domingo, 11 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9180: Troca dos últimos prisioneiros: 35 guerrilheiros do PAIGC e 7 militares portugueses (Parte II) (Luís Gonçalves Vaz)

1. Mensagem do nosso camarada e amigo Sousa de Castro:


Data: 5 de Dezembro de 2011 20:44

Assunto: Troca de prisioneiros na Guiné

 Caro Luís Vaz  [, foto à esquerda]



Agradeço uma vez mais os documentos que comentou no m/blogue, documentos que transformei num poste, [com data de 5 do corrente,]  no meu blogue CART 3494 & Camaradas da Guiné  para melhor poderem ser visionados. 


 Por outro lado tomei a liberdade de pesquisar sobre sua pessoa, juntando a sua foto junto do texto. Porém, agradecia que os próximos textos me enviasse em formato word tendo em conta que estes documentos, considero, não comentários, mas sim textos que devem ser divulgados.

Com os melhores cumprimentos,
Sousa de Castro


2. Ainda a troca dos últimos prisioneiros na Guiné 

por Luís Gonçalves Vaz


Caro Editor:

Relativamente à troca de prisioneiros no teatro de operações da Guiné (*), gostaria ainda de adiantar, com base no Relatório da 2ª Repartição do QG do CTIG (Comando Territorial Independente da Guiné), autenticado pelo Chefe da 2ª Rep, o Major de Infantraia
 Tito José Barroso Capela, classificado na altura como um Dossiê SECRETO, a saber:

De acordo com o previsto no Acordo de Argel, tudo se preparou (da parte dos Portugueses), para que a operação  "troca dos prisioneiros" se efectuasse na data estipulada. Assim a 9 de Setembro [de 1974], seguiram de Bissau para a Aldeia Formosa os 35 prisioneiros (guerrilheiros do PAIGC),que no dia anterior tinham vindo da Ilha das Galinhas, e a comitiva das nossas tropas que os acompanhavam. 



Esta era constituída por, a saber:  2ª Comandante do CTIG, Coronel Tir  CEM Santos Pinto; Director do Hospital Militar, Tenente-coronel médico Viegas; Chefe da 2ª Rep. do CTIG, major de Inf Tito Capela e o Comandante do COP5, capitão-tenente da Marinha Patrício; Major de Infª Hugo dos Santos; 1ª Tenente da Marinha Brandão,  capitão de Cav Sousa Pinto; capitão de Cav  Ramalho Ortigão e dois soldados da Polícia Militar. 


Todos estes elementos foram transportados de Nord Atlas, comandado pelo capitão piloto-aviador Carvalho, que fez duas viagens entre Bissau - Formosa e que levou igualmente um representante do PAIGC, o comandante Lamine Sissé, e cerca de vinte jornalistas nacionais e estrangeiros que se propunham fazer a cobertura do acontecimento.


A permuta de prisioneiros não chegou a efectuar-se em 9 de Setembro de 1974,em virtude do PAIGC não ter apresentado os Prisioneiros das NT (nossas tropas), retidos em seu poder, nessa data. Como consequência, os elementos das NT e jornalistas (nacionais e estrangeiros) regressaram pelas 16h00 a BISSAU, tendo ficado em Aldeia Formosa o capitão-tenente Patrício com os 35  PG/PAIGC, que aí aguardaram até a chegada dos PG/NT.


 Nesse sentido, o Encarregado do Governo da Guiné telegrafou à Direcção do PAIGC manifestando a sua estranheza pela não apresentação dos Prisioneiros de guerra por parte do Partido. Em resposta, Luís Cabral apresentaria desculpas esclarecendo que a demora tinha sido devida "ao mau estado das estradas", não tendo sido possível por isso transportar os prisioneiros como fora planeado...

Imediatamente após a troca, foi feita a identificação: soldados António Teixeira, Jacinto Gomes, António da Siva Baptista, Manuel Pereira Vidal;   e 1ºs cabos Duarte Dias Fortunato, Virgílio da Silva Vilar e Manuel Fernando Magalhães Vieira Coelho), tendo os prisioneiros e a comitiva regressado de avião a Bissau.  Ficaram instalados no Hospital  Militar de Bissau, e no dia seguinte, dia 15 de Setembro de 1974, seguiram por via área para Lisboa.

Luís Gonçalves Vaz

[, filho do último Chefe e Estado-Maior do CTIG, Coronel Henrique Gonçalves Vaz, foto à direita]



(Continua)


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Nota do editor:


(*) Vd. poste de 5 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9136: Troca dos últimos prisioneiros: 35 guerrilheiros do PAIGC e 7 militares portugueses (Sousa de Castro / Luís Beleza Gonçalves Vaz

Guiné 63/74 - P9179: Fragmentos da minha passagem pela tropa (Carlos Rios) (1): Saída para o mato em noite de tempestade

1. Mensagem do nosso camarada Carlos Rios* (ex-Fur Mil da CCAÇ 1420/BCAÇ 1857, Mansoa e Bissorã, 1965/66), com data de 25 de Novembro de 2011:

Caros ex-camaradas de Armas
GRATIDÃO; é a palavra que a emotividade, condicionante de expressar o que pretenderia expressar aos ex-camaradas Luis Graça, Carlos Vinhal e Virginio Briote, por terem acolhido e incentivado o meu pedido de pertencer a este blogue de cariz grandemente socializante e de uma solidariedade incomensurável e que em mim fortalece um dos factores estruturantes do meu pensamento, “este Mundo pode ser sempre melhor”.

Não posso deixar de elogiar a excelente ideia e a extraordinária qualidade deste espaço criador de imensa empatia. Bem hajam!

P.S. – O meu estado de saúde actual não me permite, mas hei-de comparecer aos convívios que me permitam conhecer pessoalmente extraordinários seres humanos.

Em anexo: - Uma das esparsas memórias da minha passagem pela tropa. Tenho algumas escritas e já a esmo por um imenso grupo de folhas soltas. Algumas são perfeitamente rocambolescas e outras de momentos agradáveis; enfim sempre foram oito anos.

Com um abraço fraterno
Carlos Rios

FRAGMENTOS DA MINHA PASSAGEM PELA TROPA (1)

Saída para o mato em noite de tempestade

Hoje, por sobre o aquartelamento e redondezas desencadeou-se um tremendo temporal que faz desta noite um tempo de temores e sobressaltos, tal é a quantidade de água da chuva que mais parece uma catadupa permanente que se abate sobre tudo, acompanhada do mais rigoroso trovejar e com relâmpagos, com só vi na Guiné, e que são de tal modo que se vêem em sequência por centenas de metros iluminando tudo até para lá da pista de aterragem, a ponto de se entreverem difusamente os contornos do início da floresta da Bianga .

Tite > Junho de 1965 > Uma noite de tempestade
Foto: © Santos Oliveira (2008). Direitos reservados

Tudo se me afigura intimador e desconhecido. Entretanto já bastante tarde foi mandado chamar o nosso guia, Malam Sanhã. Era um homem já de idade (um homem grande) de porte altivo e forte presença, era muçulmano e usava os trajes condizentes, homem de poucas palavras, aceitava a missão de nos guiar e encaminhar para os locais onde pretendíamos agir sem o mínimo comentário; entendia-nos perfeitamente.

