Guiné > Região do Oio > Bissorã > BCAÇ 2861 (1969/70) > 1970 > "À esquerda o alf mil capelão Augusto Batista, à direita o ten cor inf Polidoro Monteiro (já falecido), cmdt do batalhão. Foto tirada no dia de festa,,, Por detrás a Casa Gardete. No primeiro andar da Casa, então utilizada como quartos dos oficiais, a senhora que está à varanda era a esposa do capitão, comandante da minha companhia."
Foto (e legenda): © Armando Pires (2009). Todos os direitos reservados
1. Duas mensagens de Armando Pires, de 24 e 25 do corrente:
(**) Último poste da série > 25 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13328: Memória dos lugares (268): Bissau, 10 e 13 de Junho de 1969, desfile comemorativo do Dia da Raça e incêndio no "600" (Manuel Carvalho)
1. Duas mensagens de Armando Pires, de 24 e 25 do corrente:
Assunto - Casa Gardete
2. Fernando Cristo , jusrista, estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; vive em Bruxelas]
Digníssimo Armando Pires: acabam de me fazer chegar a cópia de um blogue que desconhecia, constituído por antigos combatentes na então Guiné Portuguesa. Escrevo-lhe estas linhas muito emocionado, por ter sido confrontado com, fotografias da casa do meu avô em Bissorâ, bem como várias referências ao meu pai - Manuel Gardete Correia, médico, nascido em Bissorã em 1928 e falecido em Novembro de 2009 (*).
3. Fernando Cristo
Digníssimo Armando Pires: Peço-lhe, desde já, as minhas mais sinceras desculpas por não o tratar pela sua patente, que ainda desconheço, mas que desde pequeno fui ensinado a respeitar e a mencionar nos relacionamentos com todos os militares e sobretudo com os fabulosos militares que muito sofreram numa das piores guerras do ultramar.
5. Fernando Cristo
Digníssimo Armando Pires: como calculará, estou a vivenciar um momento único e particularmente emocionante, que já não esperava recordar e penhoradamente muito lhe agradeço.
De facto, foi a única casa construída em Bissorã, de cimento e tijolos, pelo meu avô paterno - José Gardette Correia, natural do Rosmaninhal, [concelho de Idanha-A-Nova, ] distrito de Castelo Branco, então comerciante em Bissorã, casa esta onde viveram os meus avós e onde o meu pai nasceu e à qual só voltaria em 1963 de visita. Eu próprio conheci, mas após a independência, já numa fase adiantada de degradação. Aliás, chegar hoje a Bissorã demora aproximadamente cinco dias, tal é o estado das estradas e já nem refiro no período das chuvas.
Guardarei, as fotos que fez o favor de facultar, bem como uma outra que vi no blog, nos meus arquivos de familia.
Muito obrigado
(i): Luís, meu amigo e camarada, olha só o que acabo de receber em mensagem enviada na minha conta do Facebook.
Já respondi ao senhor, pedindo-lhe autorização para que, caso o entendas, publiques isto no blog, e para que o contactes, caso queiras que ele escreva alguma coisa sobre a família.
Logo que tenhas resposta dele, dir-te-ei qual foi.
Um grande abraço,. Armando Pires
Já respondi ao senhor, pedindo-lhe autorização para que, caso o entendas, publiques isto no blog, e para que o contactes, caso queiras que ele escreva alguma coisa sobre a família.
Logo que tenhas resposta dele, dir-te-ei qual foi.
Um grande abraço,. Armando Pires
.(/ii) Luís, camarada e amigo.
Aqui tens em anexo, a troca de mensagens entre mim e o filho do Dr. Gardete Correia. (*)
Um grande abraço, Armando Pires.
