sábado, 18 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7468: Os nossos camaradas guineenses (28): Sete mil antigos combatentes a necessitar de assistência social, segundo Baciro Djá, citado pela Lusa (Nelson Herbert)

1. Mensagem do Nelson Herbert:


Data: 18 de Dezembro de 2010 20:05

Assunto: Guineenses que lutaram ao lado de Portugal na guerra colonial

Finalmente uma ideia brilhante, ainda que para ser consubstanciada em proposta de lei, no parlamento guineense. Diga-se,  proposta que vem em linha de conta da tal problemática por mim levantada em tempos num poste e a propósito do impacto da africanização da guerra colonial... nas cíclicas crises de instabilidade vivida nas últimas três décadas, na Guiné Bissau...


Seria interessante que o texto em questão,  da Lusa, fosse publicado paralelamente ao texto final do acordo entre o governo da então província da Guiné e o PAIGC,  mais concretamente o capítulo referente ao "destino/enquadramento" a ser (ou que deveria ser)  dado aos guineenses que combateram nas fileiras da tropa portuguesa... 

Nunca é demais repescar a responsbailidade de um e outro lado nesse processo ! E a propósito da proposta do deputado guineense em questão, como será eventualmente encarada por Lisboa?

Deêm o destino que bem convier ao texto !

Mantenhas

Nelson Herbert

2. Notícia da Lusa,  de 7 do corrente [, reproduzida aqui com a devida vénia]:

Guiné-Bissau: Deputado defende assistência social para guineenses que lutaram ao lado de Portugal na guerra colonial


Bissau 07, dez (Lusa) – O deputado do PAIGC Baciro Djá  defendeu que o Estado da Guiné-Bissau devia incluir os guineenses que lutaram ao lado do exército português no pacote de assistência e reinserção social no âmbito da reforma da defesa.

Baciro Djá entende que "só desta forma se podia falar da justiça para todos os filhos da Guiné-Bissau".

"No fundo, o processo de reforma do setor de defesa e segurança é para criar um ambiente de paz e reconciliação na Guiné-Bissau. Naturalmente que as tropas que estiveram do lado de Portugal colonial, são guineenses", afirmou Baciro Djá.

O deputado diz ter esta posição pelo conhecimento que tem do programa de reforma do setor de defesa e segurança da Guiné-Bissau, dado ter sido o primeiro responsável pelo projeto, como anterior presidente do Instituto de Defesa Nacional.

"Se queremos na verdade viver em paz e fazer uma reconciliação e resolver problemas sociais na Guiné-Bissau, temos que ter em conta a situação desses cidadãos guineenses, porque hoje não se coloca a questão de índole político, coloca-se, isso sim, uma questão de natureza social, de justiça social", observou Baciro Djá.

Para o deputado, a questão dos guineenses que serviram no exército português, deve ser encarada como sendo da responsabilidade da Guiné-Bissau e de Portugal.

"É uma responsabilidade de Portugal, mas Portugal hoje é um parceiro e irmão da Guiné-Bissau, pelo que temos que buscar caminhos de entendimento para a resolução desta questão que nos diz respeito", sublinhou o parlamentar.

"Temos que buscar caminhos de convergência. Portugal tem sido solidário com a Guiné-Bissau e, nesta perspetiva, devemos colaborar, incluindo a questão dos ex-soldados guineenses do exército português no pacote da assistência social", frisou Baciro Djá, apontando que as pessoas a serem abrangidas não ultrapassam sete mil.
___________

Nota de L.G.:

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Nelson Herbert,

Este assunto que está a ser debatido no parlamento da Guiné Bissau deveria ter sido integrado logo na constituição da Guiné Bissau, mesmo que fosse no último artigo.
E assim Portugal dveria ter sido obrigado a trazer ou a pagar a subsistência dos seus militares nascidos na Guiné.
Desta maneira poderia ter sido evitada a carnificina que o PAIGC
se sentiu obrigado a fazer.
Tinham lucrado bastante com isso
pois receberiam umas divisas jeitosas e o povo português não estaria mais pobre por isso.
Mas mais vale tarde do que nunca e pode ser que ainda vá ter algum impacto para os poucos sobreviventes guerreiros, que se imponham a estes políticos
foleiros, que nos têm governado.
Um abraço.
Adriano Moreira