Reunida a Companhia, já transformada em três pelotões, e mesmo em face aquelas inóspitas condições, lá tivemos que sair para o mato, sendo que apenas saímos com dois grupos acompanhados dos sempre presentes elementos das milícias, com alguns dos quais estabeleci fortes laços de amizade, e alguns carregadores que sempre nos acompanhavam, (estes elementos eram recrutados entre a população e iam sem qualquer armamento levando em bolsas adaptadas as granadas de Bazooka e de morteiro e aos quais era pago uma quantia ridícula; desta vez tive ao vir atrás trocar impressões com alguns camaradas, pois o meu lugar era como de costume o segundo, no caso logo atrás do Malan, a desdita de verificar que um destes pobres apresentava indícios de sofrer de poliomielite ou qualquer outra doença, pelo que lhe era bastante difícil caminhar; mas coitado pelos míseros pesos=escudos que iria receber lá ia sujeito a por ali ficar. Que desumanidades cometemos.

Lá avançámos a caminho do objectivo debaixo daquela tempestade do fim do Mundo, encaminhamo-nos, depois de atravessar a tenebrosa mata da Bianga, período durante o qual se afastou o temporal a que se seguiu um opressivo silêncio e escuridão de tal monta que tivemos de nos agarrar todos ao elemento da frente e onde amiudadas vezes caíamos ou batíamos com a cara na coronha da arma desse elemento. Valeu-me nesta aflição ser o segundo logo atrás do Malan Sanha e as suas roupas serem mais claras. Aproximamo-nos do Rio Geba e ouviam-se nitidamente, para além de indecifráveis e misteriosos ruídos, uns estalos secos, que mais pareciam tiros à distância.

Questionei o Malan Sanha!

E este na sua superioridade cultural e calma placidez apenas disse:

- É a mar… Rios, é a mar…

É verdade, os estalidos provinham do tarrafo que crescia a esmo à beira dos canais do Geba e em todas as enchentes de maré estalavam muitos e provocavam aqueles ruído seco.
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 3 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9134: Porto de Abrigo (Carlos Rios) (5): A atribuição de Cruz de Guerra e apresentação de quadros diversos

Guiné 63/74 - P9178: (Ex)citações (165): Agora já não há contenda, embora às vezes me pareça que para alguns, ela, a contenda, ainda perdure (Francisco Godinho)

1. Comentário do nosso camarada Francisco Godinho, (ex-Fur Mil da CCAÇ 2753 (Os Barões do K3), Madina Fula, Bironque, K3 e Mansabá), deixado no Poste Guiné 63/74 - P9149: (Ex)citações (161): Fomos capazes de manter respeito e amizade uns pelos outros e mesmo de deixar saudades (José Brás):

Caríssimos!
A questão central era, penso eu, e se não for corrijam-me, poder este Blogue, comportar, estar aberto, incluir opiniões, relatos de situações vividas, pontos de vista, dos dois lados da contenda, ao tempo. Agora já não há contenda, embora às vezes me pareça que para alguns, ela, a contenda, ainda perdure, viva e "assanhada". Enfim, pontos de vista...!

Penso que, os fundadores (pais da criança) deste nosso Blogue, principalmente o Luís, e se calhar o Vinhal e o V. Briote, idealizaram, imaginaram, criar um espaço onde os dois lados do conflito (repito já terminado) pudessem dissecar, exorcizar fantasmas, contar a história (quase sempre mal contada por outros) pelo seus próprios protagonistas, ou seja, nós, e os outros, do outro lado. E aceitá-los, aos "outros", caso o desejem, como membros de pleno direito, do colectivo que é o nosso Blogue.E aqui, o "colectivo", para que não surjam dúvidas, não tem nada de conexões políticas, garanto.
Então porque não aceitar as versões deles?- Evidentemente que poderão estar, algumas, como direi, inquinadas de algo que poderemos não concordar, assim como do nosso lado, se calhar, também alguns deles, os poucos que nos lerão, infelizmente até por razões de expectativa de vida - morrem muito mais cedo que nós- se calhar direi eu, também não concordarão.
Mas é assim, sempre foi assim, sempre há duas, ou mais, verdades, há sempre (como agora soi dizer-se) direito ao contraditório.
E assim, como aliás os nossos estatutos, as nossas regras de jogo prevêem e estipulam, se estabelecem consensos para os "homens de boa vontade". Mas temos que ser "homens de boa vontade", nós e eles evidentemente.

Uma coisa é certa, como bem diz o Zé Brás, fomos capazes, teremos que continuar a ser capazes, de manter o respeito e a amizade uns pelos outros.
Durante o conflito, em zona de combate, durante as acções, no calor da refrega, obviamente que, se calhar, foram cometidas, ou melhor, não foram evitados certos excessos, certos exageros, cruéis até por vezes, de parte a parte, pelas mais variadas razões, não vamos agora aqui escalpelizar, ou até branquear porque já não resolvemos nada, o tempo e os actos já não voltam atrás.

Há um aspecto, ligado a isto do respeito e consideração pelos outros, os do "outro lado duma guerra" que queria compartilhar, trazer ao "terreiro" desta nossa catarze sobre a guerra que protagonizámos, cada um no seu tempo como é bom de ver.
Conheço há já algum tempo, anos largos até, um ex-combatente da Guiné como nós, é quase meu vizinho aqui no concelho do Seixal, e do qual eu sabia ter estado na Guiné, penso que em 1967/1968. Ele é de poucas falas sobre isso, um pouco introvertido até, enfim eu de certo modo respeitava isso, embora lhe fosse dizendo que era bom falar, desabafar, convidei-o inclusive para o Blogue, mas ele nada. Agora há para aí um mês, mais coisa menos coisa, e a propósito de um destes programas da nossa TV sobre prisioneiros de guerra, é que ele me confessou que esteve prisioneiro em Conakri quase 2 anos, e que veio naquele grupo libertado aquando da operação "Mar Verde" do Alpoim Calvão".
É o António Teixeira (não o nosso Fermero Tichera claro) é outro Teixeira que pertenceu à CArt 1746, que estava em Geba, e ele estava no Destacamento de Cantacunda com o seu Grupo de combate (na altura comandado pelo Fur. Mil. Vaz, creio que o Alf. Mil. que o comandava estaria de férias na Metrópole -livrou-se de boa, o fulano - e creio que em Junho de 68, o PAIGC atacou o Destacamento, derrubou o arame farpado, parece que não havia iluminação adequada, e quando deram por ela, estavam completamente cercados e neutralizados. Creio que ainda conseguiram fugir para a mata 9 ou 10, distavam de Geba cerca de 40Km, mas ele e mais 11, incluindo o Furriel, foram apanhados à mão e levados pelo PAIGC. O Marques Lopes, nosso tertuliano, creio que era Alf. Mil. dessa mesma CArt 1746, mas que, penso, já há data, nao estar na Companhia por ter sido ferido e posteriormente evacuado para Lisboa, tem este episódio bem escalpelizado no seu Blogue "Coisas da Guiné" e não vou alongar-me mais sobre isto.