[ex-fur mil enfermeiro, CCS/BCAÇ 2861,Bula e Bissorã, 1969/70; jornalista reformado, foto atual acima]
Guiné-Bissau > Região do Oio >Bissorã > 2006 > A Casa Gardete. Foto de 2006, cedida pelo camarada Carlos Fortunato, ex-fur mil. da CCAÇ 13, e tirada aquando de uma das suas deslocações a Bissorã ao serviço da ONG Ajuda Amiga, de que é presidente. Actualmente o edifício funciona como tribunal civil. A escadaria dava acesso aos quartos dos oficiais. Entre o vão de escada e a porta onde se lê “Secretaria Judicial”, funcionava “a rádio” local. A corneta sonora era montada sobre aquela grande coluna que suportava um portão de ferro de entrada para o edifício.
Foto: © Carlos Fortunato (2006). Todos os direitos reservados.
Guiné > Região do Oio > Bissorã > CCS/BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70) > Vista aérea (parcial): centro de Bissorã, onde se situava a Casa Gardete (8), o melhor edifício da povoação, sede de circunscrição (concelho).
Aqui tens em anexo, a troca de mensagens entre mim e o filho do Dr. Gardete Correia. (*)
Um grande abraço, Armando Pires.
[ex-fur mil enfermeiro, CCS/BCAÇ 2861,Bula e Bissorã, 1969/70; jornalista reformado, foto atual acima]
Guiné-Bissau > Região do Oio >Bissorã > 2006 > A Casa Gardete. Foto de 2006, cedida pelo camarada Carlos Fortunato, ex-fur mil. da CCAÇ 13, e tirada aquando de uma das suas deslocações a Bissorã ao serviço da ONG Ajuda Amiga, de que é presidente. Actualmente o edifício funciona como tribunal civil. A escadaria dava acesso aos quartos dos oficiais. Entre o vão de escada e a porta onde se lê “Secretaria Judicial”, funcionava “a rádio” local. A corneta sonora era montada sobre aquela grande coluna que suportava um portão de ferro de entrada para o edifício.
Foto: © Carlos Fortunato (2006). Todos os direitos reservados.
Legendas [Armando Pires]:
1 – Caserna da CCAÇ 2444, depois da CCAÇ 13
2 – Sede da Administração de Bissorã
3 – Enfermaria civil
4 – Messe de oficiais
5 – Secretaria da CCS, Transmissões e espaldões de morteiros
6 – Casernas e refeitório da CCS
7 – Quartos de sargentos da CCS e bar
8 – Secretaria do comando do batalhão no r/c e quartos dos oficiais no 1º andar
14 – Campo de futebol.
Foto: Cortesia da página do © Carlos Fortunato > CCAÇ 13, Leões Negros > Guiné - Bissorã [Edição: LG e AP]
1 – Caserna da CCAÇ 2444, depois da CCAÇ 13
2 – Sede da Administração de Bissorã
3 – Enfermaria civil
4 – Messe de oficiais
5 – Secretaria da CCS, Transmissões e espaldões de morteiros
6 – Casernas e refeitório da CCS
7 – Quartos de sargentos da CCS e bar
8 – Secretaria do comando do batalhão no r/c e quartos dos oficiais no 1º andar
14 – Campo de futebol.
Foto: Cortesia da página do © Carlos Fortunato > CCAÇ 13, Leões Negros > Guiné - Bissorã [Edição: LG e AP]
2. Fernando Cristo , jusrista, estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; vive em Bruxelas]
Digníssimo Armando Pires: acabam de me fazer chegar a cópia de um blogue que desconhecia, constituído por antigos combatentes na então Guiné Portuguesa. Escrevo-lhe estas linhas muito emocionado, por ter sido confrontado com, fotografias da casa do meu avô em Bissorâ, bem como várias referências ao meu pai - Manuel Gardete Correia, médico, nascido em Bissorã em 1928 e falecido em Novembro de 2009 (*).
Casou uma única vez, com Maria Teresa Conceição Lopes Cristo Gardete Correia, licenciada em Biologia e doutorada em Mineralogia em Coimbra, sua cidade natal. Foi professora desde que chegou a Bissau e diretora do liceu de Bissau entre 1972 e 1974, substituindo nessas funções o Padre Macedo.Faleceu em 18 de Setembro de 1974.
