sábado, 20 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23540: Memória dos lugares (442): Rio Cacine, Cafal, Cananima, ontem e hoje

 

Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > Praia fluvial e aldeia piscatória de Cananima, na margem direita do rio Cacine, em frente a a vila de Cacine. (*)


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > Praia fluvial e aldeia piscatória de Cananima, na margem direita do rio Cacine,  Canoas.(*)


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > Praia fluvial e aldeia piscatória de Cananima, na margem direita do rio Cacine, Construção de canoas. (*)

Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de Março de 2008) > Visita ao Cantanhez dos participantes do Simpósio > Rio Cacine, perto do cais de Cacine: Tarrafo...


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > Era domingo, para nós, participantes (a maior parte estrangeiros...) do Simpósio Internacional de Guiledje, de visita ao sul do país... mas não para o pescador, que precisa de remendar as redes e ir à pesca..


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > A simpatiquíssima Cadidjatu Candé (infelizmemte já falecida, segundo informação do Zé Teixeira), da comissão organizadora do Simpósio Internacional de Guileje e colaborada da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, servindo um fabuloso arroz com filetes de peixe do Cacine e óleo de palma local, que tem fama de ser o mais saboroso do país, devido à qualidade da matéria-prima e às técnicas e condições de produção (artesanal). Na imagem, um diplomata português, o nº 2 da Embaixada Portuguesa, que integrou a nossa caravana (e cujo nome, por lapso, não registei, lapso de que peço desculpa).

Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > Um dos pratos que foi servido no almoço de domingo, aos participantes do Simpósio Internacional de Guileje, foi peixe de chabéu, do Rio Cacine, do melhor que comi em África... Durante a guerra colonial, na zona leste, em Bambadinca, só conheci conhecíamos o desgraçado peixe da bolanha..


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (1-7 de Março de 2008) > Visita dos participantes ao sul > Depois de um belíssimo almoço em praia fluvial e porto piscatório de Cananima, na margem direita do Rio Cacine, houve um grupo de cerca de 30 valentões (e valentonas) que se meteram numa canoa senegalesa, motorizada, de um pescador local, e aproveitaram a tarde para visitar a mítica Cacine.  Sem coletes salva-vidas!... A distância entre as as duas margens ainda é grande... A canoa a motor, carregada de pessoal, terá levado meia hora a fazer a travessia...


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (1-7 de Março de 2008) > Visita dos participantes ao sul > O nosso amigo, o saudoso  Leopoldo Amado (1960-2021) , historiador, um dos organizadores do Simpós
o e conferencista, veio encontrar aqui um antigo condiscípulo de liceu, hoje administrador de Cacine (sector de Quitafine).


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (1-7 de Março de 2008) > Visita dos participantes ao sul > Está na hora do regresso a Cananima... O pessoal deixa Cacine, já ao fim da tarde, de sapatos na mão, para tomar o seu lugar na canoa... Em primeiro plano, a Maria Alice Carneiro e o antigo embaixador cubano, na Guiné-Conacri, Oscar Oramas (estava lá, quando foi assassinado, em 1973, o fundador e dirigente histórico do PAIGC)..

Fotos  (e legendas): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima >  9 de Dezembro de 2009 > c. 18h >  Pescador e canoa da aldeia piscatória de Cananima, na margem direita do Rio Cacine, frente a Cacine. (**)

Foto  (e legenda): © João Graça (2009). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tomvali > Rio Cacine > Praia de Cafal, na margem direita do rio > 2022 > De costas, em primeiro plano, o padre Carlos, dos missionários  Oblatos da Maria Imaculada, que chegaram aqui há 10 anos, acrescentando  Cacine às duas missões ja existentes, a de Antula, Bissau, e a de Farim. Em Cacine têm duas escolas, uma em Cafal e outra em Quitafine  (que tem 270 alunos). O padre Costa conversa com os mototaxistas, que são o único transporte motorizado que aqui existe (para além das canoas)...


Guiné-Bissau > Região de Tomvali > Rio Cacine > Praia de Cafal, na margem direita do rio > 2022 > Um dos mototaxistas com uma T-shirt "made in China"...


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cacine > 2022 > Uma loja de roupa

Fotos (e legendas) de Andre Cuminatto (2022), "Além-Mar" (revista dos Missionários Combonianos), abril 2022, pp. 44-45 (com a devida vénia)


1. Estivemos aqui há 12 anos, andámos por aqui (e comemos, ao almoço o belíssimo peixe do rio Cacine, um fabuloso chabéu de peixe), por altura  de uma visita ao Cantanhez, em 2 de março de 2008, no âmbito do Simpósium Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008). E escrevemos (*):

(...) A região de Tombali, com pouco mais de 3700 km2 (o que representa cerca de 10,3% do território da Guiné) e pouco mais de 90 mil habitantes (7,1% do total) tem grandes potencialidades, devido ao seu património ambiental e cultural, ainda insuficientemente conhecido e valorizado pelos próprios guineenses. A jóia da coroa é o massiço florestal do Cantanhez e os dois rios principais que o atravessam, o Cumbijã e o Cacine. (...)

(...) Cananima é uma praia fluvial e um aldeia piscatória. Gente de vários pontos, desde os Bijagós até à Guiné-Conacri, vêm para aqui trabalhar na actividade piscatória. No entanto, é preciso saber gerir os recursos do rio e do mar com sabedoria... A sobre-exploração de certas espécies pode ser um desastre... Por outro lado, as infra-estrututuras de apoio à pesca são precárias ou inexistentes. (...)

