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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Guiné 61/75 - P25412: 20.º aniversário do nosso blogue: (5): Vinte anos a construir memórias (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf.º da CCAÇ 2381 - Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70)



VINTE ANOS A CONSTRUIR MEMÓRIAS

por Zé Teixeira


Q
uando libertos da pressão da guerra que tínhamos sido forçados a praticar e sentir na pele, na Guiné… que nos mantinha em silêncio. Doentio silêncio que nos abafava o espírito e que a pouco e pouco se foi curando…

Quando libertos da pressão que a liberdade trazida pelo 25 de abril, nos empurrava para um outro tipo de silêncio, porque segundo os mais extremistas, (alguns deles vindos do exterior, onde se refugiaram para evitarem a mobilização), nós, os combatentes, tínhamos sido lacaios do Estado Novo, do fascismo, e até de assassinos fomos apelidados…

Pois! Quando estas pressões se foram dissipando, começou a bailar dentro da nossa cabeça um vazio. E agora?!...

Eu sentia uma nova pressão. Precisava de falar dos acontecimentos, que o Estado Velho me tinha forçado a viver: das dores, das lágrimas, do sangue que vi derramar, dos camaradas que ficaram estropiados do físico e do espírito, dos camaradas que vi partir ingloriamente, na flor da juventude, sem lhes poder valer, dos “caguefes” que senti tantas vezes, os quais desapareciam, como por encanto, quando as balas começavam a assobiar por cima das nossas cabeças, ou quando os estilhaços das granadas se espetavam na terra à nossa frente, ou “cantavam” ao traçar a ramagem das árvores, atrás das quais nos protegíamos, em que o pensamento dava uma volta sobre si mesmo e nos punha a pensar – como sair daqui? Desapareciam os “caguefes” e começava a luta pela sobrevivência.

Precisava de fazer uma limpeza à caixa dos pirolitos, de fazer a catarse, como está cientificamente comprovado e é moda dizer-se.

Por onde começar? Com quem falar? Ninguém me queria ouvir. Apenas os meus filhos queriam que lhes contasse, à laia de aventura, o que tinha feito na guerra, como agora, os meus netos – conta Avô a história daquela menina que andava sempre ao teu colinho, ao debruçarem-se sobre as fotografias a preto e branco queimadas pelo tempo, perdidas num álbum carregado com o pó da história.

Pois?! E agora?

O Luís Graça, em boa hora, e já lá vão vinte anos, resolveu tirar o “tapa chamas” do computador e começou a disparar em todas as direções que a Internet lhe permitia, não com balas assassinas, mas com o seu blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné, mais propriamente o pomposo Blogueforanadaevaotres, falando de si, das suas vivências na guerra que não quis fazer, mas foi obrigado. Sim. Naquele tempo, ou se ia para a guerra, ou se escapulia a salto para França, confundindo-se ainda hoje o medo, com a dignidade da objeção de consciência, que poucos sabiam o que era e como se podia obter.
O nosso editor Luís Graça, sempre por detrás de uma máquina fotográfica, a sua imagem de marca

Então fugia-se, e, se fosse apanhado pela PIDE ou pela Guardia espanhola era devolvido à procedência e ganhava o direito de embarcar para a guerra, logo de seguida, antes que desse novamente corda às sapatilhas. Assim aconteceu com o meu amigo Fernando que foi “convidado” para ir passar umas férias a Gadamael em 1973 e andou desenfiado na bolanha, aquando do cerco ao quartel. Salvou-o o comandante da Corveta que andava por perto e à revelia das ordens emanadas de Bissau, recolheu umas centenas de jovens militares e civis que, para fugirem da morte que espreitava por todos os cantos de Gadamael, se refugiaram na perigosa bolanha, que rodeava o aquartelamento, ganhando um stress pós-traumático de guerra, que lhe destruiu o futuro.

Para espanto do Luís Graça, não tenho dúvidas, começaram a surgir de todos os cantos, companheiros da jornada que se prolongou por cerca de treze anos, sem armas, sem medos, mas com vontade de conversar, de partilhar as suas “guerras”, de contar as suas dores e suas angústias, as suas alegrias e tainas, o seu estado de alma, talvez o seu desespero. À data éramos um mundo de gente. Hoje, muitos já partiram, contrariados, para o aquartelamento eterno. Nós, os resistentes vamos aguentando a parada no BlogueForandaevãotrês, mais conhecido pelo blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné, que surgiu na sequência do primeiro Blogue, que se esgotou no espaço.

Tudo começou em 23 de abril de 2004, quando o inspirado Luís Graça se lançou à aventura.


V. N. Gaia > Madalena > 26 de Dezembro de 2005 >  Na casa da irmã e do cunhado da Alice Carneiro, a Nita (1947-2023) e o Gusto > Uma minitertúlia de camaradas e amigos da Guiné... > Da esquerda para direita: o nosso editor LG (cunhado dos donos da casa),  o A. Marques Lopes, o Zé  Teixeira, o Albano Costa e o seu filho Hugo Costa, e ainda o saudoso Francisco Allen (mais conhecido pelo Xico de Empada, ou Xico Allen, 1950-2022).