O que eu queria dizer fundamentalmente, é que, e repito, o Teixeira tem falado comigo sobre isto, muito a custo. Durante o trajecto a pé, com sapatilhas que era o que trazia calçado na altura, atravessou o Oio todo, inclusive o rio Cacheu, pois foram primeiro ao Senegal, trataram-lhe dos pés que estavam como calculam numa desgraça (a ele e aos outros), foram recebidos de forma correcta pelo Luis Cabral, e depois, já de camião, para Conackri, onde estiveram cerca de 18/19 meses, até à libertação pela "Mar Verde" creio que em Nov/70 (Luis, confirma s.f.f.) e segundo ele nunca foram maltratados. Inclusive até recebiam os jornais (A Bola, etc., etc.) que a família lhes mandavam, só que, como se compreenderá, com alguns dias de atraso.
Espero, e disso já dei conta ao Luís via telefone, "arrancar-lhe" mais algumas coisas para poder partilhar convosco, mas não posso prometer muito. Inclusive vou tentar falar com o Vaz, o tal Furriel que também lá estava, visto que o Teixeira tem o contacto dele, e vamos almoçar os três um dia destes, a ver se é mais loquaz.

Como vêem, depende apenas de pessoas, Comandantes neste caso, o respeito pelos outros, seja de que lado for.

Até sempre
Francisco Godinho
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Nota de CV:

(*) Vd. último poste da série de 9 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9170: (Ex)citações (164): Furriel, turra é preto e vaca é branca!... (Henrique Cerqueira)

sábado, 10 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9177: Blogpoesia (172): Uma a uma, tomei nas mãos as Kalashs... (António Graça de Abreu)

1. Sobre a construção da estrada Jugudul-Bambadinca, de que temos aqui falado, ultimamente, a propósito da localização de Polibaque, encontrei um apontamento poético do António Graça de Abreu (AGA), no seu Diário da Guiné, que merece ser divulgado no nosso blogue, na série Blogpoesia... 


Quem passa por lá hoje, vindo de Bissau, a caminho do leste ou do sul, não imagina quanto suor, sangue lágrimas custou, tanto ao PAIGC como às NT e aos civis guineenses que lá trabalharam,  aquele troço de estrada... 


No final de Julho de 1974, quando o BCAÇ 4612/72, deixou a responsabilidade do Setor 04 (Mansoa),  a estrada Jugudul-Bambadinca tinha uma extensão de 25 km asfaltados (a asfaltagem começara em Fevereiro de 1973, mês em que se concluíram os 7 primeiros quilómetros; em Junho de 1973, os trabalhos estavam no quilómetro 14; um ano depois no 25).




2. No seu Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura (Lisboa: Guerra e Paz, 2007, p. 109), escreveu AGA o seguinte (que reproduzimos com a devida vénia):




Mansoa, 11 de Junho de 1973


Dois pelotões da 38ª de Comandos , afectos ao CAOP1,] foram dar uma ajuda à tropa do batalhão [, BCAÇ 4612/72,] que fazia a segurança nos  trabalhos da estrada Jugudul- Bambadinca e foi flagelada. Houve contacto com o IN e os Comandos que não sofreram feridos, fizeram quatro mortos. Para o CAOP [, Mansoa,] trouxeram as armas dos guerrilheiros, três Kalashikovs e uma Simonov de fabrico russo e chinês. Eu escrevi:


Quatro armas frias,
puras do húmus da terra,
de sangue ainda fresco,
num pano de lona verde.


Uma a uma,
tomei nas mãos as Kalashs,
culatra atrás, bala na câmara,
patilha de segurança.


As armas dos homens que tombaram,
outra vez caídas,
silenciosas, mortas.
O canto doloroso da razão.


3. Comentário de L.G.:


Esta acção não vem referida na actividade operacional do mês de Junho de 1973, constante da História da Unidade do BCAÇ 4612 (Mansoa, 1972/74), talvez por que a 38ª CCmds dependesse do CAOP1 e não do comando do batalhão, sediado em Mansoa.


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Nota do editor:


Último poste da série > 7 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9152: Blogpoesia (171): Guineíades - Memórias de uma Comissão (António Tavares)

Guiné 63/74 - P9176: Ser solidário (117): Espectáculo de Solidariedade de Apoio aos Ex-combatentes Vítimas do Stresse de Guerra (Beja Santos)



1. Mensagem de Mário Beja Santos* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 7 de Dezembro de 2011.

  
Espectáculo de Solidariedade de Apoio aos Ex-combatentes Vítimas do Stresse de Guerra


Bilhetes a partir de 5€ 

9 DE DEZEMBRO DE 2011 > Guiné 63/74 - P9172: Ser solidário (116): Inauguração do Centro Materno-Infantil de Elalab no dia 26 de Novembro de 2011 (AD / José Teixeira)


Guiné 63/74 - P9175: Alguns apontamentos sobre a acção da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4616 (Xitole, 1973/74) (2): Tangali, Março de 1974: Senti-me mal, muito mal, quando de repente dei conta que estava ali como mero colector de impostos!... (José Zeferino)


Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Xitole > 2ª CCAÇ /BCAÇ 4616 (1973/74)  > Com o alferes Simas, à direita, da 1ª CCAÇ do 4616,de Mansambo, em Agosto de 1974. Na cambança... 
.



Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Xitole > 2ª CCAÇ /BCAÇ 4616 (1973/74) > O Alfg Mil Zeferino, no Rio Corubal, na cambança,  a bordo de uma canoa.




Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Xitole > 2ª CCAÇ /BCAÇ 4616 (1973/74) > A tabanca de Cambesse, vista da picada.


Fotos: © José Zeferino (2011). Todos os direitos reservados.




1. Mensagem do nosso amigo e camarada José Zeferino, ex-Alf Mil, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4616 (Xitole, 1973/4):


Data: 7 de Dezembro de 2011 19:43

Assunto: Alguns apontamentos sobre a acção da 2ª CCAÇ do BCAÇ 4616 / 73-74 na Guiné (*)

 Caro Luís:


Depois de algum tempo sem estar com os camaradas, só por visitas ao blogue, volto a propor mais um texto sobre situações vividas na Guiné. Não tendo tido grande disposição,por vários motivos, para convívios ,optei por não levar esse meu estado de espirito para a nossa Tabanca.

Espero em breve poder dar um abraço aos camaradas.

Como não concordo nem uso o "novo acordo ortográfico" – penso que a evolução de uma linguagem escrita não deve ser decretada por governantes – peço-te que não o apliques. Arranha-me a cabeça quando leio algo com essa nova ortografia.

Um grande abraço para ti e todos os camaradas da Guiné

José António dos Santos Zeferino



2. Março de 1974


Tangali era uma pequena tabanca, a sul do Xitole, de passagem para o local, no rio Corubal, onde se fazia a cambança de víveres frescos e correio provenientes, em última escala, da Aldeia Formosa. Normalmente duas vezes por mês.

A população parecia-me a menos empenhada, na nossa zona, em ter boas relações connosco. Muito diferente de, por exemplo, Cambesse, com milícia em auto-defesa, onde se vivia uma cooperação excelente.

Ao contrário da zona a norte – Ganha Balanta, Endorna, Galo Corubal e Duá – esta não nos dava grandes preocupações: alguns, poucos, patrulhamentos e ainda uma operação, a nível de companhia,  com duvidoso apoio da aviação.

