terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12527: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (28): A TAP e a Guiné-Bissau ou... a Guiné "TAPdependente"





Guiné-Bissau > Bissau > Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira > 29 de fevereiro de 2008 > Chegada de um grupo de amigos da Guiné, que vieram participar no Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de Março de 2008). Na foto acima, o Pepito e o Carlos Silva. Na  foto anterior, a Alice Carneiro.  A TAP, companhia de bandeira portuguesa,  tem sido nestes anos todos, depois das independências das colónias portuguesas em África, um instrumento importante da lusofonia... E, seguramente, uma arma que a diplomacia portuguesa usa (mas de que não pode abusar)... A diáspora portuguesa estende-se por cerca de 200 países... (LG)

Fotos ( e legenda): © Luís Graça  (2008). Todos os direitos reservados.

1. Texto enviado, com data de ontem, pelo António  Rosinha, [, fur mil em Angola, 1961, foto à esquerda; topógrafo da TECNIL, Guiné-Bissau, em 1979: ou, como ele gosta de dizer, colon, em Angola, de 1959 a 1974; cooperante na Guiné-Bissau, de 1979 a 1993]:

Assunto: A TAP e a Guiné-Bissau, ou a Guiné  "TAPdependente"


Com o fim do Império acabaram as Companhias de Navegação, a Colonial, a Nacional e a Sogeral (CUF), aqueles Vera Cruz, Império, Principe Perfeito, Ana Mafalda, enfim, aquele imaginário colonial que só podia existir com o tal Império.

Ora, se Salazar ao criar a TAP, foi a pensar no Império, porque o homem não ia investir em nada que não fosse bem justificado, porque a TAP resistiu ao fim do Império, ao contrário dos navios?

Sim, talvez sem Império não houvesse nunca TAP, porque Salazar era contra certas modernices e não tinha manias de grandezas.

Salazar era homem para mandar o Humberto Delgado, obreiro da TAP, trazer um foguetão da América, se Portugal tivesse uma colónia na Lua.

Com as colónias, Salazar era um "perdulário", e depois com Caetano também os melhores aviões do mercado a TAP adquiria.

Com a TAP, Portugal nunca até hoje virou as costas às ex-colónias, nem estas viraram as costas à antiga Metrópole.  De tal modo que no caso da Guiné a TAP está a ser motivo para uma guerra Portugal/Guiné, só porque em Lisboa o Governo acha que a Guiné ainda não manda na TAP, apesar dos "direitos adquiridos"  que a Guiné possa ter.

Salazar,  que sabe tudo, ou não tivesse a PIDE, não deve estar satisfeito com a suspensão dos voos Lisboa/Bissau. Sabe-se que,  já desde a independência, se a TAP hesitasse havia muitos guineenses e muitos vizinhos destes, que queriam a Air France a substituir a TAP.

E se hoje a Air France não estará muito interessada, é que por enquanto são necessários muitos aviões para transportar legionários por todo o lado onde se fala francês, onde está tudo numa roda-viva. Ele é cristão, ele é islão, é Lampeduza, é Ceuta e Cadiz e Grécia, e os guineenses que tenham juízo e sejam responsáveis, porque da Tuga, e da própria Europa que está mais virada para outros problemas, já pouco mais resta do que a sua querida TAP.

É que às tantas só lá vão com legionários estrangeiros (mas sem psico).

E a Guiné-Bissau sem TAP, que para a maioria dos guineenses não é apenas uma simples companhia de aviação, mas também um símbolo que muito os autonomiza e distingue dos "vizinhos-irmãos", que respeitem a sua Companhia de Aviação, porque quem fez esta, não faz mais.

Quando se diz e se lê constantemente quando da luta de libertação da Guiné que Amilcar Cabral, previa e predizia muitas coisas más que podiam ocorrer em África,  e na Guiné em particular, não passava pela cabeça dele nem de ninguem que uma suspensão da TAP Bissau/Lisboa fosse tão importante para a vida de um país.

