1. Mensagem do nosso camarada Vasco Pires (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72), com data de 17 de Fevereiro de 2013:
FANTASMAS DO FUNDO BAÚ
6 - No fundo do "baú", também tem ...lealdade, dedicação e competência
Caros Luís Graça/Carlos Vinhal,
Segui a sugestão do Carlos de raspar o fundo do baú, agora ilustrado com algumas fotos que chegaram de São Paulo, e olhem o que eu encontrei... lealdade, dedicação e competência.
Na foto *, Vasco Pires (de camiseta branca) ladeado por dois Grandes Artilheiros, a partir da esquerda o Furriel Oliveira, e à direita o Furriel Krus. Foi pela dedicação e competência destes dois altamente empenhados Furriéis, que o Exmo. Senhor Coronel de Artilharia António Carlos Morais Silva escreveu, mais de quarenta anos depois, neste Blog (P9936):
"...sempre exigi, quando andava no mato, tempo de resposta que não podia exceder 1 minuto e perante uma "saída" das armas IN a resposta imediata de um obus fosse qual fosse, no momento, a direcção de vigilância. Cumpriram sempre e nunca esqueci os excelentes artilheiros...".
A partir da esquerda: Fur Mil Oliveira, um graduado da Companhia de Comandos Africana (?), Alf Mil Vasco Pires e Fur Mil krus
O Pelotão foi colocado, famílias incluídas, na última fileira da tabanca junto ao rio (facilmente localizada na foto de Gadamael). Acredito que foi do Furriel Oliveira, a sugestão de ocuparmos a primeira casa junto ao arame, na realidade uma verdadeira "mansão" com dois quartos sala e cozinha, bem próximo aos obuses. Excelente ideia, pois, como eu disse, eles já "saíam atirando", como nos velhos filmes do Clint Eastwood. Humor tardio à parte, tinham grande conhecimento das bases IN, e ajustavam o material rapidamente.
Temos que reconhecer, que não é tarefa fácil, dois jovens beirando os vinte anos, controlarem soldados profissionais, com vários anos de guerra, com mulheres (alguns com mais de uma) e filhos, e eles o fizeram muito bem; lembro, por exemplo, que no dia de pagamento, muitas vezes, passavam a noite administrando os problemas familiares dos soldados, agravados pelos vapores do álcool.
Não posso deixar de lembrar, a sofisticadíssima rede logística, que o Furriel Oliveira, assessorado pelo meu ordenança, o Cabo Apontador (da guarnição local) José Carlos, montou para interceptar caçadores e pescadores às primeiras horas da madrugada, garantindo assim as proteínas extra destes três Artilheiros.
O Furriel Krus sempre administrou brilhantemente a parte operacional do Pelotão, inclusive, durante um longo período formando o Pelotão diariamente para revista.
Mas, sobretudo, fica a certeza que durante a minha vida, civil e militar, nunca tive parceiros tão leais e dedicados, como os Furriéis Oliveira e Krus.
Onde quer que estejam, a minha gratidão.
VP
____________
Nota do editor:
Vd. último poste da série de 24 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11148: Fantasmas ...e realidades do fundo do baú (Vasco Pires) (5): "Alfero di canhão"
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 3 de março de 2013
Guiné 63/74 - P11184: Histórias e memórias de Belmiro Tavares (39): Uns alunos foram à matança
1. Em mensagem do dia 13 de Fevereiro de 2013, o nosso camarada Belmiro Tavares (ex-Alf Mil, CCAÇ 675, Quinhamel, Binta e Farim, 1964/66), enviou-nos mais uma memória do seu tempo de estudante.
HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DE BELMIRO TAVARES
39 - Uns alunos foram à matança
Em princípio de Dezembro de 1960 (poderá ter sido no mesmo mês de 1959, mas de qualquer modo ocorreu há, apenas há uma escassa “meia dúzia” de anos) um grupo de alunos finalistas do COA aceitaram, contentes e alvoraçados, o convite para se deslocarem a Rocas do Vouga, a casa dos meus pais, para participar num almoço diferente do habitual, porque era fora do COA e não só. Esta refeição, chamada localmente, de “rejoada”, ou seja, o prato principal constava de rojões – lombo de porco cozinhado, em nacos de bom tamanho, na própria banha do animal, em panela de ferro e ao lume brando da lareira.
Nos dias de hoje, principalmente no Ribatejo e Alentejo, tal almoço típico, ocorre no próprio dia do abate dos animais (matança) e consta quase só de carne grelhada (febras ou fêveras, costeletas e entremeada).
Naquele tempo, lá na terra, os animais eram abatidos na quinta-feira; ficavam pendurados, para escorrer o sangue, e arrefecer até sábado; neste dia, logo pela manhã, procedia-se à “desmancha” (desfazer, com arte, os animais em pedaços). A carne devidamente cortada era guardada em sal, dentro de grandes arcas (salgadeira) feitas de madeira de pinho ainda verde; não se utilizavam pregos, parafusos ou dobradiças metálicas, pois o salitre corroeria essas peças em tempo curto e as tábuas da arca desconjuntar-se-iam de seguida.
O dia da matança não era escolhido ao acaso; os agricultores tinham em grande conta as fases da lua, não só para matar os animais, mas também para semear cereais e até cortar as árvores cuja madeira eles utilizavam nas suas construções ou reparações.
No espaço de tempo que decorria entre o abate e a própria rojoada, preparavam-se morcelas e chouriças com produtos dos porcos abatidos – morcela com carne e um pouco de sangue; as chouriças eram elaboradas só com carne, tudo temperado a preceito - todos os artigos eram absolutamente frescos, da melhor procedência e de superior qualidade.
O colega José Sá e Sousa, oriundo lá das bandas da Vila da Feira, tinha carro (coisa raríssima naqueles bons velhos tempos); o Armando Figueiredo, creio que não era ainda encartado, mas a mãe emprestou-lhe a sua viatura e lá fomos cinco em cada carro, até quase ao limite interior do distrito de Aveiro.
Quem se lembra de todos aqueles convivas? Eu recordo apenas 8: Sá e Sousa, Reis Ferreira; Armando, Valdemar, Eugénio, Belmiro, Eberl e Ribeiro, havia mais dois; destes o Miller, talvez fosse um deles. Se alguém se lembrar do outro ou se houver imprecisão da minha parte, há que esclarecer.
Chegámos ao local pouco antes da hora aprazada. Solicitei ao Eberl que me acompanhasse até ao canto da eira e perguntei-lhe, apontando para determinada planta ali existente:
- Que arbusto é aquele?
O Eberl ficou surpreendido e comentou:
- Tu não podes ter isto aqui! É absolutamente proibido!
- Não foi isso que eu perguntei! Responde à minha pergunta!
- Isto é a planta do tabaco e não é permitido cultivá-la na Metrópole!
- Eu só pretendia o teu esclarecimento! Sempre ouvi dizer que se tratava de tabaco, mas faltava-me a opinião dum conhecedor.
O Eberl nasceu em Angola, no Pango Aluquem, mais precisamente na fazenda Quenuma Numa e era filho de pais alemães; creio que cultivavam café e tabaco.
Ainda hoje, lá no meu quintal, existem plantas dessas que ali aparecem sem serem semeadas. Até faz lembrar o alecrim. Nesse tempo, a “botica” (remédio de farmácia) tinha por ali pouca utilização; as pessoas vizinhas quando sofriam de determinadas mazelas vinham lá a casa pedir umas folhas de tabaco para curar as suas chagas; diziam que as folhas continham excelentes efeitos curativos.
O padre, como, à época, não podia deixar de ser, também foi convidado. Como era domingo e teria outros compromissos, enviou, em sua representação, a sua irmã que, até era uma solteirona de “profissão”. Bem tentou arranjar partido lá na terra mas não conseguiu.
Logo que nos sentámos à volta da mesa, ela tentou comandar as tropas o que não terá agradado a ninguém. Aí o Ribeiro fez com que ela desistisse da ideia e ela “perdeu o pio”.
Lembras-te, Ribeiro, da anedota que contaste e que a fez encabular? Esta tinha-nos sido narrada pelo Dr. Magalhães Lima, um excelente mestre de matemática do 3º ciclo.
Resumindo: uns anjos, lá no céu, participaram a Jesus que sua Mãe introduzia almas naquele paraíso celeste, clandestinamente, puxando-as por meio de uma corda com nós. Jesus perguntou:
- Sabeis que corda é essa?
E de seguida esclareceu, aquelas celestiais criações:
- É o terço! É através do rosário que as almas pecadoras podem ficar limpas (perdoadas) podendo assim entrar no Reino de Meu Pai!
A senhora Ana, (menina cinquentona), irmã do Padre e certamente conhecedora dos preceitos da Fé, não achou graça alguma ao que ouviu (não lhe chamou blasfémia)! Mas acabado o almoço… desapareceu!
O Reis Ferreira pediu à minha mãe que lhe arranjasse uma “assadura” (um pedaço de carne assada), grelhada nas brasas da lareira; alegou que adorava aquilo e já não comia havia muito tempo.
Iniciou-se o almoço:
1º Prato - cozido à portuguesa – hortaliça colhida no próprio dia e carnes bem frescas.
O meu avô presidia à mesa, ele adorava “passar rasteiras” à malta jovem. De maneira que todos ouvissem, ele avisou:
- Oh! Rapaziada! Isto é o que há! É o nosso almoço e não há mais nada! Cá em casa há só um prato, mas isto dá para todos!
Eu lembrei aos colegas, sem desdizer o meu avô – que participávamos duma rejoada… mas ninguém acreditou no que eu proferi: todos comeram o cozido que nem uns desalmados! Até parecia que no COA se comia mal! Mas aquele cozido era mesmo do outro mundo! Estaria mesmo divinal!
2º Prato – massa meada guisada com carne.
Perante este prato ninguém se alarmou porque… era massa e, como de costume, ninguém apreciava aquilo.
