quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10891: (Ex)citações (204): Alpoim Calvão e a Operação Nebulosa: revelações de Jorge Félix, ex-alf mil pil av heli AL III, e comentário de João Meneses, 2º ten fze, RN, DFE 21, 1972

1. Mensagem de Jorge Félix, ex-alf mil pil av, heli, AL III (Bissalanaca, BA12, 1968/70)


Data: 1 de Janeiro de 2013 23:34

Assunto: Alpoím Calvão


Caro Luís,

Grato pelos teus votos de ano novo, e parabéns pelas fotos :))

Estou perdido com as tecnologias pois algo não está bem com o meu PC.

Já respondi ao João Meneses, não conseguindo meter no nosso Blogue (*).

Envio por este meio para fazeres o que achares melhor.

Entretanto já meti no Facebook [,na página da Tabanca Grande,] não sei se bem :))) (**)


___________________

2. Resposta de Jorge Félix ao João Meneses:

Caro João Meneses


Desde já o meu muito obrigado por ter dado um "parecer" ao meu comentário, a uma passagem do livro
"Alpoim Calvão, Honra e Dever".

Neste meu comentário, deveria ter informado, que na Operação Nubelosa, o Senhor Comandante Alpoim Calvão, "e um pequeno grupo de fuzileiros", invadiram o território da Guiné-Conacri e afundaram  a motora 'Patrice Lumunba'. (Informação para quem não leu o livro e possa entender o meu reparo). [, Operação iniciada a 15 de agosto de 1969] (***)

Caro João Meneses, esta operação não foi ir ali ao "tarrafo dar dois tiros e chamar os helis"...Não sei se conhece a região em causa, Foz do rio Cacine (Ali perto, a umas milhas, o PAIGC tinha anti aéreas). Um sitio que se chamava "Quitafine" e,  uns tempos antes, onde também estive, os Paras tiveram que sair sem conseguir avançar no terreno. (Uma outra operação).

Quando falo em "romancear", pretendo dizer que o que está escrito, foi romanceado. Não corresponde à verdade.

Se por um lado , os Fuzileiros fazem uma operação "milimétrica", a FAP, num momento também importante da operação, atuava como relatam: "Os helicópteros andavam a sobrevoar toda a costa da foz do Cacine, não podendo supor que o seu objetivo se encontava naquele baixio tão distante." (linha nº 21, pg 184)

Só não conhecendo a região, pode falar em andarem Helis a sobrevoar "toda a região da foz do Cacine"....

Sim, um "segundo" é muito tempo, e caro João, o Senhor Comandante Alpoím Calvâo [, foto à direita, cortesia do sítio oficial do seu livro,], nesse dia, deve ter esperado 50 minutos desde que pediu a evaquação. (De Al III,mais rápido só com vento de cauda forte).

Faz-me duas perguntas para justificar o que escreveu: "Ademais, para além da sua específica missão, e se foram ouvidos outros  Hélis na zona, não estariam eles noutras missões, desconhecidas do próprio e de outros? Não seria uma realidade? Não seria  legítima uma interpretação empírica?"

Ja percebeu que naquela região os meios aéreos não podiam voar em altitude! Escutar um Heli em baixa altitude, não lhe dá um raio superior a 500 (quinhentos) metros.... as interpretações empíricas podem ser respeitadas por todos, ...

Atendendo a que isto não vai ao conhecimento do sr AG, e para repor a verdade aqui no nosso Blog, vou falar no "tal pormenor" que só poderá ser do conhecimento do Sr Com Alpoim Calvão, e dá credito aquilo que digo.

Ordens do Sr Gen Diogo Neto:  Vai "evacuar" um fuzileiro que torceu um pé. (Ultrapassemos o local). Vai sem mecânico e enfermeira. (Outro pequeno detalhe, as evacuações de heli, terminavam no Heliporto do Hospital Militar). No regresso, aterra no inicio da pista (não na placa, como também podia acontecer) onde, no dizer de Diogo Neto, eu estarei para transportar o "fuzileiro". Não comente esta "operação".... (Isto foi respeitado até este momento). 

