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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4931: Em busca de... (89): Camaradas da CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71 (João Rito Marques, ex-cabo quarteleiro, Soito, Sabugal)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1970 > Crachá da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (1969/71). Design: Tony Levezinho (Fur Mil At Inf).

Foto: © António Levezinho (2006). Direitos reservados


1. Mensagem de Sandra Marques, com data de 6/8/2009, enviada para a minha caixa de correio (LG):


Boa tarde!

Antes demais vou identificar-me. Chamo-me Sandra Marques e sou filha do camarada 1º Cabo Manut Material João Rito Marques.

Quando andava a navegar pela Net deparei-me com o nome do meu pai; depois de ler grande parte do seu blog verifiquei que um dos camaradas da Guiné andava à procura de João Rito Marques. Falei de imediato com o meu pai e confirmou que realmente era mesmo ele.

O meu pai solicita que lhe envie o seu contacto para poderem falar. Vive no Soito - Sabugal, é casado e tem apenas uma filha. O contacto do meu pai é: 965464877.

Agradeço, pois "o homem está impaciente" para falar com os camaradas que marcaram bastante a sua vida. :)

Sandra Marques.

2. Em 8 de Setembro, nova mensagem, desta vez para a caixa de correio do Carlos Vinhal, edição de serviço:

Pensei que quem me respondesse fosse Luís Graça que ele, sim, foi camarada dele [, do do meu pai,] na Guiné, estiveram todos na Guiné, Zona Leste, Sector L1, Bambadinca, 1969/71 (*)

Quando navegava pela Net reparei que o Sr. Luís Graça tinha um blog onde constava o nome do meu pai e referia que nunca mais soube do paradeiro de alguns dos camaradas, entre eles constava o meu pai.

Mostrei o nome de todos os camaradas registados no blog e ele de imediato reconheceu a maioria deles.

Já enviei emails para o Sr. Luís Graça, no entanto não obtive resposta. Agradecia que me dessem o contacto dele ou doutro camarada para assim o meu pai entrar em contacto com o grupo, pois farta-se de falar "dessa gente e dessa guerra".

Irei contactar com o meu pai e entregarei os cumprimentos.

Atentamente e aguardando reposta.
Sandra Marques

3. Finalmente, a tão desejada resposta do L.G., a 9 de Setembro, já no regresso de férias:

Sandra:

Costumamos dizer que os filhos dos nossos camaradas nossos filhos são... Fico feliz pelo seu contacto e pelo amor filial que pôs na busca de informações sobre os camaradas do seu pai (CCAÇ 2590/ CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1971) (*).

Acabo de falar com o seu pai, pelo número de telemóvel que me deu. Já tenho as coordenadas dele. Sei que vive no concelho de Sabugal, que ainda trabalha e que está de boa saúde... Reconheceu alguns camaradas desse tempo (O Galvão, o Sousa, o Almeida, o Monteiro...), aliás ele conhecia muito bem toda a gente, incluindo os condutores que eram "quase todos do Norte"...

Disse-me que vive na "maior freguesia de Portugal", mas eu não eu fixei logo o topónimo [Souto, ou melhor, Soito, para os seus habitantes, concelho de Sabugal, distrito da Guarda, uma terra do Portugal, com um vasto património histórico, arquitectónico, arqueológico, etnográfico, astronómico e natural, tornando-se visita obrigatória, nomeadamente no "nosso querido mês de Agosto", por causas das suas festas, romarias, touradas, garraiadas e e... capeias arraianas, que são únicas no mundo]...

Gostava de publicar uma foto do seu pai, digitalizada (se fossível, uma antiga e outra actual), para dar notícia dele no nosso blogue (Luís Graça e Camaradas da Guiné).

Com tempo e vagar, posso dar-lhe mais informações sobre o paradeiro desses camaradas da Guiné... Eu era o Furriel Miliciano Apontador de Armas Pesadas de Infantaria, o Henriques, "um bocado revolucionário" (lembrou-me agora o seu pai) - expressão que eu tomo como um elogio...

O João Rito Marques era o nosso cabo quarteleiro, o homem que tinha a tremenda responsabilidade pela limpeza, segurança e boa manutenção de todo o material que precisávamos, desde os colchões até às armas e munições... Sei que no final da comissão, em Março de 1971, lhe tive de pagar um colchão de espuma que requisitei, para um amigo de passagem por Bambadinca, e que deve ter voado na confusão dos últimos dias de fazer a mala e de dizer "adeus, Guiné!"...

Ele tinha uma grande paciência para nos aturar, mas no dia de fazer contas, "contas eram contas" à moda do Soito... Deve ter dado cabo do toutiço a conferir, periodicamente, o vasto e detalhado material que estava à sua guarda, não fosse o Cap Brito ou o Sargento Piça embrulhá-lo em papel selado e atrasar-lhe o tão desejado regresso à santa terra arraiana e, quiçá, ao forcão da capeia... [Sei que ele hoje ainda está no activo, tem o seu negócio de serralharia, é um português empreendedor que não come à mesa do Estado...]

Pode dizer ao seu pai que temo-nos encontrado todos os anos, em Maio, a malta de Bambadinca, de 1968/71 (incluindo os da CCAÇ 12, que eramos meia centenas, os de origem metropolitana) (*)... O próximo encontro é em 2010, em Óbidos, e é organizado pelo ex-Furriel Miliciano de Transmissões, o Almeida (**). Era bom que ele aparecesse...

Sei que você é professora de matemática, e vive na região de Lisboa, EM Cascais. Pode contactar-me por um telefone fixo: 21 751 21 93 (gabinete de trabalho, em geral das 9 às 18h) ou 21 471 0736 (casa)...

É pena que o seu pai não nos possa seguir directamente através do blogue, mas posso mandar-lhe os links em que se fala da nossa CCAÇ 12, de Bamdinca, etc. Há já centenas de referências sobre o nosso tempo, na zona leste, algumas das quais presumo que você já lhe tenha mostrado...

Veja também neste endereço: http://blogueforanada.blogspot.com/ (Luís Graça & Camaradas da Guiné, I Série).

Contacte-me sempre que precisar. Dê um grande abraço ao seu pai, quando o vir, do Henriques (hoje, Luís Graça)

__________

Notas de L.G.:

(*) Vd. post de 21 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLXXV: Composição da CCAÇ 12, por Grupo de Combate, incluindo os soldados africanos (posto, número, nome, função e etnia)

Além do pessoal que compunha os 4 grupos de combate da CCAÇ 2590/CCAÇ 12, havia ainda mais os seguintes especialistas e quadros de origem metropolitana:

1º Sarg Cav Fernando Aires Fragata;
2º Sarg Inf José Martins Rosado Piça;
2º Sarg Inf Alberto Martins Vieira;
Furriel Mil MAR Joaquim Moreira Gomes;
Fur Mil Enf João Carreiro Martins;
Fur Mil Trams José Fernando Gonçalves;
Fur Mil Arm Pes Inf Luís Manuel da Graça Henriques;
1º Cabo Aux Enf José Maria S. Faleiro;
1º Cabo Aux Enf Fernando Andrade de Sousa;
1º Cabo Aux Enf Carlos A. R. dos Santos;
1º Cabo Trams Inf António Domingos Rodrigues;
1º Cabo Cripto José António Damas Murta;
1º Cabo Cripto Gabriel da Silva Gonçalves;
1º Cabo Manut Material João Rito Marques;
1º Cabo Mec Auto Renato B. Semedos;
1º Cabo Mec Auto António Alves Mexia;
1º Cabo Escriturário Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares;
1º Cabo Cond Auto Luís Jorge M.S. Monteiro;
1º Cabo Radiotelegrafista Manuel da Graça S. Zacarias;
1º Cabo Corneteiro Manuel Joaquim Martins Ferreira;
1º Cabo Cozinheiro José Campos Rodrigues;
1º Cabo Apont de Arm Pes José Manuel P. Quadrado.

