quinta-feira, 24 de junho de 2021

Guiné 61/74- P22312: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte II: Mas antes, viveu em Angola, fez o 1º COM na EAMA, Nova Lisboa, foi instrutor na CICA, e comandante de colunas logísticas.

 


Foto nº 1 > Região Militar de Angola (RMA) > Nova Lisboa > EAMA (Escola de Aplicação Militar de Angola) > 1º COM > 9 de outubro de 1967 >  Distribuição de fardamento. O João Rodrigues  é o primeiro da ponta,do lado direito, de óculos.



Foto nº 2 > Região Militar de Angola (RMA) > Nova Lisboa > EAMA (Escola de Aplicação Militar de Angola) > 1º COM > 23 de dezembro de 1967 > Juramento de bandeira... "Cábula  para decorarmos"...



Foto nº 3 > Região Militar de Angola (RMA) > Nova Lisboa > EAMA (Escola de Aplicação Militar de Angola) > 1º COM > 23 de dezembro de 1967 > Juramento de bandeira...  (Capa da revista da RMA, nº 18, janeiro de 1968)



Foto nº 4 > R
egião Militar de Angola (RMA) > Nova Lisboa > CICA > 1968 > Comandando uma coluna, em fase de instrução de condutores auto. Uma mauser lá em cima, que era o que tínhamos lá, na altura...



Foto nº 5 > R
egião Militar de Angola (RMA) >  
 Nova Lisboa > CICA >  Brincadeiras no intervalo de uma coluna.


Foto nº 6 > R
egião Militar de Angola (RMA) >  Nova Lisboa > CICA >  Pausa para a bucha.


Foto nº 7 > R
egião Militar de Angola (RMA) 
 > Algures em Angola (, na realidade,imediações de Nova Lisboa, CICA) >  "Perto do Paraíso"... Na placa lê-se: "Se o Paraíso Terreal existe algures, não poderá ficar longe da daqui"


Foto nº 8> R
egião Militar de Angola (RMA) > Nova Lisboa >  CICA > 1968 > Juramento de bandadeira de condutores auto, 1º pelotão.



Foto nº 9 >  R
egião Militar de Angola (RMA) > Nova Lisboa >  CICA > 1968 > Juramento de bandadeira de condutores auto, 2º pelotão.


Foto nº 10 >  Região Militar de Angola (RMA) > Nova Lisboa >  CICA > 1968 > 



Foto nº 11 >  Região Militar de Angola (RMA) > Nova Lisboa >  CICA > 1968 >

 


Foto nº 12 > Região Militar de Angola (RMA) >   1968 > Capa do Jornal da RMA, nº 18, janeiro de 1968





Foto nº 13 > R
egião Militar de Angola (RMA) >  Luanda >  1968 > Contar-capa do Jornal da RMA, nº 18, janeiro de 1968.




Foto nº 14 > 
Região Militar de Angola (RMA) >  Luanda >  1968 > Contar-capa do Jornal da RMA, nº 18, janeiro de 1968.

Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo  (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Com base nas informações que já nos deu a seu respeito, bem como na sequência a dúvidas e questões postas anteriormente (*), vamos resumir aqui os antecedentes militares do João Rodrigues Lobo; antes de ser mobilizado para a Guiné, em rendição individual:


(i) vivia em Luanda, tendo chumbado no exame de admissão ao Instituto Superior Técnico, em Lisboa; ("Não cheguei a frequentar o IST em Lisboa . Chumbei no exame de admissão realizado em Luanda. Depois da passagem á disponibilidade frequentei o Curso de Engenharia mecânica da Universidade de Luanda mas desisti porque arranjei um óptimo emprego como Agente de Navegação internacional"):.

(ii) por ter interrompido os estudos, foi chamado a cumprir,  na RMA - Região Militar de Angola, o serviço militar obrigatório;

(iii) foi incorporado em 9 de outubro de 1967 na EAMA (Escola de Aplicação Militar de Angola), criada em 1955, Nova Lisboa (hoje, Huambo), indo frequentar o 1º COM (Curso de Oficiais Milicianos), em Angola;

(iv) desse 1º COM, dado por Comandos, "só saímos 6 para Transportes Rodoviários pois tinhamos óculos, e não podiamos ficar nos Comandos; um reprovou, ficámos cinco e eu fui para a Guiné";

(v) como cadete jurou bandeira em 23 de dezembro de 1967;

(vi) tirou a especialidade de Transportes Rodoviários no CICA - GAC 1, em Luanda;

(vii) como aspirante a oficial miliciano, foi instrutor de condução auto no CICA. de Nova Lisboa;

(viii) foi depois colocado no Quartel General de Angola - 4ª Repartição, sendo comandante de MVL (Movimento de Viaturas Logísticas) ao norte de Angola.

(ix) é mobilizado para o CTIG, em rendição inidvidual, chegando a Bissau, na véspera do Natal de 1968, para ir comandar o PTE/BENG 447.

Sobre a sua passagem pela RMA. mandou-nos 14 fotos: "Estou nas 1-3-4-5-6-7-9-10-11.
Julgo não serem precisos mais pormenores para já."

13 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Talvez o António Rosinha nos possa ajudar a localizar o sítio onde estava a placa da foto nº 7. Para andarem desarmados, só com uma Mauser, o João Rodrigues Lobo não poderia andar, co, aquela coluna, nem no Norte nem no Leste... Não deveria ser longe de Nova Lisboa, na zona do planalto...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Imagino que seja no Planalto Centro de Angola,ou Planalto do Bié... que não conheço. LG

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Em relação à foto nº 2... Convenhamos que há aqui diferenças de fundo e de forma, na fórmula do juramento de bandeira do nosso tempo, comparativamente com a fórmula atual... e que decorrem de termos nascido numa ditadura e hoje vivermos numa democracia.


