O insólito aconteceu
Por Rui Alexandrino Ferreira (*)
Qual versão da Guiné no reeditar de fenómenos e acontecimentos inacreditáveis, um dia já tarde mansa corria para se deitar, trocando o dia pela noite, um avião Nordatlas vulgo Barriga de Ginguba, roncava pista fora para abandonar Aldeia Formosa.
Tomou a devida embalagem e lá vai ele a puxar pelos motores para levantar aquela cangalhada toda.
Um bico-de-obra.
Lá para meio da pista pachorrentas vinham as vacas dum qualquer Embaló ou Djaló no seu caminho para um merecido repouso que se adivinhava.
Nada de pressas que a vida não estava para grandes correrias.
E o tempo para menos.
Ao longe e já meio a tirar para o escuro pareceu ao Piloto que era uma calinada, ou seja, um bando de cães.
Prosseguiu como se nada fosse. Quando enfim se apercebeu que não eram cães, mas vacas, já pouco lhe valeu tentar passar por cima delas.
Um trem de aterragem lançou bifes de vaca por tudo quanto era lado.
Um desperdício do que resultou o que as fotos mostram pois o trabalho que duplicou ou triplicou com a guarda e a segurança daquele impecilho parado mesmo no meio da pista.
Nordatlas com o trem de aterragem danificado do lado esquerdo
Pormenor do trem de aterragem
(*) O Rui Alexandrino Ferreira tem duas comissões na Guiné, primeiro como Alferes Miliciano (CCAÇ 1420, Fulacunda, 1965/67) e depois como Capitão Miliciano (CCAÇ 18, Aldeia Formosa, 1970/72).
Fez ainda uma comissão em Angola, como capitão.
É hoje coronel, na Reforma
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Notas de CV:
(*) Vd. poste de 28 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4599: Em busca de... (78): Antigo camarada do RI 10, Aveiro, 1965 (Rui Alexandrino Ferreira)
Vd. último poste da série de 28 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4598: Estórias avulsas (35): O porco que andava à solta (José Carlos Neves)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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2 comentários:
Caro amigo
Evento interessante, o que falta é a data.
Serás capaz de nos informar quando ocorreu tal "encontro imediato"?
Um abraço
António Martins de Matos
Estória singela e linda, comprovando os elevados índices de divertimento que eram proporcionados aos visitantes dos bu-racos, esses bandos de turistas que eram obrigados ao regresso.
Abraços para a Tabanca
José Dinis
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