segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24786: Agenda cultural (843): Doclisboa - 21º Festival Internacional de Cinema: 25 de outubro, 4ª feira, às 10h30, na Culturgest, Pequeno Auditório, projeção do documentário português (119'), "Fogo no Lodo", filmado na aldeia de Unal, a sul de Buba, seguida de debate com os realizadores, Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca


Fotograma do filme "Fogo no Lodo", 
de Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca (119 minutos)



 

21º Doclisboa | Competição Portuguesa | Fogo no Lodo | Catarina Laranjeiro, Daniel Barroca | 119'

Trailer do filme | 1' 27'' (Cortesia de Doclisboa > You Tube


1. A sugestão chega-nos por mail de hoje do Patrício Ribeiro, âs 10h05:

Recomendo verem no cinema, Culturgest, dia 25, realizado pela Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca, o documentário "Fogo no Lodo", feito no sul da Guiné, sobre a tabanca de Unal, a sul de Buba; sobre a realidade atual da tabanca, o que passaram na guerra colonial, e a cultura do arroz de bolanha.

Ontem tive oportunidade de o ver no cinema S. Jorge, em Lisboa.

Abraço, Patrício Robeiro.


2. Sobre o evento, reproduzimos aqui o destaque lhe é dado na página oficial do IHC - Instituto de História Contemporànea, da FCSH/NOVA (Faculdade de Cièncias Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa):


Out 14, 2023 : Destaque, notícias > Catarina Laranjeiro 

Fogo no Lodo, realizado por Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca vai estrear no Doclisboa — 21º Festival Internacional de Cinema, no dia 22 de Outubro, no Cinema São Jorge, estando a concurso na Competição Portuguesa.

O documentário retrata a localidade guineense de Unal, uma aldeia de cultivadores de arroz, cuja população desempenhou um papel crucial na luta de libertação contra o colonialismo português, na Guiné-Bissau, os primeiros a envolver-se na luta armada, mobilizando espíritos ancestrais, os Irãs. 

Ainda hoje, cada gesto do ciclo do arroz é assombrado pela memória da guerra, trauma também inscrito nos seus rituais, corpos, paisagem e música. Fogo no Lodo é, assim, uma abordagem envolvente a uma complexa dinâmica onde formas religiosas e turbulências políticas se cruzam e fundem, para reivindicar o futuro desta comunidade na Guiné-Bissau contemporânea.

Os realizadores, em nota de imprensa, contam que “a experiência histórica da aldeia de Unal no decorrer da guerra de libertação contra o colonialismo português na Guiné-Bissau foi o que nos levou a realizar o documentário”. 

O “interesse comum sobre a complexa experiência humana da guerra através do cinema, naquela geografia específica do sul da Guiné-Bissau” foi o que juntou Catarina e Daniel, neste projecto conjunto. 

“O filme tornou-se um projeto mais amplo sobre a memória da guerra de libertação, a atual tensão entre a comunidade e o estado, a complexa diversidade religiosa, e o trabalho nos arrozais que é um dos pilares económicos da comunidade.”

Além da sessão de estreia, na manhã do dia 25 de Outubro haverá uma outra projecção do documentário, desta feita na Culturgest, à qual se seguirá a sessão inaugural do ciclo 2023-2024 da Oficina de História e Imagem do IHC, onde o público terá a oportunidade de conversar com Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca sobre o processo de realização deste projecto que também foi de investigação.

O filme foi produzido por Rui Ribeiro, Elsa Sertório e Ansgar Schaefer (Kintop), com produção executiva de Catarina Laranjeiro e financiamento do ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual (Ministério da Cultura).
___________

Nota do editor:

Último poste da série > 19 de outubro de 2023 > Guiné 61/74 - P24772: Agenda cultural (842): Pré-apresentação do novo livro do nosso camarada José Teixeira, "O Universo Que Habita Em Nós", prefaciado pelo Prof. Júlio Machado Vaz

4 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Meus caros:

Infelizmente a sessão desta quarta feira já está esgotada, diz-me a Catarina Laranjeira. (Há um grupo de 18 pessoas que reservou, pelo que pode ainda haver desistências.). Ela voltará a avisar-nos quando houver novamente apresentações do filme.

Perguntei ao Patrício onde ficava UNA...Mas parece-me ser UNAL...Veja-se no link abaixo uma infografia nossa, da autoria do António Murta UNAL ficava no corredor de Guileje.Em 2008 andei por estas bandas...Há uma estrada, Quebo-Nhacobá, que nós não chegámos a acabar...e passava perto de Unal...

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2015/09/guine-6374-p15087-caderno-de-memorias.html

Anónimo disse...


Patricio Ribeiro (byu email)
24 ouyt 2023 10:07

Luís,


(...) Vale a pena ver o filme, não é o que pensam, é sim um belo documentário sobre a vida real numa tabanca balanta.

A Catarina andou pela Guiné muitos anos (no mato), a fazer recolhas e a falar com antigos combatentes do PAIGC, para as suas teses.

Não é um trabalho fácil, percorrer as picadas em mota alugada, por vezes chegar a minha casa em Bissorã, cheia de sangue das quedas que dava no caminho, na zona de Oio, e eu e o meu filho, tínhamos que fazer de enfermeiros.

Como ela, há muitas outras a fazer as suas investigações nestas condições, os rapazes agora não querem este sacrifícios.

Como eu lhes digo... No meu tempo, mandavam os rapazes com a vossa idade, para os matos da Guiné, com uma arma às costas. Agora vêm as meninas com um computador debaixo do braço ...

Outros tempos...

Abraço

Patricio Ribeiro

impar_bissau@hotmail.com

A. Murta disse...

Olá, camarada e amigo Luís Graça.

Julgo que estás a fazer confusão quanto à estrada do Quebo-Nhacobá. Ela não passa perto do Unal, pelo contrário, fica muito distante. A verdade é que, segundo o que se dizia dos objectivos daquela estrada - que nunca ouvi confirmar - ela iria direccionar-se para o Unal, após a passagem por Nhacobá. Daí que tivesse-mos feito várias tentativas de tomar o Unal (sacrário do PAIGC) antes de avançar com a estrada. Dizia-se que, muito antes de nós, já as tropas especiais tinham feito várias tentativas e sempre sem sucesso. Por tudo isto, nunca passei de Nhacobá e creio que também ninguém passou.

Grande abraço.
António Murta.

Hélder Valério disse...

Tenho uma dúvida.

O filme (documentário) já foi exibido antes? onde? ao "grande público? em sessões privadas, particulares?

Esta minha dúvida prende-se com o facto de me ter apercebido de "posições" e comentários "contra". Opinam sem ver?

Há muitos anos, num daqueles livros de quadradinhos, como se dizia, um personagem chamado "Peninha" criou uma fórmula de sucesso em termos publicitários. Pela negativa, pelo non sense. Era do género "não provei e não gostei", "não comi e não gostei" e por aí fora. Tal fórmula valeu durante algum tempo mas depois.....
Talvez a "decisão" de não se gostar, à priori, tenha a ver com o que se pensa ser um panegírico ao PAIGC. Será? E se for? Em que é que isso altera a realidade? A passada e a atual?
Fico também com a impressão que haverá algures por aí um enraizado preconceito relativamente ao estudos, livros, ensaios, filmes, etc. que se vão fazendo. Anteriormente era porque se promovia a ignorância sobre a guerra e os seus participantes (nós), agora é porque são trabalhos sob orientação política sectária.
Enfim, tudo normal.

Hélder Sousa