domingo, 26 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12640: Facebook...ando (33): Eu Queria pra Brancos Voltar Governar Guine de Novo... Bubacar Baldé dixit... Filho de 1º Cabo Tcherno Baldé, CCAÇ 11 (Paunca, 1974)... À conversa com J. Casimiro Carvalho (ex-fur mil op esp, CCAV 8350 e CCAÇ 11, 1972/74)




1. Um "chat" no Facebook entre o nosso camarada J. Casimiro Carvalho e o jovem guineense Bubacar Baldé, filho do 1º cabo Tcherno Baldé, da CCAÇ 11 onde ele [, o fur mil Carvalho,] estava em 1974, na altura da retração das NT...

O Bubacar Baldé é estudante, do curso de Contabilidade e Gestão, no ISEG, Dakar, Senegal, onde vive. É natural de Paunca, Gabu, Guinea-Bissau. Tem página no Facebook. E mandou a seguinte mensagem ao J. Casimiro Carvalho: "Adress de meu ermao Oscar, ele esta junto com me Pai Tcherno Cabo: Rua Samora Barros Edf Arco Iris Apartmnt 44 2esq, Código postal 8200-178 Albufeira, telfn 920 271 683. Oscar Cabiro Balde".

2. Aqui vai a reprodução do "chat",  sem emendas nem rasuras...

Bubacar Balde, 17/01/2014, 15:05

eu queria pra voces voltar ai na Guine.

José Casimiro Carvalho17/01/2014, 16:29

Todo o POVO da Guiné, no interior, falou assim para nós...

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:23

Ola Casimiro

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:27

No pinda.

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:37

djanton pimi an le?

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:42

Jarama nani,
Djarama nani.
Bo para di falar fula/crioulo, ca sabi. lol.

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:44

Anca la djarama bui na ceda.

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:44

Eu sempre estive com Futa Fula (Guileje) e Fula (Paunca).

Bubacar Balde 20/1/2014, 12:46

Assim fula e como um portugueis.

José Casimiro Carvalho20/1/2014, 12:46

Si um pouco, mas já passou 40 anos.

Bubacar Balde 20/1/2014, 12:47

O Pai queria flar com vce ele ta na portugal na Albufeira.

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:47

Mim ca podi, estou na Norte, Porto/Maia.

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:48

Oi muito longe.

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:48

Si.

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:49

posso dar me ermao fbook pra vce falar com ele.

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:51

O meu ? Claro qui podi, ele que peça minha amizadi.
Tambem eu estava na Colibuia/Cumbijã. Eu estive lá.
E na Prabis, perto de BOR.

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:53

Sim eu conhese la.

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:54

Brancos qui combateu lá na bo terra, tem ela no coração. Político Não, claro.

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:56

Eu Queria pra Brancos Voltar Governar Guine de Novo.

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Nota do editor:

11 comentários:

Luís Graça disse...

Bubacar, eu respeito o teu pedido mas não posso concordar com ele... Sou capaz de entender a tua frustação com os 40 anos de independência... Deves ter metade desses anos ou pouco mais. Não conheceste o antes, só o depois. Deixa-me também formular o meu voto: que os guineenses, os de dentro e dos de fora, saibam unir-se como povo e, nas próximas eleições, saibam escolher quem os possam conduzir, na liberdade e na justiça, pelos caminhos do futuro... Dos portugueses, poderás esperar afeto, apoio, amizade, cooperação... E não te esqueças que em português nos entendemos... Não descures o aperfeiçoamento do teu português que te vai ser útil no futuro.

Quero também acreditar que a Guiné-Bissau e o povo guineense têm futuro e sabem tomar conta de si...

Os "brancos" não precisam de voltar, já lá estão, os piores, os "diabos brancos" da corrupção, da plutocracia, do tráfico de droga, da economia do crime...

Estuda muito, aproveita bem o teu tempo de Dakar para te tornares um bom quadro superior de que o teu pai e o teu povo se orgulhem...

Luís Graça disse...

Bubacar, manda um abraço ao teu pai, que foi nosso camarada... Ele era da CCAÇ 11, e eu era da CCAÇ 12... Muito provavelmente encontrámo-nos, em Contuboel, no centro de instrução militar, em junho e julho de 1969, quando as as duas novas companhias africanas estavam em formação... A CCAÇ 12 foi para Bambadinca, e a CCAÇA 11 (na altura CART 11) foi para o Gabu, Piche, Paunca...