Nesse dia estava o meu Gr Comb escalado para uma "acção" que pensei ser de teor psicológico junto da população. Contava com a presença do nosso capitão.

O chefe da tabanca recebeu-nos com as suas vestes compridas, brancas. Nas suas mãos uma caixa de metal, calcinada, e com cinzas no interior. Justificava, um pouco exaltado, ao nosso capitão, o não pagamento de um imposto por se terem incendiado os valores que estariam dentro da caixa!

Mais: o incêndio teria sido provocado por uma ponta de cigarro que um soldado teria lançado quando de uma passagem de ou para o ponto de cambança.

Quando me apercebi que, afinal, estava ali como um mero colector de impostos, afastei-me da discussão. 

Não sei como ficou resolvida a questão. Nem procurei saber! Lembro-me que me senti mal. Muito mal!


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Nota do editor:


(*) Vd. poste de 17 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4545: Alguns apontamentos sobre a acção da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4616 (Xitole, 1973/74) (1) (José Zeferino)

Guiné 63/74 - P9174: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (3) (José Martins)

1. Terceira parte do trabalho do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), sugerindo razões para a construção de um Monumento aos Mortos na Guerra do Ultramar (1961/74) do então Concelho de Loures.

UM NOVO MONUMENTO AOS QUE TOMBARAM PELA PÁTRIA!

Os Nossos Heróis…

Aqueles que morreram pela Pátria

O lema da FMAC – Federação Mundial dos Antigos Combatentes, organização internacional, não governamental, que reúne mais de 150 associações de antigos combatentes e vítimas de guerra de 88 países, é:

“Nenhuma voz é mais qualificada para defender a paz, 
do que a dos homens que combateram na guerra.”

Na realidade cabe àqueles que, tendo empunhado uma arma, no combate directo e/ou no seu apoio, devem transmitir toda a sua experiência aos vindouros – seus filhos e netos – para que eles saibam o que é o terror da guerra e, por todos os meios, evitem que a guerra exista.
Outros porém, também intervenientes nos conflitos, tombam ao defenderem a Pátria, tal como lhes disseram quando os mobilizaram.
Esses deixaram de ter voz, ainda que os seus camaradas saibam que “os seus gritos” ecoam pela terra mas são insonoros e, portanto, só os seus camaradas têm a possibilidade de os ouvir, e ser “o porta-voz dos que tombaram”.

Nas “Últimas Campanhas de África (1961/1974)” tombaram cerca dez mil militares, durante e logo após a independência dos novos países, tendo estado envolvidos cerca de um milhão de militares.
“Não são muitos!...”, dirão alguns.
Mas “apenas um morto, já são MORTES a mais!”

Do nosso concelho tombaram 16, cujos nomes queremos perpetuar, assim como já estão perpetuados os nomes dos nossos camaradas que tombaram na Grande Guerra. Já chega de “soldados anónimos” a quem, ingenuamente, muitos chamam o “Soldado Desconhecido”.

Não há SOLDADOS DESCONHECIDOS! Todos tiveram pais, irmãos, todos têm um nome, por isso não são desconhecidos.
O que acontece, é que a História, se esqueceu de registar os seus nomes.

Para a recolha dos elementos abaixo, socorremo-nos da Comissão de Estudos para as Campanhas de África (EME), do Serviço de Documentação da Força Aérea (SDFA) e dos serviços administrativos das Juntas de Freguesia e dos Cemitérios visitados, que mostraram total abertura para a cedência de informação.

Os Militares do então concelho de Loures, são:

FLORÊNCIO ROSA CAPELA
Soldado Condutor Auto-Rodas Nº 271/60
• Filho de João Francisco Capela e de Jerónima Rosa, solteiro, natural da freguesia de Santa Iria Azóia, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Artilharia nº 120, mobilizado no Regimento de Artilharia Antiaérea Fixa, aquartelado em Queluz, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 10 de Outubro de 1961, no Hospital Militar de Luanda, motivado por acidente de viação, na cidade de Luanda.
• Foi inumado no Cemitério da freguesia Santa Iria da Azóia. No entanto não consta dos registos dos serviços do cemitério, apesar de haver memória do seu funeral no antigo cemitério.

FERNANDO DOS SANTOS
Soldado Condutor Auto-Rodas nº 584/60
• Filho Carolina Maria dos Santos, solteiro, natural da freguesia de Sacavém, concelho de Loures. [Existem documentos que referem outra naturalidade: freguseia de Casedas, concelho de Oliveira de Azeméis].
• Pertenceu à Companhia de Caçadores nº 92 / Batalhão de Caçadores nº 93, mobilizado no Regimento de Infantaria nº 4, aquartelado em Faro, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 06 de Março de 1962, por doença, em Quilo Pombo, região de Sanza Pombo, motivado por congestão pulmonar.
• As ossadas foram inumadas no Cemitério Paroquial de Sacavém, em 1968.

JOAQUIM CAETANO DIAS
Soldado Atirador NIM 186/60
• Filho de Júlio Dias e de Victória Maria Dias, solteiro, natural da freguesia de Ponte de Lousa, concelho de Loures.
• Pertenceu ao Comando de Agrupamento nº 3, mobilizado no Regimento de Infantaria nº 11, aquartelado em Setúbal, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 13 de Maio de 1962, por ferimentos em combate, em emboscada causada pelo inimigo na picada de acesso do Jungo para Banza Muquiama, região de Ucua, na Zona de Intervenção Norte.
• As ossadas foram inumadas no Cemitério Municipal de Loures, em 1968.
• Foi homenageado com a atribuição do seu nome a uma rua, na localidade de Ponte de Lousa, freguesia de Loures.

FRANCISCO JOSÉ DA PURIFICAÇÃO CHAVES
Soldado Condutor Auto-Rodas nº 820/63
• Filho de Lino Gonçalves Chaves e de Francisca da Purificação, solteiro, natural de Palhais da freguesia e concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 487 / Batalhão de Cavalaria nº 490, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, aquartelado em Estremoz, para servir no Comando Territorial Independente da Guiné.
• Faleceu em 24 de Janeiro de 1964, por ferimentos em combate na região de Comumene - Ilha do Como, durante a realização da operação “Tridente”.
• Foi inumado no Cemitério Municipal de Loures. A sua sepultura tem o número 67/1956 e encontra-se na fila 5/G do talhão 5.
• Foi homenageado com a atribuição do seu nome a uma rua, na localidade de Barro, freguesia de Loures.
• Foi condecorado, a Título Póstumo, com a Medalha da Cruz de Guerra de 1ª Classe, conforme Ordem do Exército nº 22 - IIIª série de 1965.

