Artur Silva, nascido em Cabo Verde, em 1912, viveu os primeiros anos em Farim, na Guiné, e depois em Lisboa onde se licenciou em Direito e conheceu Clara (n. em Lisboa, em 1915). Teve uma vida intelectual intensa enquanto estudante, frequentando as tertúlias literárias da Baixa. Ainda conheceu Fernando Pessoa (que morreu em Novembro de 1935), e privou com intelectuais com o poeta António Botto, o romancista Ferreira de Castro, o músico Luís Freitas Branco, o pintor Eduardo Malta. Esteve de 1939 a 1941 em Angola, como secretário do Governador Geral; de regresso a Portugal exerceu advocacia em Lisboa, Alcobaça e Porto de Mós)..Em 1949, o casal partiria para a Guiné, onde o Artur foi, até 1966, advogado, notário e até substituto do Delegado do Procurador da República. Morreu em Bissau, em 1983.
Por sua vez, Clara Schwarz, de pais judeus (o pai polaco e a mãe russa), licença em letras, e diplomado em volino pelo Conservatório de Música de Lisboa, foi uma notável pedagoga, tendo sido professora, no Liceu Honófrio Barreto, em Bissau, de alguns dos futuros dirigentes e quadros do PAIGC. Membro do nosso blogue, faz em Fevereiro passado a bonita idade de... 95 anos!
Fotos: © Mikael Levin (com a devina vénia...)
O texto, que foi entregue em Março de 2008, em Bissau, pelo próprio autor,está dividido em duas partes, com numeração autónoma: 1ª parte (9 pp.): Memórias de Carlos Domingos Gomes, Cadogo Pai, Galardoado com a Medalha de Combatente da Liberdade da Pátria: Registos da História da Luta de Libertação Nacional. Guiledje, Simpósium Internacional, Bissau, 1 a 7 de Março de 2008; a II parte (17 pp): Simpósium Internacional, História da Mobilização da Luta da Libertação Nacional: Memórias de Carlos Domingos Gomes, Cadogo Pai.
No poste anterior, vamos encontrá-lo em Bolama, em1951, como encarregado de uma empresa francesa, a SCOA, a mesma onde trabalharia, até 1956, Elisée Turpin, um dos históricos do PAIGC. Em Bolama, convive de muito perto com Aristides Pereira, outro histórico do PAIGC.
Na pág. 5, Parte I, o autor refere o nome de diversas personalidades que, ainda antes da chegada de Amílcar Cabral, foram influentes na vida pública, social, cívica e cultural, da cidade de Bissau, devendo ser tidas em conta no estudo da génese do nacionalismo guineense... Entre esses nomes (vd. recorte acima, ponto 13), o autor cita os dos pais do nosso amigo Pepito, o Dr. Artur Augusto Silva [, 1912-1983, ] "advogado, defensor dos arguidos políticos", e a Dra. Clara Schwarz da Silva, "esposa do Dr. Artur Silva, mãe dos estudantes", professora do Liceu Honório Barreto, e hoje membro da nossa Tabanca Grande, com a notável idade de... 95 anos, feitos em Fevereiro passado!
O autor justifica a menção destes e doutros nomes influentes, nestes termos: "Antes de se falar do camarada Amílcar Cabral [, que regressa à Guiné, em 1952, vinte anos depois de ter partido para Cabo Verde, terra de seus pais], surgiu o movimento da Associação Recreativa, Cultural e Desportiva, que encobria motivos políticos. Daí que tem de se falar das seguintes, não do movimento, que desempenharam um papel importante na viragem histórica dos pacíficos filhos da Guiné-Bissau" (p. 5, 1ª parte)... Foram homens (e mulheres) que, nas suas diferentes actividades, públicas e profissionais, "souberam incutir discretamente nos guineenses [...] a voz da revolta"...
Cadogo Pai refere-s à importância que tiveram, no despertar da consciência nacionalista dos guineenses, os "torneios de futebol" que se realizavam nos países limítrofes (Senegal, Gânbia, Guiné-Conacri). "Apareciam médicos, advogados, jornalistas"... Os guineenses olhavam para a sua terra e apercebiam-se do atraso em que se vivia...
