Peça de artilharia 130 mm M-46, de fabrico soviético (ano de introdução: 1954). Este tipo de armamento foi usado pelo PAIGC contra Guileje em Maio de 1973, a partir do território da Guiné-Conacri. O seu alcance (máximo) é de 22,5 km.
Fonte: Wikipedia (em finlandês) (2007) (com a devida vénia...)
Guiné > PAIGC > 1973 > O temível morteiro 120 mm, usado contra contra os abrigos de Guileje (considerados os melhores do território). As granadas tinham uma espoleta de atraso, perfurante, permitindo um melhor desempenho, após uma perfuração inicial das estruturas dos abrigos.
Foto: © Nuno Rubim (2007). Direitos reservados.
1. Há dias tinha mandado o seguinte email ao Nuno Rubim, coronel de artilharia na reforma, e especialista de renome. nacional e internacional, em história da artilharia, que está a colaborar com a AD-Acção para o Desenvolvimento no Projecto Guiledje:
"Fica com esta informação do ex-Alf Médico Amaral Bernardo, que passou por Guileje, e que eu conheci há dias no Porto, no ICBAS... Guileje tinha três peças 11.4, Bedanda é que tinha obuses... E Gadamael, também, se não me engano"...
2. Resposta do Nuno:
Luís:
Obrigado pela indicação sobre o 11,4 cm, que aliás já era do meu conhecimento (...).
Se julgares de interesse podes incluir as seguintes informações no blogue :
O Pepito foi a Cabo Verde e falou com os Cmdts Julinho de Carvalho e Osvaldo Lopes da Silva, os responsáveis operacionais no ataque a Guildeje, em Maio 1973. Colocou-lhes várias perguntas que eu sugeri, além daquelas que ele entendeu por bem e as respostas são muito satisfatórias, pese embora o tempo decorrido.
Agora vou estudar em detalhe essas informações e o ciclo continuará ...
Realmente a peça utilizada pelo PAIGC era o 130 mm M-46. O reconhecimento dos objectivos foi executado visualmente!
As munições do morteiro de 120 mm tinham efectivamente uma espoleta de atraso, perfurante, para permitir o rebentamento da granada já depois de ser obtida alguma penetração.
De acordo com um relatório oficial português que encontrei no AHM [Arquivo Histórico Militar],
no dia 16 de Maio [de 1973], isto é, dois dias antes do ataque, as três peças de 11, 4cm foram substituídas por 2 obuses de 14 cm (3). Agora se compreende a polémica sobre o assunto. Um deles veio sem aparelho de pontaria e não foi recebida nenhuma tábua de tiro ! Sem comentários ...
Esses 2 obuses foram pois abandonados, mas sem possibilidades de entrarem em acção e capturados pelo PAIGC.
Tenho uma fotografia desse facto.
Um abraço e também bom trabalho
Nuno Rubim
__________
Nota de L.G.:
(1) Vd. posts de:
2 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1640: A africanização da guerra (A. Marques Lopes)
2 de Fevereiro de 2007> Guiné 63/74 - P1489: Tertúlia: Formalizo o meu pedido de entrada (Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Médico, Catió, BCAÇ 2930)
(2) Vd. post de 27 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1628: Projecto Guiledje: fotografias de armamento e equipamento, das NT e do PAIGC, precisam-se (Nuno Rubim)
(3) Vd. pos ) t de 15 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1434: Artilharia em Guileje: a peça 11.4 e o obus 14 (Nuno Rubim)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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