E que, sem TAP,   pode alterar, qual nova independência, a vida total da Guiné-Bissau: no campo económico, socialmente, internacionalmente, culturalmente, e porque não, até no relacionamento tribal e colimiteiro (, tudo isto, fácil de explicar).

Ou não terá importância nenhuma?

Era melhor repor as ligações Lisboa/Bissau e acabar com os golpes e guerras internas. Guerras de kalash e catanas, mas também de feitiçarias.

E que os cristãos fiquem nas suas igrejas e muçulmanos nas suas mesquitas, e não façam como certos primos dos guineenses, que andam a "rezar" uns pelas almas dos outros.

Dizia o pessimista do Salazar que os africanos não estavam preparados para se governarem. Mas era só meia verdade, a Europa, velha e caduca e abandalhada,   é que preparou tudo mal e à pressa e,  até dos casos mais graves em África, nem será o caso da Guiné-Bissau.

Cumprimentos

Antº Rosinha

_______________

Nota do editor:

Último poste da série > 10 de dezembro de  2013 > Guiné 63/74 - P12424: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (27): Mandela só houve um, infelizmente só um... Provavelmente o homem africano mais certo, no momento certo, no país do oiro...

16 comentários:

Luís Graça disse...

A "suspensão" dos voos da TAP para Bissau é um duro golpe para todos nós, amigos da Guiné e do povo da Guiné, e amigos guineenses do povo português e de Portugal...Não direi que seja o fim do mundo, mas é um duríssimo revés para todos os todos os dias constroem a ponte lusoguineense... A TAP era (e é) um ponto de cambança...

Rezemos a Deus, a Alá e aos bons irãs para que no "novo ano" que aí vem, o "bom senso", de parte a parte, venha ao de cima e este conflioto se resolva de maneira ganhadora, "win-win", para as duas partes, a Tuga e a Guiné-Bissau, o mesmo é dizer, para os dois povos irmãos...

Os governos passam, os povos é que contam e ficam na história...

LG

________________

Recortes de imprensa (1)...

(Reproduzido com a devida vénia)

SOCIEDADE
Passageiros da TAP para Bissau lamentam suspensão da ligação
«Nem sequer fazem ideia dos transtornos que isso nos vai causar», destacou um dos passageiros

Por: tvi24 / EC | 2013-12-31 11:11

Os passageiros que se preparavam na última madrugada para embarcar para Dacar, de onde devem apanhar o voo da TAP para Portugal, lamentaram que aquele seja o derradeiro voo da companhia aérea portuguesa para a Guiné-Bissau.

Habitualmente os voos da TAP, tanto na chegada como na partida, costumam originar azafama no aeroporto de Bissau, mas na última madrugada, a agência Lusa pode testemunhar um clima de desalento com passageiros a não esconderem o desagrado pela situação.

Entre os passageiros destacaram-se as vozes críticas dos jovens que vivem em Portugal ou na Inglaterra e que tinham vindo ao país passar as festas do Natal e do final do ano, mas que, «às pressas», são obrigados a voltar.

«Vim ao meu país, depois de 16 anos sem passar o Natal com os meus pais e irmãos, mas quando estava a contar passar o «revellion» com eles, eis que fui chamada rapidamente para regressar», contou a passageira, Solange Reis, que vive na Inglaterra.

Ao lado e aos berros para que os «senhores da política possam ouvir», um outro jovem que não se quis identificar dizia que os «políticos guineenses são uns irresponsáveis» por terem, disse, «cortado com a TAP».

«Nem sequer fazem ideia dos transtornos que isso nos vai causar», destacou o jovem, que disse viver na Escócia de onde partiu há duas semanas com esperança de «curtir Bissau» durante três semanas.

Mais contida estava a jovem Janaina Vaz Turpin, que defendeu que as autoridades dos dois países deviam tentar chegar a um entendimento sobre os voos da TAP para a Guiné-Bissau, por ser, afirmou, uma companhia que «dá garantias de segurança» aos guineenses.

«O que se passou não foi correto. Mas já aconteceu. O povo está a sofrer com as consequências, quando no fundo não tem culpa. Devem considerar um bocado. No fundo, o povo guineense também precisa da TAP», observou Vaz Turpin, estudante em Lisboa.

