sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Guiné 61/74 - P18893: Estórias avulsas (90): o meu amigo da Cheret que foi substituir um velhinho que tinha sido apanhado à mão mas que acabou por 'fintar' o PAIGC (Virgílio Teixeira)

1. Mensagens de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) [natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem já cerca de 7 dezenas de referências no nosso blogue]:

Data: 2 de agosto de 2018 às 17:44
Assunto: CHERET

 Luís, lamento o incómodo das férias, mas eu não me dou sem fazer nada, e não gosto de praia, e não tenho quintas. (...)

Ontem estive aqui na biblioteca [em Vila do Conde] onde passo a maior parte do tempo a escrever, não gosto de estar em casa fechado, e encontrei um amigo de longa data e até já falei dele, há poucos dias.

É um rapaz da minha idade, formado antes de ir para a tropa em Engenharia Electrotécnica, opção de Tecnologias Avançadas, mas diz-me que raramente vai ao computador, e o telemóvel dele é mesmo igual ao meu, o mais simples Nokia do mercado, com teclas.

Veio viver para Vila do Conde, mora agora aqui perto, e vai frequentar a Biblioteca, mas só para ler. É um tarado em leituras, e não precisa nada disto porque é de boas famílias. E diz ele que a sua nova companheira - deve ter tido 10 casamentos e 100 companheiras - vive aqui, e ele mudou-se do Porto para cá, é um do grupo do Café Cenáculo, Campo Lindo, Porto 1961.

Ele é um óptimo rapaz, mas deve ter uma 'panca' qualquer que desconheço. É muito inteligente. Fez a tropa mais ou menos na mesma época que eu, esteve na Trafaria e a especialidade dele, não sei explicar bem, mas era o responsável pela segurança das Transmissões, e vivia num bunker no QG de Santa Luzia. Encriptava e desencriptava, não sei bem. Perguntei-lhe agora finalmente qual era a sua missão na Guiné, estava então no CHERET - perguntei-lhe o que era aquilo e ele também não sabia decifrar o que era, fiz umas pesquisas, incluindo o blogue e lá encontrei.

A 'panca' dele começa logo por aqui. Foi mobilizado para a Guiné, casou-se - a primeira vez - com uma miúda linda e jeitosa, que vim a conhecer na Pensão da Dona Berta em Bissau. 

Em vez de viajar de barco por conta da tropa, e porque tinha posses, foi mesmo na TAP e lá chegou 6 dias antes do navio, que ele nem sabe o nome. Quando chegou ao aeroporto com a mulher, em Lua de Mel, perguntaram para onde ia ficar, ele conhecia vagamente o nome do Grande Hotel e lá deu essa morada, e esteve lá um ou dois dias. Depois passou para a Dona Berta, ficava mesmo na Avenida do Império , Praça da República que ia dar à Parça do Império], ao lado do Bento e da Catedral de Bissau, tinha vistas do 1º andar privilegiadas.

Foi passeando e conhecendo a terra, Bissau diga-se, nunca se dirigiu ao QG, ele andava em Lua de Mel, e o clima queima!

Estive uma ou duas vezes com eles, e depois devo ter ido para a minha terra, ele nem sabe em que mês ou dia foi lá parar, passa-lhe tudo ao largo. E assim os dias foram passando, uma semana, duas etc, estava ele um dia com a mulher, no cais do Porto de Bissau sentado a olhar o mar. Ao lado estava outro militar, já velhinho, a olhar também para o mar a ver se chegava o navio com o seu substituto, pois já deveria ter vindo. E contou ao meu amigo que estava ali sem saber o que fazer pois o gajo que o vinha substituir desaparecera, estava dado como desertor. Mas qual é a função dele ali? Era da CHERET, o homem que ia substituir, Com uma calma ele, o meu amigo, lá disse então: "Sou eu mas nem me lembrava o que tinha de fazer"....