Refira-se ainda os nossos soldados de origem metropolitana (para além dos operacionais já eventualmente citados, neste caso apenas o Sold At Inf Arménio Monteiro da Fonseca):

Sold Básico João Fernando R. Silva;
Sold Básico Salvador J. P. Santos;
Sold Mec Auto Gaudêncio Machado Pinto;
Sold Trams Inf José Garcia Pereira;
Sold TICA António Fernando Cruz Marchão;
Sold TICA José Leite Pereira;
Sold TICA António Dias dos Santos
Sold Cozinheiro Henrique Manuel;
Sold Corneteiro Orlando da Cruz Vaz;
Sold Corneteiro José de Sousa Pereira;
Sold Radioteleg João Gonçalves Ramos;
Sold Radiot Manuel Maria Catita André;
Sold Cond Auto António S. Fernandes;
Sold Cond Auto Manuel J. P. Bastos;
Sold Cond Auto Manuel da Costa Soares;
Sold Cond Auto Alcino Carvalho Braga;
Sold Cond Auto Adélio Gonçalves Monteiro;
Sold Cond Auto João Dias Vieira;
Sold Cond Auto Tibério Gomes da Rocha;
Sold Cond Auto António S. Fernandes;
Sold Cond Auto Francisco A. M. Patronilho;
Sold Cond Auto Manuel S. Almeida;
Sold Cond Auto António C. Gomes;
Sold Cond Auto Fernando S. Curto;
Sold Cond Auto Aniceto R. da Silva;
Sold Cond Auto Diniz G. Dalot;
Sold Cond Auto Manuel G. Reis.

Há ainda a referir dois soldados africanos que não eram operacionais ou que, pelo menos, não constavam da lista dos grupos de combate:

Sold Cozinheiro 82116869 Gale Camará
Sold Cozinheiro 81117669 Amadú Camará.

Vd. também os seguintes postes:

24 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1545: Lista do pessoal de Bambadinca (1968/71) (Letras A/B) (Humberto Reis)

21 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1773: Lista do pessoal de Bambadinca (1968/71) (Letras C / Z) (Humberto Reis)

(**) Vd. postes de:

20 de Abril de 2005 > Guiné 69/71 - V: Convívio de antigos camaradas de armas de Bambadinca (Luís Graça)

29 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCCXIV: Ao Fernando Sousa: Sei que estás em festa, pá (Luís Graça)

9 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1742: Convívios (2): Lisboa, Casa do Alentejo, 26 de Maio de 2007: Bambadinca 68/71, BCAÇ 2852, CCAÇ 12, etc. (Fernando Calado)

31 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4444: Convívios (138): Em Castro Daire, agora chão de Bambadinca, 1968/71 (1): O reencontro na capela de N. Sra. da Ouvida

31 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4446: Convívios (139): Castro Daire, agora chão de Bambadinca, 1968/71 (2): A música, a festa, a dança no planalto beirão

sábado, 23 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P16003: Tabanca Grande (486): Fernando Andrade Sousa, ex-1º cabo aux enf, CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71)... Valoroso, leal, afável, dedicado e corajoso... Vive na Trofa e vai fazer uma festa de arromba, no dia 30 de maio, ao perfazer 70 aninhos de vida... É o nosso grã-tabanqueiro nº 714



Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > A equipa de futebol de onze... Da esquerda para a direita: primeira fila:

 (i)  Luciano Pereira de Silva (1º cabo at inf, 4º Gr Comb, natural de São Mamede do Coronado, Trofa, emigrado em França);

(ii) Francisco Magalhães Moreira, capitão da equipa  (alf mil op esp, cmdt do 1º Gr Comb, Santo Tirso);

(iii) António Manuel Carlão (alf mil at inf, cmdt do 2º Gr Comb, destacado depois para a equipa do reordenamento de Nhabijões; vive em Fão, Ermesinde, onde explora um restaurante);

(iv) Abílio Soares (1º cabo  at inf, da 3ª secção (comandado pelo fur mil Branquinho) do 1º Gr Comb (vivia em Lisboa, terá sido morto há muitos anos em circunstâncias misteriosas);

(v) Arlindo Teixeira Roda (fur mil at inf, 3º Gr Comb, natural de Pousos, Leiria, vive em Setúbal); 

na segunda fila, de pé: 

(vi) guarda-redes João Rito Marques (1º cabo quarteleiro, ou Manutenção de Material; vive no Souto, Sabugal);

(vii) Fernando Andrade de Sousa (1º cabo aux enf, vive na Trofa);

(viii) Arménio Monteiro da Fonseca (sold at inf, natural da Campanhã, vive no Porto); 
(ix) Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares (1º cabo escriturário, vivia em Miranda do Douro, faleceu em 29 de agosto de 2015] (*);

(x) Manuel Alberto Faria Branco (1º cabo at inf, 2º Gr Comb; vive na Póvoa do Varzim, e é grande amigo do Fernando Sousa);

e (xi)  Ernesto A. M. Rocha, 1º cabo at inf, 4º Gr Comb, que veio substituir o 1º cabo at inf António Pinto, também evacuado para o HMDIC; morada atual desconhecida,   [Vd. composição orgânica da CCAÇ 25690 / CCAÇ 12].


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > A valorosa equipa de futebol da CCAÇ 12, que disputou campeonatos em Bafatá... Da esquerda para a direita, na primeira fila:

(i)  Gabriel Çonçalves (1º cabo cripto, vive em Lisboa), 

(ii)  Francisco Moreira (alf mil op esp, cmdt do 1º Gr Comb, vive em Santo Tirso); 

(iii) Arlindo Roda (fur mil at inf,. do 3º Gr Comb, vive em Setúbal);

(iv)  Arménio Fonseca (sold at inf, 1º Gr Comb, vive no Porto);

(v) e o guarda-redes, João Rito Marques (o 1º cabo quarteleiro, vive no Souto, Sabugal); 

e na  segunda fila: 

(vi)  Fernando Sousa (1º cabo aux enf, vive na Trofa),

(vii) Luciano Pereira de Silva (1º cabo at inf, 4º Gr Comb, natural de São Mamede do Coronado, Trofa, emigrado em França); 

(viii) Fernando B. Gonçalves (1º cabo aux enf, que veio substituir o 1º cabo aux  José M. Sousa Faleiro, evacuado logo no início para o Hospital Militar de Doenças Infecto-Contagiosas;  morada atual desconmhecida)

(ix)  Alcino Carvalho Braga  (sold cond auto; vive em Lisboa) 

(xi) Manuel Alberto Faria Branco (1º cabo at inf, 2º Gr Comb; vive na Póvoa do Varzim)

(xi)  e o António Manuel Martins  Branquinho (fur mil at inf, 1º Gr Comb; falecido, vivia em Évora).

Fotos: © Arlindo Roda (2010). Todos os direitos reservados


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > Três bambadinquenses: da esquerda para a direita, o Fernando Andrade de Sousa (Trofa), o José Armando Almeida (Albergaria a Velha) e o José Fernando Almeida (Óbidos)... O Sousa foi 1º cabo aux enf, na CCAÇ 12 (1969/71), e é a primeira vez que vem ao nosso encontro. É hoje apresentado formalmente à Tabanca Grande, como o membro nº 714.

Foto: © Luís Graça (2016). Todos os direitos reservados


1.  Finalmente o valoroso, leal, afável, dedicado e corajoso Fernando Andrade Sousa, ex-1º cabo aux enf, da CCAÇ 2590/ CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, maio 1969/março 1971), entra formalmente para a nossa Tabanca Grande.

Encontrámo-nos, na última vez, em Monte Real, por ocasião do XI Encontro Nacional da Tabanca Grande, em 16 de abril último.  Vive na Trofa e vai fazer 70 anos no próximo dia 30 de maio. Diz que, na ocasião, vai haver festa de arromba, e promete fazer uma exposição com suas 600 e tal fotografias dos todos os convívios que tem organizado e em que tem participado (,não falhou um, desde 1994, em Fão, Esposende, quando o revi, depois do nosso regresso a casa, em março de 1971).