Não são apenas os passageiros que lamentam o fim dos voos de ligação da companhia aérea portuguesa entre Lisboa e Bissau.

Pago Fernandes, responsável de uma conhecida agência de transporte de encomendas disse que sem a TAP «vai ser o fim do mundo».

«Nem quero pensar no que vai ser de muita gente aqui no país e mesmo lá em Portugal», enfatizou Fernandes, lembrando que nas outras companhias que voam para Bissau é regra perderem-se as encomendas.

«Uma pessoa vai ao aeroporto de Portela ou vem aqui e manda uma encomenda, dinheiro, comida, e da outra parte a encomenda chega ao destinatário passadas quatro horas, agora sem a TAP vai ser o fim do mundo», sublinhou Pago Fernandes.

Por ser sido forçado por um membro do Governo guineense a transportar 74 sírios com passaportes falsos a TAP decidiu cancelar e agora encerrar os voos de ligação para a Guiné-Bissau.

http://www.tvi24.iol.pt/503/sociedade/tap-bissau-passageiros-sirios-guine-tvi24/1523868-4071.html

Luís Graça disse...

Recortes de imprensa (2)

(Reproduzido com a devida vénia...)


INTERNACIONAL
Presidente da Guiné-Bissau fala de incidente com a TAP no discurso de ano novo
Serifo Nhamadjo admite que a situação deteriorou a imagem externa do país

Por: Redacção / MM | 2013-12-31 09:43

O presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, confirmou, no seu discurso à Nação de fim do ano, que o «incidente com a TAP» deteriorou a imagem externa do país.

Além de prejudicar a imagem do país, Serifo Nhamadjo afirmou que a passagem dos cidadãos sírios pela Guiné-Bissau, de onde partiram para Portugal e onde acabariam por pedir asilo político complicou também as relações com Portugal.

«É verdade que o incidente da passagem por Bissau, a caminho de Lisboa, de 74 cidadãos sírios veio acrescer mais uma acha nas já deficitárias relações entre o nosso país e Portugal», disse Nhamadjo.

No dia 10 deste mês 74 sírios, entre adultos e crianças, embarcaram à força no aeroporto de Bissau, depois de pressões à tripulação da TAP, por parte do ministro guineense do Interior, para Portugal sob alegação de constituírem perigo para a segurança interna da Guiné-Bissau.

Para o presidente de transição, o incidente complicou as relações com Portugal, afetou a imagem externa da Guiné-Bissau e ainda «lesa a dignidade dos guineenses».

Nhamadjo diz, contudo, que aguarda pelo posicionamento da Justiça e do primeiro-ministro, Rui de Barros, para depois tomar uma decisão.

«Como é do conhecimento público tanto o ministro dos Negócios Estrangeiros, que tutela as embaixadas, como o ministro do Interior, que tutela as migrações, colocaram os seus lugares à disposição do chefe do Governo», lembrou Nhamadjo.

Perante este e outros factos invocados no discurso de fim do ano, o presidente guineense questionou os seus concidadãos sobre os caminhos a tomar para o novo ano.

Para Nhamadjo só resta aos guineenses trabalharem para que o país possa retomar a normalidade constitucionalmente interrompida com o golpe de Estado militar de abril de 2012.

Nhamadjo instou os guineenses a continuarem «com a mesma determinação», empenho e «capacidade de sofrimento», mas mantendo sempre a coesão na diversidade.

«Devemos levar a cabo aquilo que a Nação e toda a comunidade internacional espera de nós, a realização de eleições gerais (...) bem como a criação de condições para um efetivo retorno à normalidade constitucional», observou o presidente guineense.

As eleições gerais (legislativas e presidenciais) estão marcadas para 16 de março.

http://www.tvi24.iol.pt/internacional/tap-guine-guine-bissau-sirios-presidente-tvi24/1523837-4073.html

Luís Graça disse...

Recortes de imprensa (3):

(reproduzido com a devida vénia...)