Agora é só para ver o que lhe foi acontecendo, era uma missão em que só poderia andar de avião, não era permitido viajar de estrada nem por rios. Foi parar a Catió numa LDM, e depois despachado para Piche, mais ou menos na altura do desastre do Cheche [, que foi em 6 de fevereiro de 1969], e do grande ataque da guerrilha em Piche.

Depois foi evacuado para o HM 241 em Bissau, para a Psiquiatria em Maio de 69, no mesmo mês e datas onde eu também lá estava mas não nos cruzámos, veio evacuado com outro amigo nosso que também estava na Psiquiatria, chegaram a Lisboa e em vez do Hospital da Estrela foram passar uns dias ao Algarve...

Isto talvez tenha pano para mangas, deve ser um caso interessante. Diz algo
Um Ab,
VT

Data: 2 de agosto de 2018 às 17:44
Assunto: CHERET

Voltando ao tema da CHERET, já sei que se chama... "Chefia do Serviço de Reconhecimento das Transmissões2!

Como escrevi depressa, esqueci algumas coisas. Aqui vai a versão, corrigida, da história:

Um elemento da CHERET, um alferes miliciano, numa coluna, em que não devia ir, foi capturado à mão e levado para os santuários do PAIGC.

Feita a lavagem ao cérebro, eles lá sabiam ou souberam a missão secreta dele, e apertaram o dito coitado Cheret.

Ele,  pelos vistos,  embrulhou bem os gajos do PAIGC, trocou-lhes as voltas, pelo que passado pouco tempo todas as comunicações e transmissões do PAIGC eram interceptadas pelas nossas tropas, por qualquer um, não precisavam de ajuda para desencriptar, não sei se é este o termo.

Daí a proibição deste pessoal deslocar-se a pé ou em coluna por terra ou via marítima, só mesmo aérea.

Pelos vistos,  mais tarde a este colega meu [, que enconteri em Bissau e me contou esta história,]  andou sempre em todos os meios menos avião. Ele era tão 'apanhado'  que nem sequer andava de arma, explicou que era muito pesada, não sei o que aconteceu, tenho de explorar bem isto. Mas só o faço se isto tiver algum interesse bloguístico e não sei se ele quer contar mais, mas posso sempre pressionar.

Além de vários problemas na vida dele, e sempre foi professor universitário, com as sucessivas mudanças de mulheres, um filho dele acabou por se suicidar. Quando me contou, nem sabia o que dizer.

Esta função para mim era desconhecida, são aqueles que estão fechados a 7 chaves.

Um Ab, e boas férias, de vez em quando vou chateando para acalmar.
Virgilio Teixeira


2. Comentário do editor LG:

Virgílio, como deves imaginar, nos meses de verão (julho e agosto), em que o pessoal vai a "banhos", o blogue anda muito mais calma, tanto em termos de postes publicados como de acessos e comentários. Pelo que histórias como aquela que  acabas de contar, serão sempre bem vindas... Não precisas de identificar o camarasda, mas dá mais detalhes, se possível, para a a história ser credível: poe exemplo, como é que o 'velhinho'  do PAIGC, depois de ter sido apangado à mão e depois de os ter 'fintado' ?  Deve haver registos de um alferes miliiciano, para mais da arma de transmissões, apanhado à unha pelo PAIGC... Vê zse sabes exatamente quando e onde...

Vou comer uma sardinhada com uns amigos, como uma por ti e bebo um copo à tua saúde (e à saúde do teu amigo, agora reencontrado). Aqui, na Lourinhã, podias vir à praia e ficar na biblioteca, a ler e a escrever... Sobre a aguardente DOC da Lourinhã, tens aqui os  sítios dos pordutores: só há dois, a Adega Coperativa da Lourinhã e a Quinta do Rol... Os preços são variáveis (e altos demais para a minha carteira...) mas o produto é excelente, garanto-te: 

"Durante mais de duzentos anos, as casas produtoras dos melhores Vinhos do Porto beneficiaram da Aguardente de Lourinhã para produzir os seus afamados vinhos licorosos. Nos últimos trinta anos com o apoio científico da Estação Vitivinícola Nacional sediada em Dois Portos foi testada e confirmada a sua superior qualidade, a qual apenas encontra paralelo, a nível europeu nas aguardentes francesas das regiões do Cognac e do  Armagnac".