Era e continua a ser um camarada voluntarioso, tendo feito parte da comissão organizadoras dos convívios da malta de Bambandinca (CCS/CAÇ 2852, e subunidades adidas, 1968/71):  em 1999 (Resende), 2002 (Póvoa do Varzim), Trofa (2006) e Trofa (2015).

Das várias operações onde a malta da CCAÇ 12 apanhou porrada da grossa, lembra-se, nomeadamente da primeira, de Madina Xaquilo (24/7/1969), que foi o seu batismo de fogo, e do Poindom/Ponta do Inglês (em 26/11/1970) (Op Abencerragem Candente, seis mortos e 9 feridos graves).

Felizmente  já tem um endereço de email para podermos comunicar, se bem que ainda não esteja muito à vontade com as TIC (tecnologias da informação e comunicação), como acontece com muitos camaradas da nossa geração. Tem já página no Facebook.


2. Quando da realização do encontro na Trofa, em 2006 onde estiveram reunidos, na casa do Fernando, 65 convivas (!),  nossos camaradas da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) e da CCS / BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), eu telefonei-lhe, depois do almoço, a dar-lhe os parabéns pelo evento (**)...

Com muita pena minha, à última hora, não me foi possível dar lá um salto, já que tinha previsto com antecedência ir até à casa que tenho na região, não muito longe, no Douro Litoral (Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canavezes)...

Do outro lado do país, no norte, no Minho, o Fernando era um homem feliz!.. E continua a ser o mesmo, dez anos depois, um minhoto dos quatro costados, com a  cultura da hospitalidade... O Sousa, um dos nossos maqueiros (que termo tão injusto, depreciativo, usado no nosso tempo, para estes nossos anjos da guarda, os homens do soro que salvaram algumas vidas nas matas do Xime!).

Nesse ano, na Trofa, identifiquei 4 bons camaradas da CCAÇ 12, os furriéis Humberto Reis, o António Fernando Marques, e o Joaquim Fernandes,  mais o Sousa da Trofa, o nosso valente cabo enfermeiro... O Marques, o Fernandes e o Sousa são totalistas dos encontros da malta de Bambadinca. não falharam um, desde 1994.

Eram, então, para mim os quatro magníficos da CCAÇ 12, a quem eu aproveitei para prestar a minha homenagem, atribuindo-lhes, simbolicamente,  a Ordem da Torre e Espada, do Valor, da Amizade e da Camaradagem (, sendo eu, pomposamente, o presidente honorífico das ordens honoríficas portuguesas)...

Por tudo isto e muito mais, o Fernando Andrade Sousa tem, de há muito um lugar cativo, à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande... Ele sabe qual é o nº do lugar: o 714 (***)... Espero que ele esteja connosco (ou com nós, como se diz no Norte) por muitos e bons anos. E nós com ele, pois claro! LG



Óbidos > Restaurante A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal de Bambadinca 1968/71 > o Arménio Fonseca, o Humberto Reis e o João Rito Marques (o nosso Cabo Quarteleiro), todos da CCAÇ 12 (1969/71)...

O Arménio e o João, não os via há 40 anos! Fiquei feliz por os rever. E aproveito para revelar um segredo: foi o Arménio que, em grande parte, me inspirou na criação da figura do Campanhã (vd. poste de 13 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - P168: A galeria dos meus heróis (1): o Campanhã (Luís Graça) que prometo reeditar, e que ele seguramente nunca terá lido)...




Óbidos > Restaurante A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal de Bambadinca 1968/71 > Visionando as fotos do Arlindo T. Roda (que me chegaram finalmente, por mão do Benjamim Durães, ex-Fur Mil, Pel Rec Info, CCS / BART 2917, 1970/72 > Da esquerda para a direita: o Marques, o Fernando Andrade Sousa, o Joaquim Fernandes e a companheira deste (que conheci o ano passado, em Castro Daire).



Óbidos > Restaurante A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal de Bambadinca 1968/71 > Quatro camaradas da CCAÇ 12 > Da esquerda para a direita: João Gonçalves Ramos (ex-sold radiotelegrafista), o José Manuel P.  Quadrado (ex-1º cabo ap armas pesadas inf), o Fernando Sousa (ex-1º cabo aux enf) e o Adélio Monteiro (organizador do encontro do ano passado, o 15º, em Castro Daire, e que era sold cond auto).


Fotos (e lengendas): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados




Foto A

Esposende > Fão > 1994 > A primeira vez que me reencontrei com a malta de Bambadinca (1968/70), incluindo os meus camaradas da CCAÇ 12, e outras subunidades adidas ao comando do BCAÇ 2852 (1968/70).

Na foto A, estão alguns camaradas que participaram comigo na Op Pato Rufia, 7 de Setembro de 1969, agora aqui evocada... Não tenho a veleidade de ter boa memória, mesmo assim arrisco uma legenda: na primeira fila, da esquerda para a direita:

(i) Fur Mil MAR Joaquim Moreira Gomes [, vivia no Porto, na altura ];

(ii)  sold cond auto Diniz Giblot Dalot [, empresário, vive em Aljubarrota, Prazeres];

(iii) um antigo escriturário da CCS/ BART 2917 (morava em Fão, Esposende) e cujo nome não me lembro,

Na segunda fila de pé, da esquerda para a direita:

(iv) Fernando Carvalho Taco Calado, Alf Mil Trms, CCS/BCAÇ 2852;

(v) Alf Mil Manutenção Ismael Quitério Augusto, CCS/BCAÇ 2852;

(vi) Fur Mil António Eugénio Silva Levezinho [, Tony para os amigos, reformado da Petrogal, vive em Martingal, Sagres, Vila do Bispo];

(vii) Capitão Inf Carlos Alberto Machado Brito [, Cor Ref, vive em Braga, passou pela GNR];

(viii) camarada, de óculos escuros,  que não sei identificar [, diz-me o Fernando Andrade Sousa que se trata do Pinto dos Santos, ex-furriel mil de Operações e Informações, CCS do BCAÇ 2852, natural de Resende];

(ix) major Cunha Ribeiro, mais conhecido por "major elétrico", 2º comandante do BCAÇ 2852, e que teve em Banbadinca, na rampa de acesso ao quartel um grave acidente com o seu jipe);

(x) Fur Mil Op Esp Humberto Simões dos Reis [, engenheiro técnico, vive Alfragide / Amadora; na foto, escondido, de óculos escuros];

(xi) outro camarada de cujo nome não me lembro.




Foto B


Da esquerda para a direita:

aa primeira fila:

(i) Alf Mil Inf António Manuel Carlão [,casado com a Helena, comerciante, vive em Fão, Esposende];

(ii) Fur Mil Arlindo Teixeira Roda [, natural de Pousos, Leiria; professor em Setúbal; damista, grande jogador de king e de lerpa, no nosso tempo, a par do Humberto Reis];

(iii)  Fur Mil Armas Pesadas Inf Luís Manuel da Graça Henriques [, prof univ., fundador deste blogue, vive em Alfragide / Amadora];

Na segunda fila, de pé,

(iv) Alf Mil Cav José Luís Vacas de Carvalho, Pel Rec Daimler 2206;

(v) Alf Mil Inf Mário Beja Santos, comandante do Pel Caç Nat 52 (Missirá e Bambadinca, 1968/70);

(vi) Fur Mil António Fernando R. Marques [, natural de Abrantes, vive em Cascais, empresário reformado];

(vii) Manuel Monteiro Valente (de bigode e de perfil, ex-1º Cabo, 1º Gr Comb, CCAÇ 12, apontador de dilagrama);

(viii) Abel Maria Rodrigues (hoje bancário reformado, ex-Alf Mil, 3º Gr Comb, CCAÇ 12);

(ix) Alf Mil Op Esp Francisco Magalhães Moreira [, vive em Santo Tirso].



Foto C

Da esquerda para a direita:

na 1ª fila;

(i) Arménio Monteiro Fonseca (taxista, no Porto, da empresa Invictus, táxi nº 69, mais conhecido no nosso tempo como o "vermelhinha");

(ii) Fur Mil José Luís Vieira de Sousa [, natural do Funchal, onde vive, agente de seguros]...