INTERNACIONAL
Guiné-Bissau: Ramos-Horta quer esclarecimento sobre incidente com TAP
Representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau instou o Governo e as autoridades judiciais guineenses a esclarecerem os incidentes

Por: tvi24 | 2013-12-27 15:31

O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, instou esta sexta-feira o Governo e as autoridades judiciais guineenses a esclarecerem os incidentes com a TAP, forçada a transportar 74 sírios com passaportes falsos para Portugal.

Em nota distribuída à imprensa, Ramos-Horta enalteceu o facto de o Governo ter mandado instaurar um inquérito que apurou que a ordem de embarque forçado dos sírios foi dada pelo ministro do Interior, Anónio Suca Ntchama, e que as conclusões das averiguações foram enviadas ao Ministério Público.

O representante especial do secretário-geral da ONU saúda o envio para a Procuradoria-Geral da República do relatório da comissão para procedimento judicial «contra todos os envolvidos», ao mesmo tempo que insta o Governo a «dar mostras claras de que está seriamente empenhado em acabar com a impunidade» no país.

O Procurador-Geral guineense, Abdu Mané, informou esta sexta-feira, em nota pública de esclarecimento, que vai mandar abrir um processo disciplinar e posteriormente criminal contra o diretor-geral da Polícia Judiciária, Armando Namoncthe, por este se ter negado a prender o ministro do Interior.

A Procuradoria considerou que António Suca Ntchama é culpado de conduta ilegal por ter pressionado a tripulação da TAP a transportar os 74 sírios para Portugal, onde acabariam por pedir asilo político.

A Lusa está a tentar obter reações do diretor-geral da PJ e do advogado do ministro do Interior, mas sem sucesso.

O representante da ONU em Bissau diz que regista «com preocupação» as conclusões do inquérito sobre a passagem dos sírios em Bissau, nomeadamente pelo facto de existir uma «rede criminosa transnacional envolvida no movimento ilegal de pessoas» para a Europa, a operar na Guiné-Bissau.

Ramos-Horta congratula-se pelo facto de as autoridades guineenses se terem prontificado em informar a Interpol sobre este facto. Enaltece, contudo, o facto de Bissau se ter prometido levar à justiça os elementos integrantes dessa rede.

Na sequência do incidente, a TAP cancelou os voos para Bissau e anunciou na quinta-feira que realiza no dia 30 de dezembro o último voo com escala em Dacar, através da Senegal Airlines.

http://www.tvi24.iol.pt/503/internacional/ramos-horta-tap-incidente-onu-esclarecimento-guine-bissau/1522949-4073.html

Luís Graça disse...

Rosinha:

Não sei se este teu poste será o último do ano de 2013. Se o for, será o nº 1625. De qualquer modo, já batemos o nº de postes publicados comparativamente com o ano passado...

Apesar da "crise" que também nos afeta, apesar da concorrência (desleal ?) do Facebook, apesar do nosso cansaço, saturação, desânimo, descrença... e do inevitável esgotamento das nossas "memórias" (guardadas no "baú")...

Não trabalhamos para bater recordes... Mesmo assimn, é bom lembrar que estamos bem longe do recorde estabelecido em 2010, com um total de 1955 postes....

Eis a estatística:

2013 (1625)
2012 (1604)
2011 (1756)
2010 (1955)
2009 (1885)
2008 (1285)
2007 (1000)
2006 (579)
23/4/2004 a 1/6/2006 (I Série) (825)


Tudo isto, para te dizer, mer caro Rosinha, camarada e amigo, que o teu poste pode muito bem fechar, com chave de ouro, a nossa produção bloguística de 2013... Tocas num ponto da atualidade política luso-guineense que, em princípio, deveria estar fora do âmbito do nosso "core buiseness", de acordo com as nossas "regras"...

Mas não, não é "politiquice". no meu entender... É uma questão a que somos muito sensíveis e que é fulcral para o desenvolvimento do futuro das relações entre os nossos dois povos...