Foi no imediato após-guerra, sob o consulado de Sarmento Rodrigues, que Bissau conhece um certo progresso...Surgem "os primeiros agrupamentos sociais da elite guineense, o Club Cila, o Ciem [...], depois o agrupamento desportivo, recreativo e cutural"... Tudo isto "antes de Amílcar Cabral" (p. 6, 1ª Parte).
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Excerto do documento policopiado, "Memórias de Carlos Domingos Gomes"... (ª1 Parte, p.5).
Continuação da publicação das memórias de Cadogo Pai (*)... O documento, de 26 páginas, tem por título: Memória de Carlos Domingos Gomes, Combatente da Liberdade da Pátria: Registos da História da Mobilização e Luta da Libertação Nacional. Recordar Guiledje, Simposium Internacional, Bissau, 1 a 7 de Março de 2008.
O texto, que foi entregue em Março de 2008, em Bissau, pelo próprio autor,está dividido em duas partes, com numeração autónoma: 1ª parte (9 pp.): Memórias de Carlos Domingos Gomes, Cadogo Pai, Galardoado com a Medalha de Combatente da Liberdade da Pátria: Registos da História da Luta de Libertação Nacional. Guiledje, Simpósium Internacional, Bissau, 1 a 7 de Março de 2008; a II parte (17 pp): Simpósium Internacional, História da Mobilização da Luta da Libertação Nacional: Memórias de Carlos Domingos Gomes, Cadogo Pai.
No poste anterior, vamos encontrá-lo em Bolama, em1951, como encarregado de uma empresa francesa, a SCOA, a mesma onde trabalharia, até 1956, Elisée Turpin, um dos históricos do PAIGC. Em Bolama, convive de muito perto com Aristides Pereira, outro histórico do PAIGC.
Na pág. 5, Parte I, o autor refere o nome de diversas personalidades que, ainda antes da chegada de Amílcar Cabral, foram influentes na vida pública, social, cívica e cultural, da cidade de Bissau, devendo ser tidas em conta no estudo da génese do nacionalismo guineense... Entre esses nomes (vd. recorte acima, ponto 13), o autor cita os dos pais do nosso amigo Pepito, o Dr. Artur Augusto Silva [, 1912-1983, ] "advogado, defensor dos arguidos políticos", e a Dra. Clara Schwarz da Silva, "esposa do Dr. Artur Silva, mãe dos estudantes", professora do Liceu Honório Barreto, e hoje membro da nossa Tabanca Grande, com a notável idade de... 95 anos, feitos em Fevereiro passado!
O autor justifica a menção destes e doutros nomes influentes, nestes termos: "Antes de se falar do camarada Amílcar Cabral [, que regressa à Guiné, em 1952, vinte anos depois de ter partido para Cabo Verde, terra de seus pais], surgiu o movimento da Associação Recreativa, Cultural e Desportiva, que encobria motivos políticos. Daí que tem de se falar das seguintes, não do movimento, que desempenharam um papel importante na viragem histórica dos pacíficos filhos da Guiné-Bissau" (p. 5, 1ª parte)... Foram homens (e mulheres) que, nas suas diferentes actividades, públicas e profissionais, "souberam incutir discretamente nos guineenses [...] a voz da revolta"...
Não sei exactamente a que associação Cadogo Pai se refere. Sabemos que, na 1ª metade da década de 1950, Amílcar Cabral tinha redigido os estatutos de um clube recreativo, desportivo e cultural, aberto a todos os guineenses,, independentemenmte da sua condição . Ao que parece, os estatutos foram "chumbados" pelas as autoridades portugueses, sob o pretexto de que a maioria dos signatários não era portadora de bilhete de identidade. Em 1955, o governador Melo e Alvim obriga Cabral a deixar a Guiné, embora lhe permita voltar uma vez por ano, por razões familiares.
Cadogo Pai refere-s à importância que tiveram, no despertar da consciência nacionalista dos guineenses, os "torneios de futebol" que se realizavam nos países limítrofes (Senegal, Gânbia, Guiné-Conacri). "Apareciam médicos, advogados, jornalistas"... Os guineenses olhavam para a sua terra e apercebiam-se do atraso em que se vivia...
Foi no imediato após-guerra, sob o consulado de Sarmento Rodrigues, que Bissau conhece um certo progresso...Surgem "os primeiros agrupamentos sociais da elite guineense, o Club Cila, o Ciem [...], depois o agrupamento desportivo, recreativo e cutural"... Tudo isto "antes de Amílcar Cabral" (p. 6, 1ª Parte).