Transcrição do louvor que originou a condecoração:

Manda o Governo da Republica Portuguesa, pelo Ministro do Exército, adoptar, para todos os efeitos legais, o seguinte louvor conferido em Ordem de Serviço nº 7, de 04 de Maio de 1964, do Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné Portuguesa, a título póstumo, ao Soldado nº 820/63, FRANCISCO JOSÉ DA PURIFICAÇÃO CHAVES, da Companhia de Cavalaria nº 487 – Batalhão de Cavalaria nº 490 – Regimento de Cavalaria nº 3, porque durante uma operação em 24 de Janeiro de 1964, na região de Comumene, tendo a força de que fazia parte ficado quase completamente cercada por um numerosíssimo grupo inimigo, se manteve voluntariamente na posição que ocupava, de modo a proteger a deslocação dos seus camaradas, tendo continuado a combater até ser abatido pelo fogo inimigo.
A sua atitude, que demonstrou coragem, espírito de sacrifício e abnegação excepcionais, evitou certamente pesadas baixas às nossas tropas.
Ministério do Exército, 24 de Maio de 1965
O Ministro do Exército
Joaquim da Luz Cunha.

Transcrição da Portaria que confere a Condecoração

Manda o Governo da Republica Portuguesa, pelo Ministro do Exército, condecorar com a Cruz de Guerra de 1ª Classe, ao abrigo dos artigos 9º e 10º do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por serviços prestados em acção de combate na Província da Guiné Portuguesa:
Soldado nº 820/63, FRANCISCO JOSÉ DA PURIFICAÇÃO CHAVES, da Companhia de Cavalaria nº 487 – Batalhão de Cavalaria nº 490 – Regimento de Cavalaria nº 3, a título póstumo.

RUI DE JESUS NEVES
Soldado de Armas Pesadas nº 1716/63
• Filho de João Ferreira Neves e de Arminda de Jesus, solteiro, natural da freguesia de Moscavide, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Caçadores nº 535 do Batalhão de Caçadores nº 595, mobilizado no Batalhão de Caçadores nº 5, aquartelado em Lisboa, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 15 de Abril de 1964, por ferimentos em combate, na picada entre Quindualo e Rio Lafusse, na região de Magina Nova.
• Foi inumado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa. Depois foi trasladado para o ossário nº 23.330 e, posteriormente, foram cremadas as ossadas e colocadas no cendrário.

VASCO JOSÉ FERREIRA LOURENÇO
Soldado Explorador / Observador nº 551/64
• Filho de Domingos da Conceição Lourenço e de Deolinda da Encarnação, solteiro, natural da freguesia de Bucelas, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Comando e Serviços do Batalhão nº 696, mobilizado pelo Regimento de Infantaria nº 15, aquartelado em Tomar, para servir no Comando Territorial Independente da Guiné.
• Faleceu em 07 de Outubro de 1964, por acidente de afogamento no Rio Geba, na região de Darsalame.
• Foi inumado no Cemitério do Arranho em Arruda dos Vinhos. Os seus restos mortais foram levantados e permaneceram num ossário. À morte de sua mãe, e de acordo com o desejo desta, foi inumado junto da mesma, na Campa nº 108, talhão 4.
• Foi homenageado com a atribuição do seu nome a uma rua, na freguesia de Arranhó, concelho de Arruda dos Vinhos.

DIONISIO ROCHA LOURENÇO
1º Cabo Mecânico de Armamento Ligeiro NM 00739865
• Filho de Albano Lourenço e de Júlia Rocha, solteiro, natural de Pirescoxe, freguesia de Santa Iria Azóia, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 1485, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 7, aquartelado em Lisboa, para servir no Comando Territorial Independente da Guiné.
• Faleceu em 26 de Abril de 1966, por ferimentos em combate, durante um ataque do inimigo ao aquartelamento da companhia em Biambe.
• Foi inumado na campa nº 284 do Cemitério de Bissau, na Guiné.

JÚLIO ANTÓNIO DE ABRANCHES NASCIMENTO
Furriel Miliciano Atirador NM 08823065
• Filho de Américo do Nascimento e de Maria Rosa Serra Abranches, casado com Gilberta Récio Figueiredo de Abranches Nascimento, natural do lugar de Olival de Basto, freguesia de Póvoa de Santo Adrião, concelho de Loures (hoje freguesia de Olival de Basto e concelho de Odivelas).
• Colocado na Companhia de Caçadores nº 106, do Regimento de Infantaria nº 20 / Região Militar de Angola, sediada na Base Temporária de Quimaria.
• Faleceu 19 de Janeiro de 1969, por ferimentos em combate, em emboscada causada pelo inimigo na antiga Sanzala em Sabalo, no itinerário Quimaria – Toto, na Zona de Intervenção Norte.
• Foi inumado no Cemitério de Bucelas, no Jazigo de Família – nº 15.

ARMÉNIO ANJOS GONÇALVES
1º Cabo Atirador de Cavalaria NM 12905468
• Filho de José Gonçalves e de Maria dos Anjos Pinto Rêgo, solteiro, natural da freguesia de Sacavém, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 2500 / Batalhão de Cavalaria nº 2870 e mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, aquartelado em Estremoz, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 20 de Junho de 1969, por doença, no Hospital Central de Nova Lisboa / Huambo.
• Foi inumado no Cemitério Paroquial de Sacavém.

HENRIQUE GUILHERME COSTA SALVADOR
Soldado Condutor Auto-Rodas NM 00049367
• Filho de Joaquim Salvador e de Delfina Costa Salvador, solteiro, natural do lugar de A-dos-Cãos freguesia e concelho de Loures
• Pertenceu à Companhia de Artilharia nº 2440 / Batalhão de Artilharia nº 2857, mobilizado no Regimento de Artilharia nº 5, aquartelado em Penafiel, para servir no Comando Territorial Independente da Guiné.
• Faleceu em 17 de Novembro de 1969, por ferimentos em combate durante o ataque inimigo ao aquartelamento da companhia em Piche.
• Foi inumado no Cemitério Municipal de Loures.

ADELINO DA CONCEIÇAO BAPTISTA
Soldado Infantaria NM 16478970
• Filho de Manuel Baptista e de Judite da Conceição, solteiro, natural da freguesia de Camarate, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Caçadores nº 3354 / Batalhão de Caçadores nº 3842, mobilizado no Regimento de Infantaria nº 1, aquartelado na Amadora, para servir na Região Militar de Moçambique.
• Faleceu em 12 de Setembro de 1971, por ferimentos em combate, por accionamento de mina anti-carro, em 09 de Setembro de 1971, no itinerário do destacamento de Doa a M’Oito, região de Mutarara. Em 10 de Setembro de 1971 foi transferido do Hospital Militar de Nampula para o Hospital Central Miguel Bombarda, em Lourenço Marques, onde veio a falecer.
• Foi inumado no Cemitério Paroquial de Camarate. Foi exumado e trasladado para o ossário nº 278, no mesmo cemitério.

EDUARDO ANTÓNIO CARVALHO GREGÓRIO
1º Cabo Auxiliar de Enfermeiro NM 05186169
• Filho de António da Silva Gregório e de Maria Antónia da Conceição Carvalho, solteiro, natural da freguesia de Santa Iria de Azóia, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 2552 / Batalhão de Cavalaria nº 2903, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 7, aquartelado em Lisboa, para servir na Região Militar de Moçambique.
• Faleceu em 17 de Novembro de 1971, por ferimentos em combate, na região de Bene.
• Foi inumado no Cemitério de São João da Talha.

