quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26287: Os 50 Anos do 25 de Abril (33): O "virar da página" da revista católica "Flama", cujo diretor era o António dos Reis, bispo de Mardassuma e capelão-mor das Forças Armadas (1967-1975) - Parte III

 


(Flama, separata, pag.XII)






"Nos prédios crcundantes do Lago do Carmo, soldados tomam posições estratégicas nos telhados.  A população também pocura todas as posições de onde pudesse  ver os mais pequenos pormenores do desenrolar dos acontecimentso que conduziram à rendição incondicional do ex-Presidene do Conselho"
(Flama, separata, 10/5/1974, pág.XII)


"O povo sobe, com as colunas militares, a rua Garret, em direção ao Largo do Carmo. O cerco a fechar-se. Panhards (...): o insólito para mlhares de portugueses menores de 47 anos." (Flama, separata, 10/5/1974,  pág.XIII)




"O captão Maia, da Escola Prática de Cavalaria  (Santarém), que teve funções destacadas no cerco ao Largo Carmo, anuncia aos milhares de manifestantes a iminente chegada do general António de Spínola, que ali receberia a rendição de Marcelo Caetano". (Flama,separata, 10/5/1974, pág. XIII)


"A alegria dos soldados só pede meças à da população, que sempre os vitoriou como atuênticos libertadores"


"Nos acessos aos Largo do Carmo, todos se acunulam (inclusive nos veículos militares) para assistir à mais mportantes das ações do Movmento" (Flama,separata, 10/5/1974, pág. XIV)





"Os momentos mais importantes de um regime de quarenta e sete anos desenrolaram-se no Carmo em cujo quartel da GNR se refugiou o professor Marcelo Caetano. Impaciente a multidão, foi necessário acalmá-la através de megafones". (Flama,separata, 10/5/1974, pág. XV)


"Ao entardecer do dia 25 de Abril, o general Spínola chegava ao Largo do Rato.onde foi desusadamente ovacionado pela grande massa de público. Pouco depois de o general Spínola ter entrado no quartel d GNR, o ex-presidente saía do seu último reduto na chaimite "Bula", sob custódia, rumo a instalações militares na Pontinha" (Flama, separata, 10/5/1974, pág. XVII)



"Junto do edificío da PIDE/DGS viveram-se longas horas de tensão antes que a rendição fosse pedida incondicionalmente" (Flama, separata, 10/5/1974, pág. XVIII)






"Aquartelados na sede daquela que foi uma das mais tenebrosas  organizações de um regime que durou quase meio século, agentes da PIDE/DGS fazaim frente ao cerco que lhes era movido. Mais do que defender um regime, defendiam a pele, conscientes - por uma vez -  da repulsa que provocaram, desde sempre, na população que violentaram.  E esta, pertinaz, manteve-se firme nos postos 'conquistados'  ns ruas limítrofes de onde podia alcançar o fechar do cerco pelas Forças Armadas que terminou, felizmente, em rendição" (Flama, separata, 10/5/1974, pág. XIX)



"O maior foco de resistència ao Movimento das Forças Armadas foi a PIDE/DGS, por virtude da qual foi derramado sangue. Cercados por efetivos do Exército, a que se juntaram fuzileitos da Marinha, os polícias políticos resistiram durante  toda a noite do dia 25, continuaram pelo dia 26, acabando por render-se às primeiras horas de 27. A evacuação dos agentes detidos não foi fácil, pois a população não arredava pé, exigindo vingança por suas próprias mãos". 
(Flama,separata, 10/5/1974, pág. XX)



"Quem tivesse pensado que as Forças Armadas acabariam por ceder ao cansaço e à falta de alimentos, enganou-se. Por toda a parte, onde eles estiveram, estava também um gesto de carinho da população." (Flama, separata, 10/5/1974, pág. XXI)

Fonte: Flama: revista semanal de actualidades, nº 1366, ano XXXI, 10 de maio de 1974, XXXII páginas. (Cortesia da Hemerateca Digital / Câmara Municipal de Lisboa)


(Seleção, revisão / fixação de texto, reedição das imagens: LG)


1. Continuação da publicação de uma seleção de fotos da separata que o semanário "Flama" dedicou, tardiamente, em edição de 10 de maio de 1974, ao histórico dia de 25 de Abril. 

É  um belíssimo trabalho de fotojornalismo. Não sabemos quem são os autores de cada uma das fotos, algumas de grande interesse documental e de qualidade estética. Mas vê-se que estavam a trabalhar, pela primeira vez, sem o medo da censura. São da equipa de reportagem da "Flama" , António Xavier, António Vidal e Carlos Gil, grandes profissionais, talvez menos conhecidos do grande público que o Alfredo Cunha e o Eduardo Gageiro, mas nem por isso menos merecedores do nosso apreço, gratidão e homenagem.
 
(Continua)

4 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Tem piada, parece que ninguém na revista reconheceu, na foto da página XV, o homem do megafone, o Francisco Sousa Tavares (1920-1993)...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Enfim, uma bela reportagem que estava esquecida... A revista chegava às colónias, custava 10 escudos o nº avulso, 17$50 em Angola, 20 paus em Moçambique...

Valdemar Silva disse...

Fotografias nunca vistas
A primeira com um civil no telhado como apontador duma metralhadora ligeira (Bren ?) e
na foto 6 uma "sandes mista" nos festejos.
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Bingo!, Valdemar... Aquela metralhadora, ligeira, de carregador curvo, pode ser a britânica Bren!...

Foi usada pela NT na guerra colonial, já não me lembrava de todo!... Mass recordo-me de a ter "visto", algures, talvez erm Tavira, não juro! (Sou de armas pesadas, ), a par da italiana Breda e da Brownning...Masd a Bren é ligeira. (Devo tê-la vista nas fotos da II Guerra Mundial, um verdade ícone das tropas britânicas....).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bren

Quem seria o civil (ou o militar do MFA, à civil) que se foi pendurar no telhado daquele efidício defronte ao quartel do Carmo ?

Bem apanhado, Valdemar.