3º Prato – rojões de lombo, arroz do forno, batatas assadas e salada.
O Reis Ferreira foi “aos arames” e comentou descoroçoado:
- Nunca na minha vida fui enganado por um velho, senão hoje! Sinto-me ludibriado; furibundo!
O meu avô adorou aquela brincadeira! Ria-se a bandeiras despregadas, porque tinha enganado os estudantes; durante muito tempo, sempre que se lembrava, comentava comigo aquela “tirada” do Reis Ferreira. Tornou-se célebre! Na verdade, os alunos quase não provaram os rojões, o prato principal que dava o nome ao repasto pois tinham enchido os “bandulhos” com o espetacular cozido.
De seguida colocaram sobre a mesa, à frente do Reis Ferreira, a tal assadura, um bom pedaço de suculenta carne, perfeitamente tostada, doirada, nas brasas da lareira. O jovem Reis Ferreira ficou envergonhado, pois não conseguia comer o que tão delicadamente havia solicitado. No seu estômago não havia lugar para mais… nem uma “assadura” tão desejada.
Todos colaboraram comendo um naco cada um para tirar o Reis Ferreira daquela dificuldade.
Ele sentiu um grande aperto no estômago, mas daquela… lá o safámos.
Já agora a sobremesa também tem de ser citada: castanhas assadas e fruta da época.
Assim terminou um almoço muito diferente do habitual, porque foi servido fora do ambiente colegial e porque, já naquele tempo, a carne dos animais criados em casa era bastante melhor que a carne do talho.
Os porcos abatidos lá em casa tinham sempre mais de um ano e meio quase sempre pesavam mais de 180Kg (limpos) cada; eram umas bestas avantajadas!
Foi um domingo bem passado… em plena liberdade… sem o Correia… nem diretores, professores ou quejandos!
Saudações colegiais
Fevereiro 2013
B T
____________
Nota do editor:
Vd. último poste da série de 22 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11135: Histórias e memórias de Belmiro Tavares (38): O Carinhas
HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DE BELMIRO TAVARES
39 - Uns alunos foram à matança
Em princípio de Dezembro de 1960 (poderá ter sido no mesmo mês de 1959, mas de qualquer modo ocorreu há, apenas há uma escassa “meia dúzia” de anos) um grupo de alunos finalistas do COA aceitaram, contentes e alvoraçados, o convite para se deslocarem a Rocas do Vouga, a casa dos meus pais, para participar num almoço diferente do habitual, porque era fora do COA e não só. Esta refeição, chamada localmente, de “rejoada”, ou seja, o prato principal constava de rojões – lombo de porco cozinhado, em nacos de bom tamanho, na própria banha do animal, em panela de ferro e ao lume brando da lareira.
Nos dias de hoje, principalmente no Ribatejo e Alentejo, tal almoço típico, ocorre no próprio dia do abate dos animais (matança) e consta quase só de carne grelhada (febras ou fêveras, costeletas e entremeada).
Naquele tempo, lá na terra, os animais eram abatidos na quinta-feira; ficavam pendurados, para escorrer o sangue, e arrefecer até sábado; neste dia, logo pela manhã, procedia-se à “desmancha” (desfazer, com arte, os animais em pedaços). A carne devidamente cortada era guardada em sal, dentro de grandes arcas (salgadeira) feitas de madeira de pinho ainda verde; não se utilizavam pregos, parafusos ou dobradiças metálicas, pois o salitre corroeria essas peças em tempo curto e as tábuas da arca desconjuntar-se-iam de seguida.
O dia da matança não era escolhido ao acaso; os agricultores tinham em grande conta as fases da lua, não só para matar os animais, mas também para semear cereais e até cortar as árvores cuja madeira eles utilizavam nas suas construções ou reparações.
No espaço de tempo que decorria entre o abate e a própria rojoada, preparavam-se morcelas e chouriças com produtos dos porcos abatidos – morcela com carne e um pouco de sangue; as chouriças eram elaboradas só com carne, tudo temperado a preceito - todos os artigos eram absolutamente frescos, da melhor procedência e de superior qualidade.
O colega José Sá e Sousa, oriundo lá das bandas da Vila da Feira, tinha carro (coisa raríssima naqueles bons velhos tempos); o Armando Figueiredo, creio que não era ainda encartado, mas a mãe emprestou-lhe a sua viatura e lá fomos cinco em cada carro, até quase ao limite interior do distrito de Aveiro.
Quem se lembra de todos aqueles convivas? Eu recordo apenas 8: Sá e Sousa, Reis Ferreira; Armando, Valdemar, Eugénio, Belmiro, Eberl e Ribeiro, havia mais dois; destes o Miller, talvez fosse um deles. Se alguém se lembrar do outro ou se houver imprecisão da minha parte, há que esclarecer.
Chegámos ao local pouco antes da hora aprazada. Solicitei ao Eberl que me acompanhasse até ao canto da eira e perguntei-lhe, apontando para determinada planta ali existente:
- Que arbusto é aquele?
O Eberl ficou surpreendido e comentou:
- Tu não podes ter isto aqui! É absolutamente proibido!
- Não foi isso que eu perguntei! Responde à minha pergunta!
- Isto é a planta do tabaco e não é permitido cultivá-la na Metrópole!
- Eu só pretendia o teu esclarecimento! Sempre ouvi dizer que se tratava de tabaco, mas faltava-me a opinião dum conhecedor.
O Eberl nasceu em Angola, no Pango Aluquem, mais precisamente na fazenda Quenuma Numa e era filho de pais alemães; creio que cultivavam café e tabaco.
Ainda hoje, lá no meu quintal, existem plantas dessas que ali aparecem sem serem semeadas. Até faz lembrar o alecrim. Nesse tempo, a “botica” (remédio de farmácia) tinha por ali pouca utilização; as pessoas vizinhas quando sofriam de determinadas mazelas vinham lá a casa pedir umas folhas de tabaco para curar as suas chagas; diziam que as folhas continham excelentes efeitos curativos.
O padre, como, à época, não podia deixar de ser, também foi convidado. Como era domingo e teria outros compromissos, enviou, em sua representação, a sua irmã que, até era uma solteirona de “profissão”. Bem tentou arranjar partido lá na terra mas não conseguiu.
Logo que nos sentámos à volta da mesa, ela tentou comandar as tropas o que não terá agradado a ninguém. Aí o Ribeiro fez com que ela desistisse da ideia e ela “perdeu o pio”.
Lembras-te, Ribeiro, da anedota que contaste e que a fez encabular? Esta tinha-nos sido narrada pelo Dr. Magalhães Lima, um excelente mestre de matemática do 3º ciclo.
Resumindo: uns anjos, lá no céu, participaram a Jesus que sua Mãe introduzia almas naquele paraíso celeste, clandestinamente, puxando-as por meio de uma corda com nós. Jesus perguntou:
- Sabeis que corda é essa?
E de seguida esclareceu, aquelas celestiais criações:
- É o terço! É através do rosário que as almas pecadoras podem ficar limpas (perdoadas) podendo assim entrar no Reino de Meu Pai!
A senhora Ana, (menina cinquentona), irmã do Padre e certamente conhecedora dos preceitos da Fé, não achou graça alguma ao que ouviu (não lhe chamou blasfémia)! Mas acabado o almoço… desapareceu!
O Reis Ferreira pediu à minha mãe que lhe arranjasse uma “assadura” (um pedaço de carne assada), grelhada nas brasas da lareira; alegou que adorava aquilo e já não comia havia muito tempo.
Iniciou-se o almoço:
1º Prato - cozido à portuguesa – hortaliça colhida no próprio dia e carnes bem frescas.
O meu avô presidia à mesa, ele adorava “passar rasteiras” à malta jovem. De maneira que todos ouvissem, ele avisou:
- Oh! Rapaziada! Isto é o que há! É o nosso almoço e não há mais nada! Cá em casa há só um prato, mas isto dá para todos!
Eu lembrei aos colegas, sem desdizer o meu avô – que participávamos duma rejoada… mas ninguém acreditou no que eu proferi: todos comeram o cozido que nem uns desalmados! Até parecia que no COA se comia mal! Mas aquele cozido era mesmo do outro mundo! Estaria mesmo divinal!
2º Prato – massa meada guisada com carne.
Perante este prato ninguém se alarmou porque… era massa e, como de costume, ninguém apreciava aquilo.
3º Prato – rojões de lombo, arroz do forno, batatas assadas e salada.
O Reis Ferreira foi “aos arames” e comentou descoroçoado:
- Nunca na minha vida fui enganado por um velho, senão hoje! Sinto-me ludibriado; furibundo!
O meu avô adorou aquela brincadeira! Ria-se a bandeiras despregadas, porque tinha enganado os estudantes; durante muito tempo, sempre que se lembrava, comentava comigo aquela “tirada” do Reis Ferreira. Tornou-se célebre! Na verdade, os alunos quase não provaram os rojões, o prato principal que dava o nome ao repasto pois tinham enchido os “bandulhos” com o espetacular cozido.
De seguida colocaram sobre a mesa, à frente do Reis Ferreira, a tal assadura, um bom pedaço de suculenta carne, perfeitamente tostada, doirada, nas brasas da lareira. O jovem Reis Ferreira ficou envergonhado, pois não conseguia comer o que tão delicadamente havia solicitado. No seu estômago não havia lugar para mais… nem uma “assadura” tão desejada.
Todos colaboraram comendo um naco cada um para tirar o Reis Ferreira daquela dificuldade.
Ele sentiu um grande aperto no estômago, mas daquela… lá o safámos.
Já agora a sobremesa também tem de ser citada: castanhas assadas e fruta da época.
Assim terminou um almoço muito diferente do habitual, porque foi servido fora do ambiente colegial e porque, já naquele tempo, a carne dos animais criados em casa era bastante melhor que a carne do talho.
