quarta-feira, 8 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20832: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (5): Um "bacalhau à Brás", de sete estrelas, na Tabanca dos Emiratos... com o régulo, Jorge Araújo, e a sua "bajuda"





Emiratos Árabes Unidos > Abu Dhabi > Abril  de 2020 > O Jorge Araújo e a sua "bajuda", no seu condomínio de luxo...

Fotos (e legenda): © Jorge Araújo (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART 3494 / BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/1974), régulo da Tabanca dos Emiratos e nosso coeditor:

Caro Luís,

Bom dia, e obrigado pelas tuas notícias. (...)

Por cá, a vida continua, agora condicionada pela problemática da pandemia da COVID-19, que nos impõe regras ajustadas, para as quais não há contraditório, se quisemos prolongar por mais uns aninhos esta nossa passagem terrena. Daí que, sem stress, eu e a minha Maria, temos gerido bem as nossas actividades. Ela na vida académica, desempenhada a partir de casa (a Universidade foi/está encerrada, bem como todas as outras), via Net.

Se este método foi a solução encontrada para controlar e impedir o contágio do "corona", em substituição do que até então era considerado "normal" ou "normativo", por outro lado, ele é mais exigente, na medida em que "nas aulas à distância", respeitando o mesmo horário escolar, a interacção é menor, sendo necessário reorganizar todos os recursos pedagógicos, adaptando-os a esta nova realidade, bem diferente num processo de ensino/aprendizagem presencial.

Eu, por outro lado, assumi o controlo do território da "casa das máquinas" (fogão, frigorífico, louça, torradeira, micro-ondas, etc). Fazendo apelo à minha motricidade fina e usando também alguma criatividade, lá vou transformando os alimentos em algo agradável à vista e que satisfaça o estômago, e que nos dê alento para prosseguir neste tempo de muitos impedimentos e outras tantas dificuldades.

A "coisa" está a correr bem... e os elogios estão em crescendo... A unidade entre teoria/prática nunca foi tão importante e necessária como agora.

Quando podemos, quer seja no intervalo das aulas ou no final do dia, descemos até à rua para descontrair e apanhar algum ar "quente", pois as temperaturas diárias ultrapassam, agora, os 30.º.

Estas temperaturas, e o clima, fazem-me recordar as que vivi/vivemos na Guiné. Por isso a adaptação tem sido mais fácil, ainda que a idade não seja a mesma. Quando se torna necessário repor o "stock" dos bens de consumo, vamos ao supermercado existente no espaço do condomínio. 

Fiquem bem. Continua a tua "ginástica" diária, pois só te faz bem. E aproveita esta oportunidade, pois os "Jogos Olímpicos" foram adiados para 2021.

Até breve.

Um abração, com distanciamento superior ao recomendado (8.000 kms).
Jorge Araújo.

2. Mensagem de hoje, às 11h51, também do Jorge Araújo

Bom dia (aqui já é boa tarde).

Quando no preparávamos para almoçar, lembrei-me do meu texto de ontem...

Aproveitei... e tirei uma foto, que anexo. Não preparei a mesa para ficar tudo direitinho na foto... Fui tudo espontâneo... ao natural.

Fiz um "bacalhau à Brás", que estava sete estrelas (5+2), Bom almoço para ti... está quase na tua hora!

Um abraço. Jorge Araújo.
____________

Nota do editor: 

3 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Ó Avillez, tens cá disto ?... Claro que não tens, a nossa comidinha, a 8 mil km de distância, sabe a néctar dos deuses...Eh, pá, já almocei uns bifinhos de porco preto com salada, mas ainda arranjava estômago para provar o teu bacalhau à Brás!...

Fica a sugestão do nosso vagomestre das Arábias: a receita é simples, popular, fácil, está aí pela Net em todo lado e é uma boa solução para estes dias de "confinamento"... O "fiel amigo" nunca foi tão amigo e tão fiel como agora nestes dias...Ainda a semana passada furei o cerco para ir reforçar o meu stock de bacalhau... É que no céu não há disto!...E há sabores que um gajo tem que voltar a provar antes de morrer...

Jorge Araujo disse...

Luís,

Obrigado pelo teu empenhamento na divulgação, na hora, das notícias recebidas dos diferentes lugares onde se encontram tertulianos da “diáspora”, independentemente da situação e da distância que nos separa.

Entretanto, ao reler os dois textos, detectei algumas gralhas que certamente, também, já as identificaram.
As minhas desculpas pelo facto de não as ter observado antes do seu envio.

Até breve.
Continuem atentos ao que se vai passando à vossa volta… é outra forma de se protegerem... Saúde.

Um abraço (virtual)
Jorge Araújo.

Valdemar Silva disse...

Não se sabe ao certo, talvez nos fins dos anos 40 início dos anos 50, do século passado, numa taberna o Bairro Alto, em Lisboa, o Sr. Braz colocava em água postas de bacalhau, de noite para o dia.
No outro dia, partia delicadamente os ovos para uma tijela e batia-os com leite. Depois descascava alhos e cebolas, picando os alhos e cortando as cebola em rodelas finas.
Num tacho ao lume, com um fio de azeite refogava os alhos e cebolas, acionando depois o bacalhau às lascas e batatas previamente fritas em palitos.
Mexia e envolvia tudo muito bem, regando o preparado com os ovos batidos com leite.
Ia envolvendo sempre e depois de tudo cozinhado retirava o tacho do lume.
Servia tudo numa travessa com azeitonas e salsa picada.
Ainda estávamos no tempo do bacalhau 'ao pataco' e havia mil e uma maneiras de fazer bacalhau, e agora já aparecem copianços em Espanha 'Bacalao à la portuguesa' e 'Bacalau Dorado' em Macau.
É muito bom, mas CUIDADO. Ao preço que está o bacalhau e nestes tempos de quarentena, com o consumo excessivo pode causar dependência irreversível e dispendiosa.

Valdemar Queiroz