JORGE MANUEL DE OLIVEIRA ANTÓNIO
1º Cabo Atirador de Cavalaria NM 17295869
• Filho de Jorge António e de Fernanda Gomes da Silva, solteiro, natural da freguesia de Sacavém, concelho de Loures.
• Pertenceu à Companhia de Cavalaria nº 2692 / Batalhão de Cavalaria nº 2909, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, aquartelado em Estremoz, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 19 de Fevereiro do 1972, no Hospital Militar de Luanda, para onde foi evacuado após ferimentos sofridos em combate, na região de Mucondo / Zemba, durante a 3ª fase da operação “Lamparina”.
• Foi inumado no Cemitério Paroquial de Sacavém.

FERNANDO MODESTO RUAS PEREIRA
Furriel Miliciano Piloto (DO 27) da Força Aérea
• Filho de Abel Pereira da Conceição e de Carminda de Jesus Ruas, solteiro, natural da freguesia de Moscavide, concelho de Loures.
• Prestava serviço na Base Aérea nº 7 quando foi mobilizado para o Aeródromo de Manobra nº 51 (Mueda) para servir na Região Aérea de Moçambique.
• Faleceu em 23 de Abril de 1972, devido a acidente por queda e destruição de aeronave, no percurso de Porto Amélia para Mueda.
• Não consta o local onde foi inumado.

ANTÓNIO LUÍS SILVA PEDRO
1º Cabo Readmitido de Reabastecimentos e Munições, NM 01667965
• Filho de Ricardo Pedro e de Maria Silva, casado com Maria Cristóvão Pinto, natural do lugar de Casal das Lages, freguesia e concelho de Loures.
• Pertenceu à 1ª Companhia de Caçadores do Batalhão de Caçadores nº 20 da Região Militar de Moçambique.
• Faleceu 19 de Março de 1973, por acidente com arma de fogo em Balama, sendo evacuado para a Enfermaria do Comando do Sector, em Mueda, onde faleceu.
• Foi inumado no Cemitério Municipal de Loures, em 9 de Agosto de 1973 na sepultura nº 276/1973, fila 2/E do talhão dos Combatentes.

JOAQUIM MANUEL DUARTE HENRIQUES
Soldado de Atirador de Cavalaria NM 000068973
• Filho de João Pedro Henrique e de Delfina da Conceição Duarte, solteiro, natural da freguesia de Odivelas e concelho de Loures (hoje Concelho de Odivelas).
• Pertenceu à 1ª Companhia de Cavalaria / Batalhão de Cavalaria nº 8423/73, mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 4, de Santa Margarida, para servir na Região Militar de Angola.
• Faleceu em 21 de Setembro de 1974, por doença, no Hospital Militar de Luanda, para onde foi evacuado de Zalala, onde estava estacionado.
• Consta ter sido inumado no Cemitério de Odivelas, mas o seu nome não foi localizado nos registos do cemitério.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 8 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9156: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (2) (José Martins)

Guiné 63/74 - P9173: Parabéns a você (350): Fernando Barata, ex-Alf Mil da CCAÇ 2700/BCAÇ 2912 (Guiné, 1970/72)

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 9 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9161: Parabéns a você (349): Amaro Samúdio, ex-1.º Cabo Aux Enf da CCAÇ 3477 (Guiné, 1971/73) e Armandino Alves, ex-1.º Cabo Aux Enf da CCAÇ 1589 (Guiné, 1966/68)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9172: Ser solidário (116): Inauguração do Centro Materno-Infantil de Elalab no dia 26 de Novembro de 2011 (AD / José Teixeira)



1. Por sugestão do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), membro da Direcção da Tabanca Pequena, Grupo de Amigos da Guiné-Bissau (ONGD), reproduzimos, com a devida vénia à AD, a reportagem inserta na sua página sobre a inauguração do Centro Materno-Infantil de Elalab, que teve lugar no dia 26 de Novembro passado.





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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 7 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9009: Ser solidário (115): Poço em Farim do Cantanhez (José Teixeira)

Guiné 63/74 – P9171: Memórias de Gabú (José Saúde) (17): Um povo de costumes



1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabú) - 1973/74, enviou-nos mais uma mensagem desta sua série.

Camaradas,

Lá vai mais uma das "MINHAS MEMÓRIAS DE GABU". O livro e o prefácio do Luís Graça estão concluídos. Em Março, talvez, será altura para a sua apresentação pública.

UM POVO DE COSTUMES
A TÍPICA MULHER DA TABANCA

Não me perguntem como, onde e porquê a foto veio parar-me um dia às mãos. Não sei! Desconheço, e sou sincero, que sua originalidade, bem como a do seu próprio autor é-me totalmente alheia, tão-pouco nunca soube o seu possível paradeiro. Com a respectiva vénia, coloco-a nas “Minhas Memórias de Gabú” para ilustrar a obra com uma verdade indesmentível a qual constantemente nos deparávamos quando nos cruzávamos no caminho com mulheres que transportavam às costas crianças de tenra idade – filhos, irmãos ou familiares – e com galhardia mostravam ao próximo os seus ousados seios. 

Em Gabú era usual contemplarmos este ilustre quadro. A mãe, às vezes jovem, já era portadora de enormes peitos. Esporadicamente constatávamos cenas surreais. Seios desmedidos que se arrastavam verticalmente aprumados e que caíam na cintura das mulheres. Diziam, e admito que seja a verdade real, que pela forma como transportavam a criança às costas proporcionava o seu respectivo avantajar. O pano que servia de berço para o rebento cruzava os seios da mãe que se viam espremidos pelo peso lançado pelo seu querido filhote. 

A criança, não obstante a marcha da sua progenitora, sentia necessidade em saciar o seu desejo nato e a mãe satisfazia o anseio do seu rebento, colocando-lhe um dos seus seios a jeito para o bebé mamar. A criança chupava que se desunhava ao longo do percurso e a mãe, demonstrando a sua fértil ligação ao fruto que deitara ao mundo, assumia o elo de união entre dois seres que por força do destino viviam sob o tecto da guerra. Restava o cenário: a criança chupava numa das tetas e sossegava. Estava encontrado o mesinho ideal. 

Este velho hábito criou raízes na população e transmitiu-se de gerações para gerações. As etnias quer elas fossem de fulas, de futa-fulas, de mandingas, de papéis, de felupes, de balantas, de bijagós entre outras (os guineenses são originários de 30 e tal etnias ou grupos étnico-linguísticos), seguiam à risca este costume transversal. 

Este era, pois, o normal quadro que no terreno amiúde constatávamos. Vi peitos que jamais ousaria imaginar. Peitos enormes, descaídos, deformados e gente modesta que em nada se preocupava com a sua figura de mulher. Os seios, difusos e bem visíveis, intercalavam-se com corpos esbeltos, caras de meninas lindas que nasceram para procriar e colocar no mundo a verdadeira razão do seu feminismo. 

A mulher guineense surpreendia! Recusava, em geral, falar da guerra. Refugiava-se nos seus velhos costumes. Orgulhava-se com a criança parida, mas nunca vigiada, e jamais assistida por uma equipa médica. O curandeiro ditava ordens e a jovem mãe exercitava o velho saber do homem grande. Acreditava piamente nos ditos populares que os mais velhos proclamavam. 

