quarta-feira, 8 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20831: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (5): Op. Sarrabulho (com o covidis por perto) - II Parte

1. Em mensagem do dia 1 de Abril de 2020, o nosso camarada José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), enviou-nos mais uma Boa memória da sua paz, desta feita a Op. Sarrabulho. 
Esta a segunda parte.


BOAS MEMÓRIAS DA MINHA PAZ

4 - Op. Sarrabulho (com o covidis por perto) - II Parte







Passámos pelo largo Camões, subimos à Capela de N.ª S.ª das Misericórdias das Pereiras, vimos a Igreja Matriz e parámos junto da Câmara Municipal. Dali, olhámos o Instituto do Vinho e o Centro de Interpretação Militar.
Entretanto, alguns Bandalhos ficaram para trás, entretidos, na Tasca das Fodinhas, a escolher o prato mais adequado ao seu gosto ou às suas “capacidades”.


Ainda fomos às traseiras da torre prisão, onde vimos a Maria da Fonte substituir, no pelourinho, o cruzeiro destinado a amarrar os condenados.

E foi ali que nos despedimos do Dr. Nuno Abreu que não nos pôde acompanhar no almoço. Manifestamos-lhe o nosso agradecimento pessoal e à autarquia Limiana.

Não houve tempo nem oportunidade para visitar o Clube Náutico de Ponte de Lima. Actualmente é o melhor clube nacional de Canoagem.
Hoje é muito acarinhado pela Câmara Municipal de quem tem recebido apoios exemplares. Está instalado na margem direita do Rio Lima, em óptimas instalações, construidas exclusivamente para este clube.
No meu tempo de Presidente da Federação de Canoagem, dediquei uma atenção especial à criação deste clube. Recordo o esforço e dedicação de um jovem ainda menor, Hélio Lucas, que assumiu toda a responsabilidade.

O Clube Náutico de Ponte de Lima foi fundado no dia 21 de Agosto de 1991, tendo por base a extinta secção de canoagem da Escola Desportiva Limiana, a primeira entidade a promover a canoagem no concelho de Ponte de Lima nas suas precárias instalações situadas na antiga Escola Preparatória.

Ao longo dos seus vinte e nove anos de história, o Náutico formou campeões que elevaram o nome do Portugal aos quatro cantos do mundo, com a conquista de títulos mundiais, europeus e medalhas olímpicas.


O atleta Fernando Pimenta é, de longe, o melhor canoísta português e um dos melhores do Mundo.

Seguimos, então, para o Restaurante “O Sonho do Capitão”.


Após saborosas entradas, deliciamo-nos com o famoso Sarrabulho com Rojões à Moda do Minho.







Tudo correu bem; bom ambiente, boa comida e boa pinga. Tudo do melhor e tudo à vontade do freguês.
Por acaso, julgo que ainda poderia ter corrido melhor. A alegria não era tão exuberante como nos convívios anteriores. De vez em quando tocava um telelé. Ninguém dizia nada, talvez para não ensombrar o ambiente. No entanto, a avaliar pelos contactos que também recebi, estavam todos os nossos familiares carinhosamente apreensivos com a nossa “ousadia”.

Já vínhamos na A3 e recebemos a mensagem do Isolino, querendo levar-nos para S. Tomé. Um tanto no escuro, anuímos ao convite e seguimos as suas picadas. E, quando julgávamos estar perdidos no mato, fomos forçados a parar. E aí, dentro de um campo arável, havia vários carros. Estacionei entre um tractor e um Tesla moderno e o Isolino “encaixou” ao lado de um Maserati.

Como só via a Capela do S. Tomé, pensei que deveria haver algum evento religioso, aonde iríamos encostados ao Sr. Eng.º Gomes, o “Rei do Granito”.
Entrámos por uma porta larga que, de repente, nos mostrou que ali a religião era outra. Era uma senhora tasca em ambiente rural. Efectivamente, verificámos que as mesas e bancos de madeira estavam dispersos, com os seus clientes a devorar os mais variados petiscos. Olhando ao que havíamos comido e bebido no prolongado almoço, limitámo-nos a provar um Espadal especial, religiosamente acompanhado de algumas iguarias, de onde destacamos a qualidade do presunto. Tudo estava bom e funcionou como mais um pretexto para prolongar a nossa habitual camaradagem.
Saí dali feliz por termos conseguido mais um dia de excepção. Todavia, à medida que me aproximava de casa, sentia um peso crescente, que se havia de prolongar por mais 14 dias.




Nota final:
Esta reportagem só se realizou após último telefonema do José António Sousa que, para me descansar, me ia informando diariamente do seu estado de saúde. E quando foi ultrapassado o 14.º dia da sua ida aos fados, fiquei tão contente que lhe prometi um almoço económico, numa tasca a designar.

José Ferreira (Silva da Cart 1689)
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Nota do editor

Último poste da série de 7 de Abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20826: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (4): Op. Sarrabulho (com o covidis por perto) - I Parte

2 comentários:

Ricardo Figueiredo disse...

Mais uma reportagem excepcional do nosso Bandalho Mor ,Zé Ferreira.
As fotografias nela inseridas ,demonstram a unidade do Bando ,a sua garra aventureira, que indiferente aos perigos ,avançou corajosamente sobre Ponte de Lima ,uma Vila de encanto e defrontou-se com "a boca e dentes" destruindo a sarrabulhada que lhe fez frente, reduzindo-a a um bolbo gástrico, com o destino intestinal conhecido.
Bem feito ! Não se tivesse metido com o Bando.
E alguns dos valentes , ainda gladiaram ,sob o comando do Bandalho Isolino , com um Espadarte que lhe fez frente , tendo tido o mesmo destino da sarrabulhada.
Valentes Bandalhos !
O relatório da operação , merece um Excelente !
Bem Hajas Zé Ferreira.

Manuel OLIVEIRA PEREIRA disse...

Agora que o "Covid", parece arredado, será boa altura para voltarem a Ponte de Lima, onde terei, novamente, bem como os representantes do Município, em vos receber com aquela hospitalidade tão especial das GENTES Limianas. Com amizade e ex-companheiro de "picadas e trilhos" comuns, abraço. Manuel Oliveira Pereira.