terça-feira, 7 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19759: Agenda cultural (681): Lançamento do livro "SOPHIA de Mello Breyner Andresen", de Isabel Nery: FNAC, Colombo, Lisboa, 9 de maio, 18h30 (A Esfera dos Livros)


 

Capa do "Livro Sexto", de Sophia (Lisboa, Morais, 1962)... Um dos mais belos livros da poesia portuguesa do séc. XX. Levei-o comigo, na minha bagagem, no "Niassa", em 24 de maio de 1969. Um dos meus livros de cabeceira em Contuboel (jun/jul 69) e em Bambadinca (jul 69 / mar 71). Ajudou-.me a manter a minha sanidade... mental no TO da Guiné. É, além disso, uma dos meus poetas preferidos, a par de Álvaro de Campos / Fernando Pessoa, Alexandre O'Neill e Ruy Belo. (LG)


Exílio

Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia 
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades

Sophia de Mello Breyner Andresen, 
"Livro Sexto" (1962)


1. Mensagem de Cláudia Silveira, da editora A Esfera dos Livros:

Data: segunda, 6/05/2019 à(s) 16:37
Assunto : SOPHIA de Mello Breyner Andresen, de Isabel Nery

Olá!

SOPHIA é sinónimo de figura maior da literatura portuguesa, de poesia luminosa e despojada, de contos infantis que continuam a marcar gerações, mas também de poeta que pendurou palavras na ponta das espingardas para chamar «velho abutre» ao ditador; que usou de pontaria certeira enquanto deputada na Assembleia Constituinte, onde lembrou que só haveria liberdade se houvesse justiça e que um país mais justo passava por um Portugal mais culto; que teve a coragem de dizer adeus às armas quando constatou que, depois do 25 de Abril, a poesia esteve na rua, mas rapidamente voltou para dentro de casa.

No ano em que se assinala o centenário do seu nascimento, a jornalista Isabel Nery percorre lugares e pessoas que fizeram parte da história de Sophia de Mello Breyner Andresen. Porque não é possível escrever a sua biografia sem visitar o Porto, a Grécia, Lagos, a Travessa das Mónicas na Graça, ou mesmo a pequena ilha de Föhr, no mar do Norte, de onde Jan Andresen, bisavô da poeta, era originário. Ou entrevistar quem com ela privou, o que resultou na recolha de 60 testemunhos: do pescador José Muchacho que levava Sophia a visitar as grutas em Lagos, ao amigo Manuel Alegre, até ao ensaísta Eduardo Lourenço, passando por companheiros das letras e da política, família, tradutores e investigadores. Porque não é possível escrever a sua biografia sem ler os relatórios dos interrogatórios a que foi sujeita na sede da PIDE, sem compreender o contexto histórico em que viveu ou as suas relações familiares.

A biografia que faltava sobre a primeira portuguesa a receber o Prémio Camões. A única mulher escritora com honras de Panteão Nacional, a quem muitos gostavam de ter visto atribuído o Prémio Nobel.

   

Isabel Nery é jornalista, ensaísta e investigadora em Jornalismo Literário, Isabel Nery é autora de várias obras de não-ficção, entre elas o livro de reportagem As Prisioneiras e o ensaio Chorei de Véspera, ambos adaptados para curtas-metragens pela realizadora Margarida Madeira. 

Com Sophia de Mello Breyner Andresen, estreia-se agora no género Biografia. A curiosidade pelo outro levou-a a estudar na Alemanha ainda adolescente, e mais tarde em Espanha e nos EUA. A mesma curiosidade levou-a até ao jornalismo, amor à primeira vista, depois da licenciatura em Relações Internacionais e do mestrado em Comunicação. 

Enquanto jornalista passou pela televisão, diários e semanários, tendo trabalhado quinze anos na revista VISÃO. Atualmente é também vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas. O trabalho de Isabel Nery foi já distinguido com vários prémios, entre eles o Prémio Mulher Reportagem Maria Lamas, o Prémio Jornalismo pela Tolerância, o Prémio Paridade Mulheres e Homens na Comunicação Social, e o Prémio Jornalismo e Integração, da UNESCO.


Cláudia Silveira | Comunicação | A Esfera dos Livros

esferadoslivros.pt

R. Professor Reinaldo dos Santos nº 42 R/C
1500-507 Lisboa
Tel. 21 340 40 64 | Tlm: 925 487 990
claudia.silveira@esferalivros.com
______________

Nota do editor:

Último poste da série > 3  de maio de  2019 > Guiné 61/74 - P19741: Agenda cultural (680): "Memórias Boas da Minha Guerra", vol III, de José Ferreira. Lançamento do livro, dia 11 de maio, às 11 h, seguido de almoço, na Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gondomar.

2 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Acho que na altura sabia quase todos os pomeas do "Livro SExto" de cor... Como, por exemplo, este que é um dos poemas mais "virulentos" sobre o Salazar (, só pdia ser ele, em 1962):

O Velho Abutre

O velho abutre é sábio e alisa as suas penas
A podridão lhe agrada e seus discursos
Têm o dom de tornar as almas mais pequenas

In Livro Sexto, 1962

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Ou este: Inscrição

Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar.

Livro Sexto (1962)