Os porcos abatidos lá em casa tinham sempre mais de um ano e meio quase sempre pesavam mais de 180Kg (limpos) cada; eram umas bestas avantajadas!
Foi um domingo bem passado… em plena liberdade… sem o Correia… nem diretores, professores ou quejandos!
Saudações colegiais
Fevereiro 2013
B T
____________
Nota do editor:
Vd. último poste da série de 22 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11135: Histórias e memórias de Belmiro Tavares (38): O Carinhas
Guiné 63/74 - P11183: Blogpoesia (323): É um pássaro, diz ela. De areia. Ferido de morte (Luís Graça)
Foto: © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados.
Para o Idálio Reis e os bravos da CCAÇ 2317
(Gandembel/Ponte Balana, 1968/69),
com um Alfa Bravo
É um pássaro.
De areia.
Diz ela.
Ferido de morte.
Uma jurássica ave de arribação
que te veio anunciar a peste.
Peste branca. Preta. Vermelha.
Vírus do Nilo.
Dengue.
Al Qaeda.
O tchador.
A burkha.
A mulher dengosa.
A expulsão do paraíso.
A língua viperina.
O caduceu do Asclépio.
Febre hemorrágica.
Sida.
Pena capital.
Terror nuclear.
Pandemia. Amarela.
Bílis negra.
Os neutrões.
A língua azul dos camelos.
O vírus influenza
dos gansos selvagens.
A danação eterna.
A gripe das gaivotas-ratazanas.
A implosão dos neurónios.
O buraco do ozono.
A febre da carraça.
Malária, paludismo, sezonismo.
A doença de Creutzfeldt-Jakob.
O mal de viver.
O mal de amores.
O morbo gálico.
A vingança das índias
que envenenaram o sangue dos espanhóis.
Os vectores de todas doenças emergentes e reemergentes.
As metástases pancreátricas.
O pão transgénico.
As setas pragas do Egipto.
A implosão do milenar Portugal dos pequeninos.
O triunfo do Goldman Sachs Sachs Sachs,
o homem de ouro
que está acima de Deus
e de todas as suas criaturas.
A estátua jazente de um deus alado
que morreu nas dunas.
Diz ele.
Por fadiga.
Burn-out.
Desidratação.
Imprecação.
Hipotermia.
O irã que largou o poilão
e morreu de infinita tristeza.
Vidrado.
Varado por um tiro de Kalash.
Puro pau sangue exangue.
Triste bissilão dda diáspora,
sem raízes.
Ou então um pobre náufrago da costa de ouro, marfim e prata.
A escassos metros da meta.
À entrada do paraíso.
Da reserva ecológica.
Dos abrigos à prova de canhão sem recuo
da Europa imaginada.
Blindada.
Cega.
Surda.
E muda.
Terá atravessado os campos de golfe magnéticos
que outrora eram verdes.
Diz ela.
Na rota das Canárias e do Saará,
segue sempre em frente
e encontrarás o paraíso.
Do ouro, do incenso e da mirra.
Já.
Ou encontravas.
Miragem,
diz ele.
Aqui jaz.
Agora.
Na areia da praia.
O soldado.
Desconhecido.
Número tal.
Que terá vindo de Gandembel,
sobrevoando Ponte Balana.
Sem senha
nem contra-senha,
nem ração de combate,
nem número mecanográfico.
Nem requisição de transporte.
Nem visto
ou simples carta de chamada
da Pátria.
Nem sequer muda de roupa
para o além.
Nem sequer a última carta da namorada.
Simples soldado raso,
morto por uma roquetada.
O puro terror dos fornilhos,
diz ele.
A cilada.
A emboscada.
As pirogas à deriva.
A guerra elevada à categoria de arte
do predador.
Generalíssimo predador.
As tripas de fora
de um deus-menino.
O pássaro.
De fogo.
Desintegrado.
Oh! Gandembel das morteiradas,
dos abrigos de madeira
onde nós, pobres soldados,
imitamos a toupeira.
-diz ele.
In memoriam.
A morte, sem legenda,
a asfixia, sem escape,
a exaustão, sem honra,
a luta sem glória nem compaixão,
os nervos de aço esfrangalhados
do soldado-toupeira,
o envenenamento das fontes de água
que corria doce e triste,
o triste rio Balana,
triste como todos os rios da Guiné,
o céu trespassado por setas envenenadas,
as chuvas ácidas,
o napalm,
o jato do povo.
o strela,
o RPG-Sete.
O pássaro de areia, diz ela,
outra vez.
- Quem vem aí ?
Cala-se o dari no Cantanhez.
Imobiliza-se o jagudi de Pirada.
Esconde-se a gazela na orla da bolanha de Ponta Coli.
....Para se poder ouvir o tiro tenso do voo
da ave mortal da madrugada.
______________
Nota do editor
Último poste da série > 26 de fevereiro de 2013> Guiné 63/74 - P11160: Blogpoesia (322): Não sou nada, não sou ninguém (Ernesto Duarte)
É um pássaro.
De areia.
Diz ela.
Ferido de morte.
Uma jurássica ave de arribação
que te veio anunciar a peste.
Peste branca. Preta. Vermelha.
Vírus do Nilo.
Dengue.
Al Qaeda.
O tchador.
A burkha.
A mulher dengosa.
A expulsão do paraíso.
A língua viperina.
O caduceu do Asclépio.
Febre hemorrágica.
Sida.
Pena capital.
Terror nuclear.
Pandemia. Amarela.
Bílis negra.
Os neutrões.
A língua azul dos camelos.
O vírus influenza
dos gansos selvagens.
A danação eterna.
A gripe das gaivotas-ratazanas.
A implosão dos neurónios.
O buraco do ozono.
A febre da carraça.
Malária, paludismo, sezonismo.
A doença de Creutzfeldt-Jakob.
O mal de viver.
O mal de amores.
O morbo gálico.
A vingança das índias
que envenenaram o sangue dos espanhóis.
Os vectores de todas doenças emergentes e reemergentes.
As metástases pancreátricas.
O pão transgénico.
As setas pragas do Egipto.
A implosão do milenar Portugal dos pequeninos.
O triunfo do Goldman Sachs Sachs Sachs,
o homem de ouro
que está acima de Deus
e de todas as suas criaturas.
A estátua jazente de um deus alado
que morreu nas dunas.
Diz ele.
Por fadiga.
Burn-out.
Desidratação.
Imprecação.
Hipotermia.
O irã que largou o poilão
e morreu de infinita tristeza.
Vidrado.
Varado por um tiro de Kalash.
Puro pau sangue exangue.
Triste bissilão dda diáspora,
sem raízes.
Ou então um pobre náufrago da costa de ouro, marfim e prata.
A escassos metros da meta.
À entrada do paraíso.
Da reserva ecológica.
Dos abrigos à prova de canhão sem recuo
da Europa imaginada.
Blindada.
Cega.
Surda.
E muda.
Terá atravessado os campos de golfe magnéticos
que outrora eram verdes.
Diz ela.
Na rota das Canárias e do Saará,
segue sempre em frente
e encontrarás o paraíso.
Do ouro, do incenso e da mirra.
Já.
Ou encontravas.
Miragem,
diz ele.
Aqui jaz.
Agora.
Na areia da praia.
O soldado.
Desconhecido.
Número tal.
Que terá vindo de Gandembel,
sobrevoando Ponte Balana.
Sem senha
nem contra-senha,
nem ração de combate,
nem número mecanográfico.
Nem requisição de transporte.
Nem visto
ou simples carta de chamada
da Pátria.
Nem sequer muda de roupa
para o além.
Nem sequer a última carta da namorada.
Simples soldado raso,
morto por uma roquetada.
O puro terror dos fornilhos,
diz ele.
A cilada.
A emboscada.
As pirogas à deriva.
A guerra elevada à categoria de arte
do predador.
Generalíssimo predador.
As tripas de fora
de um deus-menino.
O pássaro.
De fogo.
Desintegrado.
Oh! Gandembel das morteiradas,
dos abrigos de madeira
onde nós, pobres soldados,
imitamos a toupeira.
-diz ele.
In memoriam.
A morte, sem legenda,
a asfixia, sem escape,
a exaustão, sem honra,
a luta sem glória nem compaixão,
os nervos de aço esfrangalhados
do soldado-toupeira,
o envenenamento das fontes de água
que corria doce e triste,
o triste rio Balana,
triste como todos os rios da Guiné,
o céu trespassado por setas envenenadas,
as chuvas ácidas,
o napalm,
o jato do povo.
o strela,
o RPG-Sete.
O pássaro de areia, diz ela,
outra vez.
- Quem vem aí ?
Cala-se o dari no Cantanhez.
Imobiliza-se o jagudi de Pirada.
Esconde-se a gazela na orla da bolanha de Ponta Coli.
....Para se poder ouvir o tiro tenso do voo
da ave mortal da madrugada.
______________
Nota do editor
Último poste da série > 26 de fevereiro de 2013> Guiné 63/74 - P11160: Blogpoesia (322): Não sou nada, não sou ninguém (Ernesto Duarte)
sábado, 2 de março de 2013
Guiné 63/74 - P11182: Memória dos lugares (220): Gandembel: fotos de 1968 (Idálio Reis), 2008 (Luís Graça) e 2011 (Carlos Afeitos) (Parte I)
Foto nº 1 (Carlos Afeitos, 2011)
Foto nº 2 (Luís Graça, 2008)
Foto nº 3 (Idálio Reis, 1968)
Foto nº 4 (Idálio Reis, 1968)
Foto nº 5 (Carlos Afeitos, 2011)
Foto nº 6 (Luís Graça, 2008)
Foto nº 7 (Carlos Afeitos, 2011)
Foto nº 8 (Carlos Afeitos, 2011)
Foto nº 9 (Idálio Reis, 1968)
Foto nº 10 (Idálio Reis, 1968)
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Gandembel > CCAÇ 2317 (1968/69) > Neste e num poste seguinte, vamos apresentar imagens de épocas diferentes, captadas por Idálio Reis (1968), Luís Graça (2008) e Carlos Afeitos (2011).