Há uma confraria que faz a promoção deste produto, e de que faz parte a minha mulher: a Colegiada de Nossa Senhora da Anunciação da Lourinhã... Eu vou aos jantares e festas deles (e delas), e vou aprendendo alguma coisa com estes "confrades"...
______________

10 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia mais uma vez, a ONDA também chegou a Vila do Conde, mas nem eu nem a minha mulher gosta de ir à Praia, por causa da areia que se trás para casa, e ela é uma fanática contra as areias que lhe riscam o chão, e finalmente a água está sempre gelada, e a Nortada nunca desaparece, por isso vou ficando na fresquinha desta excelente Biblioteca, onde não há frio nem calor. Vou prometer não chatear muito neste período das 'Vacances', mas há sempre aquela tentação de escrever algo.
Quanto ao nosso assunto, vamos corrigir porque não fui suficientemente explicito, e para já vi um 'erro' que pode confundir o pessoal. o dito 'Cheret' foi apanhado à mão, não foi à mãe como está escrito, eu devia ler tudo antes de enviar as mensagens.
Por outro lado, quem foi apanhado à mão pelos Turras não foi o meu amigo, foi outro da mesma especialidade dele, julgo que foi antes dele chegar, e por isso, pelo perigo de serem capturados, não era permitido viajar senão de avião militar.
Mas vou saber a História do outro camarada dele, realmente também quero saber como se livrou do PAIGC, explorar melhor tudo isto, não sei se colabora ou não, mas o mais certo pela sua panca, não se deve lembrar de pormenores que para ele são desvalorizados.

Para se ficar bem esclarecido, quando eu digo, e nós dizemos, ou seja o grupo de amigos do qual ele faz parte, e falamos da sua 'Panca' não é que seja maluco, ele é superinteligente, e por isso vive uma vida desfasada da nossa realidade. Nós sabemos que os grandes cérebros da história tinham as suas pancas também.


Virgílio Teixeira

Anónimo disse...

Fiquei pendurado com o texto todo, tinha mais do que os 4 mil caracteres e não entrou, felizmente saí e fiz cópia, e agora vou 'colar' aqui novamente:

Luís, obrigado pela oferta da Quinta da Lourinhã, eu disse que não tinha Quintas, não era para dar o toque em ninguém, só que toda a gente tem uma quinta, e eu também tenho a minha, todas as semanas. Ontem foi quinta-feira. Para a semana há outra.

Vou ver os contactos das aguardentes que isso é que sabe bem, quer esteja frio ou quente. Afinal na Guiné também bebia tanta aguardente e brandy e sabia bem.

Vamos falando de vez em quando.

Tenho histórias para contar, uma em resposta a um comentário que li há dias, do camarada que não tinha o patacão para pagar o serviço no Pilão, e depois o Sargente veio desenrascar. Para já vos posso garantir, nunca paguei nada no Pilão e noutros sítios, não sei porquê mas as bajudas e senhoras da vida 'não fácil' gostavam mesmo de mim, e só queriam o 'nossa alfero' e o resto vou pensar como escrever de modo a não chocar ninguém, e que isto não venha a cair aos olhos da minha família, pois como dizes, tenho de preservar a família em primeiro lugar.