Desse matrimónio nasceram dois filhos - Maria Teresa e o signatário, Fernando Manuel Conceição Flores Lopes Cristo Gardette Correia (único com autorização para utilizar o apelido na origem francesa com dois "tt"), hoje com 51 e 48 anos de idade, respetivamente. (...)
Sou Jurista, a terminar uma comissão de serviço em Bruxelas e desde já à sua/ vossa disposição para todas e quaisquer informações adicionais. Bem-Hajam. Contactoz [ Telem e email]
Fernando Cristo Gardette Correia
3. Fernando Cristo
Digníssimo Armando Pires: Peço-lhe, desde já, as minhas mais sinceras desculpas por não o tratar pela sua patente, que ainda desconheço, mas que desde pequeno fui ensinado a respeitar e a mencionar nos relacionamentos com todos os militares e sobretudo com os fabulosos militares que muito sofreram numa das piores guerras do ultramar.
Acompanhei sempre o meu pai, quer na fase das campanhas pelo interior da Guiné, quer, mais tarde, quando estabilizou em Bissau, dando sequência à fantástica Missão de combate às Tripanossomíases da Guiné ( mais tarde, após a independência, destruída pelo pessoal da saúde cubana), homenageada então pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Dou inteira autorização para utilização dos dados facultados [...]
Pena é que só tenha tido conhecimento agora, após o falecimento de meu pai, que tudo, mas tudo fez e tudo deu, pela terra onde nasceu e para onde voltou em 1961 e que só Deus sabe o que sofreu após a independência entre 1975 e 1977, já com o Sr. Luís Cabral como Presidente da República da Guiné-Bissau, destituído anos mais tarde e exilado em Portugal (já falecido).
Queira V/ Exa. aceitar, em nome de minha irmã e em meu nome, os meus mais respeitosos cumprimentos e agradecimentos pelo louvável trabalho que estão a realizar e de que alguma parte, mais relacionada com a atividade médica e cientifica (nomeadamente os estudos da malária e da doença do sono) do meu pai, está depositada na Fundação Calouste Gulbenkian. [Manuel Gardette Correia tem sete referências bibliográficas na Biblioteca Nacional de Portugal]
Guiné > Região do Oio > Bissorã > BCAÇ 2861 (1969/70) > 1969 > "Foto tirada a um domingo, porque era o dia em que, para "disfarçar" a ideia de estar na guerra, nos vestíamos à civil, estou eu (à esquerda na foto) e um soldado meu, o soldado maqueiro Teixeira à entrada da Casa Gardete, antigo estabelecimento comercial, alugado à tropa".
Foto (e legenda): © Armando Pires (2014). Todos os direitos reservados
4. Armando Pires
Meu caro Dr. Fernando Cristo. Muito obrigado pelo consentimento que me expressa [...]
Dou inteira autorização para utilização dos dados facultados [...]
Pena é que só tenha tido conhecimento agora, após o falecimento de meu pai, que tudo, mas tudo fez e tudo deu, pela terra onde nasceu e para onde voltou em 1961 e que só Deus sabe o que sofreu após a independência entre 1975 e 1977, já com o Sr. Luís Cabral como Presidente da República da Guiné-Bissau, destituído anos mais tarde e exilado em Portugal (já falecido).
Queira V/ Exa. aceitar, em nome de minha irmã e em meu nome, os meus mais respeitosos cumprimentos e agradecimentos pelo louvável trabalho que estão a realizar e de que alguma parte, mais relacionada com a atividade médica e cientifica (nomeadamente os estudos da malária e da doença do sono) do meu pai, está depositada na Fundação Calouste Gulbenkian. [Manuel Gardette Correia tem sete referências bibliográficas na Biblioteca Nacional de Portugal]
Guiné > Região do Oio > Bissorã > BCAÇ 2861 (1969/70) > 1969 > "Foto tirada a um domingo, porque era o dia em que, para "disfarçar" a ideia de estar na guerra, nos vestíamos à civil, estou eu (à esquerda na foto) e um soldado meu, o soldado maqueiro Teixeira à entrada da Casa Gardete, antigo estabelecimento comercial, alugado à tropa".
