Foto nº 1 > Guiné > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 1439 (1965/67) > Destacamento de Missirá > Malan Soncó, Régulo de Missirá com o Alferes Crisóstomo
Foto nº 2 > Guiné > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 1439 (1965/67) > Destacamento de Missirá > O Régulo de Missirá e os homens grandes da tabanca de Missirá com o “novo” alferes de pé entre ele e o seu irmão; com os homens grandes estão os 3 furriéis do 2º pelotão : Agostinho Neiva, de pé à direita, o furriel Lopes no meio e no lado esquerdo o furriel Bonifácio.
Foto nº 3 > Guiné > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 1439 (1965/67) > Destacamento de Missirá > Esta foto com as bajudas de Missirá evidencia o bom relacionamento existente.
Foto nº 4 > Guiné > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 1439 (1965/67) > Destacamento de Missirá > Mesmo num destacamento havia momentos de descontracção. Não sei qual a ocasião . Na foto estou com o novo médico do BCAÇ 1888, Paulo Patracki que substituiu o medico Francisco Pinho da Costa que tinha sido evacuado para Bissau e daí para Lisboa, vítima duma mina em 21 de Agosto de 1966.
Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
A CCAÇ 1439 teve como unidade mobilizadora o BII 19 (Funchal), partiu para o CTIG em 2/8/1965 e regressou a 18/4/1967, tendo passado por Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole, Missirá, Fá Mandinga. O comandante era o cap mil inf Amândio Manuel Pires, já falecido. Alferes (milicianos): Freitas (Funchal, Madeira), Crisóstomo (Torres Vedras, hoje a viver em Nova Iorque), Sousa (Vila Nova de Famalicão), Zagalo (Lisboa, ator de teatro, já falecido).
I. Continuação da publicação das memórias do João Crisóstomo, ex-alf mil at inf, CCAÇ 1439 (1965/67)
João Crisóstomo, ex-alf mil, CCAÇ 1439 (1965/67)
(a viver em Nova Iorque desde 1977,
depois de ter passado por Inglaterra e Brasil)
I. Continuação da publicação das memórias do João Crisóstomo, ex-alf mil at inf, CCAÇ 1439 (1965/67)
CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) : a “história” como eu a lembro e vivi (João Crisóstomo, luso-americano,
ex-alf mil, Nova Iorque) (*)
Parte XVI: Dia 23 de Dezembro de 1966 : Ataque ao destacamento e tabanca de Missirá
1. O ataque a Missirá foi um choque para todos. O Régulo de Missirá (Foto nº 1) era como um amigo para todos e isso refletia-se na população com quem tínhamos um relacionamento muito bom, direi quase de família (Fotos nºs 2 e 3).
Virei a saber que, depois de termos ido embora, o mesmo relacionamento continuou como tive o prazer de ler nos escritos e livros de Beja Santos, especialmente no seu “Diário da Guiné, em Terras de Soncó.” As fotos que acima de reproduzem, tiradas antes do ataque, ilustram bem este bom relacionamento
Embora o destacamento de Missirá nesta data ainda estivesse sob a responsabilidade da CCaç 1439 no Enxalé, o destacamento de Missirá já tinha recebido nesta altura, como já tinha sucedido em Porto Gole, o reforço de um pelotão de nativos, (o Pel Caç Nat 54, segundo me informaram) devidamente treinados pelas NF, comandado pelo Alferes Marchand. Isto dava mais flexibilidade e possibilidades à CCaç 1439 para outras “tarefas”.
Embora o destacamento de Missirá nesta data ainda estivesse sob a responsabilidade da CCaç 1439 no Enxalé, o destacamento de Missirá já tinha recebido nesta altura, como já tinha sucedido em Porto Gole, o reforço de um pelotão de nativos, (o Pel Caç Nat 54, segundo me informaram) devidamente treinados pelas NF, comandado pelo Alferes Marchand. Isto dava mais flexibilidade e possibilidades à CCaç 1439 para outras “tarefas”.
Foto nº 5 > Guiné > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 1439 (1965/67) > Destacamento de Missirá > Aspeto geral da tabanca
Estas duas fotos (nº 5 e 6) são da autoria de Júlio Pereira : a 1ª mostra parte da tabanca; na 2ª foto o Júlio Pereira e o seu rádio de transmissões no largo dessa tabanca
Fotos (e legendas): © Júlio Martins Pereira (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
Foto nº 7 > Guiné > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 1439 (1965/67) > Destacamento de Missirá > O Alferes Marchand, cmdt do Pel Caç Nat 54, no dia do ataque do IN a Missirá.
Foto nº 8 > Guiné > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 1439 (1965/67) > Destacamento de Missirá > O alf mil Freitas.
Foto nº 9 > Guiné > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 1439 (1965/67) > Destacamento de Missirá > Sob o comando do Alferes Freitas (foto nº 8) veio uma coluna do Enxalé, na qual me incorporei. Nesta foto, aqui estou eu, “sem poder acreditar”, olhando os resultados do ataque. O ex-fur mil José António Viegas, do Pel Caç Nat 54. tem também excelenets fotos do dia seguinte ao ataque a Missirá: vd. postes P2105 e 2107 (**).
Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
2. No dia 23 de Dezembro de 1966, o IN atacou em grande força o destacamento de Missirá com efectivo muito numeroso, cercou toda a tabanca, tendo utilizado morteiro 82, canhão sem recuo, metrelhadoras pesadas 12.7 e toda a espécie de armamento automático.