Mas um dia destes - já ando a preparar o texto, não tem nada a ver com o Pilão-, mesmo no tempo de férias, vou mandar uma foto daquela que foi a minha primeira amiga, Cabo Verdiana, morava na Estrada de Santa Luzia, bem perto do Clube de Oficiais, como eu a conheci, e à sua família, a nossa relação que nunca chegou a vias de facto, porque ela estava 'por conta de um Sargento' que estava algures ou em Bula, Buba ou qualquer outra localidade que começa por B.
Depois de tantos encontros com ela, já na minha recta final, vou lá visitá-la, a mãe diz que estava no Hospital, tinha feito um 'aborto' e o pulha do sargento abandonou-a e ela foi-lhe fiel enquanto durou a sua relação.
Fui visitá-la logo naquele indescritível Hospital, nem me lembro agora do nome, era o único civil, encontrei-a na cama, ela era muito bonita, não merecia aquilo. Pediu-me várias coisas que não vou agora falar nisso, ajudei-a em tudo, deixei dinheiro de ajuda, não para pagar nada, ficou-me sempre na memória até hoje. Não sei o que teria acontecido se ela não estivesse comprometida com o pulha do sargento, que devia ser casado e com filhos, não era furriel miliciano, ela sabia isso tudo, era do quadro, teria já uns anitos a mais do que eu...

Quando voltei à Guiné, em Outubro de 84, no mesmo dia em que arrumei as malas no Hotel 24 de Setembro em Santa Luzia, desci por ali abaixo e fui ter à casa dela, ainda perguntei, mas ninguém sabia dizer nada, e acho que alguma vizinha me teria dito que voltou para Cabo Verde. Era bem mais nova do que eu, terá hoje, se for viva, uns 70 anos, ou menos.
Por hoje é tudo,

E como diz o outro, uma Boa Continuação, eu vou hoje a uma mariscada à Povoa de Varzim, e bebo um copo também à vossa Saúde.

Virgílio Teixeira

Manuel Luís Lomba disse...

Saudações ao Luís e ao Virgílio, mais à sua prosa descontraída, quase desportiva.
O Virgílio é quase meu vizinho - resido em Faria. Vou recuar à Idade Média, para usar a liberdade de o considerar conterrâneo: Vila do Conde foi Terra de Faria, de 1096, tempo do nosso camarada conde D. Henrique, a 1258, tempo do nosso camarada rei D. Dinis.
Assim, permito-me observar-lhe que o ar condicionado da biblioteca é insusceptível de substituir a "reserva de sol", a constituir no verão - o mais eficaz antídoto às constipações, resfriados, de inverno, e também ao pingo do nariz, que nos apoquenta o outono da vida. O que acabo de dizer tem substrato científico, que a sabedoria complementa e em verso:
O homem vai para velho,/ Perde o brio e a posse./ Caga-se muito e tem tosse./ Malha pouco na eira/ E muito menos na companheira./ Vem-lhe o pingo ao nariz/ E a mulher e os filhos/ Não fazem caso do que diz...
Em relação ao Luís, manifesto a minha invejazinha (o ciúme é outra coisa), pelo seu á-vontade em falar da aguardente/conhaque da Lourinhã. Fui alguns a "Os Severianos", aos convívios da malta do BCav 705, nunca consegui nem prová-la nem comprar uma garrafa. Na última vez dispensaram uma de "branco leve", de 9% vol.; a sua libação manteve o que me resta da antiga reputação de bom bebedor...
Boas Férias!
Manuel Luís Lomba

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Virgílio, temios vários camaradas, na Tabanca Grande, que foram da Cheret... Lembro auqi o alf mil José Paracan (1971/73) e o Nuno Eubim, hoje hoje cor art ref...

O Nuno deve saber desta história... Recordo que ele teve duas comissões no TO da Guiné, a última no QG, já como major ("trabalhei no departamento 'mais secreto', a Cheret , onde desempenhei, como criptólogo AED - Aptidão Especial para Descriptamento, as funções de chefe da Secção de Análise e Controlo. Descriptamos todos (!) sistemas de decifrar dos países vizinhos")...

Bom fim de semana... Luis

PS - Segue o conselho do Manuel Luís Lomba, apanha um bocadinho de sol que te faz bem...

Anónimo disse...

Bom dia amigos,

Eu vou responder a estes 2 comentários mais logo na fresca, para já alinho na sabedoria popular.

