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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Guiné 61/74 - P19452: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (13): António Eduardo Ferreira, ex-1.º Cabo Condutor da CART 3493


Cobumba - António Eduardo Ferreira - Saída do abrigo, local que servia de sala de refeições.


1. Mensagem do nosso camarada António Eduardo Ferreira (ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493/BART 3873, Mansambo, Fá Mandinga e Bissau, 1972/74) com data de 23 de Janeiro de 2019:

Amigo Carlos Vinhal

Faço votos para que te encontres de boa saúde junto dos que te são queridos, e que o novo ano te corra o melhor possível.
Apesar de continuar a ser leitor assíduo do blogue há já algum tempo que não dava notícias, mas um sonho e a data que foi marcante para mim levaram-me a escrever aproveitando para dizer que estou vivo

Recebe um Abraço
António Eduardo Ferreira

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As voltas que vida dá

Hoje tenho algumas dúvidas, se é o tempo que passa depressa ou se somos nós que passamos pelo tempo sem reparar na velocidade a que seguimos, e algumas vezes, sem saber muito bem por onde. Isto para vos dizer que faz amanhã, dia 24 de janeiro, quarenta e sete anos que viajei pela primeira vez de avião. Cerca das seis horas da manhã partimos de Figo Maduro rumo a essa terra desconhecida, para mim, e para quase todos os que seguíamos a bordo, a então província da Guiné. Estava muito frio, cerca de quatro graus em Lisboa, depois de uma breve paragem no aeroporto dos Pargos, em Cabo Verde, tinham passado cerca de nove horas quando chegámos a Bissau onde a temperatura rondava os trinta graus. Se o desnorte já era grande, é fácil de imaginar como fiquei, eu e os que pela primeira vez faziam aquela viagem.

Quando ouvimos algumas pessoas agora acharem estranho como as coisas aconteciam, assim com normalidade, entre os jovens da nossa geração no que diz respeito à nossa ida para a guerra, por vezes dá que pensar. Mas a esta distância no tempo, não admira que assim pensem. Embora, por vezes, nos custe a aceitar o desconhecimento que a esmagadora maioria demonstra em relação àquela época.

Também eu chego a dar comigo a pensar como era diferente a vida da nossa gente naquele tempo. O meu primeiro filho nasceu no dia vinte e dois de Janeiro, ficou no hospital com a mãe e, dois dias depois eu parti para a guerra…

Todos sabemos como é importante arrumar o passado de forma a não lhe tropeçar, sobretudo, naquilo que menos desejamos. Levei muito tempo a arrumar o meu, não foi fácil, mas consegui, o que não significa que por vezes não lhe tropece. Foi que aconteceu na noite passada, quando dei comigo a percorrer quase todos os sítios por onde andei na Guiné, e foram muitos, ao mesmo tempo a ver todos os ex-camaradas que me eram mais próximos e muitas das situações que por lá tivemos de viver… Fiquei triste ou aborrecido por ter feito essa viagem? Não! Antes pelo contrário. Foi a oportunidade de rever a imagem de alguns amigos que já não estão connosco, e ficar com a certeza que esse tempo já não me causa perturbações como durante muito tempo aconteceu.

Serve também este texto para fazer a minha prova de vida, e desejar a todos, um novo ano com tudo de bom, o que nem sempre acontece, mas isso também é normal. Já agora, quero desejar também o melhor tempo possível a todos os que estão a contas com a chamada doença prolongada, como muita gente gosta de lhe chamar, eu por mim prefiro chamar-lhe oncológica, talvez por estar habituado à sua companhia há já quinze anos…

Um abraço a todos
António Eduardo Ferreira

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2. Comentário do editor

Caro António Eduardo, muito obrigado pelo teu contacto, pois há bastante tempo que não sabíamos nada de ti.

Sabemos que desde há alguns anos tens lutado contra a doença, esperamos que estejas "por cima", o mesmo que dizer, que estejas bem tanto quanto é possível, já que o inimigo é difícil de combater.

Ficas intimado a, pelo menos de vez em quando, dares sinal de ti com ou sem os teus contributos para o Blogue.

Em nome dos editores e da tertúlia, deixo-te um abraço com os melhores votos de saúde.
CV
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Nota do editor

Último poste da série de 25 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19436: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (12): António Paulo Bastos, que andou em viagem pelas arábias, ex-1.º Cabo do Pel Caç Ind 953 (Teixeira Pinto e Farim, 1964/66)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Guiné 61/74 - P19436: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (12): António Paulo Bastos, que andou em viagem pelas arábias, ex-1.º Cabo do Pel Caç Ind 953 (Teixeira Pinto e Farim, 1964/66)

1. Mensagem do nosso camarada António Paulo Bastos (ex-1.º Cabo do Pel Caç Ind 953, Teixeira Pinto e Farim, 1964/66), datada de 22 de Janeiro de 2019 com a sua prova de vida:

Companheiro Carlos
Não sei se ainda vou dentro do prazo para fazer a prova de vida, mas se não o fiz há mais tempo, o motivo foi que andei pelas Arábias em passeio e depois quando cá cheguei o computador, como não o levei, fez gazeta e não queria trabalhar, só no Domingo consegui que me o reparassem.

Falar sobre o Qatar é uma coisa impossível de explicar, é um mundo.
Então o ex-1.º Cabo 371/64 do Pelotão Caçadores Independente 953, ainda se encontra por estas paragens.

Um Abraço para toda a Tabanca.
António Paulo.





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Nota do editor

Último poste da série de 24 de dezembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19331: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (11): José Belo, na terra do Pai Natal e das Auroras Boreais, régulo da Tabanca da Lapónia, ex-alf mil inf da CCAÇ 2381 (Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70)

domingo, 6 de janeiro de 2019

Guiné 61/74 - P19374: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (16): Prometo dar mais uma volta ao meu baú... (António Ramalho, ex-fur mil at cav, CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71)





Lisboa > MNAA - Museu Nacional de Arte Antiga > 6 de janeiro de 2019 > Detalhes do "Presépio dos Marqueses de Belas" > Sala do Presépio Português, que dá acesso à  famosa Capela das Albertas. A peça central é o "Presépio dos Marqueses de Belas", com cerca de 3 centenas de figuras, um dos maiores presépios portugueses a seguir ao da Basílica da Estrela.

Aqui não faltam os Reis Magos, incluindo o Baltasar, o negro que passou a representar a África, para mostrar a "universalidade" do cristianismo... Neste presépio,  ele aparece dentro de uma tenda, "a espreitar", montado num elefante!... Deliciosa iconografia!... Dizem que foi Machado de Castro (1731-1822) o primeiro escultor a fazer um rei mago negro, uma ousadia para a época...

O "Presépio dos Marqueses de Belas" é uma  encomenda  de finais do século XVIII,  feita pelo colecionador José Joaquim de Castro ao escultor e presepista Barros Laborão (1762-1820). Foi acabada em inícios do séc. XIX sob a direção deste. Sofreu recentemente um complexo trabalho de restauro de cerca de 6 meses. envolvendo uma meia dúzia de técnicos. Assisti hoje, embevecido a uma visita guiada orientada para crianças... E fiquei rendido ao nosso presépio português barroco (sec. XVII e XVIII) e grato à dedicação e competência dos trabalhadores do MNAA, agora renovado mas sempre a lutar com inúmers dificuldades (a começar pela falta de recursos humanos e financeiros)... Enfim, uma boa notícia,  em dia de Reis, a (re)abertuda sala do Presépio Português e da Capela das Albertas... Tive igualmente o privilégio de ver "ao vivo"  o célebre quadro a óleo, "Adoração dos Magos", de Domingos Sequeira (1768-1837), recentemente adquirido pelo MNAA por "crowdfunding"... Trata-se de uma obra-prima da pintura portuguesa que estava nas mãos de privados...

Enfim, amigos e camaradas, o MNAA é um espaço nobre da cidade que merece ser melhor e conhecido e acarinhado por todos nós!...E tem um ótimo restaurante com esplanada e um belo jardim  com vista para o Tejo e para o nosso "saudoso" Cais da Rocha Conde de Ódibos... Tomem boa nota, camaradas e amigos, partilhem a informação... e deem mais corda aos sapatos em 2019!

È também uma forma do nosso blogue agradecer a todos os amigos e camaradas da Guiné que nesta longa quadra festiva quiseram honrar-nos com os seus votos de Bom Natal e Feliz Ano Novo... Não vamos citá-los a todos, porque corríamos o risco de deixar sempre alguém de fora. De grande parte parte publicámos as suas mensagens em duas séries (vd. marcador Boas Festas 2018/19). O último texto a ser publicado, em princípio, será o do António Ramalho.

Fotos de Luís Graça (2018), com a devida vénia ao MNNA, detentor da obra e dos seus direitos de imagem...

1. Mensagem de António Ramalho, ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71), natural da Vila de Fernando, Elvas, membro da Tabanca Grande, com o nº 757:


Date: sábado, 5/01/2019 à(s) 15:57

Subject: Um excelente 2019 para todos!

Caro Luís, boa tarde.

Consulto diariamente o nosso blogue, todavia não tinha a noção que tinham decrescido os "postes". (*)

Presumo haver imenso material interessante nos baús, irei dar mais uma volta ao meu! Presumo que algum desapareceu ou foi destruído.

Acho interessantíssimos os textos publicados, cada um em seu estilo, leio-os todos.

Também noto que da minha Companhia [, a CCAV 2639,]  além de mim, do Mário [Lourenço] e do Vitor Garcia não aparece mais ninguém, mas há Net em todo o país!

O meu tempo continua escasso pelos compromissos assumidos e com a chegada de mais uma neta, contudo conto estar presente num próximo almoço da Tabanca da Linha.

Não sei se por lapso ou esquecimento deveria ter informado da data do meu nascimento - 3 de Janeiro de 1948 - o mesmo dia de Michael Schumacher, sou um fã da F1.

A foto com que me identificam com o ontem e hoje tem uma história, no próximo almoço eu conto-te.

Façam favor de continuar e progredir pois há por aí gente muito capaz!


Renovo os meus votos de um Bom Ano Novo para todos.

Um forte abraço

António Fernando Rouqueiro Ramalho (membro da Tabanca Grande nº 757)
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Guiné 61/74 - P19370: Manuscrito(s) (Luís Graça) (149): O último pôr do sol... nas Azenhas do Mar














Sintrra > Azenhas do Mar > 31 de  dezembro de 2018 >  O último pôr do sol do ano...


Fotos (e legenda): © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados. [Edição : Blogue Luís Graça & Canaradas da Guiné]



Um gajo não é uma merda, camarada!

por Luís Graça

Um gajo tem de acreditar que amanhã não é outro ano, 
mas apenas um outro dia,
mais um outro dia.

Um gajo tem de ter fé nos gajos que inventaram o calendário
e que dizem que amanhã é terça-feira,
dia 1 de janeiro de 2019.

É bom seres circadiano,
para não andares zonzo todo o ano,
e para poderes pensar que amanhã é outro dia.

Um gajo tem de poder vislumbrar uma nesga de luz
por entre as persianas da janela
do quarto escuro.

Um gajo tem de poder negar a visão do mundo 
como um quarto escuro.
Ou vermelho, quando tinhas sarampo, sarampelho,
que sete vezes vinha ao pelo.

Um gajo, mesmo sem fé,
agnóstico, não-crente, desalinhado, desformatado, 
tem de saber lidar contra a claustrofobia
do mundo feito quarto escuro como breu.

Um gajo, até mesmo ateu,
tem de alimentar a secreta esperança
de que o vento da infelicidade dos povos
vai mudar de direção.
Não rezes mais ao teu irã, Guiné!

Afinal, por que é haverias de soprar sempre na mesma direção,
ó grande irã ?!
No alto do poilão da nossa tabanca, 
não passas afinal de um catavento,
tanto te viras para Seca como para Meca.

Um gajo não é de ferro,
mas aguenta com raios e coriscos.
Como aguentou com a metralha da guerra.

Um gajo até pode ser de ferro, como os "rangers",
mas também oxida.
E pode ficar louco
só de pensar que amanhã não é outro dia,
ou pode não ser outro dia!

Um gajo, camarada, não é uma merda
como te queria fazer crer 
o sacana do teu instrutor militar em Tavira.
E como às vezes te segreda
o parasita do  irãzinho mau que se aloja no teu cocuruto.

Um gajo não é um herói, muito menos um deus.
Afinal, és melhor, camarada: 
és um homem, 
que tens de saber dar corda  aos sapatos e ao coração, 
e que és capaz de parar um segundo frente ao pôr do sol,
e tirar um autorretrato instantâneo
e, como um bom franciscano, 
dizer ao deus-sol:
-Até amanhã, camarada, amigo, irmão!

Azenhas do Mar, 31 de dezembro de 2018.

Luís Graça
v3


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quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Guiné 61/74 - P19357: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (15): Patrício Ribeiro com votos de bons passeios em 2019


Guiné > Região de Tombali >  Guileje > 19 de março de 2018 > Estrada para Mejo a ser reparada



Guiné > Região de Tombali >  Guileje > 19 de março de 2018 > Estrada para o lado do cruzamento, a ser reparada


Guiné > Região de Tombali >  Guileje > 19 de março de 2018 >


Guiné > Região de Tombali >  Guileje > 19 de março de 2018 > Bangalôs


Guiné > Região de Tombali >  Guileje > 19 de março de 2018 > Resto de munições e placa toponímica


Guiné > Região de Tombali >  Guileje >19 de março de 2018 >  Interior da capela


Guiné > Região de Tombali >  Guileje > 19 de março de 2018 > Fachada da capela


Guiné > Região de Tombali >  Guileje >19 de março de 2018 >  Casa do Ambiente

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2018) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso amigo e camarada Patrício Ribeiro, 

[ Patrício Ribeiro é um português, natural de Águeda, criado e casado em Angola, Huambo, ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, a viver na Guiné-Bissau desde meados dos anos 80 do séc. passado, fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda.]

Data -  Quarta, 2/01, 23:39

Assunto - Bons passeios para 2019

Para 2019, bons passeios, enquanto podemos…

Junto algumas fotos tiradas em 2018, antes que desapareçam dos meus arquivos.

Nos meu passeios pelo Sul, segui por Guiledje, a caminho do Medjo, Iemberem, Cabedú, até Calaque.

Fui tirando as fotos do costume, junto algumas do Quartel de Guiledje, onde almocei e descansei.

Fui recebido pela representante da AD, Maimuna Cassacá (tlm 96 66 70 951), que cuida de tudo e mantém o espaço funcional, limpo e organizado.

Os bungalows estão ok, para quem lá queira ficar a dormir.

“O problema mais uma vez é a água”, que tem que ser transportada em bidons, da Tabanca mais próxima.

O furo que o Pepito mandou abrir, secou. Onde já trabalhou uma bomba solar e mais tarde, uma outra com o gerador. Como se diz por aquelas bandas, “o irã certamente não deixa”.

Ver as fotos: da Capela, bungalow, casa da Cultura, Museu, estrada e lançamento da 1ª pedra, para a reparação da estrada.

A estrada entre o Cruzamento Guiledje e Bedanda, está a ser reparada. Ainda este ano está prevista a reparação desde o cruzamento, até Cabedú passando por Iemberem , que está muito má, quase intransitável. Estes trabalhos têm o financiamento da União Europeia.Luís, peço desculpa do peso das fotos...

Abraço

Patricio Ribeiro

IMPAR Lda
Av. Domingos Ramos 43D - C.P. 489 - Bissau , Guine Bissau
Tel,00245 966623168 / 955290250
www.imparbissau.com
impar_bissau@hotmail.com
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Nota do editor:

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Guiné 61/74 - P19355: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (14): João Crisóstomo (e Vilma), em Nova Iorque, a pensar nas crianças abandonadas de Liquiçá, Timor Leste





Cópia da carta do Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, de 5 de dezembro último. Cortesia de João Crisóstomo (2018)



1. Mensagem de João Crisóstomo, nosso camarada da diáspora (EUA, Nova Iorque), ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), casado com a Vilma, e destacado ativista social:


´Data: sábado, 29/12/2018, 19:10 )



Assunto - From New YoirCaríssimo Luís Graça


Embora um pouco atrasado, mas ainda a tempo pois a época festiva ainda está bem viva, os meus melhores votos de continuação de Boas Festas e que 2019 seja um ano tão bom como possas desejar.
Permite-me assinalar que este é não só para ti, mas extensivo aos teus queridos e ainda para os nossos comuns amigos camaradas da Guiné, Tabanca grande, antigos seminaristas e outros comuns amigos que eventualmente venham a receber este E mail.

Sugeriste-me há dias que te desse notícias recentes, nomeadamente duma carta de que falei e que recebi recentemente do Vaticano.

Razões de ordem pessoal ( inclusive de saúde um outro pequeno-- mas chato-- problema de “tendão” que me inibe em muita coisa ) acarretaram uma diminuição de energia e consequente menos actividade. "É a idade”… razão ou desculpa a que nos agarramos quando queremos desculpas para coisas que não têm desculpa possível.

Tento compensar esta indesculpável preguicite aguda mental com outras actividades mentalmente menos “taxativas” como sejam ajudar como voluntário a manter os parques e ruas da minha vizinhança limpas, já que —pelo menos assim explicam— “orçamentos" e número de pessoal disponível não permitem melhor...

Em 2020 espero poder organizar uma lembrança especial sobre o dia 17 de Junho ( 80º aniversário do "Dia da Consciência", projecto que lancei em 2004). Há dias recebi uma segunda carta do Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, que me chamou ao Vaticano no ano passado como te deves lembrar, onde afirma ter participado neste dia 17 de Junho este ano como eu lhe tinha pedido. 

Sua Eminencia encoraja-me ( junto a carta em anexo) a continuar os meus esforços em Timor Leste ( assunto primeiro que me levou ao Vaticano); mas com o mundo todo confuso, onde palavras promessas e compromissos são “esquecidos” como se nunca tivessem sido feitos… nem sei o que dizer …

Eu não alinho nem assino pelo "conselho/solução" de muita gente que se limitam a aconselhar e a rezar, esperando pela "obras e graças do Espirito Santo"… os bons desejos, por si mesmos sós, não chegam: não tiram as crianças esquecidas de Timor Leste da extrema pobreza, nem levam ajuda nem educação a ninguém. Não fora o altruísmo e a generosidade do Rui Chamusco, que eu e alguns poucos outros também apoiamos na medida das nossas possibilidades, até os alunos da escola S. Francisco de Assis que com tanto esforço construimos no ano passado estariam já de novo abandonados.

As expectativas eram promissoras, mas na maioria dos casos as palavras encorajadoras foram só isso mesmo e as “promessas" ficaram por serem apenas promessas também.

Apesar de ter encontrado fechadas a maioria das portas que me diziam estarem abertas, continuo explorando maneiras de dar maior apoio. Oxalá em 2019 tenha mais sucessos e menos desilusões.

Se entre os que lerem este E mail houver alguém com coração grande para dar uma ajuda, grande ou pequena, para que pelo menos os 56 alunos da escola S. Francisco de Assis possam continuar a receber alguma educação e ajuda, eu sugiro contactem o Rui Chamusco 
ruimfchamusco@gmail.com / telefone: 351 96 650 9086 ).

Se alguém quiser ligar para mim será satisfação grande [ o meu tel é… ( USA) 1 917 257 1501]; por favor nada de “facebook” que eu não uso. Ou se quiserem podem usar a conta “Paypal” criada exclusivamente para este fim: E aqui está a informação que sobre esta o Rui Chamusco me deu num E mail de 29 de Setembro:

Já criei a conta Paypal, em nome da Associação de Amigos Solidários com Timor Leste. Deixo de novo o IBAN que corresponde à conta da Astil

IBAN
PT50 0035 0702 00029761730 84
BIC SWIFTCGDIPTPL

A Vilma junta-se a mim para enviar a todos um grande abraço e os melhores votos para 2019
João e Vilma

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Nota do editor:

ÚLtimo poste da série > 31 de dezembro de  2018 > á,Renato Monteiro, fotógrafo, ex-fur mil, CART 2439 / CART 11 (Nova Lamego e Piche) e CART 2520 (Xime e Enxalé, 1969/70)

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Guiné 61/74 - P19353: A Galeria dos Meus Heróis (17): Os caminheiros do parque da cidade - II (e última) parte (Luís Graça): com os meus votos para o novo ano que aí vem, o 2019. Porque a saúde, afinal, não serve para mais nada... a não para sermos livres e felizes!









Porto > Parque da Cidade > 23 de dezembro de 2018 > Um  sítio surpreendente que precisamos de conhecer melhor e usar mais... Já fiz o desafio ao régulo da Tabanca de Matosinhos...