Na segunda fila, de pé,


(iii) Fur Mil Joaquim Augusto Matos Fernandes [, de óculos escuros, engenheiro técnico, vive no Barreiro];

(iv) 1º Cabo Carlos Alberto Alves Galvão [, o homem que foi ferido duas vezes numa operação, vive na Covilhã];

(v)   Fernando Andrade  Sousa (ex-1º Cabo Aux Enf, CCAÇ 12, vive na Trofa);

e, por fim, (vi)  2º Sarg Inf Alberto Martins Videira [, vive ou vivia em Vila Real].


Foto (e legenda): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados

(**) Vd. poste de 29 de maio de  2006 > Guiné 63/74 - P815: Ao Fernando Sousa: Sei que estás em festa, pá (Luís Graça)

(***)Ultimo poste da série > 19 de abril de 2016 > Guiné 63/74 - P15992: Tabanca Grande (485): Completando o processo de adesão do António Osório, que vive em Vila Nova de Gaia: foi fur mil rec inf, CCS/QG/CTIG (Bissau, Cacine, Gadamael, Cameconde, 1970/72)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6323: Tabanca Grande (216): Fernando Almeida, ex-Fur Mil Trms, CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71)

1. Mail enviado por mim ao José Fernando Almeida [, aqui, à esquerda, foto da recruta, 1968,], que vive em Óbidos, e que foi Fur Mil Trms Inf da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, o Fernando Almeida, meu contemporâneo, amigo e camarada em Santa Margarida, Niassa, Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969 / Março de 1971) (*):


Meu caro Fernando: Antes de mais: como vais tu ? Em grande forma ? Estive em Óbidos, o meu filho, com a banda dele (os Melech Mechaya), foi aí tocar, na festa do chocolate, mais exactamente no programa da RTP1, do Júlio Isidro, mas não deu para te ligar… Em princípio, encontramo-nos mesmo no dia 22, no convívio da CCS do BCAÇ 2852, CCAÇ 12 e outras subunidades adidas (...).

Tenho aqui uma outra pré-inscrição para o encontro: a do nosso antigo cabo quarteleiro, o João Rito Marques, que vive no Sabugal. Foi a filha que me telefonou. TM 966 525 319… Toma boa nota.

Também encontrei o Dalot e a filha no encontro do BART 2917 (1970/72), em Coruche, no passado mês de Março… (**)

Olha, manda-me o teu texto da convocatória para eu divulgar no blogue por estes dias… E já agora duas fotos tuas, uma do “antigamente” e outra actual, para eu finalmente te apresentar à nossa Tabanca Grande… Junta um pequena mensagem de apresentação… A nossa Tabanca Grande, que já tem 411 elementos registados, é a maior comunidade virtual do mundo, a nível de ex-combatentes (de uma só guerra)… Temos ainda pouca malta da CCAÇ 12, registada na nossa lista de membros do blogue… Em contrapartida, a malta de Transmissões tem aderido muito bem ao blogue.

Fica bem. Um grande Alfa Bravo. Luís (ou se preferires, Henriques).

2. Resposta do Fernando Almeida:

Caro Amigo Henriques: Sempre te tratei por Henriques, traz-me com mais facilidade à memória recordações da Guiné.

Registo a tua inscrição para o 16.º Convívio de Bambadinca, aguardo a confirmação da Alice. Vou contactar o João Rito Marques [o nosso cabo quarteleiro, que vive em Sabugal], dele só tinha o número do telemóvel, mas que está desactualizado.

Já enviei ao Diniz Dalot [ex-soldado condutor auto] um e-mail, para o endereço da filha, vou aguardar até ao dia 10, nesse dia vou contactá-lo por telemóvel.

Já recebi a pré-inscrição do Marques, ficou de confirmar os acompanhantes.

Há tempos enviei-te um e-mail para o blogue em que te falava do 16.º Convívio, e te pedia fotografias dos emblemas dos Pel Nat, Batalhões e Companhias que operaram em Bambadinca no período de 68 a 71. Também te dava conhecimento da intenção de passar a reunir todos os Camaradas de Bambadinca e da CCaç 12, de 1968 a 1974. A ideia não é nova.

O Victor Alves [ex-Fur Mil SAM, CCAÇ 12, 1971/73, que vive em Santarém], já me tinha proposto iniciar este ano, o Vacas de Carvalho disponibilizava a Herdade da Lobeira para esse fim, adiei porque não estava mandatado para isso, sugeri que este projecto fosse apresentado durante o 16.º Convívio. Eles vão reunir no dia 29 de Maio, o Victor ficou de passar pela Lareira, para falarmos.

Vou procurar e enviar-te as fotografias, vão atrasadas mas, como se diz, nunca é tarde. Juntamente também te enviarei o Programa e o Menu.

Um abraço do amigo
Fernando Almeida



Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca, 1971 > Esboço do Sector L1 (composto basicamente pelo triângulo Bambadinca / Xime / Xitole / Margem direita do Rio Corubal, a que haveria de acrescentar a região do Cuor, a norte do Rio Geba) > Capa da brochura com a história da CCAÇ 12 (1969/71). Desenho: Ex-Fur Mil At Inf António Levezinho (2.º Gr Comb, CCAÇ 12). O pessoal metropolitano da CCAÇ 12 (Maio de 1969 / Março de 1971) conheceu (e esteve às ordens de) dois batalhões em Bambadinca: BCAÇ 2852 (1968/70) e BART 2917 (1970/72).

Foto: © Luís Graça (2005). Direitos reservados


3. Comentário de L.G.:

Obrigado, meu caro Fernando Almeida [aqui fotografado, à direita, no dia do baptizado do teu neto João], por aceitares o meu convite para integrar a nossa Tabanca Grande.

Serás o n.º 412, estamos quase a formar um batalhão... Vou pedir ao meu co-editor Eduardo Magalhães Ribeiro se te arranja os brasões das unidades acima referidas.

Há dias encontrei, por mero caso, o Vacas de Carvalho, [ex-comandante do Pel Rec Daimler 2206, 1970/71] num restaurante perto da casa dele, na Ajuda, disse-me que ia ao encontro e falou-me desse projecto de reunir as "três gerações" de quadros metropolitanos da CCAÇ 12 (1969/71, 1971/73, 1973/74), lá em baixo, na herdade da família, a Lobeira, em Montemor-O-Novo. Vamos trabalhar para isso.

Sobre as unidades e subunidades que passaram por Bambadinca (entre 1963 e 1974) tens um trabalho precioso do Benjamim Durães (Fur Mil pel Rec Info, CCS/ BART 2917, 1970/72).

Sobre as unidades e subunidades do nosso tempo (basicamente, 1968/71), julgo que a lista é mais ou menos esta (clica nos links parta saberes mais; faltará um ou dois PINT - Pelotões de Intendência; os Pel Rec Info estavam integrados nas CCS; os PEL ART - Pelotões de Artilharia ainda não havia no nosso tempo: é claro que faltam os PEL MIL - Pelotões de Milícia, etc.):

CCS / BCAÇ 2852 (1968/70)

CCAÇ 12 (1969/71)

Pel Caç Nat 52 (1968/70)

Pel Caç Nat 54 (1969/70)

Pel Caç Nat 63 (1969/71)

Pel Mort 2106 (1969/70)

Pel Mort 2268 (1970/72)

Pel Rec 2046 (1968/70)

Pel Rec 2206 (1970/71)

CCS / BART 2917 (1970/72)
______________

Notas de L.G.:

(ª) Vd. poste anterior desta série > 26 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6252: Tabanca Grande (215): O Francisco Silva, hoje cirurgião, ortopedista, no Hospital Amadora-Sintra, foi o substituto do infortunado Alf Mil Op Esp Nuno Gonçalves da Costa, do Pel Caç Nat 51, morto por um dos seus homens em 16 de Julho de 1973

(**) Vd. poste de 2 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4454: Convívios (140): Castro Daire, agora chão de Bambadinca, 1968/71 (3): Gente feliz, com lágrimas...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9942: Convívios (440): Cerca de 80 bravos de Bambadinca (1968/71) encontram-se este sábado, dia 26, na invicta cidade do Porto, na 18ª edição dos seus reencontros (Manuel Monteiro Valente / Luís Graça)



Bonito puzzle de brazões de unidades e subunidades que passaram por Bambadinca (Setor L1 da Zona Leste) entre meados de 1968 e meados de 1971. Composição do nosso editor Eduardo Magalhães Ribeiro.1. O 18º convívio anual do pessoal que passou por Bambadinca entre 1968 e 1971, vai realizar-se este ano, no Porto, no próximo sábado, dia 26 (*). 