Mas agora, antes de sair até à praia, diga-se à beira da praia, apanho o sol todo, mas não vou à areia, já expliquei porquê, e não há aqui nesta terra, ninguém que palmilhe kms e kms à volta do mesmo, apanhando sol, vento, chuva, bom e mau tempo, tudo, mas sempre a pé, somos conhecidos por aquele casal simpático sempre agarradinhos a passear pelas mesmas ruas.

Agora, porque li o Poste do dia do Luís, que aplaudo, e depois do que escrevi ontem neste local de comentários, sobre a minha primeira amiga na Guiné, dizia que ia escrever sobre isso, mas logo a seguir em menos de uma hora fiz um texto romântico, que está pronto para enviar ao Luís, para ele ter alguma coisa para fazer nesta pasmaceira dos milhares de graus que anunciam a todo o tempo na Televisão.

Estava ainda indeciso, mas depois de ler o teu texto, Luís, vou mandar mesmo o meu, sem nenhum prurido, nem falsos puritanismos.

E aproveita esta hora, depois das 12 horas deste dia 4 de Agosto de 69, estava o UIGE a apitar, com vista a largar ancoras e levar-me a mim e mais 700 para casa. São 49 anos. Faz hoje, e agora nesta hora.
Não me falham datas nem horas na cabeça.
Virgilio Teixeira

Anónimo disse...

Pronto agora já o UIGE vai no alto mar e a Guiné ficou sem vistas.
Já fizemos, eu já fiz, umas duas horas de sol, já vim almoçar, e agora vou dormir, porque esta noite, depois de adormecer às 2h, fui acordado por alguém que andava a fazer batuque pela cidade toda e passou por baixo da minha janela, acordei pelas 5 horas e depois já foi difícil continuar.

Manuel Luis Lomba, pelo que vejo pertences a esta terra - Vila do Conde - não sabia que teria o nome de terras de Faria, também ainda não era nascido nessa data. Também como já deu para perceber eu vim para esta terra com 30 anos, vim do Porto, deixei os amigos e inimigos, e aqui nem fiz uma coisa nem outra, penso eu.
Poderemos um dia encontrar-nos, eu como já disse tenho a Biblioteca como poiso - Não tem ar condicionado - mas fugimos ao sol implacável, pois é o sol e não o calor que me atormenta, dou-me bem com isso, ao contrário da minha mulher que fica partida, ainda eu a queria levar um dia à Guiné!

«O homem vai para velho,/ Perde o brio e a posse./ Caga-se muito e tem tosse./ Malha pouco na eira/ E muito menos na companheira./ Vem-lhe o pingo ao nariz/ E a mulher e os filhos/ Não fazem caso do que diz...»

Esta é boa, aprovo sem virgulas.

Mas não apanho nada de constipações, uma vez por outra, mas sol apanho todo o dia, e como dizia um especialista, qualquer pessoa que viva neste país, nem precisa de ir à praia, o sol da rua chega perfeitamente para as nossas necessidades.
A praia é uma chatice, tenho que vestir calções e todos me apertam na barriga, ou então caiem na Lomba descendente, só mesmo com os suspensórios que uso no dia a dia nas calças.
Já não tenho cara para andar a fazer palhaçadas numa terra onde pelos vistos todos nos conhecem, a minha mulher não gosta também da praia aqui, e depois as areias e as limpezas, não vale a pena pensar.
A minha forma de escrever em prosa corrente, é assim que gosto de escrever, quando não em formalidades, pois escrevo isto agora como se estivesse a falar de caras com as pessoas, não ando à procura de termos bonitos ou mais adequados, é aquilo que sai na hora.
Mas se for preciso ou boa exposição então falem comigo, que não deixo os meus dotes por mão alheia.

Virgilio Teixeira




Anónimo disse...

Luís, sobre o CHERET, eu já vi no blogue estes dois nomes e comentários, foi daí que fui percebendo o que é esta missão e o departamento mais secreto.