Quem diria que estava aqui um dos embriões da Tabanca Pequena de Matosinhos (pequena só de nome), que iria surgir três anos depois, em 19 de Novembro de 2008. O A. Marques Lopes e o José Teixeira são dois dos "régulos" iniciais: os outros se seguiram, o Álvaro Basto e o Jorge Teixeira (Portojo) (1945-2017), o João Rebola (1945-2018), e agora o Eduardo Moutinho Santos, entre outros (corre-se sempre o risco de cometer a injustiça da omissão)

Foto (e legenda): © Hugo Costa / Albano Costa  (2005).Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Logo sentiu uma “chuveirada”, não de estilhaços, mas de postes com testemunhos vivos, concretos, “disparados” por camaradas que à data não conhecia, como eu, por exemplo, que quando o descobri (fins de 2005) logo comecei a mandar bojardas e ainda vou dando uns “tiritos” de vez em quando, como este, que apenas pretende dar-lhe os parabéns pela iniciativa e agradecer-lhe, a ele, e a tantos camaradas a quem hoje me sinto ligado e preso por uma amizade solidificada neste “estar e sentir” de uma guerra em que participamos sem querer.

Obrigado, Blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné, por ser o meu intermediário na relação com tantos camaradas, muitos dos quais nunca tive a oportunidade de dar o meu abraço, mas a quem me sinto ligado por laços de profunda afetividade. Para todos vós, um abraço do tamanho do Geba.

Obrigado, mais uma vez, Luís Graça e Alice pela profunda amizade, meu mano querido, que nos une e que nasceu naquela véspera de Natal, na Madalena em 2005.

O meu profundo agradecimento, também, ao Carlos Vinhal, em especial, por me ter aturado tantas vezes, e a todos os co-editores que têm dado forma a este nosso grito de paz.

Agora, somos cada vez menos e estamos mais velhos. Muitos de nós já “esgotaram” as munições, ou perderam a vontade e a força de continuarem a escrever, mas continuam, pela calada, a visitar todos os dias o “nosso” Blogue, e de vez em quando, lá sai mais um comentário, ou num rebuscar de memória, mais um acontecimento que estava escondido num escaninho da massa cinzenta. Não desistam, por favor, porque se não formos nós a contruir a nossa história, outro virão, e a nossa verdade histórica corre o risco de ser deturpada.

Aos que deixaram a vida na Guiné e aos que já partiram ao encontro do Além, o meu profundo sentimento de que estejam, onde estiverem, se sintam em paz. Na certeza de que todos nós nos encontraremos por lá um dia.

Aos camaradas que, como eu, continuam a luta pela vida, que se sintam com a saúde possível e não desistam de viver.

Um Grande abraço do
Zé Teixeira

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Nota do editor

Último post da série de 6 DE ABRIL DE 2024 > Guiné 61/75 - P25348: 20.º aniversário do nosso blogue (4): Alguns dos nossos melhores postes de sempre (IV): Um roteiro poético-sentimental para um regresso àquela terra verde-rubra (Joaquim Mexia Alves / Luís Graça)

domingo, 8 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16065: Na festa dos 12 anos, "manga de tempo", do nosso blogue (10): Republicando o poste P5807, de 13/2/2010: O 6.º aniversário do nosso Blogue (1): Homenagem ao Fundador Luís Graça e a toda a tertúlia (Jorge Félix/Carlos Vinhal)


1. Trinta e cinco anos depois.

No 25 de Abril de 2004 presto a minha homenagem às mulheres portuguesas,
Que se vestiam de luto enquanto os maridos ou noivos andavam no ultramar;
Às que rastejavam no chão de Fátima, implorando à Virgem o regresso dos seus filhos, sãos e salvos;
Às que continuavam, silenciosas e inquietas, ao lado dos homens nos campos, nas fábricas e nos escritórios;
Às que ficavam em casa, rezando o terço à noite;
Às que aguardavam com angústia a hora matinal do correio;
Às que, poucas, subscreviam abaixo-assinados contra o regime e contra a guerra;
Às que, poucas, liam e divulgavam folhetos clandestinos ou sintonizavam altas horas da madrugada as vozes que vinham de longe e que falavam de resistência em tempo de solidão;
Às que, muitas, carinhosamente tiravam do fumeiro (e da barriga) as chouriças e os salpicões que iriam levar até junto dos seus filhos, no outro lado do mundo, um pouco do amor de mãe, das saudades da terra, dos sabores da comida e da alegria da festa;
E sobretudo às, muitas, e em geral adolescentes e jovens solteiras, que se correspondiam com os soldados mobilizados para a guerra colonial, na qualidade de madrinhas de guerra.

A maioria dos soldados correspondia-se, em média, com uma meia dúzia de madrinhas, para além dos seus familiares e amigos. Em treze anos de guerra, cerca de um milhão de soldados terá escrito mais de 500 milhões de cartas e aerogramas. E recebido outros tantos. Como este que aqui se reproduz.
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Guiné, 24 de Dezembro de 1969

Exma menina e saudosa madrinha:

Em primeiro de tudo, a sua saúde que eu por cá de momento fico bem, graças a Deus.

