quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22606: In Memoriam (410): Luís Cristóvão Dias de Aguiar (1940-2021), ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 800 (Contuboel e Dunane, 1965/67), falecido no dia 5 de Outubro de 2021

IN MEMORIAM

Luís Cristóvão Dias de Aguiar (Ilha de S. Miguel, 1940 -  Coimbra, 2021)
Ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 800 (Contuboel e Dunane, 1965/67)


Faleceu ontem, dia 5 de Outubro, em Coimbra, o nosso camarada Cristóvão de Aguiar, nascido em 8 de Setembro de 1940, no Pico da Pedra, Ilha de S. Miguel.

Autor de referência (, possivelmente o maior escritor açoriano do séc.XX, depois de Vitorino Nemésio), deixa uma vasta obra literária, de que se destaca a trilogia romanesca Raiz Comovida, O Braço Tatuado (onde relata a sua experiência como combatente na Guiné durante a Guerra Colonial, de 1965 a1967) e Relação de Bordo, conjunto de diários que abrange os anos de 1965 a 2015
.[*]

Tem no nosso Blogue 27 referências.

Os editores e demais membros desta tertúlia de amigos e camaradas da Guiné expressam  à família os seus mais sentidos votos de pesar.
Cristóvão de Aguiar, em 27 de Novembro de 2008, na Biblioteca-Museu República e Resistência – Espaço Grandella, na apresentação da nova edição do seu livro "Braço Tatuado".
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Notas do editor:

[*] Vd. recensões de Mário Beja Santos à obra de Cristóvão de Aguiar nos postes de:

5 de abril de  2010 > Guiné 63/74 - P6109: Notas de leitura (88): Ciclone de Setembro, de Cristóvão de Aguiar (I) (Beja Santos)

de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6115: Notas de leitura (89): Ciclone de Setembro, de Cristóvão de Aguiar - (II) (Beja Santos)

de abril de2010 > Guiné 63/74 - P6124: Notas de leitura (90): Relação de Bordo, de Cristóvão de Aguiar (I) (Beja Santos)

14 
de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6155: Notas de leitura (92): Trasfega, de Cristóvão de Aguiar (Beja Santos)

16 
de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6162: Notas de leitura (93): Braço Tatuado, de Cristóvão de Aguiar (Beja Santos)
e
17 
de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6170: Notas de leitura (94): Crónica dos dias levantados da guerra, com os horrores de Goya e tudo (Beja Santos)

Vd. postes com o "Diário de Guerra de Cristóvão de Aguiar", textos cedidos pelo autor ao nosso camarada José Martins:

31 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P3823: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (I): Mafra, Janeiro de 1964

3 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3838: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (II): Mafra, Fevereiro/Março de 1964

5 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3843: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (III): Mafra, Maio/Junho de 1964

26 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3944: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (IV): Mafra e Tomar (Julho 1964/Abril 1965)

11 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4013: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (V): Do Tejo ao Geba (17 de Abril de 1965/25 de Maio de 1965)

19 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4838: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (VI): Estadia em Contuboel e férias na Metrópole (27Mai65 a 29Set65)

25 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4860: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (VII): Estadia em Contuboel e Dunane (Out-Dez 1965)

28 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4876: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (VIII): Estadia em Contuboel e Sonaco com a Otília (Jan-Ago 1966)

3 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4893: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (IX): Nascimento do primeiro filho (Set - Dez 1966)

7 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4917: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (X): O difícil regresso à vida civil (Jan - Jun 1967)
e
10 de setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4932: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (XI): Final (Mai68-Jan70)

Vd. último poste da série de 4 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22598: In Memoriam (409): Lissy Jarvik (née Feingold) (1924-2021): teve no seu funeral a presença do nosso cônsul honorário em Los Angeles e o senhor Presidente da República emitiu uma mensagem de condolências (João Crisóstomo, Nova Iorque, de passagem por Portugal, adviser da Sousa Mendes Foundation, com sede nos EUA)

7 comentários:

Anónimo disse...

Expresso aqui a minha partilha da dor sentida pelos seus familiares mais próximos e amigos, perante o desaparecimento deste seu ente querido e nosso camarada dos matos da Guiné.

carvalho de Mampatá

Anónimo disse...

Ramiro Jesus (by email)
Assunto - Óbito
Daya - 6 out 2022 17:52

Boa-tarde, companheiros.

Envio em anexo a notícia (, da Lusa,) do falecimento de um dos nossos, que não sei se estava "registado".

