1. Mensagem do nosso camarada Alberto Branquinho (ex-Alf Mil de Op Esp da CART 1689, Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), com data de 25 de Abril de 2011:
Caro Carlos Vinhal
Aí vai o texto do CONTRAPONTO (32) - Teatro do Regresso - 7º. Acto.
Enviarei ainda mais alguns, assim, semanalmente.
Um abraço
Alberto Branquinho
CONTRAPONTO (32)
TEATRO DO REGRESSO
(Peça em vários actos)
7º. Acto – Prótese
Cenário
No passeio, em frente à Estação do Rossio, em Lisboa.
Dois homens, parados, conversam.
Personagens
Os dois homens atrás referidos e um outro, que entra em cena , proveniente da Praça dos Restauradores.
Acção
Enquanto as duas primeiras personagens, paradas, conversam, a terceira entra em cena, caminhando e olhando fixamente um dos homens que conversam. Pára e pergunta-lhe:
- Desculpem. Você esteve na Guiné?
- Sim.
- O seu nome é Andrade?
- Sim. Quem és tu?
- Sou o Alvarinho. Não me reconheces porque eu andava de barbas.
- Eh, pá!
Abraçam-se efusivamente.
- Alvarinho, deves ter chegado há pouco tempo…
- Há quase quinze dias.
E, olhando fixamente para as pernas do outro:
- Andrade, desculpa. Tu foste evacuado de Gambiel porque uma antipessoal te rebentou com uma perna.
- Foi. Olha.
E, debruçando-se sobre a perna direita, bateu nela com as articulações das falanges da mão direita:
- Toc, toc, toc…
(CAI O PANO)
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 3 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8210: Contraponto (Alberto Branquinho) (31): Teatro do Regresso - 6.º Acto - Que próximo-futuro?
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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2 comentários:
Boa
Excelente
P.F. continua com a peça...
Ob e um abraço, Alberto Branquinho do,
T.
Branquinho, cada acto é, na riqueza que encerra e nos problemas que levanta, uma peça de teatro.
Peça de teatro em que não nos quedamos como meros espectadores, mas sim como verdadeiros actores.
Obrigado e um abração.
Vasco A. R. da Gama
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