Caros editores e camaradas
Estou a enviar quatro fotos referentes à 1.ª conferência-debate que no passado dia 6 teve lugar na Universidade dos Açores, integrada no ciclo intitulado “Os Açores e Guerra do Ultramar – 1961-1974: história e memórias(s)”, numa organização do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso, do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais daquela Universidade*.
Foi emocionante ver tanta gente interessada naquela conferência inaugural. Agora há é que pensar na seguinte.
A conferência teve muita qualidade, pois o Ten-General Alfredo Cruz conseguiu fazer o enquadramento geral do papel da FAP, mas, simultaneamente, referindo a sua experiência pessoal enquanto piloto de combate.
Na mesa estão o Reitor, o Conferencista, a Directora do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais e a Directora do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso. Eu apareço também a abrir o período de perguntas e respostas. Começou às 17H30 e acabou por volta das 20.
Um abraço amigo do
Carlos
O Reitor da Universidade dos Açores, Prof. Doutor Avelino de Freitas de Meneses, quando proferia a sua alocução, no início dos trabalhos. Ao seu lado direito vê-se o conferencista e a Prof.ª Doutora Gabriela Castro, Directora do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais, que, ao dirigir-se aos presentes, salientou também o facto de ter namorado e casado com um antigo combatente (Alf Mil em Moçambique) e ser irmã de outro (Cap Mil também em Moçambique). À esquerda do Reitor vê-se a Prof.ª Doutora Margarida Machado, Directora do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso.
Uma perspectiva dos participantes nesta primeira conferência do ciclo de conferências-debate "Os Açores e a Guerra do Ultramar”. Note-se a presença de alguns alunos. O ângulo de tomada da foto (não alcança a ala esquerda do “anfiteatro C”) não permite ver a presença feminina (para além das alunas), que foi significativa.
O Ten-General Alfredo Cruz, enquanto proferia a sua conferência.
O coordenador da Comissão Organizadora (Carlos Cordeiro) recebendo inscrições para o debate, que foi muito participado e enriquecedor.
[Fotos e legendas de Carlos Cordeiro]
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Notas de CV:
(*) Vd. poste de 2 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8200: Agenda Cultural (117): Início, no próximo dia 6, do ciclo de conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar, 1961-1974: história e memórias(s), organizado pela Universidade dos Açores (1) (Carlos Cordeiro)
Vd. último poste da série de 9 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8247: Agenda cultural (121): António Graça de Abreu, no último dia da 81ª Feira do Livro de Lisboa, 15 de Maio, domingo, às 18h00, no Pavilhão da Livraria Turismo de Macau (Stand D44) para autografar os seus livros
3 comentários:
Caro camarigo Carlos Cordeiro
O teu trabalho persistente, esforçado, vai dando os seus frutos.
É bom ver como o evento correu bem, com boa participação e interesse por parte dos presentes. O teu esforço está de parabéns!
Abraço
Hélder S.
Caros amigos,
“Tudo vale a pena se a alma não for pequena” disse o poeta. Foi ontem de manhã que vi este Post do nosso camarada e amigo Carlos Cordeiro. Tinha acabado de por o meu uniforme da Associação de Antigos Combatentes. Iria tomar parte numa Dedicatória de uma ponte ao sargento americano Shane P Duffy, morto em combate durante o conflito do Iraque.
Eu, soldado do Exército Português, a honrar a memória de um soldado, sargento como eu, em terras da América. É este tipo de ironia que nos atinge enquanto emigrantes portugueses.
Durante a cerimónia o Sr. Padre oficioso disse:
- Ao homenagearmos a morte do sargento Duffy estamos a honrar a morte de todos aqueles que, independentemente do seu credo religioso ou do seu país de origem, deram a vida pela nossa pátria, pela nossa liberdade.
Confesso que deixei rolar uma lágrima pela cara. Lembrei-me do meu Manuel Veríssimo, dos nossos camaradas.
Os meus pensamentos foram para o que era a vida nos Açores nos idos anos de sessenta e setenta. Ali, naquele belo arquipélago, a nossa vida acabava ao fim da rua e ali começava o sonho das Américas.
Foi durante os conturbados anos de 60/70 que aqueles rochedos negros, plantados no seio do Atlântico, sofreram o maior flagelo da sua história: a emigração e a guerra do Ultramar.
Aqui, nos E.U.A, muitos de nós somos a afirmação desse flagelo, tentando fazer o melhor que podemos e sabemos para menorizar, se é que tal seja possível, a dor de uma família e de uma comunidade, homenageando um dos seus e, agora, também nosso.
Nos Açores aqueles que puderam ficar atrás, com coragem assumida, também tentam fazer a diferença. O Carlos Cordeiro é, definitivamente, um desses homens.
Açoriano orgulhoso das suas raízes aproveitou o seu tempo para educar vidas ajudando a construir homens e mulheres com futuro.
Uma das grandes qualidades do Carlos é a coragem de trazer à ribalta assuntos que, na vida açoriana, ainda são considerados tabus. A guerra do ultramar constitui uma dessas paredes quase intransponíveis e que os açorianos teimam em não discutir.
Aquela guerra é um estigma que acompanha ilhas açorianas e as suas gentes. São 283 as famílias que choram a perda dos seus meninos soldados. São milhares as que viveram a angústia das despedidas da emigração, deixando os seus meninos para trás para cumprirem o dever pátrio. Um pouco por todos os portos das ilhas ainda lá estão como testemunhas os lagos que s e encheram com as lágrimas dos que partiram e dos que ficaram. De muitas que afinal foi a eterna despedida.
Coragem não é a capacidade de actuar sem medo, é antes a capacidade de actuar com ele.
O Carlos sabia à partida o quanto arrojado era um projecto desta natureza. O resultado está à vista. Sem despesas e tendo como palco a Universidade dos Açores, também ficou demonstrado que com um pouco de boa vontade e de coragem se pode fazer milagres. Conhecimento, dignidade e brio presentes. Mais não se poderia esperar.
Poderemos pensar, com alguma legitimidade, que não foi mais que uma conferência que se debruçou sobre a guerra do Ultramar. Para quem conhece aquelas ilhas e os açorianos sabe que uma conferência deste género bem sucedida dá ao seu autor o direito a algum orgulho medido, porque não a uma certa vaidade, e o direito a uma morte feliz.
Na verdade o que isso significa é o direito que o Carlos Cordeiro tem de olhar para trás e dizer: Valeu a pena!
Para mim, para nós, fica o direito de lhe dizermos: continua amigo para bem dos Açores, para bem de Portugal.
Um abraço amigo do tamanho do oceano que nos une.
José da Câmara
Anexos a este comentário, seguem dois abraços:
Um para o Carlos Cordeiro, pela iniciativa e pelos objectivos alcançados. Nunca é demais aquilo que podermos fazer.
Outro para o José da Câmara, pelo "poema" aos Açores com que nos brinda, em jeito de comentário.
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