quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Guiné 63/74 - P3532: O Nosso Livro de Visitas (47): Rogério Pereira, filho do 1º Cabo Manobra Jorge António Pereira, morto em combate na Guiné em 1973

1. Mensagem de Rogério Pereira, filho do nosso camarada Jorge António Pereira, Cabo Manobra, que morreu no dia 5 de Agosto de 1973 a bordo da LDM 113, durante um ataque IN a esta embarcação.

Boa tarde,
Antes de mais um grande bem haja pelo V/blog que vou seguir de perto no futuro (http://rogerio-pereira.blogspot.com/).



Chamo-me Rogério Pereira, natural de Peniche e a viver em Angra do Heroísmo e sou filho do patrão da LDG, Cabo Manobra, citado no post Guiné 63/74 - P1665: Operação Larga Agora, Tancroal, Cacheu, local maldito para a Marinha (Parte I) (Lema Santos) do V/camarada Manuel Lema Santos.

Ao ler o seguinte excerto do post:

- Em 5 de Agosto de 1973 as LDM 113 e 412, navegando em comboio de Ganturé para Farim, foram emboscadas violentamente no Tancroal com armamento diverso incluindo RPG. A LDM 113, que ocupava a 2.ª posição na coluna, foi atingida por RPG em cheio no sector de ré, zona da cabine, toldo e convés. O patrão, Cabo M, teve morte quase imediata e o Mar C (telegrafista), gravemente ferido, veio a falecer no Hospital Militar de Bissau. Depois de reagirem aportaram a Bigene

foi com emoção que senti que o meu pai morreu entre amigos e homens de coragem cuja memória a Pátria deve honrar.

O meu pai, Jorge António Pereira, Patrão da LDG, Cabo Manobra n.º 2404, era natural do Bombarral e vivia em Peniche onde tinha servido na Capitania local.

Obrigado.


2. Comentário de CV

Caro Rogério
Muito obrigado pelo seu contacto

Apesar da mágoa por ter perdido o seu pai, sente-se que tem orgulho na forma como ele faleceu. Perdeu a vida no cumprimento do seu dever de militar e honrou a farda da Marinha que vestia.

As missões impostas às Unidades da Marinha de Guerra, que navegavam nos sinuosos rios da Guiné, eram muito perigosas. Não raras vezes aconteceram ataques, com baixas nos nossos valorosos homens da Armada. Eles foram o garante dos reabastecimentos de víveres e armamento de Norte a Sul da Guiné, quer navegando nos grandes rios, quer em pequenos cursos de água, com o perigo espreitando a cada curva. Muitas vidas dos militares do Exército, em missão de quadrícula em locais onde não era possível o abastecimento por terra, dependiam da valentia e da coragem dos seus camaradas da Marinha.

Estamos orgulhosos pelo seu pai e solidário com a sua dor de filho.

Disponha do nosso Blogue sempre que queira e considere-se desde já nosso amigo. Parafraseando o nosso tertuliano José Martins, os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são.

Receba um abraço da Tertúlia
Carlos Vinhal
Co-editor
______________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 26 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3524: O Nosso Livro de Visitas (46): A. Paulo, Pel Caç 953, Guiné, 1964/66

4 comentários:

Rogério Paulo Pereira disse...

Caro Carlos Vinhal,

Mais uma vez obrigado por manterem vivas estas memórias.

Afinal sempre é melhor exprimi-las, pois permite-nos perceber que não estamos sós.

O país precisa fazer esta catarse para, com o tempo, ficar bem com a sua História.

Se vos puder ser útil, disponham.

Rogério Pereira

Unknown disse...

sou neto do cabo M Pereira não o conheci,pois Faleceu muito antes de eu ter nascido,cresci a ouvir todas as suas histórias e aventuras adorava viver ,adorava a Marinha,pelo destino segui o seu legado estou na Marinha e como ele sou Cabo M também com muito orgulho.Grande Abraço.

Unknown disse...

sou neto do cabo M Pereira não o conheci,pois Faleceu muito antes de eu ter nascido,cresci a ouvir todas as suas histórias e aventuras adorava viver ,adorava a Marinha,pelo destino segui o seu legado estou na Marinha e como ele sou Cabo M também com muito orgulho.Grande Abraço.

Anónimo disse...

Amigo Pedro Pereira eu conheci o Jorge Pereira na Guiné na Esquadrilha de Lanchas. Era um homem expedito.
O que vou dizer pode parecer duro mas talvez gostem de saber. Ele era racista e agressivo para os nativos. No rio Mansoa disparava tiros contra os pescadores em pirogas sem motivo para o fazer. Essas atitudes foram a causa para o ataque à 113 e a sua morte.
Lamento mas foi verdade.