Não o conhecia e, pelos escritos do filho - antes no Observador e agora no Expresso - até pensava que era da minha cidade natal (Coimbra), mas, afinal, era açoriano.

Cumprimentos e continuação de boa saúde!
Ramiro
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Morreu aos 81 anos o escritor açoriano Cristóvão de Aguiar

Cristóvão de Aguiar nasceu em 1940 na ilha de São Miguel, e tornou- se num dos mais relevantes autores açorianos do século XX. Relatou, na sua obra, a experiência que viveu na guerra colonial na Guiné.

05 out 2021, 22:25
  
Morreu esta terça-feira aos 81 anos o escritor português Cristóvão de Aguiar, confirmou o filho, o economista Luís Aguiar Conraria.

Nascido a 8 de setembro de 1940 no Pico da Pedra, concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, Açores, Cristóvão de Aguiar foi um dos mais aclamados escritores açorianos do século XX português.

Em 1965, com 24 anos de idade, foi mobilizado para a guerra colonial e enviado para a Guiné. A sua passagem pela frente de combate levou-o a escrever o livro Braço Tatuado, o segundo volume de uma trilogia composta ainda por Raiz Comovida e Relação de Bordo, que Luís Aguiar Conraria destaca de entre a sua vasta obra literária.

Traduziu ainda A Riqueza das Nações, de Adam Smith, numa edição da Fundação Calouste Gulbenkian.

Entre 2015 e 2020, por ocasião dos 50 anos de vida literária de Cristóvão de Aguiar, uma iniciativa promovida pela Universidade do Minho e pela Secretaria Regional da Cultura dos Açores levou à edição das suas obras completas pelas Edições Afrontamento.

Em 2001, foi condecorado pelo Presidente Jorge Sampaio com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

Ao longo da carreira, recebeu vários prémios literários (incluindo o Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências de Lisboa, o Grande Prémio de Literatura Biográfica da Associação Portuguesa de Escritores/Câmara Municipal do Porto e o Prémio Literário Miguel
Torga/Cidade de Coimbra) e distinções públicas (como a insígnia Autonómica de Reconhecimento da Região Autónoma dos Açores e a medalha de mérito municipal do concelho da Ribeira Grande).

Numa nota enviada esta noite às redações, o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, lamentou a morte do escritor açoriano, reconhecendo que a Região “perde muito” com o seu falecimento, mas valorizando o “legado” que fica através da sua obra.
“A literatura portuguesa, a lusofonia e sobretudo os Açores perdem muito hoje com o seu falecimento”, sublinha José Manuel Bolieiro, citado na mesma nota.

O chefe do executivo açoriano defende que os Açores ficaram “mais ricos pela sua existência e legado”, mas hoje estão, naturalmente, “empobrecidos pelo seu falecimento”.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Também os nossos camarada Mário Beja Santos e Carlos Silva nos alertaram para a triste notícia.

Hélder Valério disse...

Sabemos que este tipo de desfecho nos está destinado, a todos.
Mas é sempre lamentável quando acontece e toca-nos, põe-nos "alerta" quando tomamos conhecimento.
Hoje, como colectivo, ficamos mais pobres.
Que descanse em paz.

Hélder Sousa

José Marcelino Martins disse...

Nas páginas do blog,descodifiquei a CCAC 666, que é a unidade que refere no livro BRAÇO TATUADO.
Quando nos encontramos na biblioteca República e Resistência, em Benfica, foi um enorme gosto ouvi-lo falar sobre a sua comissão de serviço na Guiné.

Lamento a sua morte. Fui recuperar os textos que me enviou, via e-mail,e que foram publicados e referidos pelo nosso editor.

Em breve voltaremos a conversar.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado ao Zé Martins pela sua sensibilidado e generosida sem as quais não teríamos os textos do nossó camarada escritor que agora deixa a Terra da Alegria. Vou rele-los.

Anónimo disse...

Os meus sentimentos de pesar a familia e amigos do veterano Cristóvão Aguiar, cujas extractos de obras gostei muito de ler que, de certa forma, mesmo em forma de ficção, fazem algumas referências a factos narrados no Diário do "Fajonquitense" Inácio Maria Góis em particular do comandante desta companhia, o Cap. Castelar (nome ficcionado), facil de reconhecer na narrativa. São narrativas que me tocam ao fundo devido ao periodo muito particular em que os acontecimentos tiveram lugar trazendo de volta lembranças antigas e nem sempre boas da minha infância em Fajonquito. Tempos de medos, de ansiedades e de desespero sem conta.

Que a sua alma possa repousar em paz.

Cherno Baldé