Recordo que ele teve duas comissões no TO da Guiné, a última no QG, já como major ("trabalhei no departamento 'mais secreto', a Cheret , onde desempenhei, como criptólogo AED - Aptidão Especial para Descriptamento, as funções de chefe da Secção de Análise e Controlo. Descriptamos todos (!) sistemas de decifrar dos países vizinhos")...

O meu amigo, AL, agora me lembro que falou entre muitas coisas, criptologo, descriptamento, e essas coisas todas.
Se o nosso amigo Nuno Eubim ler isto, ele deverá ter algo para contar, destes episodios e até conhecer a pessoa que estou a falar, que para já não menciono o nome! (disseste-me para não escrever nomes das pessoas, sem o seu consentimento).

Vamos aguardar os novos desenvolvimentos deste assunto/novo tema, que não conhecia, nem a maioria dos nossos rapazes.
Apanha uma boa sombra, não sei se há por aí um Poilão, mas haverá um castanheiro ou uma videira e faz sombra e fresco.
Está um calor do diabo!...

Um abraço,
Virgilio Teixeira

Anónimo disse...

Estive hoje um pouco à conversa com o meu amigo do CHERET, não falei nada sobre nomes indicados, pois são posteriores, e ele como já disse não liga muito a isto da Guiné.
Só perguntei quem era e o que aconteceu ao outro CHERET apanhado à unha. Ele diz que já tinha acontecido antes dele chegar, e era um Furriel, e depois não sabe mais nada do que aconteceu, vou ver se lhe apanho o nome, se ele souber. Ele fala muito em Livros, lê muito, esteve aqui quase meia hora a dar-me explicações sobre o termo 'despoletar' e as contradições que há nos diversos dicionários e autores famosos portugueses.
Virgilio Teixeira

Valdemar Silva disse...

Virgílio.
Pois, não quero afirmar que seja o caso, longe disso, mas na '5ª. REP' arranjavam-se estes acontecimentos. Quem foi? Disseram-me… palavra de honra. E lá se iam alimentando estas situações. O pior é quando o propagador encarnava de uma maneira aldrabão/doentia ao ponto de afirmar que tinha acontecido com ele próprio.

Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Valdemar julgo estares a referir-te às aldrabices enormes que se ouviam por la, no Bento, sabia-se tudo até a hora do navio X chegar e quem lá vinha e para onde iam, estas sim vou chamar agora de estórias.
Mas pelos vistos também devia haver o propagador confundido com o actor, aldrabão e doentio, isso já era do clima, penso eu de que..

Mas não se falou assim tanto, eu pessoalmente não participava nestas conferências, e digo uma coisa, sei hoje muitíssimo mais da guerra da Guiné, do que sabia nessa época, nunca ouvi falar do triangulo dos 3G - Guilege, Guidage e Gadamael - por exemplo, só muito mais tarde.
Quanto a este meu amigo do CHERET, não é o caso, ele sabe das coisas simplesmente não liga, ele tinha lá a mulher e em Lua de Mel, ontem contou-me coisas que eu não soube nunca do PREC, como ele era professor universitário do ISEP andou metidos nas barafundas todas desse tempo. Acabei de saber que o irmão mais velho, licenciado em Engenharia nem foi à inspecção, foi logo para o estrangeiro, o irmão a seguir, licenciado em qualquer coisa, não se apresentou na recruta, passou a refractário, vieram busca-lo a casa, e acabou por fazer toda a tropa como soldado raso. Este de todos, foi o que se portou menos mal, até acabou por não se apresentar no QG dentro do prazo, e acabou por ser evacuado passados uns 18 meses.
Mas é duma grande inteligência e cultura, ontem requisitei um livro que ele me indicou, os naufrágios de Camões, de Mario Claudio, tentei ler algumas coisas, mas estes livros não são para mim, em cada linha havia uma palavra que eu não conhecia o significado, tinha de ter um dicionário à beira, adormeci um pouco a ler e fiquei com dores de cabeça, só por isso. Mas ele diz que eu vou delirar com ele, agora não sei que lhe dizer.......

Virgílio Teixeira