Entendo a tua ironia, ao dizeres que a Guiné-Bissau é "TAPdependente"... É fácil reconhecer que os guineenses precisam da TAP e não estão, para já, em condições de arranjar uma "alternativa", válida e fiável... Eu diria antes que a TAP não pode ser uma "arma de arremesso" utilizada pelos políticos e diplomatas, e que tanto os guineenses como os portugueses precisam do voo TAP Lisboa-Bissau-Lisboa... como pão para a boca!

A amizade luso-guineense e a lusofonia precisam da TAP. Saibamos, TODOS, encontrar uma rápida solução para este conflito... Todavia, não ignoro nem escamoteio a gravidade das causas imediatas que estão na sua origem...

Temos a obrigação de fazer tudo, mas TUDO, para encontrar uma solução duradora e construtiva para este conflito que opõe a TAP e o governo português às autoridades guineense...

Mano Rosinha: que o espírito do "novo ano" nos inspire e ilumine!

Anónimo disse...

Olá Camarada

Tenho pena, mas não pactuo com incongruências.
Não sei como é que os "Sírios" aparecem na Guiné e é isso que preocupa. Como vieram? Quem os enviou? Quem os recebem e muito principalmente, quem são realmente? O seu comportamento não é de refugiados, quer se queira, quer não. Era isto que as "autoridades" da Guiné deviam saber em vez de se demitirem e de os empandeirarem, à força, para outro país que por acaso, é a única ligação aérea que têm.
Não pode haver "bom senso" quando começa a não haver pachorra para tanta boçalidade...
Um pouco de competência e congruência até em nome do povo que se diz representar era um boa ideia, Não acham?
Volto a perguntar o que é isso de Tuga. Só português e o meu país não é a Tugalândia, mas Portugal.
Desculpem o acesso de clubismo, (perdão!) de patriotismo.
Claro que não tenho nada contra o povo Guineense, mas este (inter)nacional-porreirismo já não me agrada. É que a brincar a brincar a Guiné é independente há mais de 40 anos.
Um Abraço e um Bom Ano (se ta l for possível) para todos.
António J. P. Costa

Luís Graça disse...

Tó Zé: Tens razão quanto ao "bom zenso" que não é receita para tudo, muito menos para a resolução dos conflitos (nomeadamente internacionais)... Os sírios, esses, deixo-os em paz: o que sei, li por alto nos jornais ou vi na TV... Confio apenas que as autoridades portugueses saibam deslindar e resolver este caso (que, de facto, parece estar mal contado)...

Quanto à Tuga, entendo-te... O vocábulo, que te irrita, não é hoje depreciativo, vejo-o usado também com algum carinho pelos portuguess da diáspora, nomeadamente em Angola...

Não sei, em boa verdade, se os guineenses usam o termo... Em qualquer dos casos, é linguagem coloquial, de caserna, usada aqui com o nosso proverbial sentido de humor...

Já não nos resta muita coisa, para além do fado e do humor...e até uma das últimas joias da coroa, a TAP, está em risco de ser vendida ao capital estrangeiro... (Deixarei de voar na TAP quando isso acontecer!).

Continuação das boas festas!... Luis

Anónimo disse...

António Rosinha

Com todo o respeito pela tua experiência de vida e pela leitura dos teus vários textos aqui postados, venho esclarecer ou discordar de ALGUMAS afirmações constantes deste texto.
Não tenho já procuração da TAP para a representar nem tão pouco para escrever isto que segue. Sou um reformado da mesma, onde trabalhei mais que 30 anos, tendo nela desempenhado cinco diferentes actividades.
Assim:
1 - Não foi Salazar que decidiu criar a TAP mas sim Humberto Delgado, criando o seu embrião, pois era um homem com uma visão moderna do mundo e das coisas.
2 - A TAP resistiu à descolonização, ao contrário das companhias de navegação (embora tenha sofrido muito com ela por ter acabado a "graciosa" dos residentes de origem portuguesa nas colónias), porque o transporte que efectuava não era (fundamentalmente) carga.
3 - A TAP não adquiria "os melhores aviões do mercado" com dinheiros do Estado (fosse ele gerido por Salazar ou ou Caetano). Os pagamentos eram efectuados com meios próprios da empresa, embora, em alguns casos, o fabricante/vendedor exigisse o "aval do Estado", que, pelo menos no meu tempo, nunca teve que ser accionado. Pouco depois de 1974 a TAP deixou de adquirir as aeronaves, que passaram a ser operadas em aluguer ou "leasing".
4 - Chamar à situação existente e à sua causa "guerra Portugal/Guiné" é uma análise muito redutora da realidade.
5 - A tua análise sobre os interesses na operação aérea para Bissau no que respeita à Air France (ou TAP...) é muito pouco comercial. Só não é estritamente comercial, quando, DE CIMA, nos impõem uma operação e então... pagam.