A organização está a cargo do Manuel Monteiro Valente [, foto à direita, em primeiro plano, cambando uma bolanha, ], valente ex-1º cabo do 1º gr comb da CCAÇ 12 (**), ferido com gravidade e evacuado para o HM 241 (Bissau), no decurso da Op Borboleta Destemida (região do Xime, 14 de janeiro de 1970), juntamente com o fur mil at inf Joaquim J. S. Pina, o sold trms José Leites Pereira e o sold at inf Mamadu Au (Ap Metr Lig Hk 21), todas da 2ª secção do 1º gr comb, comandado pelo alf mil op esp Francisco Magalhães Moreira.

Apesar das dificuldades económicas e sociais que atingem muitos portugueses na difícil hora atual, incluindo muitos dos nossos ex-camaradas de armas , o almoço-convívio no Porto vai contar com pelo menos estes cerca de 80 bravos de Bambadinca, uma boa parte deles da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (assinalados a #):

Lista de inscritos até ao dia 24 de maio de 2012, fornecida pela organização:


Abel Maria Rodrigues (1) (#)
Adelino Marques Fernandes (1)

Adélio Gonçalves Monteiro (2) (#) [, foi o organizador do 15º convívio, Castro Daire, 2009]
Alberto dos Anjos Soares (3)
Américo Marques (6)

António de Jesus Marques (1)
António Fernando Rodrigues Marques (2) 
 (#)
António Braga Rodrigues Mateus (2) (#)
António Damas Murta (4) (#) [, organizador do 17º convívio, Cloimbra, 2011]
António Pinto Nunes (2)
Arménio Monteiro da Fonseca (1) (#)
Carlos Alberto Henrriques (2)
Carlos Alberto Teixeira (1)
Domingos Miranda Mendes (1)
Eduardo Tavares (2) (##)
Ferdinando Martins (5)
Fernando Andrade Sousa (2) (#) [, organizador do do 12º convívio, na Trofa, 2006]
Fernando J. Cruz Oliveira (1)
Fernando Resende Santos (1)
Gabriel Gonçalves (1) (#)
Humberto Simões dos Reis (1) (#)
Jaime Machado (4)
João Alves Costa (1)
João Gonçalves Ramos (1) (#)
João Rito Marques (2) (#)
Joaquim João dos Santos Pina (3) (#)
Joaquim Augusto Matos Fernandes (5) (#)
José Augusto Mourão (1)
José C. Rodrigues Lopes (2)
José Eduardo Pinto dos Santos (2)
José Fernando Almeida (2) (#)
 [, organizador do 16º convívio, Óbidos, 2010] 
José Manuel Pimentão Quadrado (2) (#)
Luis R. Moreira (1)

Manuel Alberto Faria Branco (2) (#)
Manuel Alberto F. Gomes (1)
Manuel Borrego da Silva (1)
Manuel Ferreira da Costa (1)
Manuel Joaquim Ferreira (2)
Manuel Monteiro Valente (2) (#)
Otacílio Henriques (2)

Total=79


(#) Ex- camaradas da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1917)

(##) Pesume-se que seja o nosso ex-1º Cabo Escriturário Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares [, até agora com morada desconhecida]. 

2. Comentário de L.G.:

Por razões de agenda familiar, não poderei estar no Porto, este sábado, contrariamente ao que tinha programado e ao meus desejo...

De qualquer modo,   daqui vai, da minha parte, um grande abraço para os bravos de Bambadinca, do tamanho do Rio Geba. E, mais do que um longo abraço, um apertado xicoração. Que seja uma bela jornada de amizade e camaradagem.

Peço ao valente Valente que me faça chegar as fotos do evento, com as respetivas legendas... Ele, por seu turno, pediu-me para mandar um lembrete aos retardatários, como Jorge Cabral, digno representante do Pel Caç Nat 63, que não costuma falhar os convívios do pessoal de Bambadinca... LG
________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 7 de maio de 2012 > Guiné 63/74 – P9860: Convívios (345): 18º Encontro do Pessoal de Bambadinca, 1968/71, em 26 de Maio na cidade do Porto (Manuel Monteiro Valente)


(**) Contacto:

Manuel Monteiro Valente
Rua Joaquim Lopes Pintor nº118 1º dtº
4405-868 Vilar do Paraíso 

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Guiné 61/74 - P19245: Em bom português nos entendemos (19): "quarteleiro", "fiel da arrecadação", "cabo de manutenção de material"...


Guiné >  Região de Bafatá >  Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > A equipa de futebol de onze, composta por "pretos de 1ª classe"... (As praças eram todas do recrutamento local; os graduados e os especialistas eram oriundos da metrópole).

Na primeira fila, da esquerda para a direita,

(i) o "Paranhos", natural do Porto,  padeiro;

(ii) Francisco Magalhães Moreira, capitão da equipa (alf mil op esp, cmdt do 1º Gr Comb, vive em Santo Tirso);

(iii) António Manuel Carlão (alf mil at inf, cmdt do 2º Gr Comb, destacado depois para a equipa do reordenamento de Nhabijões; vive em Fão, Ermesinde);

(iv) Abílio Soares, 1º cabo at inf, que vivia em Lisboa, já falecido;

e (v) Arlindo Teixeira Roda (fur mil at inf, 3º Gr Comb, natural de Pousos, Leiria, vive em Setúbal);

na segunda fila, de pé, também da esquerda para a direita:

(vi) guarda-redes João Rito Marques (1º cabo manutenção de material, vulgo "quarteleiro"; vive no Souto, Sabugal);

(vii) Fernando Andrade de Sousa (1º cabo aux enf, vive na Trofa);

(viii) Arménio Monteiro da Fonseca (sold at inf, natural da Campanhã, vive no Porto);

(ix) Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares (1º cabo escriturário, vivia em Oliveira do Douro, faleceu em 29 de agosto de 2015) (*);

(x) Manuel Alberto Faria Branco (1º cabo at inf, vive na Póvoa do Varzim);

e (xi) Ernesto A. M. Rocha, 1º cabo at inf, 4º Gr Comb, que veio substituir o 1º cabo at inf António Pinto, também evacuado para o HMDIC; morada atual desconhecida.


Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados [Legendagem: Fernando Sousa / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


I. Mais um exemplo de um vocábulo,  desta feita do léxico castrense,  "quarteleiro", que vem grafado no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa,  sendo citado o seu uso no nosso blogue (Luís Graça & Camaradas da Guiné) (*)

quarteleiro | s. m. | adj.

quar·te·lei·ro
(quartel + -eiro)

substantivo masculino

1. Militar que nas unidades tem a seu cargo a arrecadação do armamento, material de guerra e uniformes.

adjectivo

2. Relativo a quartel (ex.: revolta quarteleira).

"quarteleiro", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/quarteleiro [consultado em 29-11-2018].

Esta palavra em blogues Ver mais

... Cabo Quarteleiro, António Joaquim de Castro... Em Luís Graça & Camaradas da Guiné

...João Rito Marques (1º cabo quarteleiro , ou Manutenção de Material;... Em Luís Graça & Camaradas da Guiné

"quarteleiro", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/quarteleiro [consultado em 29-11-2018].


II.  Esta é uma das dezenas de  "histórias da CCAÇ 2533",  constante da brochura,  editada pelo ex-1º cabo quarteleiro, Joaquim Lessa, e impresso na Tipografia Lessa, na Maia (115 pp. + 30 pp, inumeradas, com fotografias). 