"As NF reagiram convenientemente pelo fogo e com calma, não permitindo, apesar do incêndio declarado na tabanca em consequência do fogo IN e do grande volume da forca atacante, qualquer desmoralização nas nossas fileiras.
"As NF reagiram convenientemente pelo fogo e com calma, não permitindo, apesar do incêndio declarado na tabanca em consequência do fogo IN e do grande volume da forca atacante, qualquer desmoralização nas nossas fileiras.
"O ataque que durou cerca de 75 minutos alertou as forcas aquarteladas em Enxalé que, não tendo ligação rápida com o destacamento de Missirá, decidiram ir em seu auxílio. Devido à distância Enxalé-Missirá, as forças idas do Enxalé quando chegaram à região de Missirá não encontraram já os elementos atacantes, tendo-se verificado que os mesmos tinham dispersado para N por vários itinerários."
Resultados: feita uma batida a toda a zona em volta de Missirá foi encontradomo seguinte material:
Resultados: feita uma batida a toda a zona em volta de Missirá foi encontradomo seguinte material:
- 1 granada de mão defensiva REGD-5;
- 1 cunhete de granadas para canhão sem recuo;
- vários invólucros de calibre 12,7 e 7,62 e uma fita de met 12,7.
O IN sofreu baixas confirmadas em número não estimado. Não houve baixas nas NT. A população civil, por seu turno, sofreu 4 mortos e três feridos, os quais foram evacuados para Bissau.
Do incêndio resultaram avultados prejuízos materiais- quer em material de querra e aquartelamento, quer em artigos de cantina e rancho em virtude de terem ardido 3 casas pertencentes à tropa e 5 à população civil.
Diversos - Foi salientado na acção o seguinte pessoal:
- Régulo de Missirá, Malan Soncó;
- Soldado Cond Auto nº 5406064, António dos Santos Campos;
- Soldado At nº 820 27666, Armando Félix Dionf, do Pel Caç Nat 54.
Todos estes elementos foram louvados pelo Exmo Comandante Militar.
Referência apreciativa do Agrupamento 24:
Referência apreciativa do Agrupamento 24:
"Comunico a V.Excia que causou a melhor impressão, neste Comando, a decisão tomada pelo Comandante da CCaç 1439 e medidas que pôs em prática para interceptar o IN, atacá-lo e aniquilá-lo se possível.
Gorou-se o esforço dispendido por falta de contacto mas o poder de determinaçnao daquele comandante, sua capaciade para montar uma operação, espírito de sacrifício e combatividade de suas tropas ficou bem vincado, o que me apraz registar.”
(Continua)
____________
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 25 de dezembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22845: CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): A “história” como eu a lembro e vivi (João Crisóstomo, ex-alf mil, Nova Iorque) - Parte XV: Dezembro de 1966: a Op Harpa em que é ferido com gravidade o Quebá Soncó, que depois irá para o hospital de reabilitação de Hamburgo, na Alemanha
(**) Vd. postes de:
5 comentários:
Artenção às legendas das fotos n.º 2 e 3, que estão trocadas.
Abraços e continuação de boa saúde
JPicado
Obrigado, Jorge, já corrigi...É pena a resolução das fotos do João Crisóstomo ser fraca...
Missirá, no regulado do Cuor, a norte de Bambadinca, é dos topónimos que tem mais referências no nosso blogue, tratando-se de um destacamento... Que eu saiba, nunca esteve lá nenhuma companhia, apenas pelotões de milícias e Pelotões de Caçadores Nativos (52, 54, 63...). Brava gente! Fui lá várias vezes...A norte de Missirá era "terra de ninguém"...
São 188 referências, o que é obra.
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Missir%C3%A1
O Pel Caç Nat 54, que está representado no nosso blogue pelo ex-fur mil José António Viegas, tem mais de meia centena de referências...
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Pel%20Ca%C3%A7%20Nat%2054
Quanto ao alf mil Marchand, o que será feito dele ?
João, temos que confirmar a data do ataque: 23 de dezembro de 1966 ? Ou 22, como conta dos postes do Henrique Matos ? Se calhar começou a 22, à noite, por volta das 11h, e prolongou-se depois da meia-noite... Claro que as fotos foram tiradas no dia seguinte...
14 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2105: Recordações do 1º Comandante do Pel Caç Nat 52 (Henrique Matos) (1): Ataque a Missirá em 22 de Dezembro de 1966 (Parte I)
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/09/guin-6374-p2105-recordaes-do-1.html
14 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2107: Recordações do 1º Comandante do Pel Caç Nat 52 (Henrique Matos) (2): Ataque a Missirá em 22 de Dezembro de 1966
(Parte II)
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/09/guin-6374-p2107-recordaes-do-1.html
Caro Luis Graça,
Creio que a versão do Henrique Matos , 22 , é a mais provável . Embora tivesse tomado parte no grupo de socorro saído do Enxalé, não me lembro o dia nem tenho maneira de confirmar a data certa. Lembro bem o que vi, o que senti. Mas na altura não escrevi nada; passados mais de cinquenta anos ao escrever uma "tentativa de história da CC1439" , servi-me dos dados que o Alferes Freitas me enviou e nesse relatório o ataque a Missirá aparece no dia 23. Mas a não ser que apareça algum " documento" ou testemunho que não deixe dúvidas, acho que devemos aceitar como tu dizes o dia << 22, à noite, por volta das 11h, e prolongou-se depois da meia-noite>>, pois é a versão que faz mais sentido.
João Crisóstomo
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