Oxalá, caros leitores e leitoras, exemplos como este [, o da Tertúlia dos Camimheiros do Parque da Cidade]  frutifiquem e se multipliquem pelos belos parques das vilas e cidades que temos no nosso fantástico país. Não deixem os parques tristes, sós com as suas árvores e os seus passarinhos... Por favor, usem-nos, enchem-nos!... São os meus votos para o novo ano que aí vem, o 2019. Porque a saúde, afinal, não serve para mais nada... a não para sermos... livres e felizes!

Fotos  (e legenda): © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


A Galeria dos Meus Heróis >  Os caminheiros do Parque da Cidade (II e última Parte)(*)


por Luís Graça





(Continuação da Parte I) (*)

O “Mister” era dos três, que caminhavam na frente, o mais novo, tinha-se reformado cedo, o sortudo. Fora professor de educação física, e todos lhe reconheciam o jeito (e o gosto) para “puxar a carroça”, para liderar o grupo. Chamavam-lhe “Mister” por que em tempos fora também “personal trainer” em ginásios do Grande Porto, e treinador de futebol em Paços de Ferreira ou Penafiel, não sei ao certo. 

Era natural de Resende, filho de gente modesta, foi trabalhador-estudante, o único dos irmãos que conseguiu formar-se.A “Poetisa”, a mais crítica e contestatária do grupo, gostava de lhe lembrar, de vez em quando, que ninguém estava ali para bater recordes, ganhar medalhas, ir para o livro do “Guinness”. Que o grupo nem sequer era uma “equipa” e muito menos o Parque era um “fitness center”, daqueles “low-cost” que agora proliferam , como cogumelos, pelos nossos bairros, com “personal trainers” brasileiras, pagas à peça, descartáveis…

− Gosto mais dos “bandos” do que das “equipas”. Nunca me apanharam na Mocidade Portuguesa Feminina, apesar de ser filha de um militar. A minha mãezinha encarregou-se de me arranjar um atestado médico, digamos, “vitalício”… Se há expressões que me põem os cabelos em pé, é “espírito de corpo”, “team-building”, e outras do linguajar das artes e ofícios de formatar corpos e almas…− acrescentou a “Poetisa” e explicou:

− Desculpem, é o meu lado anarquista, a costela do meu avô, corticeiro, algarvio de Silves, que chegou a ser desterrado para os Açores por ter conspirado contra a Ditadura Militar, no final dos anos 20… De qualquer modo, gosto da teoria do caos, mais do que a teoria do eterno retorno… Vivo em pânico só de pensar que , quando morrer, vou direitinha para o céu que nem um fuso, e tenho à minha à minha frente uma eternidade de pasmaceira…

− Mas o que fazemos nós aqui, ó criatura, todas as quintas-feiras ?!... “Corpo são em mente sã… em 10 mil passos!”. Tens que ler o meu manual…

− Não me f… com essa! Trata do teu corpinho que eu trato da minha mente: detesto pensar que estou a ser “formatada”, mesmo com as melhores intenções do mundo e por pessoas encantadoras e bem-intencionadas como tu… E esse é o risco da “equipa”, do “pensamento de grupo”, das “tertúlias”…

Desviando a conversa, que já estava a azedar, o “Mister” insistiu que o corpo não fora feito para “criar raízes” como os arbustos e as árvores…

Gostava, um pouco revelia do grupo, de evocar os seus tempos de Lamego e da Guiné, onde fora “ranger”, de 1972 a 1974… “Tempos puros e duros”, recordava com alguma saudade. Foi a sua divisa, “mens sana in corpore sano”, que o ajudou a sobreviver àquela guerra que ele fez com “sentido do dever” mas sem qualquer “entusiasmo patriótico”. Foi um “bom combatente”, conheceu as agruras da guerra em Guidaje… Nunca equacionou sequer a hipótese de desertar, já que “queria continuar a exercer o direito de viver no seu país” e na terra que ele amava, a sua cidade do Porto… De resto, “não tinha ainda grande consciência cívica ou política”, como a maior dos jovens da sua geração…

Enfim, fizera o melhor que sabia e podia para ficar bem classificado na recruta e na especialidade, o que não o impediu de ser mobilizado para a Guiné. Uma vez lá, preocupou-se apenas em não cometer erros e sobreviver, ele e os seus homens:

− Djubi, gosse, gosse!

− Ó “Mister”, o que é que isso quer dizer ?

− É crioulo, toca a andar que se faz tarde.

Juntara-se agora ao grupo da frente o “Coronel”, um DFA (Deficiente das Forças Armadas) que estivera em Angola, no fim da guerra colonial, em 1974/75, nos paraquedistas ou nos comandos, não sei ao certo. Foi ferido, com gravidade no leste, e teve direito a cruz de guerra.

Tal como o “Mister”, gostava de “meter a sua colherada” sempre que se falava da “guerra de África”, coisa com que a “Poetisa” e o “Filósofo” embirravam solenemente.

− Guerra, só a das ideias!− defendia o “Filósofo” que se declarava antimilitarista e que, antes do 25 de Abril, vivera em Paris, como refratário, tendo ainda frequentado o 1º ano da Sorbonne, como ele fazia gala de dizer, para “épater le bourgeois”. (Muito provavelmente nunca lá pôs os pés, na Sorbonne, mas a malta, condescendente, comprava-lhe a história, tal como ele a vendia a seu bel prazer.)