Se um dia estiver com o Sr Com Alpoim Calvão, poderá perguntar a verdade desta "história". Não devem ter acontecido , ao Sr Com Alpoim Calvão , muitas evacuações no "meio do mar" e ter à sua espera no inicio da pista de Bissalanca  o Comandante Diogo Neto, que o transportou no Mercedes de vidros "foscos", aqui romanceio eu, para junto de Spínola onde foi contar a  operação.

Sem sentir que foi dada uma imagem negativa da FAP, senti que não foi dita a verdade que eu vivi.

Como aprendi neste "blog"a lutar por ela, vim novamente dar o testemunho da vivência que não deveria ter outra interpretação...

Com amizade e respeito

Jorge Félix

1 de Janeiro de 2013

Abraço e bom Ano Novo

Jorge Félix

Fotos acima reproduzidas, retiradas da página do Facebook do nosso camarada Jorge Félix. Com a devida vénia...

____________


Notas do editor:

(*) Vd. poste de 30 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10877: Notas de leitura (444): Um reparo à descrição da Operação Nebulosa inserta no livro "Alpoim Calvão - Honra e Dever" (Jorge Félix)

(...) Comentário de João Saldanha Meneses [, 2º ten fze, RN, DFE 21, 1972, nosso grã-tabanqueiro nº 591]

Caro Amigo Jorge Felix

Permita-me, com todo o respeito, discordar da sua última afirmação, cito: "Numa próxima edição, este facto romanceado, deveria ser alterado, a fim de dar uma outra imagem da FAP.  As esperas intermináveis dos helis, aconteciam quando não havia meios para 'acudir' a todos ao mesmo tempo."

Deixo-lhe um testemunho simples de que a FAP e o seu nome, NUNCA foram postos em causa, nem interpretei como tal no que está escrito no livro de "Alpoim Calvão". Nem é romance sequer. Ao dar-se a conhecer como o autor daquela operação, dou-lhe os meus cumprimentos. Falar da FAP em geral, já é outra coisa.

Devo a minha vida a evacuação feita pelos Helis, após ferimentos graves em combate.  Compreende aqui a minha gratidão particular e geral pelo que a FAP fez no teatro da Guiné ou qualquer outro.
Compreendo o autor ao dar a entender que demorou tempo a chegada do Heli, É que "UM SEGUNDO" de espera era uma eternidade. 

Todo o processo desde o pedido até este ser realizado, não é instantâneo e todos os que passaram por isso, o sabiam. Mas repito: É que "UM SEGUNDO" de espera era uma eternidade.

Sem responsabilizar a FAP, ou mesmo responsabilizando-a pelo bom comportamento, interpretei o autor, não como um romancista, mas como um tradutor EXACTO do que passa em tais circunstâncias. Ademais, para além da sua específica missão, e se foram ouvidos outros Hélis na zona, não estariam eles noutras missões, desconhecidas do próprio e de outros? Não seria uma realidade? Não seria legítima uma interpretação empírica?

Deixo um pergunta no ar: Alguma vez se colocou em causa ou se tentou criar uma imagem negativa da FAP? Bem pelo contrário, caro Jorge, Muito pelo contrário

Com toda a minha amizade e compreensão
Um Fuzileiro
João Meneses

(**) Último poste da série > 3 de deszembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10757: (Ex)citações (203): O "fado das comparações"... ou o humor sarcástico do Cancioneiro do Niassa(Luís Graça)

(***)  Vd. Fórum Armada, página não oficial da Marinha de Guerra Portuguesa (Excerto, reproduzido  com a devida vénia)

(...) A OPERAÇÃO MAR VERDE > Parte 2 – A decisão e a preparação 

Uma das preocupações de Spínola para enfraquecer o PAIGC era a de estancar o fluxo de abastecimentos, grande parte do qual era feito por via marítima e fluvial. Era importante negar ao PAIGC essa capacidade e para isso, em princípios de 1969, foi feito um vasto trabalho de recolha de informações sobre a frota de embarcações do PAIGC. No decorrer deste trabalho ficou-se a saber que o PAIGC tinha, para além de três pequenos navios e de um número indeterminado de canoas e botes a motor, de duas ou três lanchas rápidas do tipo P6, fornecidas pela União Soviética. Este país tinha igualmente fornecido à Guiné Conakry quatro lanchas rápidas do tipo Komar.

