quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13737: Ser solidário (166): SOS, Ébola!... Uma epidemia que tem dIne ser levada a sério, só podendo ser prevenida e combatida por todos, a começar pelos mais ricos...

Micrografia electrónica do vibrião do vírus Ébola.
Cortesia de CDC - Centers for Disease Control and Prevention,
USA
1. Recorte de imprensa > Público > 14/10/2014, 10h26 [... com a devida vénia]:


OMS diz que ébola "é uma crise que põe em causa a paz e a segurança internacional"


(...) Margaret Chan, directora-geral da OMS, não poupou palavras para avisar sobre as consequências do ébola em países com um tecido social e um sistema político frágeis, como os da África Ocidental, onde a epidemia já fez mais de 4000 mortos: “Nunca vi uma crise de saúde ameaçar a própria sobrevivência de sociedades e governos em países já muito pobres. Nunca vi uma doença infecciosa contribuir tão fortemente para potenciais estados falhados.”

Chan declarou que o número de casos de infecções pelo vírus do ébola – que já ultrapassaram 8000, segundo dados da OMS – estavam a crescer exponencialmente nos países mais afectados – Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa.

(…) Enquanto a atenção internacional se centrava nos poucos casos fora de África, Margaret Chan falou do “perigo das cada vez maiores desigualdades sociais e económicas”: “os ricos têm o melhor tratamento, e os pobres são deixados a morrer.” (…)

A desigualdade, continuou Chan, nota-se no investimento das farmacêuticas, que sem incentivo económico para vacinas ou outros medicamentos para o ébola, que apareceu há 40 anos, não desenvolveram produtos.

Mas os riscos de negligenciar os cuidados de saúde em países pobres são evidentes “quando um vírus mortífero e temido atinge os que não têm nada e fica descontrolado e todo o mundo fica em risco”. (…)

Ainda que a situação seja muito grave, Chan diz que “o pânico está a espalhar-se mais depressa do que o vírus”. E citou uma estimativa do Banco Mundial dizendo que “90% dos custos económicos vêm de esforços irracionais e desorganizados do público para evitar a infecção”.

Enquanto isso, sublinhou, “o mundo está mal preparado para responder a qualquer emergência de saúde pública grave e ameaçadora”. (…)

Fonte:  Público, 14/10/2014, 10h26

2. Para saber mais, consultar o sítio da Direção Geral de Saúde, Ministério da Saúde, Portugal:


(..) Um surto de Doença por Vírus Ébola decorre na Costa Ocidental de África desde fevereiro de 2014.

A infeção resulta do contacto direto com líquidos orgânicos de doentes (tais como sangue, urina, fezes, sémen). A transmissão da doença por via sexual pode ocorrer até 3 meses depois da recuperação clínica.

Uma vez que o período de incubação pode durar até 3 semanas é provável que novos casos venham ainda a ser identificados.

O risco para os países europeus é considerado baixo. No entanto, impõem-se medidas de prevenção que se detalham nos documentos abaixo publicados. (...)


______________

Nota do editor:

Último poste da série > 27 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13656: Ser solidário (165): Estou desesperada, conto com a vossa ajuda para encontrar o meu querido irmão Nivaldo Biagué Fortes, de 16 anos, desaparecido de Bissau há 4 meses (Hondina Cabral Fortes, guineense, enfermeira, São Carlos, São Paulo, Brasil)


Vd. também poste de 1 de agosto de 2014 > Guiné 63/74 - P13454: Ser solidário (162): SOS, Ébola!... Recomendações para viajantes com destino a regiões afetadas por doença por vírus Ébola (Portugal, Diretor-Geral de Saúde)

6 comentários:

Antº Rosinha disse...

Muitos de nós sobrevivemos ao paludismo, às bilioses, bilargeose(?), mosca do sono, que se dizia que eram doenças associadas às colónias.

E dizia-se antes da nossa Guerra do Ultramar, que a principal razão de se emigrar menos para as colónias do que para o Brasil, era o medo às doenças que ainda não tinham remédios nem vacinas.

(para a terra dos pretos?, aquilo é muito perigoso)

Embora ainda houvesse a carta de chamada, dizia-se que era um dos motivos para não emigrar para África.

E mal a nossa guerra termina aparece a SIDA e a Ébola.

Mas o mundo é muito cínico, só quando atingiu um ou dois não africanos, é que as duas doenças aterrorizaram o mundo inteiro.

Ainda temos na memória que em Portugal as estatísticas não acusavam nunguem com SIDA já na América tinha morrido o artista Rock Hudson.

Afinal já eramos os primeiros na tabela da Europa.

Oxalá!Oxalá!

Luís Graça disse...

Tens razão, Rosinha, o rol de doenças associadas à Àfrica negra, tropical, da bilharziose à doença do sono (tripanossomíase) era mais que suficiente para desviar a malta para outras paragens maios amenas como as Amércias...