Apareceram também clubes de futebol como o Sport Lisboa e Benfica. "por iniciativa de alguns nomes conhecidos da sociedade portuguesa, Gama das Construções [Gama] Lda, Pimenta do Cadastro, Casqueiro, etc." e o Sporting Club de Bissau, "sob a égide de Eugénio Paralta, irmão Zé Paralta, Chico Correia"...
A UDIB já existia, diz-nos Cadogo Pai. No entanto, o desenvolvimento do futebol, "trouxe mais um bafo de rivalidades, olhando a situação dos jogadores cabo-verdianos , importados pelo Benfica, que, para os atrair, os adeptos bem colocados, tinham que lhes oferecere bons empreegos. Bons rapazes, no fundo, Antero, os sinais [?] Tcheca, Marcelino Ferreira (Tchalino), etc." (1ª Parte, p. 6).
[ Revisão / fixação de texto/ excertos / digitalizações / título: L.G.]
Nota de L.G.:
6 comentários:
Não li mas:
DA PÁTRIA DELES
Torcato
Está em itálico, meu caro... "Combatente da liberdade da Pátria"... E a "Pátria deles" agora é a República da Guiné-Bissau, um país que a nossa retórica oficial diz que é um "país irmão", lusófono, membro da CPLP...
A guerra já acabou, José!... E os homens (e as mulheres) que "nos" combateram, também têm direito a escrever as suas memórias... Saibanos, naturalmente, fazer a distinção enter "propaganda" e "factualidade"...
Este blogue também é "deles", ou pode ser "deles", se "eles" (os antigos combatentes do PAIGG ou outros nacionalistas) assim o entenderem... E temos, felizmente, cada vez mais guineenses, ao nosso lado, sob o poilão da nossa Tabanca Grande! Amigos, irmãos... Claro que não são "camaradas", no sentido etimológico do termo, nem nunca poderão ser...
Boas férias, José... LG
"Apareceram também clubes de futebol como o Sport Lisboa e Benfica. "por iniciativa de alguns nomes conhecidos da sociedade portuguesa, Gama das Construções [Gama] Lda, Pimenta do Cadastro, Casqueiro, etc." e o Sporting Club de Bissau, "sob a égide de Eugénio Paralta, irmão Zé Paralta, Chico Correia"... A UDIB já existia, diz-nos Cadogo Pai. No entanto, o desemvolvimento do futebol, "trouxe mais um bafo de rivalidades, olhando a situação dos jogadores caboverdianos , importados pelo Benfica, que, para os atrair, os adeptos bem colocados, tinham que lhes oferecere bons empreegos. Bons rapazes, no fundo, Antero, os sinais [?] Tcheca, Marcelino Ferreira (Tchalino), etc." (1ª Parte, p. 6).
Caro Luis
A origem das equipas de futebol da Guine, eh por sinal uma das tematicas que ha meses...vinha eu ja ensaiando propor a "debate" e contribuicoes ao blog...Sobre esta tematica tenho eu recolhido alguns testemunhos, por incentivo do meu proprio progenitor...por sinal... da leva dos futebolistas caboverdianos que povoaram o meio desportivo guineense da epoca. Alias, modalidade-rei, com a qual os caboverdianos estavam em certa medida familiarizados, atraves dos ingleses, que pelas passagens pelo Porto Grande da Ilha de Sao Vicente, introduziram o futebol e o "cricket"...Quanto a este ultimo facto curioso, nos demais territorios "ultramarinos" de Portugal, foi o unico onde a modalidade pegou e conserva ainda alguns resquicios da sua pratica.
Dessa "hegemonia" de futebolistas caboverdianos...Antero, Marcelino (Gazela) Armando Lopes ( Bufalo Bill , meu pai)Tcheca, Julio Almeida ( referenciado como um dos fundadores do PAIGC), na sua maioria atletas do Sport BISSAU e Benfica e da UDIB (caso do meu pai que "importado" de Cabo Verde, inicia a sua carreira na UDIB,transferindo-se anos mais tarde para o Benfica de Bissau )houve na epoca a necessidade de se contrabalancar...essa entao "primazia" de futebolistas das ilhas, pelas razoes ja expostas acima... E seria pois com base nesse pressuposto que nasceria o Sporting Club de Bissau (clube de que fui futebolista junior, apesar da minha paixao clubistica pela UDIB)...outrora Imperio..e na qual militaram numa primeira fase da sua fundacao ...e na sua quase totalidade , futebolistas originarios da Guine. "Caboverdianos" do Sporting viriam depois... e entre os nomes sonantes dessa epoca, cito aqui o nome de "Djinha" Almeida...
