Data: 11 de dezembro de 2014 às 21:55
Assunto: IMPÉRIO sem TAP versus TAP sem IMPÉRIO
Luís Graça, com um abraço, envio algo que não tem a ver com a guerra militar mas com a nossa história ultramarina. Se entenderes que tem alguma coisa a ver publica ou não.
A TAP é o último grande símbolo que nos lembra, aos mais velhos, a ditadura de Salazar e suas/nossas colónias.
Quando as companhias de navegação, Companhia Colonial de Navegação, e Companhia Nacional de Navegação, desapareceram com o fim do Império colonial e com a revolução de Abril, até nem se esperava que a TAP sobrevivesse, por se tornar um "luxo" tão supérfluo como o Vera Cruz, o Santa Maria, ou o Príncipe Perfeito e o pequeno Uige.
Mas se o povo que vivia nas colónias pensava assim, durante o PREC, para quem não vivia nas colónias a TAP, essa, dizia-lhe tanto como uma «viola num enterro», nada.
E porque sobreviveu esta companhia TAP?
Hoje compreende-se porque a TAP durou como Empresa Pública durante estes 40 anos, mesmo sem o povinho pensar no assunto, excepto quem continuasse a viajar para as colónias, que pensava bem no assunto.
Avião da TAP no aeroporto da Guiné-Bissau, em abril de 2006. Foto de Hugo Costa (2006)/Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné |
Até a malta se esquecia que aquilo tinha sido uma das obras primas de ditadura de Salazar, e ao contrário da Ponte, nem era preciso cambiar o nome à Companhia TAP porque tudo lhe ficava bem.
Mas agora que as "mamatas" devido às crises estão mais difíceis de manter, fala-se que a TAP corre o risco de se privatizar.
E, politicamente e simbolicamente, para uns é verdadeiramente o "fim do Império", mas para outros não passa do fim da tal "mamata" que os subsídios e compensações do Estado vão suportando fazendo greves pela Páscoa, Natal e Férias de verão.
A TAP chegou a fazer greves por simples apoio a greves de CP e do Metropolitano.
Quem profissionalmente tenha viajado muito para Angola, Guiné e Madeira e outras partes do mundo sabe muito bem o que é o horror das greves da TAP pontuais como um relógio suíço nas férias de quem trabalha no exterior.
Hoje sabe quem viaja muito que quaisquer companhias low cost resolvem o nosso problema de transporte aéreo sem custos para o Estado e não alimenta «funcionários» encostados ao orçamento.
Mas uns por saudosismo e sentido histórico gostariam de ver a nossa velha TAP no ar como empresa portuguesa, a ligar pelo menos o mundo onde se fala português.
Mas infelizmente, parece que tudo tem sido feito para não ficar nada, nem do que foi bom nem do que foi mau.
Parece que até certas embaixadas que existiam em Lisboa Salazarista, quando estávamos orgulhosamente sós, hoje residem em Madrid.
Será que o Estado não tem capacidade para administrar a TAP, nem que recorra a um brasileiro como a selecção de futebol fez?
Claro que a mim podem tirar-me tudo, menos a saudade.
Um abraço
Antº Rosinha
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Nota do editor:
Último poste da série > 25 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13040: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (34): Ramos Horta & Ana Gomes hoje na Guiné-Bissau como ontem em Timor, uma dupla guerreira, sem armas de fogo, que está a fazer um belo e corajoso trabalho pela paz e pela lusofonia
Último poste da série > 25 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13040: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (34): Ramos Horta & Ana Gomes hoje na Guiné-Bissau como ontem em Timor, uma dupla guerreira, sem armas de fogo, que está a fazer um belo e corajoso trabalho pela paz e pela lusofonia
2 comentários:
Não comento a atualidade política, por ser contra as nossas normas. Há outros espaços apropriados para isso. Mas concordo contigo, meu "mais velho": podem tirar-nos tudo menos as memórias, a saudade...
Um abração. Luis
Comentar este lixo sem ponta de saber, de investigar, de olhar o Portugal português, seria outra forma de chafurdar em preconceito e falta de honestidade intelectual, e, no fundo de mandar às urtigas, não apenas um símbolo da soberania que nos resta, mas uma ferramenta económica e social de topo nesta pobre País de patriotas como este. A TAP é só o maior exportador de Portugal; a ligação entre mais de 5 milhões de portugueses que vivem fora das extremas continentais; a única Companhia aérea de crédito internacional no espaço da lusofonia e,, também, uma empresa lucrativa há muitos anos, apesar das malfeitorias que lhe têm sido infligidas por gestores sem competência.
José Brás
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