Ainda por cima eram palavrões que metiam respeito!... (Eu nunca sei dizer ou escrever corretamente o raio da bilharsiose, e também, mijei sangue na Guiné, das muitas vezes que atravessei rios e bolanhas com os meus "nharros", um termo racista que eu uso com ternura!).

Mas a realidade não era muito diferente aqui, na metrópole (que nome estranho, que remete parta a relação uterina: do grega "metropolis" (μήτηρ, mētēr = mãe, ventre + πόλις, pólis = cidade)...

Na Europa, do séc. XIX e até à II Guerra Mundial, morria-se de doenças infetocontagiosas como o tifo, a febre amarela, a cólera, a tubersculose, as doenças diarreicas, a síf+ílis... E o sezonismo, a malária, que era endémica nas zonas dos arrozais, do Mondego para baixo!...

Claro que a malta do interior, do Minho, de Trás-os-Montes, das Beiras, do Riba e do Além Tejo, aguentavam melhor as agruras do clima e a dureza das condições de vida e de trabalho do que o "pipi" da cidade... Não é por acaso que o interior deu grandes navegadores, exploradores, miliatres, mission+ários, administradores...

Em 1971 houve um surto de cólera em Lisboa... Por volta de 1860, morreram cerca de 60 mil na epidemia de cólera. As nossas cidades eram altamente patogénicas, morria.se que nem tordos nos bairros populares de Lisboa, sobreloatdos e insalubres (Alfama, Bairro Alto, Mouraria, Alcântara...).

Hoje o que tu vês e constastas é grande cinismo dos países ricos e das suas elites: por ex., ainda não descobrimos uam vacina para o paludismo (que é a doença que mata mais no mundo), porque é (ou era) a doença dos pobres... Já o HIV/SIDA mobilizou muito mais massa cinzenta e muito mais dinheiro...

O ébola já é conhecido há 40 anos...

Luís Graça disse...

O nosso consultor médico, o C. Martins, é que nos pode falar, com saber de feito ciência e experiência, dessas doenças tropicais, de algumas das quais nem sequer alguma vez ouvimos falar, e que em geral são negligenciadas..

A OMS identifica 17!...

http://www.who.int/neglected_diseases/diseases/en/

Anónimo disse...

Oh meus caros camaradas

Em que mundo é que vivem.

A industria farmacêutica vive da venda dos medicamentos,que previamente investigou,cujo o custo envolve milhões, e que como é óbvio irá vender não só para amortizar os custos como para ter lucro.

É evidente que não investiga medicamentos para serem comercializados no terceiro mundo porque não têm capacidade para os comprar.

Todos os medicamentos para as doenças tropicais têm décadas de existência e não há investigação e introdução de novos medicamentos.

Sobre o ébola..simplesmente aterrador..a comunidade cientifica médica..aqui que ninguém nos ouve..não sabe nada ou quase nada..pelo simples facto de ser uma doença lá dos pretos..agora que chegou à Europa ...ficou toda a gente histérica..e agora sim vai ser investigada.

Todos os números apresentados pelo OMS..só dão para rir, para quem conheça as condições sanitárias e sociais de África..não passam de meras estimativas.

Pssst...não digam a ninguém, mas não estamos minimamente preparados para uma epidemia..seria o caos..é claro que as entidades oficiais não podem dizer isso, o que é compreensível.

Se soubessem os riscos que correram ao andarem no meio do mato, a beber água da bolanha, a serem picados por "mosquitas", ou moscas tsé-tsé..a banharem-se em águas paradas e até correntes e das respectivas doenças que poderiam ter apanhado..dava-vos um "treko".

Por hoje chega que eu não quero que tenham insónias a pensar nestas merdas.

C.Martins

Anónimo disse...

Caro Luís Graça

Seria exaustivo enumerá-las, são mais do que 17, e algumas nem a comunidade científica médica sabe que existem.

Anedota verídica.

Um dia no sul de Angola, uma senhora foi com o filho ao médico (militar)porque o "puto" mijava amarelo e não vermelho como todos os outros.

Simples ...era o único que não estava contaminado com "Shistossomiase" parasita que se aloja no interior da bexiga provocando hemorragia débil mas constante.
Não sei se foi estigmatizado pelos outros putos..puufff..a mania de ser diferente de toda a gente.

ab

C.Martins

Anónimo disse...

ÉBOLA

Este "filho da puta" até no formato é esquisito.
Tem entre 26 e 42 nanómetros de diâmetro.

1 nanómetro= 1x1o levantado a -9 do metro= 0,10000000000 m.

Para fazerem uma ideia mal "acomparada", imaginem uma pessoa do tamanho de portugal, o vírus tem o tamanho de uma pessoa.

C.Martins