Já aqui foram reproduzidas essas histórias no nosso blogue com a devida autorização do editor e autores, a  partir de um ficheiro em formato pdf que nos chegou às mãos por intermédio do Luís Nascimento.  Recorde-se que a CCAÇ 2533, companhia independente, esteve sediada em Canjambari e Farim, região do Oio, ao serviço do BCAÇ 2879, o batalhão dos Cobras (Farim, 1969/71).

Hoje, para ilustrar a figura (e as agruras do) "quarteleiro", fomos repescar o texto da autoria do ex-1º cabo Silva, o "arrecadação" (sic), que foi destacado da "ferrugem" para exercer "ad hoc" as funções de responsável da arrecação de material ... [Parece que era prática corrente, no CTIG,  ir-se buscar um CAR - Condutor Auto Rodas, para exercer essas funções: um 1º cabo e, nalguns casos, também um soldado, para o auxiliar; pelo menos, foi a solução encontrada, por exemplo,  pelas subunidades de quadrícula do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), as CCAÇ 2404, 2405 e 2406.]

A designação mais corrente era "quarteleiro", mas também podemos encontrar no nosso blogue expressões equivalentes: "fiel da arrecadação", "1º cabo de manutenção de material"... Não sabemos se havia uma especialidade própria... Em geral, a função era ocupada por um 1º cabo, podendo haver um soldado "auxiliar de quarteleiro".

É um texto, delicioso pelo humor e a ironia...   Para poder embarcar para a metrópole, e regressar a casa, o Silva, o "responsável máximo" do material,  teve de pagar do seu magro bolso o valor de 15 cantis que faltavam no inventário  final (pp. 107-108). (**)


Memórias de um cabo quarteleiro



Todos sabem que eu fui nomeado para cabo quarteleiro da [CCAÇ] 2530.

Já em Chaves as coisas, para a minha parte, não estavam a correr muito de feição, pois algo me dizia que iria ter problemas de relacionamento com alguns superiores.

Eu já tinha 13 meses de vida militar e, portanto, não era um novato. Mas fui sempre um otimista. Como quarteleira, era responsável por grande parte do material operacional, desde armas a colchões…

Quando chegámos a Viana do Castelo, foi-me perguntado por uma mala que continha munições, e da qual eu desconhecia totalmente. Indagados os meus superiores, chegou-se à conclusão que ela tinha ficado em Chaves e, portanto, era necessário ir buscá-la.

E lá fui eu, já não me recordo com quem mais, até Chaves e, depois de uma viagem atribulada, lá conseguimos regressar a altas horas da madrugada à capital do Minho.

No embarque e durante a viagem no “Niassa”, nada mais de anormal ocorreu.  Chegados a Canjambari, lá me foram atribuídas as minhas responsabilidades, sempre debaixo das ordens de um sargento "trabalhador" e de um 1º sargento muito “atencioso”.

Tudo foi rolando com maior ou menor esforço até à altura de haver necessidade de se fazer um balanço, essencialmente dos cantis: faltavam quinze no stock!

Aqui foi a altura da porca torcer o rabo. Fez-se uma reunião na parada e vistoria às casernas, para pesquisar onde pudesse ter sido escondido esse precioso instrumento. Mas, depois de todo este aparato, nada foi detetado.

E, pronto, nesse dia voltou tudo ao normal, tudo ou quase tudo, pois eu como responsável máximo (, eu digo máximo pois abaixo de mim estavam o 1º e o 2º sargentos,) daquilo que tinha sido distribuído a todos os operacionais, tive como prémio ir um mês para o "mato" e, no final desse mês, fui deslocado para a "ferrugem", local de onde eu tinha sido deslocado em comissão de serviço.

Interessante foi quando fui escalado para fazer a minha primeira coluna. O nosso furriel foi ao meu lado para me dar o "consentimento". Foi lindo para mim esse dia de liberdade operacional.

Até irmos para Bissau, as coisas correram maravilhosamente bem. A equipa [de CAR] era muito boa: O Figueiras, o Alentejano, o Bigodes, o Duarte (ou o Rebenta-Minas), o Carneiro, o Nogueira,o Avelino, o Maurício… Deixei propositadamente para último o furriel Conceição [, furriel miliciano mecânico auto Nuno Mário Borges da Conceição].

Chegados a Bissau, fui confrontado com a necessidade do pagamento dos valores dos cantis desaparecidos. Ainda hoje me vem à memória a desculpa que tive de inventar para o meu Pai me mandar o dinheiro através de Carta de Valor Declarado para eu poder embarcar.

Enfim, coisas da nossa vida de militares.

1º Cabo Silva, Arrecadação


[transcrição em word, fixação e revisão de texto: LG; o 1º cabo Silva deve ser o 1º cabo condutor auto rodas (CAR) Joaquim Franscisco Santos Silva, de acordo com a relação nominal do pessoal da CCAÇ 2535]

___________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 28 de novembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19241: Em bom português nos entendemos (18): "Chabéu" e não "xabéu"... (= fruto, dendê, e prato de peixe ou carne confeccionado com óleo de palma)

(**) Vd. poste de 29 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16427: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXXIV - Memórias de um pobre cabo quarteleiro que teve de pagar, do seu magro bolso, o valor de 15 cantis que faltavam no inventário...

(***) Seleção de postes com referências ao "quarteleiro":

11 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17958: Tabanca Grande (451): António Joaquim de Castro Oliveira, ex-1.º Cabo Quarteleiro da CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69), 760.º Tabanqueiro

29 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16427: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXXIV - Memórias de um pobre cabo quarteleiro que teve de pagar, do seu magro bolso, o valor de 15 cantis que faltavam no inventário...

5 de agosto de  2014 > Guiné 63/74 - P13463: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XIX: A guerra dos colchões em que também esteve envolvido o Carlos Simôes, ex-fur mil op esp

13 de novembro de  2012 > Guiné 63/74 - P10665: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (2): Ainda a morte do Lajeosa, o nosso quarteleiro, vítima de tuberculose pulmonar

4 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10619: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (1): A morte do quarteleiro

10 de fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 – P5799: Histórias do Jero (José Eduardo Oliveira) (30): Força Carlos

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12551: E fazíamos grandes jogatanas de futebol (1): A equipa da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) (Fotos de Arlindo Roda)... E a nossa singela homenagem ao Eusébio, que foi o ídolo da nossa geração (Luís Graça / Cherno Baldé /António Rosinha/ Hélder Sousa / António Carvalho / C. Martins / Tony Borié / J. L. Fernandes)




Foto nº 95 > A equipa da CCA 12, vestida a rigor, com o equipamento a condizer: simbolicamente, camisola preta e calção branco... Esta era a equipa principal...em que tinha lugar o fur mil Arlindo Teixeira Roda (, o primeiro da primeira fila, a contar da direita). Mas, curiosamente, numa companhia em que as praças eram do recrutamento local (c. 100) e os restantes elementos (graduados e especialistas) de origem metropolitana (c. 50), não havia nenhum guineense...

Os soldados, fulas, etnia islamizada, não tinham especial apetência pela prática do futebol... pelo menos me Bambadinca.  Em todo o caso, na Guiné do nosso tempo, e devido à guerra o futebol estava praticamente confinado a Bissau... se bem, que houvesse também equipas de futebol no interior (Bafatá, Mansoa)... È verdade, o futebol era o desporto, por eleição, dos "tugas"...mas também foi um viveiro de dirigentes e militantes do PAIGC...

Recorde-se que havia dois clubes de futebol rivais em Bissau, o Sport Bissau e Benfica, e o UDIB (União Desportiva Internacional de Bissau). Os seus jogadores formavam, no incío dos anos 60, a base ou a quase totalidade da seleção de futebol da província da Guiné. Um terceiro clube era o Sporting Club de Bissau. E, fora de Bissau, destacava-se o Clube de Futebol Os Balantas de Mansoa, e ainda o Sporting Clube de Bafatá (já aqui referido várias vezes no nosso blogue, e que já existia pelo menos desde o tempo do Governador Sarmento Rodrigues).