Gostaria que nos mandasses fotos e notícias dele, do teu pai, o 1º cabo Cherno Baldé... Não me lembro dele, é obvio, mas também tive vários camaradas com esse nome, na CCAÇ 12... Todos fulas, de Badora, do Corubal e do Cossé...

Quero aqui lembrar que as 10 regras do nosso blogue é a "não-intromissão, por parte dos portugueses, na vida política interna da atual República da Guiné-Bissau (um jovem país em construção), salvaguardando sempre o direito de opinião de cada um de nós, como seres livres e cidadãos (portugueses, europeus e do mundo)"...

Isso não me impede, por exemplo, de te perguntar se já te recenseaste, aí em Dakarm (o prazo deve terminar em 31 de deste m~es), e se estás a pensar votar nas próximas eleições gerais de 16 de março...

Usa o teu voto, não há outro caminho para a Guiné-Bissau (e o resto do teu continente, a África) se não a democracia... Não há governos "iluminados", não há tiranias "esclarecidas", não há "chefes despóticos geniais", há apenas os gvernos, pioiers ou melhores, que resultam das escolhas do povo...

É uma "picada" difícil de percorrer, mas não há outro caminho...

Mantenhas. Luís Graça

JD disse...

Camaradas,
Este jovem junta-se a outras opiniões de guineenses já aqui publicadas, que referem a frustração dos "novos ventos" que varreram a África austral, e levaram ao poder grupos de guerrilheiros com basta experiência de guerra (ou nem isso). Que mais se poderia esperar? Quem pode orgulhar-se desses contributos para a liberdade dos guerrilheiros que implicou a submissãon dos povos que, afinal, não representavam?
Nessas antigas colónias, onde hoje, provavelmente independentes, pretos e brancos poderiam conviver em paz e progresso, mas o poder alicerçou-se nas armas, e ainda é muito dificil mudar o "paradigma".
Embora possa haver muita gente alegre com a situação gerada.
Abraços fraternos
JD

Cherno Balde disse...

Caros amigos,

O pedido do nosso jovem irmao, Bubacar, reflecte o crescente desepero que habita as populacoes guineenses, em especial as novas geracoes, confrontadas com perspectivas de vida cada vez mais sombrias no presente e futuro proximo bem como o perigo real do desaparecimento do proprio pais (pelo menos uma certa Guine que queremos e conhecemos) que ainda ha pouco tempo aspirava a uma vida e existencia mais prospera, mais digna, enfim mais positiva, estando inserida num mundo, num continente e regiao com dinamica de progresso e desenvolvimento social. Nessas condicoes quem e que nao quereria ser independente?

Tudo nao passou de um sonho, rapidamente transformado em pesadelo, de uma criminosa e macabra encenacao teatral da qual, certamente, os mais optimistas acabaram por sucumbir a dura e crua realidade.

Mas, mesmo assim, o pedido do Bubacar, que nao viveu os tempos da era colonial e, provavelmente, nao teve tempo e/ou motivacao para ler A. Cabral, de cabeca fria, nao pode perceber que o seu pedido nao faz qualquer sentido.

Para o Amilcar, nao sendo Portugal um pais imperialista, estava fora de questao que fosse possivel levar a cabo uma politica neo-colonial, por isso era tudo ou nada, dai a guerra que se alongou por mais de onze anos.

No fim, acabou por nao ficar com nada ou quase... e nunca se sentiu bem na pele de uma antiga potencia colonial, tem vergonha que o olhem como tal e prefere enterrar a cabeca na areia, apesar dos pesadelos e os fantasmas que o atormentam.

Eu sei que os portugueses nao gostam das comparacoes, mas nao podemos deixar de realcar o facto de que a Franca (velha raposa colonial que nunca o deixou de ser e nao sente qualquer vergonha em se-lo) esta a fazer, exactamente, o que o Bubacar esta a pedir a Portugal que, na actualidade nao passaria de uma proteccao, tao necessaria quanto fundamental para a priopria existencia da Guine.