1. Mensagem, datada de 21 de fevereiro último, de Carlos Afeitos, antigo professor, cooperante na Guiné_Bissau (2009-2012) e membro recente da nossa Tabanca Grande:
Boa tarde,
Tenho lido o blog e continuo com a mesma percepção de que falei anteriormente. É incrivel saber as coisas que vocês por lá passaram e como em pouco tempo o degradamento dos edifícios que foram deixados. Eu conheço os sítios de como estão agora e vejo a diferença. Continuando, estive a ver que agora estão alguns posts relativamente à linha de defesa junto da Guiné-Conacri e como conheço alguns sítios envio mais um lote de fotografias.
Desta vez é de Gandembel, o que tem uma história particularmente engraçada. Quando passei a segunda vez pela placa, decidimos parar e ir visitar as antigas instalações de Gandembel. Como eu nunca fui à tropa e estava acompanhado de dois amigos que conhecem essas andanças, lá me foram dando algumas luzes do que estava a ver. Vi pelo menos um bunker, uma linha de trincheiras ao redor do aquartelamento, um fosso para fazer tiro de morteiro, segundo as explicações, o que resta de um edifício e uma espécie de fosso. Fosso esse que não sei o que seria, se seria para mecânica ou algo parecido. Já agora coloco a questão, que tipo de aquartelamento era Gandembel? Quantos militares lá estavam?
Continuando o meu relato, andámos por todo o lado e percorremos o que restava, claro que sempre acompanhado por um enorme nuvem de mosquitos, mas mesmo grande, que eu passava as minhas mãos por detrás da cabeça e sentia-os a bater-me nas palmas das mãos. Tal era a quantidade de aeronaves voadoras por aqueles lados, até aqui tudo bem.
Continuámos o nosso caminho e fomos até Gadamael Porto, Cacine e Cameconde. Não cheguei a ir a Campeane. Existiu algum quartel por aqueles lados? Em Cameconde, estivemos e veio um professor pedir-nos ajuda com alguns materiais escolares, livros e coisas afins. Isto passou-se em Julho. Em Agosto regressei a Portugal para férias escolares e voltei para a Guiné em Outubro. Em Novembro, consegui reunir bastantes livros de vários anos e mais algum material escolar e marquei um dia para ir entregar o material. Lá fomos de carro cheio de material escolar de Bissau até Cameconde.
Pelo caminho, como ia com outro amigo que nunca tinha ido para aqueles lados, queríamos parar em Gandembel. Para grande surpresa nossa, estavam a desminar aquela área e não foi possível visitar novamente o aquartelamento. Como ia eu e mais um amigo da outra vez, ficámos a pensar um bocado pois ainda há 4 meses tínhamos percorrido tudo e agora estavam a desminar o sítio. Uma das pessoas disse-nos que tinham encontrado 38 objectos explosivos, mas não sei o que seria, se minas ou outra coisa qualquer. Sei que o vi com uma espécie de bala na mão, mas em tamanho grande. Podem ver que eu sou mesmo perito nestas andanças.
Com os melhores cumprimentos,
Carlos Afeitos [, foto atual, à direita,]
Com os melhores cumprimentos,
Carlos Afeitos [, foto atual, à direita,]
Obrigado, Carlos... Fico muito sensibilizado...
Sobre Gandembel, tens no blogue cerca de 150 referências... Ganbembel foi construído de raíz, a pá e pica, e defendido com unhas e dentes... Em qualquer parte do mundo, daria um filme épico!... Em menos de 9 meses, a CCAÇ 2317 (c. 150 homens) tiveram c. de 370 ataques e flagelações... Vê aqui uma coleção notável de fotos (11 postes) em:
10 de outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2172: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/69) (Idálio Reis) (11): Em Buba e depois no Gabu, fomos gente feliz... sem lágrimas (Fim)
3. Comentário do Idálio Reis [, foto à esquerda], com data de 1 do corrente, a pedido dos editores:
Assunto - Gandembel e as fotos de um cooperante português: Carlos Afeitos
Quando se procura testemunhar indícios da passagem do homem, passados 44 anos e mais em África, o que poderá restar? Fósseis.
Assunto - Gandembel e as fotos de um cooperante português: Carlos Afeitos
Quando se procura testemunhar indícios da passagem do homem, passados 44 anos e mais em África, o que poderá restar? Fósseis.
No abandono de Gandembel, a 28 de Janeiro de 1969, todas as infraestruturas existentes ficaram intactas, e porque se procedeu a destruições posteriores, são mistérios. Talvez, ambos os beligerantes, tenham a sua quota-parte, quer seja pelo poder das bombas da Força Aérea, quer mesmo pelo PAIGC.
A envolvente de Gandembel ficou pejada de minas e armadilhas antipessoais. Mas das fotos que me enviaram aquando do Simpósio de Guileje, em 2008, não estavam lá tais placas. Contudo, se se processava a um processo de desminagem, como atesta o Carlos Afeitos, é porque algo se passou de consequências imprevisíveis. Muitos artefactos por lá restaram, desde munições a granadas de mão que se enterraram, a granadas de morteiro que não rebentaram. Oxalá que tais trabalhos de desminagem tenham resultado em pleno, para que aquela terra ardente sossegue definitivamente.
E nesses chãos do Balana, a pujança da fauna e da flora do Cantanhez continue em ciclópica regeneração, pois a Guiné-Bissau possui aí uma riqueza incomensurável.
A envolvente de Gandembel ficou pejada de minas e armadilhas antipessoais. Mas das fotos que me enviaram aquando do Simpósio de Guileje, em 2008, não estavam lá tais placas. Contudo, se se processava a um processo de desminagem, como atesta o Carlos Afeitos, é porque algo se passou de consequências imprevisíveis. Muitos artefactos por lá restaram, desde munições a granadas de mão que se enterraram, a granadas de morteiro que não rebentaram. Oxalá que tais trabalhos de desminagem tenham resultado em pleno, para que aquela terra ardente sossegue definitivamente.
E nesses chãos do Balana, a pujança da fauna e da flora do Cantanhez continue em ciclópica regeneração, pois a Guiné-Bissau possui aí uma riqueza incomensurável.
Do mail do Carlos Afeitos, refere as nuvens de mosquitos. Porventura resultantes de charcos do Balana, já que no meu tempo, não foi esse o nosso grande flagelo, pois jamais houve uma rede mosquiteira. As ingentes azáfamas quotidianas toldadas com os constantes estrondos da metralha, foram sempre o nosso penar. Quanto sangue se jorrou em Gandembel!
Das fotos, notam-se essencialmente restos calcinados das casernas-abrigo - os tais bunkers -, que nos proporcionava alguma segurança pessoal. Verifica-se que o cimo de uma delas, tomba de pleno, onde se nota restos da parede posterior, que as estruturas metálicas de sustentação fizeram solidificar.
Das fotos, notam-se essencialmente restos calcinados das casernas-abrigo - os tais bunkers -, que nos proporcionava alguma segurança pessoal. Verifica-se que o cimo de uma delas, tomba de pleno, onde se nota restos da parede posterior, que as estruturas metálicas de sustentação fizeram solidificar.
Um dos locais do morteiro 81 [ Fotos nºs 1, 2, 3, 4] continua presente. Era aí que pernoitavam o comandante da Companhia e o seu ajudante.
Também, pelo seu figurino geométrico se mostra o armazém de víveres, a última das construções mais sólidas a serem edificadas. [,Fotos nºs 5 e 6]
Desconheço se o cooperante Carlos Afeitos ainda continua a calcorrear aquelas terras do Forreá. Terei o maior prazer em lhe ofertar um livro meu, para lhe dar a conhecer o quanto representou aquelas paragens para a minha CCaç 2317. E se acaso, por aí se quedar, que envie mais algumas imagens. Ficarei satisfeito.
Calorosamente, Idálio Reis
_____________
Nota do editor:
Último poste da série > 28 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11171: Memória dos lugares (219): Olossato, anos 60, no princípio era assim (6) (José Augusto Ribeiro)
Calorosamente, Idálio Reis
_____________
Nota do editor:
Último poste da série > 28 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11171: Memória dos lugares (219): Olossato, anos 60, no princípio era assim (6) (José Augusto Ribeiro)
Guiné 63/74 - P11181: Em busca de ... (216): O meu professor, em Afiá, Aldeia Formosa, o ex- 1º cabo Abeltino José Rocha (Sori Baldé, secretário executivo da ONG ADI - Associação para o Desenvolvimento Integrado)
Guiné > Região de Tombali > Guileje (mapa de 1956) (Escala 1/50 mil) > Detalhe > Posição relativa de Afiá
Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
Bom dia,
Sou Sori Baldé, guineense, técnico agrícola, actualmente secretário executivo de ONG-ADI [, Associação para o Desenvolvimento Integrado]. [Ver aqui uma entrevista de há dois anos com Sori Baldé]
Estou à procura de um português que passou na Guiné, nos meados de 1972/74, 1º cabo, professor colocado em Afiá e residente na Aldeia Formoso, de nome Abeltino José Rocha.
Sori Baldé
Telemóveis: +(245) 662 63 15 ou 590 02 56
2. Comentário de L.G.:
Meu caro Sori Baldé, obrigado por bateres à porta da nossa Tabanca Grande. Mas vamos lá ver se te conseguimos ajudar. Infelizmente não temos listas completas e atualizadas dos militares portugueses que passaram pela tua terra, entre 1972 e 1974... O teu professor tem, no entanto, uma nome pouco vulgar, Abeltino... Pesquisando na Net localizei um indivíduo com esse nome, Abeltino José Rocha, em dois sítios:
- Rede social Sonico Portugal: há um indivíduo com o mesmo nome, residente em Setúbal;
- Brigada Fiscal - Aviso no Diário da República: há também, ou havia em 2001, um agente da Brigada Fiscal com esse nome.