Voltando à foto: o capitão, com a respetiva braçadeira, era o alf mil op esp Francisco Magalhães Moreira  (1º Gr Comb), o segundo da primeira fila, a contar da direita. O terceiro desta fila é o alf mil at inf António Manuel Carlão (2º Gr Comb), mais tarde destacado para o reordenamemto de Nhabijões (o maior ou um dos maiores da Guiné, no tempo de  Spínola).  Os restantes elementos eram  praças, uns operacionais e outros condutores. Com tempo e vagar, poderemos depois identificá-los..

Para já: na segunda fila, de pé, da esquerda para a direita, reconheço  o 1º cabo manut material João Rito Marques (se não erro), o 1º cabo aux enf Fernando Andrade de Sousa, o sold inf Arménio Monteiro da Fonseca (2º Gr Comb,  1ª secção), o 1º cabo escriturário Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares e o 1º cabo Manuel Alberto Faria Branco (2º Gr Comb, 3ª secção (Do último elemento não me ocorre o nome, embora me lembre dele).



Foto nº 94 > Outtra equpa da CCA 12, não sei se era a C... Mas todos ostenta o cráchá da companhia > Na primeira fila, reconheço, da esquerda para a direita, o 1º cabo cripto Gabriel Gonçalves (que também camntava e tocava viola), o alf mil op esp Moreira, o fur mil Roda, o  Arménio e o João Rito Marques, o nosso cabo quarteleiro. 

Em cima, e da esquerda para a direita, reconheço o fur mil at inf António Manuel Martins Branquinho, o 1º cabo Branco, o sold condutor auto Alcino Carvalho Braga, o sold básico João Fernando R. Silva, um elemento de que não me ocorre o nome (mecânico ? transmissões ?) e , por fim, o 1º cabo aux enf Sousa.


Foto nº 97 > Mais craques da bola... A gloriosa equipa de futebol de onze  da CCAÇ 12 donde se destacam, entre outros os nossos tabanqueiros Joaquim Fernandes (ex-Fur Mil At Inf, o primeiro, de pé, a contar da direita), o Tony Levezinho (ex-Fur Mil At Inf, o terceiro, na primeira fila, a contar da direita), o Arlindo Tê Roda (ex-Fur Mil At Inf, o quinto, na primeira fila, a contar da direita), e o João Rito Marques ( nosso cabo quarteleiro, 1º Cabo Manutençã de Material, que vive hoje em Sabugal)... Ainda na segunda fila, o terceiro a contar da esquerda, em tronco nu, é o 1º Cabo At Inf Carlos Alberto Alves Galvão (, que vive na Covilhã, e continua ligado ao associativismo desportivo). Não consigo identificar o jovem guarda-redes, que era um dos nossos soldados guineense.

Fardados, de pé, na segunda fila, da direita para a esquerda, 1º Sargento Cavalaria Fernando Aires Fragata (que foi depois fazer o curso de oficiais de Águeda, se não me engano; dei-lhe explicações de português; não sabemos se é vivo e onde mora); o 2º Sarg Inf Alberto Martins Videira (, vive ou vivia em Vila Real); 2º Sarg Infantaria José Martins Rosado Piça (,vive em Évora; e ainda pelo Natal falámos ao telemóvel); e o 1º Cabo José Marques Alves (que pertencia à 2ª secção do 2º Gr Comb, a secção do Humberto Reis, que chamava "Afredo" ao Alves:infelizmente, deixou-nos o ano passado)... 

Entre o Videira e o Piça, estão mais dois camaradas da CCAÇ 12, um fardado, soldaddo condutor auto é o Alcino Braga, e um à civil, cujo nome não me ocorre).


Foto nº 113 >  Desta vez, o nosso jovem guarda redes em ação



Foto nº 103 > Uma perigosa jogada do Arlindo Roda, acossado pelo alf mil inf Abel Maria Rodrigues (3º Gr Comb(, se não me engano...


Foto nº 99  > A> legenda podia ser: "A angústia do guarda.-redes antes do penalti"...


Foto nº 98 > O craque Arlindo Roda (1)


Foto nº 115 >  O craque Arlindo Roda (2)


Foto nº 106 > O craque Arlindo Roda (3)


Foto nº 102 > Aspeto parcial do campo de futebol de onze... Havia um outro, para futebol de cinco...


Foto nº 107 > Uma partida no tempo das chuvas (1)



Foto nº 111 >  Uma partida no tempo das chuvas (2)


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Fotos do álbum do Arlindo Roda (ex-fur mil at inf, 3º Gr Comb) quem, além de excelente fotógrafo, sempre foi um praticante de desporto, em Bambadinca, e nomeadamente de futebol.... Era também exímio jogador de cartas. E hoje sei que é craque do xadrez e das damas. Infelizmente não o vejo desde 1994...

Apesar da intensa atividade operacional, e das duras condições cimatéricas da Guiné (elevada tempatura e humidade do ar), os graduados e os especialistas da CCAÇ 12 gostavam de jogar à bola. Mais de um terço do grupo metropolitano (que não ultrapassava a meia centena), jogava à bola: que me lembre, todos os oficiais (incluindo o cap inf Carlos Alberto Machado Brito, hoje cor ref) jogavam à bola...

Dos furrieis operacionais, quase toda a gente jogava, até para se manter em boa forma física: lembro-me do António Branquinho (1º Gr Comb), do Tony Levezinho e do Humberto Reis (2º Gr Comb), do  Luciano Severo de Almeida  (já falecido) e do Arlindo Roda (3º Gr Comb), do António Fernando R. Marques e do  Joaquim Augusto Matos Fernandes [ 4º Gr Comb)... Ficavam de fora os não operacionais: o vagomestre (Jaime Soares Santos), o enfermeiro (João Carreiro Martins), o transmissões (José Fernando Gonçalves Almeida)... (Pelo menos não me lembro de os ver equipados e a correr atrás da bola: a única exceção seria talvez o 2º srgt inf Alberto Martins Videira)...

Eu, pelo contrário, acho que nunca dei um simples chuto numa bola, na Guiné... Tenho pena: ter-me-ia feito bem... Também me parece que o Joaquim João dos Santos Pina (1º Gr Comb) e o José Luís Vieira de Sousa (3º Gr Comb) também não eram muito "futebolerios"... Do fur mil MAR Joaquim Moreira Gomes, o furriel da "ferrugem",  também já não me lembro bem se jogava ou não... O 2º srgt inf Piça, que acabou por fazer as vezes do 1º sargento, chefiando a secretaria, também não jogava: tinha já os seus 38 aninhos, tal como de resto o capitão...

Fotos: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendas: L.G.]


1. A morte de um ídolo da nossa geração, e de uma imagem de marca de Portugal, o Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014), levou-me a deitar mão das nossas fotos de arquivo, relacionadas com o futebol e as jogatanas que fazíamos no intervalo da guerra no TO da Guiné.

É também uma forma, nossa, singela, de homenagear,  no blogue da Tabanca Grande, o primeiro futebolista português e africano a ganhar a Bola de Ouro (1965), prestigiado galardão criada pelo jornal desportivo France Football.  Alguém lhe chamou o primeiro herói negro português... Filho de pai branco, angolano, e de mãe, negra, moçambicana, Eusébio acaba de entrar  hoje no Olimpo, espaço etéreo, mitológico, só reservado aos deuses e aos heróis.

Não sou muito dado às emoções futebolísticas, muito menos clubísticas. Em toda a minha vida, vi ao vivo, "in loco", dois ou três jogos de futebol, acompanhando o meu pai ... Uma ou duas vezes no antigo estádio de futebol do Benfica. E outra no estádio atual. Também tenho reservas mentais ao fácil unanimismo que a morte das figuras públicas desencadeia em Portugal, com os meios  de comunicação social (com destaque para a TV) a explorar, sem pudor e até à exaustão, as emoções dos vivos...  Mas ontem fui, de bom grado, ao Estádio da Luz, prestar uma anónima homemagem ao Eusébio, com o meu filho João, e, em espírito, com o "meu pai, meu velho, meu camarada", Luís Henriques (1920-2012)... Fomos lá por ele e pelo Eusébio, o "pantera negra" que deixou ontem de rugir...