"Juro, como português e como militar, guardar e fazer guardar a Constituição e as leis da República, servir as Forças Armadas e cumprir os Deveres Militares.

Juro defender a minha Pátria e estar sempre pronto a lutar pala sua liberdade e independência,
mesmo com o sacrifício da própria vida."

Valdemar Silva disse...

Voltando ao P22302
Observando a fotografia, em local na Guiné não identificado, da coluna auto com um elevado número de viaturas, em terreno aberto, estrada alcatroada e com acentuado declive, não se tratará de uma coluna de Instrução da EAMA e a fotografia ter sido tirada em Angola?

Abraços
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Valdemar, é possível... Mas o autor, em email que me mandou, ontem, respondendo a essa e outras dúvidas, escreveu:

(...) "Não estive em Bambadinca, aliás só saía esporadicamente acompanhando as viaturas ás obras, especialmente das estradas. (Bem protegidos pelos camaradas de armas; embora levasse a minha G3 bem á mão, eu próprio conduzia, sempre, a viatura onde me deslocava).

A foto em cuja legenda se lê "s/d, uma enorme coluna de viaturas", e que vocês acharam que poderia a estrada Nhacra - Mansoa -Mansambá, foi uma dessas tais coluna. Ma a foto foi tirada após saída de Brá, julgo que para a estrada de Có / Pelundo.

Por essa estrada, de Brá a Có, cheguei a ir em carro civil com outros camaradas, pois a guarnição da jangada de João Landim nos transportou para a outra margem, por, nessa data, a estrada até Có ser considerada segura. (Mas pouco , como depois vim a saber...)

(...) Vou pôr a memória a funcionar para trocar mais recordações. Junto duas fotos a caminho do Cumeré , mas subindo o pontão onde fomos num Zebro. (Março de 1969) (...)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Valdemar, se vires o mapa, em Safim havia um cruzamento: para a direita, Nhacra, Mansoa, Mansabá... Em frente, ia-se para o norte: Bula, Pelundo...

Antes de Safim (limite urbano de Bissau), tinhas BIssalanca (aeroporto) e Brá (quartel do BENG 447).

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Vd. mapa de Bissau aqui... Data de 1949... Escala 1/50 mil

https://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial32_mapa_Bissau.html

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Foto nº 12, capa do Jornal da RMA, janeiro de 1968... Quem teria sido o cartunista ? Uma visão "infantlizante" da instrução militar e da guerra... Afinal, os jogos de guerra continuam a ser uma das maiores diversões dos nossos jovens...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Fotos nº 13 e 14: o Unimog 411, o "burrinho", era versátil, bailarino, não nos deixava"enrascados"... Com uma A/C pulverizava-se...

Antº Rosinha disse...

Luis deves ter razão, as fotos devem ser próximo dos quarteis de Nova Lisboa, devem ser exercícios apenas, pelas fotos e fardas andavam em "passeio" mas aquela placa do paraíso também pode ser de alguma jardim de Nova Lisboa ou arredores onde havia recantos bonitos e paradisíacos.

Mas isso de paraísos havia no norte leste oeste e sul, era difícil explicar mesmo a quem passou 24 meses em quarteis de arame farpado, que vinham após o "dever cumprido", quanto mais a quem teve a vivência da Guiné, e de Angola só atravez da guerra do Furtado e pouco mais.

Também não sei explicar, e até me chego a perguntar a mim mesmo se é aquilo existiu mesmo.

Às vezes procuro a explicação daquela "paz", eu e centenas de colegas que viviamos quase sempre a trabalhar no meio do mato, com carregadores, interpretes, (mapear, cartografar, estradas)

Mas como nunca ouvi um tiro, a não ser na carreira de tiro ou à caça, que não praticava, só por necessidade, não sou a melhor testemunha sobre a guerra em Angola.

Uma das explicações daquela minha vida tranquila (sem proteção militar quase sempre, eu)chego a atribuir a uma proteção muito indireta, do povo por onde passavamos, que temiam e sei que denunciavam os "turras" aos governadores de distrito e aos chefes de posto, automaticamente à tropa e à pide.

Mesmo o povo sabia o que os esperava, adivinhavam aquela guerra de 30 anos que se seguia.

Daí a nossa presença, a presença do branco era sinal de segurança para o povo.

É a única explicação que encontro para explicar "aqueles paraísos" no norte, sul este e oeste, só não trabalhei em Cabinda.

Mas no 15 de Março de 1961 "quem morreu, morreu", desarmado.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Para o homem comum, que vivia do seu trabalho honesto, e que amava aquela terra e aquele povo, homens como tu, é ainda hoje difícil de encontrar e aceitsr
M uma explicação racional para todo aquela brutal violência inumana que se abateu sobre Angola em 15 de Março de 1961.
E no entanto não faltam hoje explicaçõea dos "especialistas", historiadores, sociologos, etnólogos,cientistas políticos, etc.,que se debrucaram sobre o início da guerra de Angola.... Não há só uma explicação mas um "cocktail" delas...

1

José Botelho Colaço disse...

A 1deia com que fiquei era que o alcatrão em 1964 só chegava de Bissau a Mansoa!

Antº Rosinha disse...

Luis, aquilo de Março de 1961, o terrorismo da UPA no Congo é explicável, o que eu digo é que é dificil de explicar a terceiros, são aqueles "paraísos" em plena guerra do ultramar.

Aquele tipo de terrorismo foi identificado naquele momento.

Nunca vi nem sociólogos nem historiadores a dar uma explicação sobre essa "paz" que eu vi e vivi em plena guerra do ultramar em Angola.

Eu dou no comentário anterior uma pequena explicação baseada na atitude do próprio povo.