Mas o mais importante é saber a que unidade (batalhão ou companhia) pertencia o teu professor... Espero que ele ou algum seu antigo camarada de armas possa ler o teu apelo... Ele por certo que ficará feliz e orgulhoso por saber notícias tuas. Recebe um abraço dos teus amigos de 72/74. Mantenhas. Luís Graça
PS - Ah!, e conta-nos com mais pormenores como era a tua aldeia, Afiá, nesse tempo, e que militares lá estavam, juntamente com o teu professor. Também podes falar da tua ONG e do trabalho que vocês estão a fazer no terreno (que, pelo que li, se tem concentrado nas regiões de Biombo, Cacheu, Oio, Tombali e no Sector Autónomo de Bissau).
PS - Ah!, e conta-nos com mais pormenores como era a tua aldeia, Afiá, nesse tempo, e que militares lá estavam, juntamente com o teu professor. Também podes falar da tua ONG e do trabalho que vocês estão a fazer no terreno (que, pelo que li, se tem concentrado nas regiões de Biombo, Cacheu, Oio, Tombali e no Sector Autónomo de Bissau).
3. Aqui ficam informações recolhidas pelo nosso colaborador permanente José Martins sobre as unidades que passaram por Aldeia Formosa no período em questão (1972/74). Todas elas têm representantes no nosso blogue.
Viva, Luis
Eis o que consegui encontrar:
Unidades estacionadas em Aldeia Formosa, no período referido:
Mobilizado no Regimento de Infantaria 15 - Tomar
Batalhão de Caçadores 4516/73, entre Agosto e Outubro de 1973
2ª Companhia, entre Julho e Agosto de 1973
3ª Companhia, entre Julho e Outubro de 1971
Contacto para o encontro de 2007
Manuel António Silva + telemóveis 933 629 860 e 965 528 580
Mobilizado no Regimento de Infantaria 2 – Abrantes
Batalhão de Caçadores 4513/72, de Março de 1973 a Abril de 1974
2ª Companhia, idem.
Contacto para o encontro de 2011
Adalberto Silva, telefones 309 713 745 ou 965 816 315
Email: batcac4513@gmail.com ou a.costasilva@hotmail.com
Mobilizado no Regimento de Cavalaria 3 – Estremoz
Companhia de Cavalaria 8351/72, de Outubro de 1972 a Julho de 1973.
Contactos não encontrados
Abraço
Zé Martins
________________
Nota do editor:
Último poste da série > 19 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11118: Em busca de... (215): Informações sobre o malogrado Fur Mil Lenine José da Costa Lima e Castro (Pel Rec Fox 693), falecido em campanha em 28 de Novembro de 1964 (Carlos Matos Gomes)
Guiné 63/74 - P11180: Do Ninho D'Águia até África (55): O fim aproximava-se, mas havia desespero (Tony Borié)
1. Quinquagésimo quinto episódio da série "Do Ninho de D'Águia até África", de autoria do nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66), iniciada no Poste P10177:
DO NINHO D'ÁGUIA ATÉ ÁFRICA - 55
O mosquiteiro, que se usava sobre a cama, já estava roto e cheio de marcas de sangue seco dos mosquitos mortos, que quando vivos, faziam uma zoeira na área das orelhas, e acordavam o Cifra, as picadelas, não produziam qualquer efeito. As botas estavam rotas e gastas, tinha um par delas melhor, que estava a guardar para o embarque, pois queria aparecer aos primos de Lisboa, limpo e com alguma dignidade.
O Cifra estava a passar por uma fase difícil, tinha pensamentos arrepiantes, algumas vezes quando ao final do dia vinha até à ponte, olhava a água, principalmente na maré cheia, parece que ouvia uma voz a chamá-lo, a convidá-lo a mergulhar nessa mesma água, turva e cheia de lama, nesse momento, tirava o cigarro da boca, atiráva-o para a água e via-o desaparecer, num turvilhão sujo, com espuma e alguns pedaços de ervas secas, que iam com destino ao mar do oceano Atlântico, talvez indicando-lhe o caminho da Europa, onde estava a sua aldeia do vale do Ninho d’Águia, nessa altura, uma força interior, fazia-o olhar em outra direcção e fugia, correndo para longe da ponte, em direcção ao aquartelamento, onde aparecia angustiado, e sem falar a ninguém ia deitarse, encolhido dentro do mosquiteiro e olhava os buracos desse mesmo mosquiteiro, com medo que alguém lá entrasse e o fosse levar para junto daquele turvilhão de água suja, com ervas secas, que iam com direcção ao oceano Atlântico.
Esta era uma fase da sua estadia em cenário de guerra, em que andava muito desmoralizado, já não podia ver à sua frente o café preto sem açúcar, que todas as manhãs o “Arroz com pão”, o tal cabo do rancho, lhe dava, e ele bebia. Ao decifrar uma mensagem, denunciando a morte de militares em combate, ficava nervoso, tremia, saía fora do centro cripto, olhava o horizonte, para onde pensava ser o lado de Portugal, e começava a chorar, deprimido.
Falava pouco, e só quando era preciso. Passava muito tempo com o seu macaco, foto em cima, para quem já tinha arranjado novo dono, e que já o tratava algumas vezes. Por vezes irritava-se com o animal, que logo ficava com um ar triste, e vinha lamber-lhe as mãos, e olhava para os olhos do Cifra, de diferente ângulos, como se fosse um ser humano, e percebesse a angústia do Cifra.
Escrevia algumas frases de revolta, numa folha de papel no centro cripto, lia essas frases, e rasgava o papel, atirando esse papel para uma caixa de cartão que estava num canto, onde se colocava algumas fitas do código de mensagens decifradas e que se queimavam ao final do dia, ao lado do cabanal onde se fazia a limpeza das armas, depois vinha a essa caixa, e ia rasgar outra vez, tudo em pedacinhos mais pequenos.
Não podia manter conversação com ninguém, pois se o contrariassem, argumentava, e não procurava quem tinha razão.
Ele é que estava sempre certo.
Os colegas com o mesmo tempo de província, como era o caso do Setubal, ou do Curvas, alto e refilão, pouca diferença faziam do novo carácter e maneira de proceder do Cifra, fumavam, bebiam, falavam pouco e nada lhes interessava.
O Curvas, alto e refilão, a maior parte das vezes, andava nú, ou então só com uns restos de calcões, mesmo rotos, e a medalha, cruz de guerra, pendurada neles, a caminhar pelo dormitório, e quando o questionavam dizia:
- Vai chatear a tua avó!. E cala-te senão és capaz de levar com uma granada no focinho!.
Andava tão “despassarado”, que uma vez, até deixou ir a medalha cruz de guerra, agarrada aos restos dos calções para a lavadeira, e chamava filho da p... a toda a gente, pois tinhamlhe roubado a medalha, e qual foi o seu espanto, quando a lavadeira, no final da semana, lhe vem entregar a roupa, e com a medalha na mão, lhe diz mais ou menos isto:
- Isto parece patacão, mas não é, deve ser patacão do Portugal, tem uma fita agarrada, se tú não queres, eu coloca na orelha, tem manga de ronco!.
E exemplificava, com a medalha encostada na orelha, gravura em cima, e como tinha umas argolas no pescoço, até nem lhe ficava nada mal!.
Por vezes, quando com eles falavam, tinham que repetir as palavras, pois o seu pensamento estava longe. Tirando o comandante, não lhes interessava que fosse oficial, sargento ou qualquer outra pessoa, eles não falavam, nem saudavam.
Era melhor assim, pois no contrário, havia conflito.
Era muito tempo dentro do arame farpado, andavam desesperados.
____________
Nota do editor:
Vd. último poste da série de 26 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11156: Do Ninho D'Águia até África (54): Ano e meio já lá vai (Tony Borié)
Guiné 63/74 - P11179: In Memoriam (143): Soldados Domingos do Espírito Santo Moreno e João Amado, e 1.º Cabo João António Paulo, da CCAÇ 3489, mortos em combate, em Cancolim, no dia 2 de Março de 1972 (Juvenal Amado)
1. Mensagem do nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), com data de 27 de Fevereiro de 2013:
Caros Luis, Carlos, Magalhães e restante camaradas da Tabanca Grande
Prestes a fazer 41 anos sobre o ataque a Cancolim em que morreram três camaradas, mando aqui uma pequena homenagem.
Juvenal Amado
Tudo a postos
Cancolin, 2 de Março de 1972
No ar paira um cheiro estranho
Na escuridão tudo são sombras e medo
A luz difusa amplia os nossos fantasmas
Olhos que já não veem o desespero
Gargantas que não articulam sons
Jazem inertes na boca de cena
Marionetes a quem se lhes cortou os fios
Estão imóveis sem luz e sem chama
O que ficou por construir será sempre uma incógnita
A mais pequena insignificância será uma relíquia
Através dela revive-se o homem
Para trás ficaram os sacrifícios supremos
Já não têm medo, nem dor, nem saudade
No peito uma rosa de sangue
O amor para sempre adiado
Crianças penduram desejos na árvore da vida
Fatalismo que se cobre de negro
Lágrimas que teimam em rolar pelas faces
Rostos e mãos que vão envelhecer sem esperança
Pele amarrotada pela vigília e pela poeira dos tempos
Mas ainda paira no ar o tal cheiro estranho
Cheiro que se nos pegou a nós em Santa Apolónia
Que nos quebrou nos porões ao sabor do destino
O cheiro trágico de vidas que ficam por cumprir.