Na tabanca a mulher, não obstante as suas alterações morfológicas motivadas pelo prazer de ostentar filhos ao mundo, assumia um estatuto ímpar no seio da comunidade. 

Na guerra dos sexos ressalva-se, pois, uma imagem que guardo devotamente no meu memorial e que nos transmite a veracidade das mães guineenses no preciso momento de transportar os seus amados filhos! 

Uma realidade 

Um abraço deste alentejano de gema,
José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523

Fotos: © José Saúde (2011). Direitos reservados.
Mini-guião de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:


30 DE NOVEMBRO DE 2011 > Guiné 63/74 – P9120: Memórias de Gabú (José Saúde) (16): Protecção avançada a um avião que trazia novidades… 


Guiné 63/74 - P9170: (Ex)citações (164): Furriel, turra é preto e vaca é branca!... (Henrique Cerqueira)

1. Comentário,  de Henrique Cerqueira  (ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74), ao poste P9116 (*):

Caros Camaradas:

Na verdade em quase todos os destacamentos havia episódios como o do Ferraz,até porque havia por parte das populações, em especial pelos chefes de tabanca, uma regra, mais ou menos imposta pelo PAGC, para que boicotassem o mais possível o abastecimento de bens aos militares. 


Daí ser muito difícil a compra de galinhas ou outros bens alimentares. Assim sendo,  e de quando em vez, para "desenjuar" da bianda, ou do esparguete, lá se tinha que recorrer à habilidade,tal como aconteceu uma vez no Biambe.

Certo dia ao cair da noite andavam alegres vaquinhas a passear num terreno junto ao arame e um Furriel,  com a sua G3,  apontou,disparou e acertou.

Grande escândalo,  as vaquinhas nunca eram de ninguém, mas nesse dia apareceu o Abdul que era chefe de Milícia,  a reclamar.Todos foram ao Capitão e o Furriel justificou do seguinte modo:
- Ó Abdul, há dias atrás fomos atacados pelo IN,  agora estava a olhar para o arame e apareceu-me um turra e disparei...

E o Abdul, muito espantado,  responde:
-Mas..., Furriel,  turra é preto e vaca é branca!!!
- E depois?...- retorquiu o Furriel.  - Eu de noite não distingo cores.

Bom,  ele,  Abdul,  lá vendeu a vaca morta e o pessoal lá conseguiu uns bifinhos fresquinhos.

Este comentário é uma treta mas é verdadeiro por tal nem sequer é digno de polémicas ou julgamentos. Foi mais uma das nossas aventuras da Guiné. (**)

Um abraço para todos

Henrique Cerqueira

PS - Quanto à dificuldade de comprar animais lá na Guiné,  era mesmo por imposição dos elementos do PAIGC. Pois que em Bissorã e no Biambe haviam manadas imensas e,   sempre que procurávamos os donos,  eles respondiam invariavelmente que eram dum primo de Bissau... 

Mais tarde,  em Bissorã,  para comprar uma cabra,  eu dirigi-me ao administrador local e este obrigou um produtor a vender e aí o mesmo me explicou que era mesmo por imposição (clandestina,  claro) que o PAIGC fazia às populações,   ameaçando com represálias.

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Notas do editor:

Guiné 63/74 - P9169: (Ex)citações (163): A época de Natal foi a sempre a altura que mais me custou a passar... E foram 3 (três) Natais que passei no CTIG... (Luís Dias)

1. Comentário ao poste P9148 (*), enviado por Luís Dias (ex-Alf Mil da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74):




Caro Juvenal:


Foram efectivamente três os natais que passámos na Guiné (**). Três épocas de Natal, que nos retiraram das nossas famílias. Foi este o brinde que calhou ao nosso BCAÇ 3872:


(i) O primeiro foi passado no Cumeré, chegadinhos nesse dia 24 de Dezembro de 1971;


(...) "Desembarcámos do navio Angra do Heroísmo, no Cais de Pidjiquiti, fardados de camuflado e com um calor e humidade que o colavam à nossa pele e ouvindo as bocas de periquito vai para o mato, dos estivadores negros e de quem assistia aos primeiros passos daqueles jovens em terras de África, saídos poucos dias antes da Metrópole e roubados ao sossego das suas vidas. Seguimos em viaturas civis para oCumeré, onde o Batalhão ficaria instalado para o IAO e passaria aquela primeira noite" (...) (**).

(ii) Depois o segundo já o passei no Dulombi;


(...) "Em Dezembro de 1972, depois de ter frequentado o Estágio das Unidades Africanas em Bolama e S. João, sob o Comando do então Major Coutinho e Lima, pessoa que me pareceu um excelente militar e um excelente ser humano, consegui regressar à minha Companhia, a tempo de passar o Natal com o meu pessoal, no nosso Dulombi.  (...) Foi a festa possível, com cânticos e algumas lágrimas de saudade. Estávamos também em alerta, dado que no princípio desse mês o IN atacara fortemente a sede do batalhão (Galomaro). Comemos o famoso bacalhau liofilizado, mas com a esperança – por sinal errada – que seria o último que passaríamos na Guiné e que em 1973 estaríamos no seio das nossas famílias" (...) (**)

(iii) Mas o terceiro, passei-o uma parte em Nova Lamego (onde o meu Gr Comb  estava de intervenção) e depois da meia-noite no mato circundante daquela cidade, em emboscada nocturna.


(...) "Um Natal nestas condições, com o sonho desfeito de voltarmos a casa no tempo previsto, com 24 meses de Guiné já cumpridos e estando fora da Companhia, foram difíceis de gerir e de digerir e os sentimentos que lavravam entre todos nós, eram um misto de revolta e de raiva. Lembro-me que, após a ceia de Natal em Nova Lamego, o Grupo de Combate, pela meia-noite, foi para o mato, substituir outros camaradas que estavam desde o fim da tarde emboscados, para que eles pudessem também vir comer a ceia. Ali ficámos a fazer segurança até ao alvorecer, cada um a pensar, com certeza, na importância de mais um Natal afastado da sua terra, da sua família, dos entes queridos. (....) (**)

A época de Natal foi sempre a altura que mais me custou na Guiné, muito em especial a primeira e a terceira (dado que pensávamos que a passaríamos já em família, pois o tempo da comissão tinha terminado em Outubro).


Se pudéssemos juntar todos os camaradas, as nossas famílias e envolvê-los no Natal que alegria seria! (***)


Obrigado e parabéns pelo que escreveste, pela tua filha e pelo seu aniversário.
Um abraço.
Luís Dias
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 7 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9148: O meu Natal no mato (33): Um conto natalício (Juvenal Amado)


(**) Vd. poste de 18 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3650: O meu Natal no Mato (16): Os meus Natais na Guiné (Luís Dias)

(***) Último poste da série > 8 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9160: (Ex)citações (162): Confesso que estou profundamente chocado com a posição de alguns camaradas acerca da política seguida pelo nosso blogue (José Teixeira)

Guiné 63/74 - P9168: As nossas queridas enfermeiras pára-quedistas (30): Cerimónia de homenagem e comemoração dos 50 anos de incorporação das primeiras Enfermeiras Paraquedistas na Força Aérea Portuguesa (Miguel Pessoa)


O grupo das Enfermeiras Paraquedistas presentes junto do CEMFA, Gen. Araújo Pinheiro


1. Mensagem do dia 8 de Dezembro de 2011, do nosso camarada Miguel Pessoa (ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74, hoje Coronel Pilav Reformado), com o seu testemunho da Cerimónia de Homenagem comemorando o 50.º aniversário da incorporação das primeiras Enfermeiras Paraquedistas na Força Aérea Portuguesa*.