Estamos todos de luto, Portugal, Moçambique, a lusofonia, a África e o Mundo. Mas foi bonita a homenagem de despedida que os portugueses lhe fizeram... Independentemente da origem, da cor da pele, da geração,  do clube, do credo religioso, da opção político-ideológica, dos ódios de estimação, dos preconceitos... de cada um. Fizemos, de algum modo, também a catarse de muitas das nossas perdas, nestes últimos anos ou até décadas, a começar pela perda de entes queridos, de amigos, de valores, de memórias, de líderes e de figuras de referência... É para isso também que o luto serve. (LG)


2. Depoimentos de amigos e camaradas (*)

(i) Cherno Baldé:


Caros amigos: Quem não se lembra da imagem do Eusébio, o Pantera Negra, banhado em lágrimas, à saida do mítico e fascinante estádio de Wembley e a legenda de "A Bola" com as palavras cheias de perplexidade e de interrogações sobre a derrota que Portugal e Eusébio acabavam de sofrer, assim nesses termos: "Quando um Homem chora, alguma razão há".

Em 1966, quando isso aconteceu, eu teria mais ou menos 6 anos e, é claro, , na altura, não podia nem ver e muito menos ler estas palavras de "A Bola", mas acontece que este acontecimento foi tao badalado e a imagem tão sacralizada que nos 10 ou 15 anos que se seguiram,  ninguém podia ficar indeferente.

Contou-me um colega de infância que, em 1987,  o Cavaco Silva,  então Primeiro Ministro de Portugal, veio a Guiné e com ele veio o Eusébio. E no decorrer de uma visita que fez ao Clube do Benfica de Bissau, afirmara que a derrota com a Inglaterra,  em 1966, tinha sido, antes de tudo, uma derrota política, isto é, que o regime de então, através da PIDE, não queriam perder um aliado tão importante como a Inglaterra, humilhando-a com uma derrota.

Hoje parece incompreensível que isto tenha acontecido, mas entra perfeitamente na lógica dos difíceis tempos de então, com Portugal cada vez mais isolado e a enfrentar várias frentes de guerra subversiva e com forte cariz ideológico, ao mesmo tempo.

Obrigado aos editores por terem repescado este pequeno naco das minhas lembranças de infância.

O caso de Eusebio serve também para relembrar,  aos que ainda duvidam,  que na altura não era importante e imprescindível nascer na Metrópole (Portugal de hoje) ou nascer branco e Europeu para amar, chorar, lutar e morrer por Portugal e a sua bandeira.

A proposito, há menos de um mês, durante uma viagem à aldeia, gravei a voz de um antigo milícia, meu familiar, iletrado,  que, ainda hoje, passados mais de 40 anos de recruta, consegue reproduzir na íntegra o hino de Portugal e o texto do cerimonial de jurar bandeira. Vou guardar, como diz o nosso amigo Torcato Mendonça.

Um abraço amigo,

Cherno Baldé

(ii)  António Rosinha:

Eusébio representou a imagem da Selecção de Portugal durante a nossa geração. Mas mais que os simples pontapés na bola, Eusébio para Portugal e para a Europa representou uma mudança no olhar de toda a Europa sobre os africanos.

Eusébio foi uma "lança na Europa".

Eusébio representa uma portugalidade com mais de 500 anos.

Eusébio, embora através da bola, é de um simbolismo que ultrapassa o futebol.

(iii) Hélder Sousa: 

Caros camaradas: A 'magia do futebol' não tem nenhuma culpa do que os 'poderes instituídos' fazem, ou possam fazer, para aproveitar as emoções populares.

Isto vem a propósito de já ter visto escrito por aí, na net, aliás como é costume em situações similares, algumas palavras mais 'azedas' por causa da 'excessiva visibilidade' dada a este caso do falecimento de Eusébio. E o facto do Poder, que tanto descontentamento tem produzido, ter decretado 3 dias de luto nacional também contribui para essas animosidades.

Mas a grande verdade é que o futebol, para além dos grandes negócios e interesses que move, é um desporto ao alcance das grandes massas populares, em qualquer lugar se pode jogar, estreita relações, fomenta amizades e pode ajudar a esbater diferenças. Daí que o poder, em qualquer tempo, em qualquer lugar, tenha sempre a tentação de o utilizar.

Não são raros os relatos que contam como durante os tempos dos grandes jogos, fossem da Selecção, fossem entre clubes com maior visibilidade, não haviam 'ataques' ou 'flagelações' às nossa posições.

E este relembrar do que o Cherno nos dá conta é igualmente uma indicação forte de como o futebol fascina, atrai e consolida relações e recordações.

Que viva Eusébio!

Abraços, Hélder S.

(iv) António  Carvalho:

Caríssimos:b Esta figura muito real do Cherno, nosso amigo muito querido, continua com as suas interessantíssimas crónicas, para nosso regalo e para proveito da história e dos historiadores que a hão de fazer.
Na verdade, o ângulo sob o qual o Cherno narra a "guerra", é de uma importância crucial para a percebermos. Então, como se depreende dos episódios que aqui nos vai narrando, os meninos da tabanca funcionavam como elos de ligação entre nós combatentes e a população, assumindo-se assim como portas netre o espaço do quartel e a comunidade autóctone. É certo que, nalguns casos, a geografia do quartel coincidia com a da comunidade civil mas, mesmo assim, era de grande utilidade a colaboração da criançada no estabelecimento de uma boa relação com a população senior até pela sua rápida aprendizagem da nossa língua. Lembro-me bem da doçura de muitas meninas e meninos e como os seus sorrisos mitigavam o nosso sofrimento.Na verdade, nem sempre retribuíamos essa doçura. O Cherno fala disso com toda a verdade e com alguma diplomacia...ele é um fazedor de paz. Por isso a minha gratidão.

Um abração, Carvalho de Mampatá.

(v) C. Martins:

Estou triste .. muito triste..morreu o meu ídolo de infância.

Conheci-o pessoalmente através de um amigo comum e posso assegurar que era mesmo como dizem.. humilde.. generoso.. companheiro.. preservava a amizade acima de tudo.

Partiu cedo demais..mas como esse meu amigo, infelizmente também já desaparecido, dizia..."foi-se mas gozou a vida".

EUSÉBIO É ETERNO..VIVA O EUSÉBIO.

C.Martins


(vi) Tony Borié

 Olá,  Cherno:  "…nós éramos crianças e naturais da terra, na altura, não sentíamos o efeito do calor…". Era verdade, vocês viviam em redor de nós, lá no aquartelamento, que tínhamos vindo da Europa, com roupa camuflada, sofríamos entre outras coisas o efeito do calor e cá dentro, no fundo, também queríamos brincar à bola, também tínhamos os nossos heróis da bola, pois ainda éramos "umas crianças", mas um pouco mais crescidas.

Cherno, gostei do teu poste, onde lembras os teus amigos e heróis de criança, o Eusébio, não passava despercebido a quase ninguém, também era o meu herói, esteve comigo por duas vezes, uma vez em sentido, na "formatura" na parada de recolher, no Depósito Geral de Adidos, em Lisboa, onde eu estive temporariamente, no final, quando "sargento dia" mandou destroçar, fui junto dele e cumprimentei-o, outra vez aqui na cidade de Atlantic City, onde houve uma festa num Casino, assinalando o "Dia de Portugal".

Era uma figura de Portugal, era um "Embaixador", por sinal muito educado, paz à sua alma.

Um abraço Cherno, Tony Borie.

(vii) J. L. Fernandes:

Caro amigo Cherno Baldé

Os dois últimos parágrafos do teu comentário, atingiram-me o coração e os olhos arrasaram-se de água, água pura... pela dor imensa, de tanto sofrimento em vão.

Que pelo menos nos fique esta certeza;
- A de podermos continuar a ser irmãos.

Um abraço fraterno
JLFernande

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Nota do editor: