domingo, 4 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14116: Bom ou mau tempo na bolanha (82): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (22) (Tony Borié)

Octogésimo primeiro episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.




Dia 14 de Julho de 2014. 

Companheiros de viagem, este é o resumo do vigésimo quarto dia

Os nossos antepassados diziam que pela manhã é que se começa o dia, seguindo este ditado, eis-nos na estrada número 191, rumo ao sul. O dia estava com céu limpo, já começava a temperatura a subir, pois eram 7 horas da manhã e, já marcava no termómetro do Jeep, 86ºF.

Levávamos água e roupas leves, pois o nosso destino era a região a que alguns chamam, o deserto de “Moab”, onde queríamos percorrer o “Arches National Park”.

A entrada, ou seja onde está localizado o Centro de Informação, é na base das montanhas de pedra vermelha, podemos viajar por todo o parque, tem uma estrada onde, embora sendo estreita, podemos conduzir com alguma segurança, tem subidas, precipícios e descidas um pouco assustadoras, mas a paisagem compensa.


O Parque Nacional dos Arcos, pois é assim que nós o vamos designar, está localizado no estado do Utah, destacando-se pela grande concentração de arcos naturais, cerca de 2000, tem uma superfície de 310 km2 e o seu ponto mais alto é de 1723 metros, situado na “Colina Elefante”, e a sua elevação mínima é de 1245 metros, que, tal como já mencionámos, é junto no centro de visitantes. Está localizado numa região árida, pois recebe em média 250mm de chuva por ano.


Descrevendo só um pouco da sua história.
Dizem que, provavelmente, esta região há cerca de 300 milhões de anos era mar, estava coberta de água salgada que, também provavelmente, foi evaporando, portanto hoje toda esta região está localizada, ou seja, “dorme sobre uma cama de sal evaporado subterrâneo”, que é a principal causa da formação dos seus arcos, torres, pedras equilibradas, barbatanas de arenito e monólitos erodidas nesta área. Esta “cama de sal” tem de milhares de metros de espessura em alguns lugares e foi depositado na “Bacia do Planalto do Colorado”, que é como chamam a esta área. Há cerca de 300 milhões de anos, quando um qualquer mar, fluiu na região e, torno a dizer, provavelmente evaporou, como tentámos explicar no princípio.


De uma maneira ou de outra, em Abril de 1929 esta maravilhosa região foi proclamada pelo presidente Herbert Hoover, “Monumento Nacional” e, em Novembro de 1971, foi proclamado como “Parque Nacional”, tudo isto são pequenas curiosidades que ajudam a compreender a importância deste parque.


Entrámos e saímos, parando de novo no Centro de Informação, bebendo e enchendo de novo as garrafas, onde existe uma fonte com água filtrada. Seguindo viagem pela estrada com o número 128, na direcção nordeste, que segue encostada ao rio Colorado, entre desfiladeiros, também de terra vermelha, tal como o nome do rio, em alguns pontos com montanhas de um lado e do outro, que o rio por milhões de anos rasgou e, em outros lugares, pequenas planícies, onde existem pequenas quintas, podendo-se ver ao longe aqueles monumentos que aparecem nos “filmes do Jonh Wayne”, que por aqui andou, pois tivemos a possibilidade de parar numa pequena localidade, onde ele viveu, com  outros artistas, quando por aqui andavam a filmar “cowboyadas”.


Esta estrada tem uma paisagem que por vezes nos faz lembrar as do “Gande Canyon” e, afinal, é o mesmo rio que o atravessa.


Com alguma mágoa, por abandonar estas paisagens, regressámos à estrada rápida número 70, agora definitivamente rumo ao Atlântico, seguindo por algum tempo por planícies, atravessando depois a fronteira com o estado do Colorado, onde viemos dormir na pequena cidade de Fruita, onde não cozinhámos, pois houve tempo suficiente para ainda comer um “cowboy churrasco” à moda do Colorado, cujo anúncio, com a respectiva foto, aparecia em diversos anúncios de estrada.


Neste dia percorremos 419 milhas, com o preço da gasolina a variar entre $3.42 e $3.46 o galão, que são aproximadamente 4 litros.

Tony Borie, Agosto de 2014
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Nota do editor

Último poste da série de 28 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14088: Bom ou mau tempo na bolanha (80): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (21) (Tony Borié)

1 comentário:

Hélder Valério disse...

Caro Tony

As paisagens que hoje nos mostras fazem realmente parte do meu imaginário pois algumas delas, pelo menos, são reconhecíveis dos filmes de "cóbois".
Aqui para nós, que ninguém ouve, fartei-me de 'papar' filmes desses (e de outros) mais ou menos entre os 13 e os 17 anos de idade quando sendo vizinho de uma senhora que trabalhava no cinema da minha Vila, ela me 'adoptou' como 'sobrinho' e nessa 'qualidade' entrava no Cinema.

Olha, hoje deu-me para fazer as contas, que normalmente apresentas como resumo contabilístico da jornada e lá fiquei a cismar como é que circulas aí com gasolina a cerca de 0,76 € o litro e aqui andamos agora com um mínimo de 1,24 €....

Abraço e "boa viagem"!

Hélder S.