(...) No estaleiro naval artesanal, de Cananima, também se constroem barcos, segundo os modelos tradicionais. A matéria-prima, a madeira, é abundante. Abate-se uma árvore centenária para fazer uma piroga. Felizmente, as pirogas não são feitas em série. E hoje há, também felizmente, restrições ao abate de árvores no Cantanhez. O problema são, muitas vezes, os projectos megalómanos e inconsistentes, que acabam por morrer na praia, como estas embarcações senegalesas que viemos aqui encontrar. (...)

(...) Em frente, do outro aldo do rio, fica Cacine, que tem muito que contar, aos nossos camaradas do exército e da marinha... Alguns deles ficaram por aqui, enterrados e abandonados... A guerra e as suas memórias estão por todo o lado, não nos largam. (...)

(...) A areia não é fina, as águas não são azuis, nem a paisagem é a mais bela do mundo, mas tudo depende dos olhos com que se olha, dos ouvidos com que se ouvem, das emoções com que se capta o instante, o efémero, o diferente (..).

(...) É preciso salvar o Cantanhez, dando uma chance às crianças de Tombali. Projectos como o ecoturismo, ou o turismo de natureza, podem vir a ser um factor dinamizador de mudanças, a nível local e regional. (...)

(..) A diversidade étnico-linguística e cultural da Guiné-Bissau, em geral, e do Tombai, em particular, não deve ser vista como uma obstáculo, mas sim como um factor potenciador da cidadania e do desenvolvimento... Os demónios étnicos não podem é dormir descansados na Caixinha de Pandora... Combatem-se com as armas da saúde, da educação, da democracia, da integração, do desenvolvimento económico, social e cultural... (...)


2. Há dias lemos na revista "Além-Mar" um interessante artigo, "Evangelho e promoção social na Guiné-Bissau: Cacine, Missão Escolar", edição de abril de 2022 (pp. 43-45)... Tomamos a liberdade de reproduzir aqui este excerto do viajante e jornalista italano, Andrea Cuminatto.

(...) Na orla, entre as vacas que lambem o sal deixado pela maré alta, há também, um grupo de pescadores. Um é da Serra Leoa, outro da Libéria e ainda outro do Gana. Vêm da vizinha Guiné: sairam de Conacri,  com dois barcos de pesca e foram vistos a pescar, surpreendidos sem autorização nas águas da Guiné-Bissau. Há doze dias que estão à espera no pequeno cais de cimento que o seu chefe envie o dinheiro para pagar a multa do resgaste e poder zarpar. 

Até para os pescadores locais não é fácil tirar algo destas águas. Desde que os Coreanos compraram os direitos de pesca, a maior parte da captura é congelada  e enviada para a Ásia. E assim as pirogas,  feitas de madeira muito leve de ' fromager', tão ágeis nestas águas plácidas, descansam na areia, carregando pouquíssimos peixes nas panelas de Cacine. Estamos satisfeitos com o arroz, pelo menos não falta" (...) 

A vila de Cacine tem hoje 2 mil habitantes. E já nada é como dantes... (***)
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6 comentários:

António J. P. Costa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

A margem direita do Cacine está muito desenvolvida. No meu tempo era deserta. Adora parece um pequeno porto de pesca.
É curiosa a narrativa de 2008, relativa ao almoço na beira-rio, em Cacine.

Não há palavras para comentar as afirmações do jornalista italiano e da aventuras dos dois pescadores, à espera do resgate...
Mas eu nada tenho a ver com isto. Os guineenses venderam os seus direitos aos coreanos. Nós cá vendemos as nossas propriedades aos chineses. Tábém!... A gente vende-se a quem mais e melhor paga.

Um Ab. e bom FdS
António J. P. Costa

Antº Rosinha disse...

Todas as colónias africanas de Portugal, eram muito fartas em peixe, arroz, marisco, caça, milho, mandioca, chabéu...etc. excepto Caboverde que sofria muito com falta das chuvas regulares.

O indígena pensava que o colon vivia muito mal alimentado baseado no pobre bacalhau seco nas batatas e aquele azeite descorado.

Tudo deixou de ser como dantes...em África.

Quem viveu essas colónias na "paz do colon", até parecia que era muitíssimo fácil governar aquelas terras independentes.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Tó Zé, não creio que a nossa malta andasse por ali, a passear, livremente, na margem direita do rio Cacine, em pleno Cantanhez, antes da Op Grande Empresa, iniciada em dezembro de 1972... Talvez os fuzileiros se atrevessem a lá ir...

O DFE 21 estava em Cacine em maio/junho de 1973... por ocasião dos acontecimentos de Guileje e Gadamael... Mas há poucas referências, do nosso tempo, a estes lugares, na margem direita do rio Cacine.

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Em 1968 a margem direita do Cacine não pertencia ao meu batalhão (Buba). Por isso nunca lá fui. O Cacine, nesse local, pelas minhas contas, é mais largo do que o Tejo em frente da Torre de Belém. O morteiro 60 mm, mesmo com cargas suplementares não conseguia lá chegar. Nunca fomos atacados de lá e não havia qualquer movimento que se observasse. O rio dividia mesmo. A partir de Cacine, dois pescadores - como já disse - um senegalês e um guineense iam à pesca para a população e para o quartel. O senegalês era mais aplicado, porquê não sei...

Um Ab.
António J. P. Costa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Sim, entre Cananima (em 2008,aldeia piscatória e praia fluvial, que não existia no nosso tempo nem na carta de Cacine) e a vila de Cacine a distância era maior que entre o Cais do Sodré e Cacilhas, na maré cheia...