******
Mortos em combate:
João António Paulo
João Amado
Domingos do E. Santo Moreno
____________
Nota do editor:
Vd. último poste da série de 1 de Março de 2013 > Guiné 63/74 - P11175: In Memoriam (142): Sesimbra, 26/2/2013, cemitério local, talhão dos antigos combatentes: singela mas digna cerimónia de trasladação dos restos mortais do nosso amigo e antigo comandante cor inf ref Alberto Costa Campos (Carlos Jorge Pereira)
sexta-feira, 1 de março de 2013
Guiné 63/74 - P11178: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (4): Situação das reservas para pernoita no Palace Hotel de Monte Real (Joaquim Mexia Alves / Carlos Vinhal)
VIII ENCONTRO NACIONAL DA TABANCA GRANDE
DIA 22 DE JUNHO DE 2013
PALACE HOTEL DE MONTE REAL
DIA 22 DE JUNHO DE 2013
PALACE HOTEL DE MONTE REAL
Caros camaradas e amigos tertulianos
Informamos que hoje mesmo ficamos a saber pelo nosso camarada Joaquim Mexia Alves que foi anulada a pré-reserva da qual dependia a possibilidade de pernoita dos participantes do nosso VIII Encontro no Palace Hotel de Monte Real.
Quem eventualmente estivesse reticente em participar por não poder usufruir das excelentes condições deste Hotel, pode inscrever-se desde já pois haverá vagas para nós.
Não se deverá, no entanto, deixar muito para tarde os pedidos de reserva porque a situação, de repente, pode inverter-se.
Por outro lado, a inscrição atempada no Convívio do dia 22 de Junho não impede a desistência por motivo de força maior, desde que comunicada à Organização com pelo menos três dias de antecedência.
Lembramos os preços por quarto, com pequeno almoço incluído:
duplo - 60€
single - 50€
Já agora fica novamente aqui o preço do almoço: 30€, cuja ementa se pode consultar clicando aqui.
A Organização:
Luís Graça
Joaquim Mexia Alves
Miguel Pessoa
Carlos Vinhal
____________
Nota do editor
Vd. último poste da série de 28 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11170: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (3): Em 90 respondentes à nossa sondagem, mais de 42% já se inscreveu ou vai-se inscrever... Cerca de 28% ainda estão indecisos... 30% não pode ou não pensa comparecer...
Guiné 63/74 - P11177: Para que a memória não se perca (4): Histórias da dobragem do século XIX para o século XX (José Martins)
1. Quarta e última parte do trabalho de pesquisa e compilação do nosso camarada José Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), sobre a História da Guiné na dobragem do Século XIX para o Século XX, que se prolongou por quatro postes. Este trabalho foi enviado ao nosso Blogue em mensagem de 13 de Fevereiro de 2013.
Para que a memória se não perca…
Histórias da dobragem do século XIX para o século XX (4)
Brasão da Guiné Portuguesa
Foto: Portal UTW
Operações militares no Xuro em 1914
Foi no dia 12 de Dezembro de 1913 que as gentes de Xuro se insurgiram contra as autoridades provinciais, assassinando o Administrador de Cacheu, Alferes Nunes, assim como tomaram o motor “Cacine”, trucidando parte da sua tripulação.
Ao tomar conhecimento desta insurreição, o governo manda organizar uma coluna para se dirigir para o Cacheu, que, sob o comando do Capitão João Teixeira Pinto, era constituída por um 1º Sargento e 40 praças de infantaria, 15 praças de cavalaria do pelotão de policia rural, uma peça de 7 c. e respectiva guarnição e 200 indígenas auxiliares.
A força, que se encontrava em Cacheu a 2 de Janeiro de 1914, ruma ao Xuro e, depois de uma marcha de cerca de 8 horas, sempre debaixo de fogo, acampa pelas 21H30, reiniciando a marcha no dia seguinte, até ao local onde foi assassinado o Alferes Nunes, assim como a “Cacine” destruída.
Os revoltosos já se tinham retirado para Bagulho, para onde se dirigiu a coluna, para lhes dar combate e destruir a povoação.
Distinguiram-se e foram louvados:
• Capitão de Infantaria João Teixeira Pinto, 2º Tenente da Armada Raul Queimado de Sousa, Tenente Médico Gonçalo Monteiro Filipe, Alferes do Quadro Auxiliar de Artilharia António Maria, 2º Sargento de Infantaria José Francisco Alhandra, 2º Sargento Enfermeiro Manuel Gomes Garcia, 1º Cabo de Infantaria João Rodrigues Faria e Soldado Casino.
Forças que constituíam uma coluna
© Foto: José Henrique de Mello
Operações contra os balantas de entre Mansoa e Geba em 1914
Havendo necessidade de lançar uma ponte sobre o Rio Banubi, encarregaram o Alferes Manuel Augusto Pedro para escolher o local adequado a tal obra. Assim, em 5 de Fevereiro de 1914, o citado subalterno saiu de Mansoa à frente do seu pelotão para dar cumprimento à missão de que tinha sido encarregado.
Enquanto a patrulha desenvolvia a sua missão, foi a mesma atacada por numerosos balantas das tabancas de Braia e Banubi em tal numero que, além do comandante foram mortos os 1º Cabos António Pereira, os 1º Cabos Ferrador António Augusto de Sá Morais e Francisco Martins, assim como 15 Soldados indígenas que faziam parte da força. Foi o ataque levado até ao extremo, visto que até os cavalos foram todos abatidos.
O tiroteio foi ouvido em Mansoa, cujo comandante mandou sair uma força, comandada por um sargento, com o propósito de colher informações sobre o sucedido, tendo encontrado dois, dos seis soldados, que tinham escapado à chacina, que informou o comandante da patrulha do sucedido.
Mesmo consciente do risco que corria, dada a força diminuta de que dispunha, o 2º Sargento Romualdo Anastácio Lopes, tomou a decisão de se deslocar ao local daquela ocorrência para recolher os corpos dos camaradas tombados. Tendo sido atacado pelos revoltosos, respondeu ao tiroteio conseguindo repelir o ataque de que foi alvo. No local apenas pode recolher os corpos do 1º Cabo António Pereira, do 1º Cabo Ferrador António Augusto de Sá Morais e de um Soldado indígena, já que com a subida da maré os restantes corpos ou se encontravam cobertos pela subida das águas ou tinham sido arrastados. Recolheu os despojos dos camaradas e regressou ao quartel.
Perante estes factos, o Capitão João Teixeira Pinto organiza uma coluna que, sob o seu comando, inicia uma operação, que se prolongará por seis meses, fazendo guerra implacável e sem quartel aos autores e apoiantes do ataque sofrido, destruindo tabancas, mesmo aquelas que se supunham ser inexpugnáveis.
Toda a operação foi apoiada pelas canhoneiras “Zagalo” e “Flecha”.
Pelotão de Companhia Indígena
© Foto: José Henrique de Mello
Tomaram parte nas operações, as seguintes forças:
• Um 1º Sargento, no comando de 30 Praças da 2ª Companhia Indígena da Infantaria da Guiné;
• Tenente Augusto José de Lima Júnior, 37 Praças da guarnição do Posto de Bissoram;
• Tenente Artur Sampaio Antas, no comando de 53 Praças da guarnição do Posto de Mansoa;
• Capitão Médico Cristóvão Joaquim do Rosário Colaço;
• Mamadu-Sissé, comandando 200 homens de guerra;
• Abdul-Injai, comandando 500 homens de guerra;
• 60 Irregulares a cavalo, que foram utilizados no serviço de exploração;
• Canhoneiras “Zagaia” e “Flecha” da Marinha de Guerra.
Distinguiram-se e foram louvados:
Comando:
• Capitão de Infantaria João Teixeira Pinto;
• Armada:
o 2ºs Tenentes Artur Arnaldo do Nascimento Gomes e Raul Queimado de Sousa; 1º Artilheiro José Ferreira e 2º Artilheiro António Ferreira; 1º Fogueiro Domingos Moreira e 2º Fogueiro José Maria;
• Exército de Terra:
o 1º Sargento de Artilharia Alberto Soares; 2ºs Sargentos Vilaça, José Augusto Ribeiro, José Rodrigues Faria e Romualdo Anastácio Lopes.
• Civis:
o Vergílio Acácio Cardoso, administrador de Bissau.
• Auxiliares:
o Mamadu-Sissé, promovido a Alferes de 2ª Linha,
o Abdul-Injai, promovido a Tenente 2ª Linha.
Operações contra grumetes e papeis da ilha de Bissau em 1915
Chamar os indígenas, mesmo os grumetes e papéis da zona de Bissau, ao convívio e à civilização, ou mesmo à subordinação á nossa autoridade, era tarefa difícil.
Os desacatos eram frequentes e, até os soldados da guarnição de Bissau, eram desfeiteados já que as populações não permitiam que lhes fossem arroladas as moranças, para lhes ser cobrado o respectivo “imposto de palhota”.
Perante a situação, o governo da província entende organizar uma coluna para castigar os insubmissos e conseguir a cobrança dos impostos, o que efectivamente foi conseguido, embora à custa de grandes combates em Intim e Bandim, não só na marcha sobre Sanfim e no ataque à tabanca do régulo de Biombo, fazendo frente a uma força inimiga mais poderosa, aguerrida e bem armada, não evitando que centenas de baixas entre o gentio.
Exército de Terra:
Oficiais e forças presentes:
• Major José Xavier Teixeira de Barros;
• Capitães de Infantaria João Teixeira Pinto e António Sérgio de Brito e Silva;
• Capitães Médicos Francisco Augusto Regala e Alfredo Vieira;
• Tenentes Henrique Alberto de Sousa Guerra, Alfredo Fernandes de Oliveira, António José Pereira Saldanha e Agostinho do Espírito Santo;
• Tenente Médico Gonçalo Monteiro Filipe;
• Tenente Farmacêutico Armando de Miranda Abelha;
• Alferes Joaquim Marques;
• Tenente de 2ª Linha Abdul-Injai;
• Alferes de 2ª Linha Mamadu-Sissé.