Tendo beneficiado da amnistia aos exilados, refratários e desertores, regressaria a Portugal, só no verão de 1974, matriculou-se ainda nesse ano no curso de filosofia, depois de fazer o “exame adhoc”, andou a sanear professores, ao mesmo tempo que se metia no negócio da edição de livros. Ao que parece, terá tido várias pequenas, pequeníssimas editoras, a maior parte de vão de escada, uma ou outra com algum sucesso editorial e comercial, mas, no cômputo geral, esbanjou bastante dinheiro, da herança dos avós maternos de Ponte de Lima. Foi durante vinte anos também professor de filosofia em colégios privados… Fazia agora traduções, “a recibo verde”, tendo andado portanto “de cavalo para burro”.

− Profissional liberal da treta!... Como se pode ter liberdade (para pensar, escrever, publicar) num país de merda como este ?!

− Olha, eu ando há anos para publicar o meu primeiro livro de poesia, lancei um “crowdfunding”… Faltam vocês, dou-vos depois um livro, com dedicatória, autografado, por cada nota de cinco euros investida. Poesia-diamante de muitos quilates,o que é que vocês querem mais ?!

− Poesia-diamante ou dinamite ?!|...Não é coisa que se coma ou beba, a poesia, por isso não se vende… Somos um país de poetas, mas não é coisa que se exporte como a cortiça… − comentou, irónico, o “Mister” que, de resto, de poesia só conhecia uma paródia do soneto de Camões, “Alma minha, gentil, que te partiste”…

− Cá está, andamos sempre a queixar-nos do mesmo, e a usar as mesmas imagens estafadas de sempre, como o do pequenino Portugal de 89 mil quilómetros quadrados a ir ao fundo, como um barco de papel, juntamente com o “iceberg” da Ibéria… − interrompeu o “Coronel”.

− “Jangada de pedra”, chamou-lhe o Saramago! – completou a “Poetisa”.

Desta feita era o “Coronel” a marcar a sua presença, com a veemência e a indignação próprias de um patriota, face à expressão, pouco feliz, “país de merda”, usada pelo “Filósofo” que ainda por cima fugira ao seus deveres para com a Pátria quando chegou a altura de ir para a tropa…

E continuou o “Coronel”, que lidava mal com “faltosos, refratários e desertores”, agora com a autoridade do historiógrafo (, um dos seus trabalhos recentes era sobre o papel do “Aires de Ornelas nas campanhas de pacificação em Moçambique”,por sinal um distinto africanista, nascido como ele no Funchal):

− É cíclica a nossa crise de identidade, ou melhor, de confiança, desde que perdemos o Brasil em 1821. A crise agrava-se com a guerra civil de 1832-1834, opondo liberais e absolutistas. E, depois, com o humilhante “Ultimatum” britânico de 1890. E vamos perder, já não a identidade, mas a própria independência com o IV Reich que aí vem. E desta vez bem pode ser mesmo, de verdade, o Reich dos mil anos…

− Eh!, “Coronel”, nessa altura, até eu, com esta fraca figura,  pego nas forquilhas da Maria da Fonte para defender a Pátria amada! – vociferou a “Poetisa”…

− Não me lixem, que eu para esse peditório já dei! – ripostou o “Mister”.

E encetou, este último, uma conversa que deu pano para mangas, até ao fim do percurso da primeira parte. A sua parangona incidia agora sobre os portugueses que, desgraçadamente, gostam de dizer mal uns dos outros e, pior ainda, do seu país.

− Somos pequenos, somos parvos (etimologicamente falando…), somos poucos…

− E os espanhóis acrescentam: ‘Portugueses pocos, pero locos’! – insinuou a “Poetisa”.

− Somos vizinhos uns dos outros, da mesma parvónia, próximos, parentes, filhos dos mesmos pais e mães… Dizer mal e usar chavões é próprio dos meios pequenos, tacanhos, em que todos se conhecem uns aos outros.

A conversa virou-se agora para o Facebook e os seus malefícios, um dos cavalos s de batalha do "Mister" nos últimos tempos.

− O Facebook reproduziu a estrutura e ampliou a dimensão da aldeia, agora vivemos na aldeia virtual global. Levámos anos para chegar à Índia, hoje a Índia está ao alcance de um clique.

− Não é tudo mau, ó “Mister”, o telemóvel, o Facebook, o Skype, os blogues… Há novas formas de sociabilidade, é verdade. Posso alargar os meus contactos, ter “amigos famosos”, gente das revistas cor de rosa, enfim, namorar, viajar, ter o dom da ubiquidade como os deuses…

− Pedimos amizade uns aos outros (, gosto da expressão “pedir amizade”…), sem nunca nos termos visto, a não ser por fotografia nas redes sociais. Aceitamos amizade, recusamos amizade. Somos todos “amigos” do Facebook e temos lá as nossas vidas todas... escarrapachadas…

− Sim, não é só desvantagens, o problema é o uso compulsivo, é a adição, o vício… − contrapôs o “Filósofo”.


− Preocupa-me é os meus netos que são viciados nos videojogos… − lastimou-se o “Coronel”.