Foto (e legenda): © Armando Pires (2014). Todos os direitos reservados
4. Armando Pires
Meu caro Dr. Fernando Cristo. Muito obrigado pelo consentimento que me expressa [...]
Como pode verificar no meu perfil do Facebook. Na tropa fui furriel miliciano.
Desse tempo, em Bissorã, onde estive de Set/69 a Dez/70, e junto à casa do seu avô, conservo nos meus arquivos apenas duas fotos que aqui anexo.
A primeira, tirada a um domingo, porque era o dia em que, para "disfarçar" a ideia de estar na guerra, nos vestíamos à civil, estou eu (à esquerda na foto) e um soldado meu, à entrada para o que, no tempo do seu avô, era o estabelecimento comercial.
A segunda foto, tirada no dia de festa, como pode aperceber-se, tem como protagonistas o comandante do batalhão, já falecido, e à esquerda, o mais baixo, o Padre Capelão, felizmente ainda vivo. No primeiro andar da Casa, então utilizada como quartos dos oficiais, a senhora que está à varanda era a esposa de um capitão, comandante da minha companhia. Renovo os meus cumprimentos e peço-lhe que, igualmente os transmita à Senhora sua irmã. armando pires
A primeira, tirada a um domingo, porque era o dia em que, para "disfarçar" a ideia de estar na guerra, nos vestíamos à civil, estou eu (à esquerda na foto) e um soldado meu, à entrada para o que, no tempo do seu avô, era o estabelecimento comercial.
A segunda foto, tirada no dia de festa, como pode aperceber-se, tem como protagonistas o comandante do batalhão, já falecido, e à esquerda, o mais baixo, o Padre Capelão, felizmente ainda vivo. No primeiro andar da Casa, então utilizada como quartos dos oficiais, a senhora que está à varanda era a esposa de um capitão, comandante da minha companhia. Renovo os meus cumprimentos e peço-lhe que, igualmente os transmita à Senhora sua irmã. armando pires
5. Fernando Cristo
Digníssimo Armando Pires: como calculará, estou a vivenciar um momento único e particularmente emocionante, que já não esperava recordar e penhoradamente muito lhe agradeço.
De facto, foi a única casa construída em Bissorã, de cimento e tijolos, pelo meu avô paterno - José Gardette Correia, natural do Rosmaninhal, [concelho de Idanha-A-Nova, ] distrito de Castelo Branco, então comerciante em Bissorã, casa esta onde viveram os meus avós e onde o meu pai nasceu e à qual só voltaria em 1963 de visita. Eu próprio conheci, mas após a independência, já numa fase adiantada de degradação. Aliás, chegar hoje a Bissorã demora aproximadamente cinco dias, tal é o estado das estradas e já nem refiro no período das chuvas.
Guardarei, as fotos que fez o favor de facultar, bem como uma outra que vi no blog, nos meus arquivos de familia.
Muito obrigado
Respeitosos cumprimentos
Fernando Gardette Correia (**)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 18 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13302: Furriel Enfermeiro, ribatejano e fadista (Armando Pires) (14): Fadista e locutor, para cumprir o destino
Fernando Gardette Correia (**)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 18 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13302: Furriel Enfermeiro, ribatejano e fadista (Armando Pires) (14): Fadista e locutor, para cumprir o destino
(**) Último poste da série > 25 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13328: Memória dos lugares (268): Bissau, 10 e 13 de Junho de 1969, desfile comemorativo do Dia da Raça e incêndio no "600" (Manuel Carvalho)