Na verdade, como se diz em bom Crioulo "Kussas ta parci ma i ka ta djuntu".

Abracos amigos,

Cherno Balde



Anónimo disse...

PS:
Esqueci-me de dizer ao meu amigo LG que, realisticamente falando, nas nossas condicoes, falar da democracia como condicao primeira e ultima para tudo, faz tanto sentido como predizer que um pais economicamente avancado, como e caso dos paises da Europa, nao pode entrar em crises financeiras e outras que paralisem sua economia e anulem direitos sociais adquiridos.

Cherno

Antº Rosinha disse...

Dentro do meu espírito reaccionário tenho pena de dizer mas, o Bubacar ao lembrar-se do branco (portugal) vem-me à ideia aquele ditado «diz ao roto ao nu...porque não te vestes tu».

Neste caso tão rotos estamos uns como os outros.

Ficou uma frase de De Gaule na independência de Argélia durante a euforia natural: «Vão sentir muito a nossa falta»

O Presidente português não teve frase nenhuma de «despedida» porque não assistiu a independência nenhuma.

Amigo Cherno,sobre isso da vergonha, que falas, não te esqueças que havia muitos portugueses que chegaram a pensar mudar a capital de Portugal para Angola e que o próprio Rio de Janeiro foi capital de Império.

Portanto não te admires que bem no íntimo haja muito português que pense que Portugal é que era "dependente" das colónias, ao contrário de outros impérios europeus.

E no caso da Guiné, antes das guerras coloniais, só havia a figura do Governador Geral, que dirigia menos que qualquer cipaio, ou chefe de posto vindo de Santiago ou São Vicente ou qualquer guarda-livros tipo Luís Cabral da Casa Gouveia.

Era essa a ideia que havia, antes das guerras de Amílcar e companhia.

Luís Graça disse...

Chermo, Rosinha, J. Casimiro Carvalho, Bubacar Baldé... Embora se trata de um pequena sondagem bloguística, os resultados (parcelaers) não deixam de ser curiosos... LG

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SONDAGEM: MUITO SINCERAMENTE, NÃO GOSTARIA DE MORRER, SEM UM DIA AINDA PODER VOLTAR À GUINÉ...


Discordo totatmente
8 (3%)

Discordo em parte
4 (1%)

Discordo
4 (1%)

Não discordo nem concordo
17 (6%)

Concordo
49 (19%)

Concordo em parte
16 (6%)

Concordo totalmente
110 (43%)

Não aplicável, já lá voltei uma vez
27 (10%)

Não aplicável, já lá voltei mais do que uma vez
20 (7%)

Nº Votos (até às 20h00 do dia 27/1/2014, quando faltam 2 dias para acabar a sondagem)

Joaquim Luís Fernandes disse...

Caros Camaradas e Amigos

Impressionante!... Como um post de poucas palavras, se torna um tema tão interpelante. Surgiram os comentários e é o que se vê; Onde já vamos!... E também vou dar a minha achega, não fosse a participação a seiva da democracia.

Penso que Portugal, País administrante da Guiné durante cinco séculos, tem algumas responsabilidades com o seu presente e futuro, que não deve declinar. E nós, ex-combatentes, devemos ser os primeiros a querer honrá-las. Desde já, agindo na opinião pública, nesse sentido.

Mas que dizer e fazer, quando a aparente impotência de ação, supera em muito, (ou em quase tudo), a capacidade realizadora, do tanto que precisa ser feito?
Sozinho Portugal, pode fazer muito pouco pela Guiné-Bissau, mas tem o dever e possibilidade, de diplomaticamente, chamar à responsabilidade, nos Fóruns Internacionais, especialmente, os Países e Organizações, que foram corresponsáveis pela criação das condições e circunstâncias, que culminaram nos desenlaces de 1974 e nos acontecimentos que se lhes seguiram nos anos seguintes, até à derrocada e quase desastre atual. A Comunidade Internacional, tem que assumir as suas responsabilidades, não podendo deixar cair mais a Guiné Bissau, num beco sem saída.