− Há, de facto, uma falsa sensação de partilha e de comunhão de afetos. Contabilizamos os “gosto”, os “like”… − comentou o “Filósofo”.

Mais enfático, exclamou o “Mister”:

− Vejo muita gente indignada porque foi aceite como “amigo” e, mais tarde, é rejeitada… O “amigo” do Facebook de ontem retirou-lhe a “amizade” no dia seguinte… É quase uma tragédia pessoal para alguns, uma tremenda perda!... Por esta ou por aquela razão, muitas vezes por mal-entendidos, questões de lana caprina, ou por razão nenhuma, ou só porque a página está cheia, sobrelotada… Ou porque o “amigo” fez um comentário desagradável, deselegante ou até insultuoso…

−Acho bem que não se pactue com o insulto, a calúnia, o impropério! – diz o “Filósofo”.

− Ninguém gosta de ser rejeitado, convenhamos! – opinou a “Poetisa”.

− E depois tens o fenómeno do “cyberbullying”, a perseguição, o assédio, moral e sexual, nas redes sociais – diz o “Filósofo” –, é um novo tipo de violência, intolerável, para os nossos padrões de civilização e convívio.

E o “Mister” prosseguiu a sua palestra como se estivesse a falar para o “balneário”:

− Os portugueses dividem-se por dá cá esta palha, o futebol, a política, a religião, o cão, o gato, agora os touros… Ora os conflitos fazem parte da vida, as pessoas não sabem (ou não querem saber ?) lidar com os conflitos, as divergências ou diferenças que se manifestam no seio dos grupos…

−E blá, blá, blá!... Ora, se não fossem os conflitos, nunca haveria mudanças!... Eu cá gosto mais do inferno do que do céu, pelo menos acho que deve ser mais divertido… −interrompeu a ‘desbocada’ da “Poetisa”…


No meio disto tudo, eu, que por mais de uma vez tenho sido um intruso neste grupo, por convite da “Nucha”, e com um papel mais de observador do que ator, fiquei a saber que eles são já um “case study” académico: alguém da Universidade do Minho ter-se-á lembrado de pegar neste caso de alegado “sucesso de promoção do envelhecimento saudável e proactivo”… E eu julgo que houve aqui mão da “Nucha”, que é uma rapariga de Braga, de 67 anos de idade, solteirinha,   e que sempre se interessou pela promoção da saúde, esteve ligada à Rede Europeias das Escolas Saudáveis bem como à Rede Portuguesa das Cidades Saudáveis...

Enfim, posso dizer que tive a sorte de ganhar a confiança do grupo, ao ponto de me chamarem “Mouro” na brincadeira. De vez em quando, quando estou no Porto, apareço com a “Nucha” e junto-me a eles, para para duas horinhas de saudável caminhada e agradável convívio…

Sei, por outro lado, que fazem alguns almoços, e seguramente "um no solstício do inverno, pelo Natal, e outro no solstício do verão", antes das “férias grandes”, imaginem!... É que ainda gostam de "ir a banhos", ou de fazer uns cruzeiros pelos sete mares… No fundo, são circadianos, repetivos, e chatos quanto baste, como qualquer um de nós…

A “Poetisa” costuma escrever uns versinhos para essas ocasiões em que, por sinal, nunca pude aparecer. Dizem-me que são versinhos do tipo “escárnio e maldizer”… Ela adora pôr um pouco de picante no que escreve e diz... Neste último Natal, ela fez um soneto a “castigar”, surpreendentemente, os que só aparecem nesta data para “dar ao dente”. Mas no fundo, é um homenagem a este pequeno grupo fantástico de pessoas do Norte que me surpreendem pela energia e alegria que põem todas as quintas-feiras nas sua "voltinha" pelo Parque da Cidade... 

A “Nucha” teve a gentileza de me mandar uma cópia do texto por email. Pensei duas vezes antes de o publicar, pensei em não fazê-lo para respeitar e preservar a sua intimidade, já que o grupo é avesso à publicidade e à devassa das "redes sociais"...

Mas sei que o grupo também precisa de partilhar estes momentos mais intimistas, em que se juntam caminheiros e ex-caminheiros, cerca de uns trinta, alguns dos quais infelizmente tiveram de arrumar as sapatilhas, por esta ou aquela razão, e nomeadamente de saúde…


Enfim, acho que ficava bem este o soneto, a rematar esta história dos caminheiros nortenhos a quem eu só posso desejar muita saúde e longa vida porque, eles e elas, merecem tudo…

Eis o texto que a "Nucha" me mandou, da autoria da talentosa "Poetisa" (e com a sua generosa permissão):

"Recapitulemos um pouco a história deste grupo, a 'Tertúlia dos Caminheiros da Quinta das Conchas', que é um mix de grupo convivial, e de ajuda mútua, de gente que gosta de caminhar e conviver, mas também de dar à língua e ao dente,e que até podia ser um clube, recreativo, cultural, desportivo,
e até prandial e excursionista:  faz um excursão e dois almoços… por ano, um no solstício do verão e outro no solstício do inverno!

"Quanto ao resto, todas as semanas, à quinta-feira, procuram acrescentar  mais vida à vida, mais saúde à saúde, mais amizade à amizade.

"Para os que chegaram ontem, é bom que se saiba que estão aqui duas mães-fundadoras,
a 'Nucha' e a 'Rosa Mota', como carinhosamente as tratamos.