Por iniciativa dos irmaos Paralta,e de mais um lote de futebolistas, de novo, na sua maioria caboverdianos..que na epoca do defeso do campeonato provincial, praticavam o Tenis nos adstritos "courts" do entao estadio Sarmento Rodrigues, nasceria a ideia de fundacao estariam envolvidos do Tenis Club de Bissau...
Eis pois aqui uma proposta de "debate" e de recolha de testemunhos de que o Blog...tem sido proficuo...
Por exemplo..que papel teve a "tropa" na sustentabilidade do futebol na Guine ...pelo menos a nivel das equipas do interior do pais, alguns, que com inicio da guerra deixaram de ser parte do campeonato provincial da Guine.
Entretanto,relativamente a participacao das equipas do futebol guineense, incluindo a propria selecao provincial, nas competicoes regionais africanas da epoca...Bobo Keita, um historico comandante da guerrilha e talentoso futebolista guineense, entretanto ja falecido, recordou em tempos em entrevista por mim conduzida, o seu primeiro contacto com a ideia da necessidade da emancipacao do homem africano...Aconteceu pois aquando de uma digressao da selecao provincial da Guine,ao Ghana de Kwame Nkrumah...
Mantenhas
Nelson Herbert
USA
"Apareceram também clubes de futebol como o Sport Lisboa e Benfica. "por iniciativa de alguns nomes conhecidos da sociedade portuguesa, Gama das Construções [Gama] Lda, Pimenta do Cadastro, Casqueiro, etc." e o Sporting Club de Bissau, "sob a égide de Eugénio Paralta, irmão Zé Paralta, Chico Correia"... A UDIB já existia, diz-nos Cadogo Pai. No entanto, o desemvolvimento do futebol, "trouxe mais um bafo de rivalidades, olhando a situação dos jogadores caboverdianos , importados pelo Benfica, que, para os atrair, os adeptos bem colocados, tinham que lhes oferecere bons empreegos. Bons rapazes, no fundo, Antero, os sinais [?] Tcheca, Marcelino Ferreira (Tchalino), etc." (1ª Parte, p. 6).
Caro Luis
A origem das equipas de futebol da Guine, eh por sinal uma das tematicas que ha meses...vinha eu ja ensaiando propor a "debate" e contribuicoes ao blog...Sobre esta tematica tenho eu recolhido alguns testemunhos, por incentivo do meu proprio progenitor...por sinal... da leva dos futebolistas caboverdianos que povoaram o meio desportivo guineense da epoca. Alias, modalidade-rei, com a qual os caboverdianos estavam em certa medida familiarizados, atraves dos ingleses, que pelas passagens pelo Porto Grande da Ilha de Sao Vicente, introduziram o futebol e o "cricket"...Quanto a este ultimo facto curioso, nos demais territorios "ultramarinos" de Portugal, foi o unico onde a modalidade pegou e conserva ainda alguns resquicios da sua pratica.
Dessa "hegemonia" de futebolistas caboverdianos...Antero, Marcelino (Gazela) Armando Lopes ( Bufalo Bill , meu pai)Tcheca, Julio Almeida ( referenciado como um dos fundadores do PAIGC), na sua maioria atletas do Sport BISSAU e Benfica e da UDIB (caso do meu pai que "importado" de Cabo Verde, inicia a sua carreira na UDIB,transferindo-se anos mais tarde para o Benfica de Bissau )houve na epoca a necessidade de se contrabalancar...essa entao "primazia" de futebolistas das ilhas, pelas razoes ja expostas acima... E seria pois com base nesse pressuposto que nasceria o Sporting Club de Bissau (clube de que fui futebolista junior, apesar da minha paixao clubistica pela UDIB)...outrora Imperio..e na qual militaram numa primeira fase da sua fundacao ...e na sua quase totalidade , futebolistas originarios da Guine. "Caboverdianos" do Sporting viriam depois... e entre os nomes sonantes dessa epoca, cito aqui o nome de "Djinha" Almeida...