Quanto a tudo o resto estou de acordo, MAS não misturemos operação comercial e segurança com aspectos políticos e, principalmente... outros.

BOM 2014 e um abraço
Alberto Branquinho

Antº Rosinha disse...

Carlos Branquinho, tens razão, a Salazar no Estado Novo também se lhe deve aliviar um pouco as costas.

Houve Humberto Delgado, no caso da TAP, que eu também mencionei, houve Duarte Pacheco nas Obras Públicas e ensino, Capitão Galvão no Exposição do Mundo Português, 1940, tinha eu 2 anos, Silva Pais na PIDE, e tudo começou não com Salazar, mas com Gen Gomes da Costa e terminou com o Gen Costa Gomes que também se lhes deve atribuir a estes alguma (des)carga.

Eu não devo exagerar quando falo de Salazar, mas outros ainda exageram mais, já se chega a tentar pôr na história que Salazar até na moda tinha opinião, tipo ter a ver com o uso de mini-saia.

Mas, Carlos, se como dizes e bem, que o Estado não dava dinheiro para os aviões novos, imagina se fossemos lidos por gente destes governos após 26 de Abril, e pelos actuais directores da TAP, iam todos duvidar.

Mas Carlos Branquinho, sem mais explicações, "por amor ao antigo império", a TAP tem de continuar.

Carlos a minha experiência de vida não é maior do que a de ninguém, apenas não tenho complexos de fazer afirmações que às vezes são "contra os ventos da história".

Se a gente viu porque se há-de calar?

Cumprimentos

Antº Rosinha disse...

Carlos Branquinho, tens razão, a Salazar no Estado Novo também se lhe deve aliviar um pouco as costas.

Houve Humberto Delgado, no caso da TAP, que eu também mencionei, houve Duarte Pacheco nas Obras Públicas e ensino, Capitão Galvão no Exposição do Mundo Português, 1940, tinha eu 2 anos, Silva Pais na PIDE, e tudo começou não com Salazar, mas com Gen Gomes da Costa e terminou com o Gen Costa Gomes que também se lhes deve atribuir a estes alguma (des)carga.

Eu não devo exagerar quando falo de Salazar, mas outros ainda exageram mais, já se chega a tentar pôr na história que Salazar até na moda tinha opinião, tipo ter a ver com o uso de mini-saia.

Mas, Carlos, se como dizes e bem, que o Estado não dava dinheiro para os aviões novos, imagina se fossemos lidos por gente destes governos após 26 de Abril, e pelos actuais directores da TAP, iam todos duvidar.

Mas Carlos Branquinho, sem mais explicações, "por amor ao antigo império", a TAP tem de continuar.

Carlos a minha experiência de vida não é maior do que a de ninguém, apenas não tenho complexos de fazer afirmações que às vezes são "contra os ventos da história".

Se a gente viu porque se há-de calar?

Cumprimentos

Antº Rosinha disse...

António Costa, é uma verdade e uma realidade simples quando dizes

"É que a brincar a brincar a Guiné é independente há mais de 40 anos".

Mas eu pergunto, "e eles, o povo guineense, tem alguma culpa disso"?

pois e aqueles que já são independentes há 50 anos? tipo Ruanda e ex Congo Belga?

E mesmo a riquíssima e petrolíssima Nigéria?

Já nem se pode ser fiel nem de Cristo nem de Maomé!

