Caro Luís:
Quanto ao Furriel Manuel Barros Castro [, foto abaixo] (*)...
Estive hoje a tomar café com ele. Autoriza-me a enviar-te o seu n.º de telefone e o email. Podes contactar com ele, pois está recetivo a aderir ao Blogue.
Manuel Barros Castro, Catió, c. 1963/64 |
Deu-me mais alguns pormenores que eu não sabia:
A filha, a Mimi, era casada com um colega professor e deixou uma filha de 11 anos que está a ser educada pelo pai, claro, mas com grande apoio dos avós. Aliás, frequenta a escola em Fafe.
Voltámos a falar da mentalidade da época, dos preconceitos sociais em relação à “cor” da pele e à rejeição social, sobretudo nas aldeias do norte e interior do país, a dificuldade em aceitar casos destes. Diz que sentiu bem os “olhares” quando a filha chegou. Aliás, quando se referiam à filha, perguntavam-lhe: “Então como vai a sua filha adotiva”? Ao que o Manuel Castro, disse, respondia perentório: “Eu não a adotei. A menina é mesmo minha filha”.
Disse-me, ainda, que no dia do funeral da filha, a madrinha (de quem já te falei) esteva em Portugal e esteve presente. Pois as pessoas, ainda então, “cochichavam” ao ouvido” e perguntaram-lhe, mesmo, se ela não seria a mãe. Teve que esclarecer que mãe já tinha falecido e que a senhora era a madrinha da Mimi.
Lembrei-me da história do meu colega de escola, do Seixal, de quem já te falei (**). Quando me deu o seu testemunho, disse-me que, algum tempo após o regressoa metrópole, teve saudades e pensou seriamente em mandá-los vir da Guiné, ao filho e à mãe. Mas, disse-me (na presença de mais dois conterrâneos, um deles esteve na Guiné, também) que recuou, com medo do que iriam dizer as pessoas !
Como tu bem dizes, não se deve julgar.
A propósito, o Castro disse-me, hoje, que nos encontros da companhia alguém (que ele identificou) lhe perguntou: “Trouxe a miúda, porquê?
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 6 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12687: Filhos do vento (27): Manuel Barros Castro, natural de Fafe, fur mil enf, CCAÇ 414 (Catió, Bissau e Cabo Verde, 1963/65) teve uma filha, de mãe guineense,e que ele de imediato perfilhou, Maria Biai Barros Castro (1964-2009)... Uma história exemplar (Jaime Bonifácio Marques da Silva)
(**) Último poste da série > 12 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12709: Filhos do vento (28): A história do meu conterrâneo e colega de escola, A..., que esteve sempre em Bissau (1965/67), e que lá deixou um filho... que viu crescer mas não perfilhou... Uma história exemplar, pela negativa (Jaime Bonifácio Marques da Silva, ex-alf mil para, BCP 21, Angola, 1970/72)
2 comentários:
Barros Castro e Jaime Bonifácio:
Dois Fafenses (o Jaime por empréstimo) que eu bem conheço,não esperaria encontrá-los por estas paragens!...
Amigo Barros, nunca falamos da Guiné e estivemos tão próximo, embora esfasados no tempo. Eu gastei-me por Gadamael de 65/67 e ocupo-me atualmente a escrever no Blogue sobre este lugar. É só acionar os marcadores.
E tu Jaime, já me tinhas surpreendido por "seres da terra " do Luís Graça, o que eu também não imaginaria, embora soubesse que eras da terra dos "Dinos". Aos dois um forte abraço. Manuel Vaz
Bom dia, Manuel Vaz, de facto o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca...é Grande!...
Vou dar conhecimento ao Jaime (e ao Castro) deste teu comentário.
O Castro também já terá aceite o meu convite para integrar o nosso blogue.. Faltam apenas duas palavrinhas dele e uma foto atual, para eu poder fazer a sua apresentação na "parada" da nossa Tabanca...
Quanto a ti, é verdade, és o nosso especialista de Gadamael... Já aqui tens 35 referências...
Um abraço aos treês.
Luís Graça
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search/label/Manuel%20Vaz
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