A Guiné que conheci, tem muitas potencialidades. Mas só pelo trabalho sério, organizado, tecnicamente e cientificamente apoiado, delas pode usufruir. Para tanto, é necessário consolidar a paz e a estabilidade governativa, se possível, sustentada pela via democrática. A Comunidade Internacional, pode e deve empenhar-se mais para o conseguir. È seu dever e sua obrigação. Depois, são necessários apoios financeiros, não para construir palácios e outras coisas que tais, mas direcionados para projectos que visem o seu verdadeiro desenvolvimento, conforme as aspirações dos seus Povos.

O futuro da Guiné-Bissau, está nas Jovens Gerações; Se bem formadas, serão a esperança de um amanhã melhor. Nós, apenas podemos ajudar.

Apelo a todos os Jovens Guineenses, na pessoa do Bubacar Baldé, que se valorizem, pelo trabalho e estudo sério e abnegado, não só nas áreas técnicas e cientificas, como também e principalmente nas humanitárias, evoluindo para comportamentos que saibam respeitar, harmonizar e integrar as suas diferenças, na sua variedade e riqueza, étnica e cultural.
Ao amigo Cherno Baldé, expresso a minha admiração e confiança, pela sua sensatez e sabedoria.

Por fim, faço silêncio... E dirijo uma prece Àquele que tudo pode. Que toque o coração dos Homens, que regem os nossos dias e podem mudar o rumo dos caminhos errados; Os Dirigentes de todas as Nações e os Dirigentes da Guiná Bissau. Que coloquem os interesses daqueles que dirigem, acima dos seus próprios interesses. Que aprendam a servir e não a ser servidos, com Aquele que nos deu o exemplo; Jesus Cristo.

E para todos, um fraterno abraço
JLFernandes

Anónimo disse...

Atenção

O recenseamento que está a ser feito é um autêntico fraude.

O que o jovem Bubacar diz já o ouvi, a muitos ex-guerrilheiros em 98.

O tempo não volta para trás.

Portugal não quer e não pode fazer nada,mesmo em termos meramente diplomáticos,pelo simples facto de não ter peso internacional.

A O.N.U. sim, mas é outro fraude .. não está minimamente interessada em resolver os problemas da Guiné..o seu representante o Dr.Ramos Horta com o devido respeito..está sendo um "bluff"....

Pobre povo Guineense.

C.Martins

JD disse...

Caro C. Martins,
Compreendo quanto o teu texto manifesta de desconfiança nas instituições, mas perfilho a atitude de persistirmos na denúncia dos abortos gerados, e na responsabilização dos países que impulsionaram independências sem preparação adequada, atraiçoando a maioria dos povos residentes, e os mais elementares princípios que conformam os direitos humanos, e devem ser apanágio da maturidade social.
Existe o Parlamento Europeu, onde essas matérias podem ser colocadas. Existem os meios de comunicação, onde se pode falar do mesmo. Existem os governantes a quem podemos dirigir moções, e, finalmente, existe o mecanismo das petições públicas, nacionais e internacionais.
Nós aqui no Blogue até podemos aferir do êxito ou inêxito de lançarmos uma campanha naquelas frentes. Só divirjo do JLFernandes no apelo ao transcendente para a resolução dos problemas. Sempre ouvi dizer que os direitos não caem do céu, conquistam-se.
Deixo a sugestão com votos de que seja para breve o fim das ditaduras nas ex-colónias portuguesas.
Abraços fraternos
JD

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Esta situação não se pode dizer que seja inesperada.

Parece-me inevitável que este tipo de apelos apareçam e com tendência para aumentar.
O desencanto com a situação em que vivem, a falta de aprofundamento da cultura política, fazem suspirar pelo regresso de D. Sebastião, que neste caso são os brancos, os portugueses.
E ainda se diz que não exercemos influência cultural? Até nos comportamentos se socorrem dos nossos defeitos...

A minha esperança é que, um dia, os Homens, independentemente do tipo humano, possam cooperar livre e fraternalmente em prol do desenvolvimento mútuo.
As nossas vivências na Guiné mostram que é possível. Hoje, quando muitos de nós se mobilizam para levar 'ajuda amiga', é essa prática que se desenvolve. A ajuda que os camaradas da Tabanca de Matosinhos tem prestado vai também nesse sentido, abrindo poços, ajudando a desenvolver novas culturas, etc.

Ajudar, sim.
Substituir as responsabilidades, não.

Abraços
Hélder S.