Por iniciativa dos irmaos Paralta,e de mais um lote de futebolistas, de novo, na sua maioria caboverdianos..que na epoca do defeso do campeonato provincial, praticavam o Tenis nos adstritos "courts" do entao estadio Sarmento Rodrigues, nasceria a ideia de fundacao do Tenis Club de Bissau...
Eis pois aqui uma proposta de "debate" e de recolha de testemunhos de que o Blog...tem sido proficuo...
Por exemplo..que papel teve a "tropa" na sustentabilidade do futebol na Guine ...pelo menos a nivel das equipas do interior do pais, alguns, que com inicio da guerra deixaram de ser parte do campeonato provincial da Guine.
Entretanto,relativamente a participacao das equipas do futebol guineense, incluindo a propria selecao provincial, nas competicoes regionais africanas da epoca...Bobo Keita, um historico comandante da guerrilha e talentoso futebolista guineense, entretanto ja falecido, recordou em tempos em entrevista por mim conduzida, o seu primeiro contacto com a ideia da necessidade da emancipacao do homem africano...Aconteceu pois aquando de uma digressao da selecao provincial da Guine,ao Ghana de Kwame Nkrumah...
Mantenhas
Nelson Herbert
USA
Como habitualmente, quando lemos as poucas coisas que escrevem os participantes da formação dos movimentos nacionalistas nas várias ex-colónias, aparecem sempre em número reduzido
Refiro-me ao que seria o PAIGC, FRELIMO e MPLA, ou seja, aqueles movimentos com gente mais preparada.
Se na Guiné haveria pouca gente mais preparada, mas creio que todos os guineenses e luso descendentes (mestiços), tinham ideias nacionalistas, no caso de Angola eram muitos e em grandes cidades.
Com muitos fiz o curso de sargentos milº em Nova Lisboa.
E o primeiro classificado do meu pelotão, luandense, gente boa, com ideias igual aos outros,já foi vítima das catanas da UPA.
Quando fui re-convocado como furriel para combater "os terroristas", fomos contar quantos eramos e faltava esse jovem, Patricio de seu nome.
Eu fiz esta guerra, julgando que lutava do lado certo pensando que era o mal menor para toda a gente, principalmente para esses angolanos mais preparados.
Exatamente, porque estive sempre acompanhado, por um grande número desses angolanos...e caboverdeanos.
Eles viam aquela guerra duma maneira mais abrangente que nós tugas. Eles tinham mais consciência, apesar de jovens, o que representavam internacionalmente as riquezas africanas, "que o Salazar queria esconder".
Alguns desses nacionalistas não quizeram tomar parte nas guerras que se seguiram nas ex-colónias e vieram para Portugal, e Brasil.
Dizia mais tarde um desss nacionalistas revoltado: «Agora alguns ficaram com uma ferida na Tchétchénia».
Esse nacionalista era Raul Indipo do Ouro Negro.
Antº Rosinha
Luis Graça
sabes que eu sei que era em itálico e sabes que era uma provocação minha porque ia em maiúsculas e sabes que eu sei o que é a CPLP e sabes que eu gosto e sinto demasiado o Povo das Tabancas e outros Guineenses por ex. os relatos do Chico ou de outra geração e noutro Continente os escritos do Nelson Herbert e de outros...e sabes quanto eu gostava de ver aquela Gente feliz como se fossem de meu País.
Ontem ?mandei um mail ao Carlos Vinhal sobre uma entrevista feita ao RenÉ pélisier pelo JPCastanheira e saida na Actual de sabado. Diz, em subtítulo,"NÃO SE PODE FALAR DE 'CINCO SÉCULOS DE COLONIZAÇÃO´PORTUGUESA EM ÁFRICA. ISSO SERIA UMA BURLA. Concordemos ou não, para quem se interessa por estes temas, é para meditarmos e, lendo este históriador, ficar a "conhecer" melhor a nossa presença no marterizado Continente Africano.
Nada mais digo.Estou de facto em férias e todos os dias falo com, ou só observo, africanos. Repara Meu Caro Luís no Sec VIII eles atravessaram o estreito e tanto nos vieram dar...estiveram pouco tempo...e algum de meu sangue não será desse povo que veio com Tarik?
A guerra só acaba quando houver paz e os homens tiverem um tratamento digno...
Abraço Torcato
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