Integrado no quartel-general de Spínola estava o Corpo de Operações Especiais que, comandado pelo capitão-tenente Guilherme Alpoim Calvão (dos Fuzileiros) preparou e executou uma série de acções contra os meios navais do PAIGC. Estas consistiram em emboscadas fluviais montadas pelos Fuzileiros, em botes pneumáticos, que tomavam de assalto os navios do PAIGC. Foram assim capturados e destruídos dois navios, o Patrice Lumumba, da Guiné-Conakry mas ao serviço do PAIGC (Operação Nebulosa, em Agosto de 1969) e oBandim (Operação Gata Brava, em Fevereiro de 1970, em território da Guiné-Conakry), este último especialmente importante para o movimento guerrilheiro. Em resultado destas operações, a capacidade de abastecimento do PAIGC foi severamente afectada.

Mas as pequenas lanchas rápidas do PAIGC e da Guiné-Conakry constituíam um sério risco para os navios portugueses, sobretudo se usadas de noite ou tirando partido das condições hidrográficas da Guiné Portuguesa. As P6 eram um modelo soviético dos anos 50, armadas de torpedos e canhões ligeiros. (...).


Sobre a Op Nebulosa, vd. também o nosso poste de 21 de outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5139: Notas de leitura (30): Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa, de Saturnino Monteiro (Beja Santos)

(...) Em 1969, Alpoim Calvão regressa à Guiné e insiste com o brigadeiro Spínola para que se retomassem as operações destinadas a capturar os navios que andavam ao serviço do PAIGC. Spínola acede à realização dessa operação. Alpoim Calvão planeou a operação “Nebulosa”, que se iniciou em 15 de Agosto de 1969: Calvão era acompanhado pelo segundo-tenente Rebordão de Brito, dois sargentos e dez fuzileiros especiais e levavam quatro botes de borracha. 

A 27, quando se aproximou um navio, mais tarde identificado como sendo o Patrice Lumumba, os botes de borracha saíram do esconderijo e foram ao seu encontro. Como tivesse havido reacção, a força comandada por Calvão atacou com granadas lacrimogéneas e tiros de G-3, a que se seguiu um breve combate corpo a corpo. A bordo encontravam-se 24 pessoas, entre as quais 3 elementos do PAIGC (um deles morto durante o assalto), que foram aprisionadas. O Patrice Lumumba, muito danificado, teve de ser abandonado. (...)

11 comentários:

Luís Graça disse...

Vd. também poste do nosso camarada Manuel Lema Santos, no seu sítio "Reserva Naval", referência à Op Nebulosa:

(...) Em Agosto de 1968, já com o Brigadeiro Spínola como Comandante-Chefe, a Marinha, com o conhecimento de que as embarcações “Bandim”, “Arouca” e “Mirandela” estavam a ser utilizadas no transporte de pessoal e armamento para o interior da Guiné, levou a cabo nova acção na área do Quitafine, ilhas de Canefaque e Cambon, confinadas pelos rios Inxanxe e Nhafuane, sob o comando do CTEN Alpoim Calvão em operação com o nome de código “Nebulosa”.

Depois de ignorarem uma ordem de paragem e após violentos combates com elementos do PAIGC, foram abatidos alguns elementos inimigos e feitos prisioneiros outros, tendo sido capturada a própria embarcação em que se faziam transportar, o “Patrice Lumumba” que, devido aos estragos sofridos, depois de rebocado para longe da área, foi afundado na foz do rio Cacine". (...)

Fonte: Reserva Naval > 30 de agosto de 2010 > Guiné - A Marinha do PAIGC de 1963 a 1974

http://reservanaval.blogspot.pt/2010/08/guine-marinha-do-paigc-de-1963-1974.html

João Carlos Abreu dos Santos disse...

...
Como é de público conhecimento, a autoria do citado livro cabe exclusivamente ao jornalista Rui Hortelão; com quem colaboraram, o CF FZE Luís Pereira Coutinho Sanches de Baêna (19º CFORN), e o 2TEN FZE RN Abel Ivo de Melo e Sousa (24º CFORN).
Se no conteúdo de tal obra existirá algum «romance», e se tal "romance" aparentemente feriu a sensibilidade de algum protagonista - designadamente quem tenha servido na Esquadra dos AL-III da BA12 -, crêem-se por adequadas qq diligências directas junto do conhecido jornalista - e não aqui, onde, em dois sucessivos "postais", parece estar a ser posta em causa a credibilidade do livro -, sendo certo que o contributo do biografado CMG FZE Guilherme Almor de Alpoim Calvão, para a sua «quase biografia», autorizada, consistiu em ter dado o seu aval e pouco mais; cf se infere do email que seguidamente reproduzo >
de: guilherme alpoim calvco
para: Abreu dos Santos (senior)
data: 29Set2012 15:24
assunto: Re: upd m/Re: convite
Caro Amigo, Agradeço as felicitações e o seu interesse na promoção do livro em que sou biografado, creio que com bastante fidelidade, e quero desde já salientar o esforço e diligência dos autores. Com um abraço, Alpoim Calvão.

--------
Com os melhores cumprimentos,
do
Abreu dos Santos
__________

Unknown disse...

Estave eu no meu remanso em Catió, enquanto à minha volta só se organizavam Festas e Convívios...

João Carlos Abreu dos Santos disse...

...
errata: onde se lê (24º CFORN), deve ler-se (20º CFORN)
__

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Parece-me ter ficado esclarecido.

As coisas passaram-se, mais ou menos, conforme o relatado, ou seja, a operação decorreu de acordo com o descrito, o CTen. A. Calvão foi colocado no local que pretendia, a recolha foi efectuada pelo nosso camarada e membro do Blogue Jorge Félix.

Fiquei também a entender que o relato do livro em causa teve o beneplácito, na generalidade, por parte do CTen. A. Calvão, sendo que o 'recheio' do mesmo será da autoria do jornalista R. Hortelão e com as colaborações citadas por Abreu dos Santos (senior).

Donde se pode depreender que, atendendo aos factos (e tenho toda a tendência para crer que o relatado pelo protagonista da recuperação do CTen. A. Calvão, suportado pela sua memória, pelos apontamentos de voo e pelos dados de natureza técnica avançados, corresponde à verdade verdadeira), o que consta, em termos de descrição, no citado livro, estará então, de facto, um tanto 'romanceado'.

Não me custa admitir que tal pudesse ter em vista realçar mais a situação, dramática, quase épica, em que se encontrava o CTen. A. Calvão, isolado, no meio da imensidão, em grande risco, etc., sem qualquer 'intenção intencional'
de menosprezar a acção da FA mas a verdade é que essa pode ser a 'leitura' mais imediata de quer ler a referida passagem e, nesse sentido, acho que o Jorge Félix fez muito bem em não só 'defender a sua dama' como também dar o relato correcto dos acontecimentos.

É claro que uma eventual correcção ao que consta no livro só poderá ser efectuada da forma como Abreu dos Santos (senior) indica mas entretanto nada invalida que essa correcção não fique já aqui exposta.

Abraço
Hélder S.

Anónimo disse...

O que é descrito são baixios com 1 m de profundidade na maré cheia.
Na maré baixa fica um extenso areal.
Ficam a cerca de duas milhas marítimas para este da ilha do melo.
A foz do rio Cacine, aliás não é rio,mas sim um braço de mar,é muito larga e é lindíssima a paisagem envolvente.

O Sr.Comandante A.Calvão conta que nesta operação quando se camuflaram por baixo dos mangais,aguardando a passagem de embarcações do paigc, penduraram nos ramos as rações de combate e outro material logístico,mas quando a maré baixou aquilo ficou de tal forma alto que não conseguiam lá chegar, tiveram que, como é evidente,esperar que a maré subisse.
Quanto à ´"polémica" aqui descrita julgo que nem o Sr.Comandante é dado a romancear o que quer que seja,nem está em causa algum demérito da FAP.

C.Martins

JD disse...

Camaradas,
Sobre se a situação é romanceada ou não, preciso de ter a certeza de que o farol, e os baixios, estão sempre rodeados por água do mar.
É que se já me é difícil perceber o extremo de curiosidade, ou desespero de sobrevivência, que teriam estado na origem da movimentação da gibóia para o farol, conforme o relato, e fiquei ainda mais surpreendido pela falta de narrativa complementar, sobre a solução achada pelos dois "protagonistas" a fugir da maré, pelo que terei de me socorrer de um exemplar.
Que estória excitante!
Abraços
JD

JD disse...

Camaradas,
Acabei consultar a Wikipedia onde se refere que a sucuri (uma espécie brasileira da gibóia) consegue nadar nos rios, onde ataca para caçar alimentos.
Também já vi uma espécie africana mas bem adaptada à água dos rios, em luta com um crocodilo médio, e o que parecia impossível, aconteceu: a cobra de água sufucou o inimigo.
Mas a água do mar é diferente, é salgada e batida. Ainda assim, como em relação às bruxas... que las hay... las hay.
Abraços
JD

João Carlos Abreu dos Santos disse...

... no intuito de concluir o m/comentário supra (o qual pouco depois, em conjunto aos conteúdos dos vossos p10877 e p10891, fiz chegar a conhecimento do biografado), reproduzo, para benefício de todos os membros deste blogue e seus leitores, um recente email:

---«quote»---
de: guilherme alpoim calvco
para: Abreu dos Santos (senior)
data: 06Jan2013 19:43
assunto: Re: "Alpoim Calvão e a Operação Nebulosa: revelações de Jorge Félix"

Prezado Amigo, boa noite.

Sobre o comentário do Jorge Félix, tenho a dizer-lhe:
Parece que as pessoas andam com as sensibilidades exarcebadas. Não há ninguém nos fuzileiros e na Marinha, que não teça os maiores elogios à actuação da FAP no teatro-de-operações da Guiné, incluindo dois dos autores, oficiais do quadro de fuzileiros e combatentes na Guiné!

A apresentação do episódio da Nebulosa, resume-se ao seguinte:
Necessidades operacionais, obrigavam-me a estar em Bissau a uma certa hora, impossível de cumprir com o meio naval em que estava embarcado. Tomei pois a decisão de enviar msg para o CDMG pedindo que fosse contactada a FAP, para me ir pescar num banco de areia que, com o subir da maré, ficava completamente submerso e onde a Marinha tinha colocado recentemente uma marca com reflector para radar. Desembarquei imediatamente, sem esperar resposta para não perder as condições da altura da água. Entretanto a msg foi cifrada, telegrafada, recebida no CDMG, decifrada e o Comodoro entrou em contacto com o Cor. Diogo Neto, que sabia o porquê do pedido e que, pelos vistos, deu uma ordem ao Jorge Félix para me ir buscar. Como a marca não estava assinalada na carta geográfica – utilizei uma carta hidrográfica –, enquanto esperava pensei que era mais uma dificuldade para o piloto. Mas tinha a certeza que me iriam encontrar.

Agora veja os tempos: desde o meu desembarque até o pedido chegar ao Cor. Manuel Diogo Neto, 90 minutos, mais o tempo de vôo e de busca, com a maré a encher, senti que tinha passado um século!!!
Quando me aproximei da marca para evitar um banho forçado, vi que já lá estava um náufrago – em crioulo, "irã ceco" –, que vulgarmente chamávamos de gibóia. Como não sou herpetólogo, provavelmente classifiquei mal o bicho, que tinha entre três ou quatro metros e, dado ser uma constritora, não me apetecia mesmo nada disputar terreno com ela! Pouco depois chegou o heli, que me pescou finalmente, como era esperado.
Saliento que estava desarmado, sem meios de comunicação, isolado, mas tinha tanta confiança na FAP que não pensei duas vezes. Sabia que haviam de me encontrar!
Tirei o 'brevet' na Guiné, tendo por instrutores o então Major Lino Miguel, por vezes o Cor. Neto ou o Orlando Amaral.

Já agora, agradeço ao Jorge Félix a boleia do passado e esteja certo da nossa maior consideração pela FAP, que foi o anjo guardião, dos céus dos nossos teatros-de- operações.

Melhores cumprimentos e um Abraço
G. Alpoim Calvão
---«unquote»---
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Anónimo disse...

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