Serviço de Saúde:
• 1 Sargento e 1 Soldado;
Artilharia da Guiné:
• 2 Sargentos e 10 cabos e soldados;
Guarnição da Fortaleza de Bissau:
• 2 Sargentos e 45 Cabos e Soldados;
Secção de Artilharia da Guiné:
• 55 Cabos e Soldados;
1ª Companhia Indígena:
• 4 Sargentos e 72 Cabos e Soldados;
2ª Companhia Indígena:
• 2 Sargentos
Secção de Depósito da Guiné:
• 2 Artífices:
Companhia de Saúde da Guiné:
• 6 Sargentos e 3 Soldados;
Auxiliares:
• 1500 Irregulares
Armada:
Oficiais e forças presentes:
• 2ºs Tenentes José Francisco Monteiro e Raul Queimado de Sousa e Guarda Marinha Auxiliar António José Pereira;
Canhoneira “Cacheu”:
• 1 Sargento e 8 Praças;
Canhoneira “Flecha”:
• 7 Praças;
Delegação Marítima de Bissau:
• 1 Oficial;
Coluna em tempo de descanso
© Foto: José Henrique de Mello
Distinguiram-se e foram citados os oficiais, praças e civis indicados:
Exército de Terra:
• Major José Xavier Teixeira de Barros;
• Capitães de Infantaria João Teixeira Pinto e António Sérgio de Brito e Silva;
• Capitão Médicos Francisco Augusto Regala;
• Tenentes Henrique Alberto de Sousa Guerra e António José Pereira Saldanha;
• 1ºs Sargentos Alberto Soares, António Ribeiro Vilaça, José Rodrigues Faria, João Baptista Lobo
• 2ºs Sargentos José Jacinto, João Rodrigues e José Batista Ramos Júnior (Serralheiro Ferreiro);
Armada:
• 2ºs Tenentes José Francisco Monteiro e Raul Queimado de Sousa;
• Guarda Marinha Auxiliar António José Pereira; •
Cabos Álvaro Pereira e António Germano (Fogueiro)
Civis e Auxiliares:
• Félix Dias, Jorge Karam, Carlos Cabral Adelino, Torquato Leandro Dias, João José da Costa Ribeiro e André Gares (francês);
• Tenente de 2ª Linha Abdul-Injai;
• Alferes de 2ª Linha Mamadu-Sissé.
Operações em Bijagós em 1917
Nos Bijagós, o gentio da ilha de Canhamaque revolta-se, obrigando o governo provincial a decretar o estado de sítio e enviando uma força para repor a ordem pública. Além do castigo que devia infringir aos revoltosos, simultaneamente a força encarregar-se-ia de estabelecer postos militares, para garantir o domínio do arquipélago.
As forças enviadas para os Bijagós levaram a bom termo a missão de que tinham sido incumbidas, apesar de terem feito uma campanha de cerca de oito meses, tendo tomado as tabancas de Inorei e Meneque e, a partir delas, subjugar os rebeldes e instalar postos militares em Bine e In-Orei.
As grandes dificuldades encontradas pelas nossas forças foram a densidade de mato, de onde eram atingidos, além de terem sofrido uma epidemia de beribéri, o que levou a muitas baixas entre as forças empenhadas na missão.
Destruição de tabanca
© Foto: José Henrique de Mello
Tomaram parte nas operações, as seguintes forças:
• Comando do Major Carlos Ivo de Sá Ferreira;
• Uma Companhia Indígena de Infantaria, sob o comando do Tenente Eduardo Correia Gaspar, auxiliado pelos Alferes Cipriano Pereira e Alberto Torres;
• Um troço de auxiliares do chefe de guerra e oficial de 2ª linha Mamadu-Sissé, sob a direcção do Tenente Alberto Sousa Guerra;
• Serviços administrativos chefiados pelo Tenente de Administração Militar A. M. Horácio de Oliveira Marques.
Distinguiram-se e foram louvados:
• Alferes Cipriano Pereira e Alberto Torres;
• Sargentos Henrique Valente, Salvador Cipriano Ferreira e Vasco Pinto Fernandes;
• Administrador da circunscrição Tenente Jaime Augusto da Graça Falcão.
Operações de Policia na região de Baiote em 1918
O posto de Cassalol, na região dos baiotes, foi atacado pelos indígenas das povoações de Varela e Catão, em 19 de Outubro de 1918.
Nomeada uma coluna para fazer frente às hostilidades, entrando em combate com os revoltosos no dia 20, provocando-lhes inúmeras baixas, pelo que retirou para Cassolol, onde ficou até 1 de Novembro, para receber os grandes das povoações castigadas.
Após a apresentação dos vencidos às autoridades, a força retirou para Bolama, sendo dissolvida no dia 4 de Novembro.
Um régulo e a sua comitiva
© Foto: José Henrique de Mello
Composição da coluna:
• Comando do Capitão de Infantaria António Albino Douwens;
• Estado-maior com o Capitão António José Pereira Saldanha e Alferes António Alves Fernandes;
• 1ª Companhia Indígena Mista de Artilharia e Infantaria da Guiné, com 2 sargentos e 61 cabos e soldados;
• 2ª Companhia Indígena Mista de Artilharia e Infantaria da Guiné, com 1 sargentos e 22 cabos e soldados;
• Secção de Depósito da Guiné com 2 soldados;
• Companhia de Saúde da Guiné com 1 sargento e 1 soldado.
Operações de Policia na área do Comando Militar de Bissoram e circunscrição civil de Farim em 1919
Circunscrição de Farim – região do Comando Militar de Bissoram: Declaração do estado de sítio em Julho de 1919, em virtude de Abdul-Injai, régulo de Oio, se ter declarado em aberta rebelião, depois de três anos de abusos de autoridade, situação que o governo desculpou, face aos significativos serviços prestados, pelo mesmo, a Portugal nos muitos combates que travou na Guiné, demonstrando uma valentia e lealdade impar.
Pelos seus serviços a Portugal e à Guiné, foi promovido a Tenente de 2ª Linha, foi-lhe dado o regulado do Oio e, sendo chefe incontestado pela sua gente, foi um grande auxiliar do Capitão Teixeira Pinto e Tenente Sousa Guerra que, apoiado pelas suas gentes, auxiliou muito o governo da província a pacificar aquelas terras.
A causa próxima do estabelecimento do estado de sítio tem as suas origens em Abril de 1916, altura em que o régulo Abdul-Injai começou, com prepotência, a aplicar multas aos chefes da povoações limítrofes das usas, fazendo exigências várias, entre as quais, trabalhar nas sua terras sem direito a qualquer pagamento.
Tendo em conta a sua “folha de bons serviços”, foi sendo aconselhado a alterar a sua posição, não só em relação à administração mas também em relação aos povos seus vizinhos. Estes avisos e/ou conselhos não só não surtiram efeito como agravaram a situação, o que levou Abdul-Injai, em Abril de 1919, a atacar com a sua gente a povoação de Solinto-Tiligi e, em 29 de Maio do ano de 1919, apoderou-se das espingardas que a administração havia distribuído às populações do Cuhor.
Como condição para proceder à devolução das armas, exigia uma indemnização de 40 contos, além da percentagem de 10% do imposto de palhota cobrado em Mansoa, Oio, Costa de Baixo e Bissau.
A aceitação destas condições colocaria, o governo da província, em situação de subalternidade, levaram à constituição de uma coluna de polícia que, em 3 de Agosto de 1919, entrou em combate com as forças revoltosos, tendo aprisionado Abdul-.Injai e os seus mais directos colaboradores, que foram desterrados para Cavo Verde.
Abdul-Injai viria a falecer pouco tempo depois, terminando assim a vida de um aventureiro que prestou relevantes serviços à Guiné, mas também lhe criou grandes problemas, obrigando à adopção de medidas extremas para contrariar a sua atitude.
Nesta operação perdeu a vida o Alferes Afonso Figueira e 9 dos seus soldados.
Condensação de:
José Marcelino Martins
12 de Fevereiro de 2013
____________
Nota do editor:
Vd. postes anteriores de:
23 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11143: Para que a memória não se perca (1): Histórias da dobragem do século XIX para o século XX (José Martins)
25 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11153: Para que a memória não se perca (2): Histórias da dobragem do século XIX para o século XX (José Martins)
e
27 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11166: Para que a memória não se perca (3): Histórias da dobragem do século XIX para o século XX (José Martins)
Guiné 63/74 - P11176: E as Nossas Palmas Vão Para... (5): Daniel Rodrigues, 25 anos, português, fotojornalista, que ganhou o "óscar" da melhor fotografia, na categoria "Vida Quotidiana", do concurso de 2013 da "Word Press Photo", com um belíssima foto de uma jogatana de futebol entre miúdos de Dulombi, março de 2012 (Luís Dias)
Página principal do blogue do Daniel Rodrigues, fotojornalista, "freelancer", naturald e Vila Nova de Famalicão, e que acaba de ganhar o "óscar" da fotografia, na categoriA "Daily Life" [, Vida quotidiania], no âmbito do concurso de 2013 da World Press Photo.
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Dulombi > Março de 2012 > O Daniel e os putos de Dulombi [Cortesia da página do Facebook da Missão Dulombi].
Guiné > Zoan Leste >Setor L5 > Galamoro > Dulombi > Fevereiro de 1972 > Partida de futebol entre os "velhinhos" da CCAÇ 2700 e os "periquitos" da CCAÇ3491 [, Gentileza de Fernando Barata, ex-alf mil da CCAÇ 2700, e Luís Dias, ex-alf mil da CCAÇ 3491].
1. Mensagem do nosso camarada Luís Dias ( ex-Alf Mil At Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74), com data de 16 de fevereiro último:
Assunto: Foto tirada no antigo quartel de Dulombi, Guiné-Bissau, ganha prémio internacional
Caros Editores
Um fotojornalista português ganhou o 1º prémio de um prestigiado concurso internacional [, World Press Photo], com uma foto tirada na Guiné, conforme informação abaixo.
Um abraço.