É caso para dizer que andamos nós 13 anos de G3 na mão a insistir que não,que nós é que tínhamos razão, Independências não, e o mundo inteiro desde Cuba à China passando pelo Vaticano e Gràndola a dizer-nos que estavamos a dar murros em ponta de faca.

E desistimos, mas agora que "já está, deixa estar".

Exigir respeito sim, mas sem TAP a Guiné tal qual a imaginamos ...foi-se.

É que a própria Europa moderníssima Inglesa, Francesa, Russa e Sueca, está a pagar as consequências das decisões cobardes e erradas.

Estenderam tapetes vermelhos a generais, descalços, porque as bitacais incharam-lhe nos pés, e cujas botas vinham penduradas no pescoço do ordenança atras, devidamente calçado.

E até hoje, os europeus ainda não distinguem quem manda em quem em África, se é o que vem calçado ou o descalço.

Cumprimentos

Anónimo disse...

António Rosinha!!

Chamar Carlos a quem foi registado como Alberto?!
Estou zangadíssimo!
A minha vingança será terrível! Nunca mais leio um post teu...
Abraço
Alberto Branquinho

Anónimo disse...

Lamentável..e triste tudo isto.

A Guiné como verdadeiro estado nunca existiu.

Culpa nossa e acima de tudo deles.

Não estavam preparados para a independência..principalmente por falta de quadros.

Fazer a guerrilha é fácil..governar é que é difícil.

Este episódio é mais um entre muitos e nem era difícil prevê-lo.

Sabendo-se que a tripulação nem sai da cabine e o avião não é reabastecido, já leva combustível para ida e volta..porque será ?

É tão triste..pobre povo guineense.

No inicio da descolagem reactores em potência máxima e avião travado (coisa rara nos tempos actuais)...pista com 4800 m..destravam..começa a rolar o avião..1000..2000..3000..4000..mau..mau..queres ver que vamos parar à 2.a circular..no ar..uff.
Tudo isto porque o avião leva a carga máxima..para poder deslocar.

Gostava de saber quantas companhias aéreas estão dispostas a voar assim e a praticar os preços da TAP.

C.Martins

Anónimo disse...

Chegada a Bissalanca

Passaporte na mão com visto e tudo..Tuga ..tu és tuga..dá "fim de semana"...passaporte nem viu..

À vinda...mete os mala (no visor de Rx)..meti..ela puxou..já tá...dá "fim de semana"..é claro que não havia electricidade...

Mais palavras para quê..

C.Martins

Antº Rosinha disse...

Branquinho, tenho que enviar esta a um meu velho colega e amigo Carlos Branco.

É da idade, desculpa.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Pois é Camarada
Estivemos todos a sofrer para o boneco. Nós e eles. Mas os guineenses e não "turras" tomaram o poder e têm responsabilidades acrescidas, pois têm que respeitar os seu mortos, feridos e doentes (que ainda existam) e que se sacrificaram para que o seu país fosse independente. Não me interessa que a independência tenha sido consequência de um grande equívoco internacional. Aconteceu e pronto!
Não posso admitir que o meu país que já é gozado de tanta maneira seja gozado de mais esta. Vai sendo tempo de a Guiné e as autoridades guineenses começarem a ter um pouco de modéstia. O que é isto de "fim-de-semana"? E aquela ternura com que nos chamam "tugas"!
Claro que a história está mal contada, mas isso não justifica que se agarre num monte de estrangeiros que (teoricamente) não se sabe quem são nem donde vieram (talvez geração espontânea...) e se pregue com eles num avião estrangeiro que por ali aterrou.
É chico-espertismo a mais para a minha compreensão!
Um Ab.
António J. P. Costa

Anónimo disse...

Caro camarada A.J.Costa

"Fim de semana" não é difícil de adivinhar..é uma simples "gorjeta" e basta um euro que são 600 cfa..para quem ganha em média 4000 cfa por mês e está vários meses sem receber..já é uma quantia razoável.

"Tuga"..normalmente é dito com intenção de simpatia e não depreciativo.

Um alfa bravo

C.Martins