
PALAVRAS E POESIA

ADÃO CRUZ


Madrugada sempre mortal
Regresso obscuro de além dos sonhos
Jogo imaginário de sabor amargo
Sempre que os pés pousam na terra.

Procuro as palavras que são chaves de si mesmas
E com elas tento abrir o pensamento
No silêncio que as transforma em poesia.

Tudo em vão!

Por elas vivi e me transformei a vida inteira
Em rosas de orvalho e cheiro a alecrim
Por elas rasguei as trevas
E aliviei a dor que há dentro de mim.

Mas a poesia é mentirosa irrealista
E o bálsamo que suaviza o sofrimento
Não passa de vãs palavras e cacofonias
Ilusões a pagar no fim da vida
Com um rosário de angústias e agonias.
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Nota do editor

Último poste da série de 20 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18657: Blogues da nossa blogosfera (93): Jardim das Delícias, blogue do nosso camarada Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 (12): "Céu Azul"