CERIMÓNIA DE HOMENAGEM ÀS ENFERMEIRAS PARAQUEDISTAS

No passado dia 7 de Dezembro decorreu uma Cerimónia de Homenagem organizada pela Força Aérea Portuguesa, comemorando o 50º aniversário da Incorporação das Enfermeiras Paraquedistas naquele Ramo das Forças Armadas. Do programa constou uma missa de Acção de Graças e Sufrágio, na Igreja da Força Aérea, a que se seguiu a cerimónia presidida pelo Chefe de Estado Maior da Força Aérea (CEMFA), General Araújo Pinheiro, efectuada nas instalações da Força Aérea em Monsanto.

A cerimónia iniciou-se com uma introdução feita pelo Gen. Paraquedista Almendra, que realçou o mérito da implementação das Mulheres Enfermeiras Paraquedistas nas Forças Armadas, numa época em que estas iniciativas eram encaradas com desconfiança face ao ambiente profundamente masculinizado das Forças Armadas e ao espírito conservador da sociedade portuguesa à época. Por isso, o talento do então Secretário de Estado de Aeronáutica, Ten.Coronel Kaúlza de Arriaga, ao avançar com um projecto tão radical para aquele tempo e ao conseguir impô-lo ao próprio Chefe do Governo. Realçou ainda a forma superior como estas Mulheres souberam responder a este desafio, através da disponibilidade, entusiasmo, espírito de sacrifício e competência postos no desempenho das funções que vieram a executar então, nos hospitais, nos teatros de operações, nas zonas de combate, muitas vezes com risco da própria vida.

O CEMFA dirigiu então palavras de apreço às homenageadas, referindo a sua satisfação e honra por estar associado a um projecto tão significativo em que se pretendeu homenagear o esforço, a disponibilidade e a competência deste reduzido grupo de Mulheres Enfermeiras Paraquedistas, de que resultou prestígio para o próprio grupo, para o Corpo de Tropas Paraquedistas (CTP) a que pertenciam, para a Força Aérea Portuguesa – onde o CTP se integrava – e para o País.

Após esta singela mas significativa homenagem decorreu um almoço na Messe da Força Aérea em Monsanto, onde a Enfª Maria Arminda Pereira Santos – 1ª classificada do 1º curso de Enfermeiras Paraquedistas – teve ainda oportunidade de falar em representação de todas, agradecendo esta homenagem e realçando o forte vínculo que deste sempre se estabeleceu entre o grupo a que pertenceu e a Força Aérea Portuguesa, vínculo que ainda hoje está presente nas reuniões que periodicamente as enfermeiras paraquedistas organizam.

O Chefe de Estado Maior da Força Aérea, General Araújo Pinheiro, ladeado pela Enfermeira Maria Arminda Santos

A Enfermeira Maria Arminda Santos, em representação das Enfermeiras Paraquedistas presentes, dirigindo algumas palavras de agradecimento pela homenagem

Duas das tertulianas presentes, Maria Arminda Santos e Giselda Pessoa

Foi uma bonita homenagem que muito sensibilizou este grupo de Mulheres, que tanto deram de si mas tão poucas vezes foram lembradas ao longo destes 50 anos que já se passaram desde a sua formação.

Miguel Pessoa
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 5 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8998: As nossas queridas enfermeiras pára-quedistas (28): Comemoração dos 50 anos dos cursos de 1961 das Tropas Pára-quedistas (Rosa Serra / Maria Arminda)

Vd. último poste da série de 8 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9158: As nossas queridas enfermeiras pára-quedistas (29): O acidente aéreo em Chitado, Angola, 10 de Novembro de 1961: 18 mortos, entre os quais 2 oficiais generais (Maria Arminda / Aniceto Carvalho)

Guiné 63/74 - P9167: Memória dos lugares (167): A localização do destacamento ou aquartelamento de Polibaque (em 1973) não é a mesma da antiga tabanca de Polibaque ( Jorge Picado, ex-Cap Mil, CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, 1970)





Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAC 2885 (1969/71) > Posição relativa da antiga tabanca de Polibaque (no Google, a vermelho).

Infogravuras: Jorge Picado (2011).


1. Mensagem do nosso amigo e camarada Jorge Picado [, engenheiro agrónomo, na vida civil, reformado, residente em Aveiro (e, no verão, na Costa Nova); na vida militar, ex-Cap Mil (CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, CART 2732, Mansabá e CAOP 1, Teixeira Pinto, (1970/72)]:Data: 7 de Dezembro de 2011 22:32
Assunto: Polibaque

Caro amigo Carlos:





Acabo de ler o Poste do camarigo Mexia Alves em que fala sobre Polibaque (*), que o nosso Grande Chefe Luís procura situar.

Evidentemente que nada sei sobre os tempos posteriores à minha saída de Mansoa, mas envio em anexo um Mapa que reconstrui das Cartas de então, daquele concelho e a correspondente actualização (obtida creio que nos princípios deste ano) do Google onde se vê o traçado da nova estrada.

Ora acontece que o topónimo Polibaque das Cartas antigas fica muito longe do traçado da estrada "nova" [, Jugudul - Porto Gole - Bambadinca,] que os camarigos andaram a proteger durante a sua construção e mesmo da "antiga" via [, Bissau - Bafatá,] que só com muitos sacrifícios poderia ser "transitável" no meu tempo.

Aliás Porto Gole era abastecida directamente de Bissau, pelo Geba,  e não pelo BCaç 2885. Polibaque, aliás como todas as tabancas dessa área, com excepção do Destacamento de Bissá e mais para oeste Bindoro, tinham sido há muito abandonadas.

Quando aparece citado Polibaque, nas acções ou operações das NT no meu tempo, isso refere-se mais à região entre as bolanhas do rio Bará e as bolanhas a este, dum afluente desse rio e a antiga estrada onde, na carta de Mamboncó está assinalado FOBA (marco geodésico) [, ao canto inferior esquerdo da carta].

Não creio que para proteger a construção da estrada nova o "Destacamento" fosse "lá em baixo", mesmo no sitio de Polibaque da carta, pois todos esses terrenos eram baixos alagadiços na sua grande maioria.

Isto é o que me ocorre dizer assim a correr. (**)

Abraços para ti e todos.

Jorge Picado

PS - No Mapa [, croquis,], Polibaque é o n.º 53. No extracto do Google assinalei com ponto vermelho. Espero que não me tenha enganado ao "sacar" os anexos. 
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 7 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9150: Memória dos lugares (165): Polibaque, na estrada Jugudul-Portogole-Bambadinca (Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil, CCAÇ 15, Mansoa, 1973)

(**) Último poste da série > 9 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9166: Memória dos lugares (166): a paliçada de troncos de palmeira do Cachil (José Colaço, CCAÇ 557, 1963/65)