"Há cerca de 10 anos,  faziam então parte de um grupo de professoras, da escola de X... Quando se reformaram, olharam umas para as outras e houve alguém que perguntou: 'Ouçam lá, e agora ? O que é que vamos fazer amanhã,
o primeiro dia do resto das nossas vidas,
em que deixamos de vir à escola, por dever e obrigação ?!'

"Foi assim que nasceu a nossa tertúlia, como sabem... Entraram uns, saíram outros, vêm uns mais regularmente, outros menos… E é para todos os caminheiros que eu fiz este soneto ou 'sorneto', como lhe chama o nosso 'Mister' que vai mantendo a nossa chama viva...

"Começo, na 1ª quadra, por me dirigir, em tom de saudável brincadeira, aos menos assíduos… Peço a vossa colaboração para adivinharem ou completarem, em voz alta, a última palavra de cada uma das duas quadras e dos dois tercetos.


"Boas festas de 2018, caminheiras e caminheiros!

"Faltosos, refractários, desertores,
Não deixam de ser também caminheiros,
Sentem-se, pois, à mesa, meus senhores,
Que à mesa somos todos compa…nheiros.



"Cá no Parque, não há livro de ponto,
Nem sequer prémios de assiduidade,
Quem quer e pode, vem, e não tem desconto,
Que a quota é só a da ami...zade.

"Sempre com as malas feitas p’ra viajar.
Juntam-se aos residentes, p’lo Natal,
Mas sempre com medo do mundo aca…bar.

"Filhos e netos são outras preocupações;
De saúde, vão indo, menos... mal;
P’ra todos, Bom Ano… e Xico...rações!

"Parque da Cidade, 20 de dezembro de 2018"...



Oxalá, caros leitores e leitoras, que exemplos como este frutifiquem e se multipliquem pelos belos parques das vilas e cidades que temos no nosso fantástico país. Não deixem os parques tristes, sós com as suas árvores e os seus passarinhos... Por favor, usem-nos, enchem-nos!... São os meus votos para o novo ano que aí vem, o 2019. Porque a saúde, afinal, não serve para mais nada... a não para sermos... livres e felizes!


Luís Graça
____________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 1 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19352: A Galeria dos Meus Heróis (16): Os caminheiros do parque da cidade - Parte I (Luís Graça)

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19349: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (13): Renato Monteiro, fotógrafo, ex-fur mil, CART 2439 / CART 11 (Nova Lamego e Piche) e CART 2520 (Xime e Enxalé, 1969/70)



Foto de Renato Monteiro, nosso grã-tabanqueiro, 


Foto  (e legenda): © Renato Monteiro (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



Foto: LG
1. Mensagem de Renato Monteiro [, "o homem da piroga", aqui na foto, à direita, com Luís Graça, no rio Geba, em Contuboel, c. jun/jul 1969]

Data: 30/12/2018, 13:41




Feliz 2019 !

Renato Monteiro

(i) Tem 45 referências no nosso blogue;

(ii) Foi fur mil at art CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego e Piche, 1969; e CART 2520, Xime e Enxalé, 1969/70):

(iii) É autor dos blogues Fotografares e A Minha Cave, entre outros;

(iv) Publicações: Monteiro, R.; Farinha, L. - Guerra colonial: fotobiografia. Lisboa: Círculo de Leitores / D. Quixote. 1990.
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Nota do editor:

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19332: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (12): O nosso editor Luís Graça, régulo da Tabanca de Candoz...




Porto > Parque da Cidade > 23 de dezembro de 2018 > Duas fotos, tiradas com a minha nova máquina reflex, Nikon D5300... Parabéns ao Porto por este magnífico equipamento urbano, projeto do arquiteto paisagista Sidónio Pardal!... Faço votos para que, em 2019, se enchem os 80 hectares do parque com tertúlias de caminheiros... (À consideração dos régulos das tabancas de Matosinhos, da Maia e dos Melros e ainda do bandalho-mor do Bando, para que se empenhem também na promoção do envelhecimento saudável e ativo dos  nossos camaradas tabanqueiros e bandalhos.)

Fotos (e legenda): © Luís Graça  (2018). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


"So(r)neto" natalício
das tabancas de Candoz & Madalena:



Natal todo o ano ?... 
Não, muito obrigado!

por Luís Graça


Com duas sílabas e cinco letras,
Se escreve a nossa palavra Natal.
Como nos ensinaram as nossas mestras,
É das mais belas que há em Portugal.

Mas, sendo a vida filha de putice,
Por favor, não façam Natal todo o ano,
Que grande freima, que grande chatice,
Seria um logro, um cruel engano.

É bom p’rás baterias carregar,
O Natal no solstício do inverno,
Pode-se comer, beber, orar… e amar.

Três dias é d’mais como o Carnaval,
Mas Natal todo o ano seria inferno,
E só nos poderia fazer mal!...




Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses, e Madalena, Vila Nova de Gaia,

22 e 23 de dezembro de 2018

Luís Graça

Post scriptum ou adenda (muito importante) - Recomendação dos filhos e netos aos pais e avós:



Tanto crime contra a mãe-natureza,
Pelas nossas gerações cometido!...
P'ró ano, queremos ter a certeza
De que o nosso futuro está garantido!

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