Luís Dias
FOTO TIRADA NO ANTIGO AQUARTELAMENTO DO DULOMBI-GUINÉ BISSAU, GANHA PRÉMIO INTERNACIONAL
O foto jornalista, Daniel Rodrigues, venceu o primeiro prémio da secção "Daily Life" (Vida Quotidiana) da World Press Photo (WPP). A fotografia vencedora, que data de Março de 2012, retrata um grupo de crianças a jogar futebol num pelado na Guiné Bissau.
Daniel Rodrigues, de 25 anos, fotojornalista, participou na "Missão Dulombi" [, organização de ajuda humanitárioa com sede em Vila do Conde], em 2012, em apoio às antigas áreas onde estiveram os aquartelamentos de Galomaro e Dulombi.
Nesta viagem, o fotojornalista esteve na Guiné Bissau onde se deparou com um grupo de jovens (rapazes e raparigas) que jogavam futebol. A foto, que ganhou o primeiro prémio da secção "Daily Life", foi tirada num local que no passado foi um antigo quartel colonial português - Dulombi
O Dulombi situa-se no Leste da Guiné e foi onde estiveram instaladas as companhias de caçadores 2405 (70), 2700 (70/72), 3491(72/74) e já em 1974 a 1ª CCAÇ do BCAÇ4815/73 (esta por muito pouco tempo).
Interessante é que na área onde os jovens jogam à bola, era também o mesmo local onde a malta das companhias que por ali passaram faziam também as suas "aguerridas" peladinhas.
Juntam-se fotos: Foto premiada; Foto do Fotógrafo no Dulombi (ambas retiradas do FB-Missão Dulombi) e de um jogo de futebol entre os então "Velhinhos" da CCAÇ 2700 e os "Periquitos" da CCAÇ3491 (Foto publicada nos blogues de ambas as companhias).
A Missão Dulombi irá partir em finais de Março para a Guiné-Bissau, na sua 3ª Missão, para continuar a dar apoio às escolas das tabancas do Dulombi e Galomaro (onde ficava a sede do Batalhão e que dista 20 km do Dulombi) e ao Hospital do Cossé (Galomaro) e enfermaria do Dulombi.
Quem quiser saber mais "coisas" e historias das suas viagens, com fotos e vídeos, consultem a Missão Dulombi no Facebook.
Parabéns ao premiado e à estupenda fotografia obtida no nosso antigo quartel.
Luís Dias
___________
Nota do editor:
Último poste da série > 18 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6424: E as Nossas Palmas Vão Para... (4): O Município de Vila Nova de Famalicão no Dia Internacional dos Museus, a que se associaram dez museus, públicos e privados, incluindo o Museu da Guerra Colonial
Caros Editores
Um fotojornalista português ganhou o 1º prémio de um prestigiado concurso internacional [, World Press Photo], com uma foto tirada na Guiné, conforme informação abaixo.
Um abraço.
Luís Dias
FOTO TIRADA NO ANTIGO AQUARTELAMENTO DO DULOMBI-GUINÉ BISSAU, GANHA PRÉMIO INTERNACIONAL
O foto jornalista, Daniel Rodrigues, venceu o primeiro prémio da secção "Daily Life" (Vida Quotidiana) da World Press Photo (WPP). A fotografia vencedora, que data de Março de 2012, retrata um grupo de crianças a jogar futebol num pelado na Guiné Bissau.
Daniel Rodrigues, de 25 anos, fotojornalista, participou na "Missão Dulombi" [, organização de ajuda humanitárioa com sede em Vila do Conde], em 2012, em apoio às antigas áreas onde estiveram os aquartelamentos de Galomaro e Dulombi.
Nesta viagem, o fotojornalista esteve na Guiné Bissau onde se deparou com um grupo de jovens (rapazes e raparigas) que jogavam futebol. A foto, que ganhou o primeiro prémio da secção "Daily Life", foi tirada num local que no passado foi um antigo quartel colonial português - Dulombi
O Dulombi situa-se no Leste da Guiné e foi onde estiveram instaladas as companhias de caçadores 2405 (70), 2700 (70/72), 3491(72/74) e já em 1974 a 1ª CCAÇ do BCAÇ4815/73 (esta por muito pouco tempo).
Interessante é que na área onde os jovens jogam à bola, era também o mesmo local onde a malta das companhias que por ali passaram faziam também as suas "aguerridas" peladinhas.
Juntam-se fotos: Foto premiada; Foto do Fotógrafo no Dulombi (ambas retiradas do FB-Missão Dulombi) e de um jogo de futebol entre os então "Velhinhos" da CCAÇ 2700 e os "Periquitos" da CCAÇ3491 (Foto publicada nos blogues de ambas as companhias).
A Missão Dulombi irá partir em finais de Março para a Guiné-Bissau, na sua 3ª Missão, para continuar a dar apoio às escolas das tabancas do Dulombi e Galomaro (onde ficava a sede do Batalhão e que dista 20 km do Dulombi) e ao Hospital do Cossé (Galomaro) e enfermaria do Dulombi.
Quem quiser saber mais "coisas" e historias das suas viagens, com fotos e vídeos, consultem a Missão Dulombi no Facebook.
Parabéns ao premiado e à estupenda fotografia obtida no nosso antigo quartel.
Luís Dias
___________
Nota do editor:
Último poste da série > 18 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6424: E as Nossas Palmas Vão Para... (4): O Município de Vila Nova de Famalicão no Dia Internacional dos Museus, a que se associaram dez museus, públicos e privados, incluindo o Museu da Guerra Colonial
Guiné 63/74 - P11175: In Memoriam (142): Sesimbra, 26/2/2013, cemitério local, talhão dos antigos combatentes: singela mas digna cerimónia de trasladação dos restos mortais do nosso amigo e antigo comandante cor inf ref Alberto Costa Campos (Carlos Jorge Pereira)
Foto nº 17
Foto nº 18
Foto nº 19
Foto nº 20
Foto nº 21
Foto nº 22
Foto nº 29
Cemitério de Sesimbra, 26 de fevereiro de 2013... Cerimóna da trasladação dos restos mortais do cor inf ref Costa Campos para o talhão dos combatentes.
Fotos: © Mário Fitas (2013). Todos os direitos reservados
Fotos: © Mário Fitas (2013). Todos os direitos reservados
1. Mensagem do nosso camarada Carlos Jorge Pereira [, foto atual à esquerda]:
Assunto - Coronel Carlos Alberto da Costa Campos
Data: 26 Fev 2013 20:20:19
Data: 26 Fev 2013 20:20:19
Companheiro Luis Graça
Realizou-se hoje pelas 11.00 horas a trasladação dos restos mortais do nosso saudoso Comandante e Amigo Coronel Carlos Alberto Wahnon Mourão da Costa Campos no cemitério de Sesimbra para o Talhão dos Combatentes.
Realizou-se hoje pelas 11.00 horas a trasladação dos restos mortais do nosso saudoso Comandante e Amigo Coronel Carlos Alberto Wahnon Mourão da Costa Campos no cemitério de Sesimbra para o Talhão dos Combatentes.
A cerimónia iniciou com um pequeno acto religioso, seguido de alguns discursos de evocação do Sr Cor Costa Campos [, foto à direita].
O Presidente do Núcleo de Sesimbra, Ten de Marinha Ref Florindo Paliotes referiu-se ao comportamento dos Militares e às suas dificuldades e à especificidade das suas missões.
Pelos militares da CCaç 763 presentes, o ex-Alf Mil Jorge Paulos referiu o lado humano do seu antigo Comandante.
Não posso deixar de referir o Ex-Fur Mil Benjamim Durães e do Ex-Fur Mil. Artur Zegre do Núcleo de Setúbal e de Sesimbra, sem os quais esta minha missão não teria sido possível.
Inegável e fundamental foi a divulgação dada pelo bloque Luis Graça & Camaradas da Guiné sem a qual não teria sido possível coordenar esforço e ter presente na trasladação tantos antigos companheiros. O blogue para os antigos Combatentes é uma referência.
O Presidente do Núcleo de Sesimbra, Ten de Marinha Ref Florindo Paliotes referiu-se ao comportamento dos Militares e às suas dificuldades e à especificidade das suas missões.
Pelos militares da CCaç 763 presentes, o ex-Alf Mil Jorge Paulos referiu o lado humano do seu antigo Comandante.
Em representação de SExa o General Artur Neves Pina Monteiro, Chefe do Estado Maior do Exército, o Sr Ten Cor Mário Bastos transmitiu o agradecimento do Exército ao Militar e ao Homem que hoje era homenageado.
Presentes igualmente a sua viúva, D. Maria Teresa e filho, além do ex-Ten Fuzileiro Luís Costa Campos e Esposa, que lembrou que, finalmente este dia tinha chegado, pois um dos últimos desejos de seu Pai era repousar no Talhão dos Antigos Combatentes.
Quero expressar o meu agradecimento aos que a mim se juntaram para conseguir um local digno e eterno para o nosso antigo Comandante.
Não posso deixar de referir o Ex-Fur Mil Benjamim Durães e do Ex-Fur Mil. Artur Zegre do Núcleo de Setúbal e de Sesimbra, sem os quais esta minha missão não teria sido possível.
Obrigado a todos
Carlos Jorge Lopes Marques Pereira
Ex-Fur Mil de Infor e Operações de Infantaria
Bigene-Guidage
Guiné 1972-74
Ex-Fur Mil de Infor e Operações de Infantaria
Bigene-Guidage
Guiné 1972-74
PS - Junto envio fotografias tiradas pelo Ex-Fur Mil Mário Fitas [, da CCAÇ 763,] sugerindo, caso não possam ser todas, que se publiquem as 17, 19, 20, 27 e 29.
_____________
Nota do editor:
Último poste da série > 27 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11167: In memoriam (141): Nuno Felício (1974-2013), jornalista da Antena 1, filho do nosso camarada Rui Felício (ex-alf mil, CCAÇ 2405, Mansoa, Galomaro, Dulombi, 1968/70)
Subscrever:
Mensagens (Atom)