Estava um dia em que meditava e lamentava a triste sorte que Deus me deu até que toquei na necessidade de arranjar uma menina que fosse competente e digna de desempenhar tão honroso e delicado cargo de madrinha de guerra. Peço-lhe desculpa pelo atrevimento que tive em lhe dedicar estas simples letras. Mas valeu a pena e é com muita alegria que recebo o seu aero (1).

Vejo que também está triste por mor (2) da mobilização do seu mano mais novo para o Ultramar. Não sei como consolá-la, mas olhe: não desanime, tenha coragem e fé em Deus. Eu sei que custa muito, mas é o destino e, se é que ele existe, a ele ninguém foge. Nós, homens, temos esta difícil e nobre missão a cumprir.

Nós, militares, que suportamos o flagelo desta estadia aqui no Ultramar, não temos outro auxílio, quer material quer espiritual, que não seja o que nos dão os nossos amigos e entes queridos. E sobretudo as nossas saudosas madrinhas de guerra.

Sendo assim para nós o correio é a coisa mais sagrada que há no mundo. Porque nos traz notícias da nossa querida terra e nos faz esquecer, ainda que por pouco tempo, a situação de guerra em que vivemos e os dias que custam tanto a passar.

As notícias aqui são sempre tristes, nestas terras de Cristo, habitadas por povos conhecidos e desconhecidos. Não lhe posso adiantar pormenores, mas como deve imaginar uma pessoa anda triste e desanimanada sempre que há uma baixa de um camarada.

Lá na metrópole há gente que pensa que isto é bonito. Que a África é bonita. Eu digo-lhe que isto é bonito mas é para os bichos. São matas e bolanhas (3) que metem medo, cobertas de capim alto, e onde se escondem esses turras (4) que nos querem acabar com a vida. E mais triste ainda quando se aproxima o dia e a hora em que era pressuposto estarmos todos em família, juntos à mesa na noite da Consoada. Vai ser a primeira noite de Natal que aqui passo. Com a canhota (5) numa mão e uma garrafa de Vat 69 (6) na outra.

São duas horas da noite e vou botar este aero na caixa do correio. Daqui a um pouco saio em missão mais os meus camaradas. Reze por nós todos. Espero voltar são e salvo para poder ler, com alegria, as próximas notícias suas. Queira receber, Exma. Menina e saudosa madrinha, os meus mais respeitosos cumprimentos. Desejo-lhe um Santo e Feliz Natal.

O soldado-atirador da Companhia de Caçadores (...)
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Notas de LG:

(1) Aerograma. Também conhecido por corta-capim (o correio era, muitas vezes distribuído em cima de uma viatura, e o aerograma lançado por cima das cabeças dos soldados, à maneira de um boomerang). Os aerogramas foram uma criação do Movimento Nacional Feminino, dirigida pela célebre Cecília Supico Pinto desde 1961, e o seu transporte era assegurado pela TAP ("uma oferta da TAP aos soldados de Portugal"). Os aerogramas também foram usados na guerra da propaganda do regime, ostentando carimbos de correio com dizeres como "Povo unido, paz e progresso", "Povo português, povo africano", "Os inimigos da Pátria renunciarão" ou "Muitas raças, uma Nação, Portugal" (vd. Graça, L. - Memória da guerra colonial: querida madrinha. O Jornal. 15 de Maio de 1981).

(2) Por mor de = por causa de (expressão usada no norte).

(3) Terras alagadiças da Guiné onde tradicionalmente se cultivava o arroz (... e se pescava). Durante a guerra colonial, foram praticamente abandonadas como terras de cultivo, devido à deslocação de muitas das populações ribeirinhas e à escalada das operações militares. A Guiné, que chegou a exportar arroz, passou a importá-lo.

(4) Corruptela de terroristas. Termo depreciativo que era usado para referir os combatentes do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde). Os soldados portugueses eram, por sua vez, conhecidos como tugas (diminuitivo de Portugal, português ou portuga).

(5) Espingarda automática G-3, de calibre 7.62, de origem alemã, que passou a equipar as forças armadas portuguesas no Ultramar. Em 1961 o exército português ainda estava equipado com a velha Mauser (!).

(6) Marca de uísque escocês, muito popular na época entre os militares (Havia uma generosa distribuição de bebidas alcoólicas nas frentes de guerra, com destaque para o uísque, "from Scotland for the exclusive use of the Portuguese Armed Forces"). Na época o salário de um soldado-atirador (cerca de 1500 a 1800 escudos, parte dos quais depositado na metrópole) dava para comprar mais de uma garrafa de uísque (novo) no serviço de aprivisionamento militar (cerca de 40 pesos ou escudos por unidade). No entanto, a bebida mais popular entre os soldados era cerveja. Uma garrafa de cerveja de 0,6 litros chamava-se bazuca.

# posted by Luís Graça @ 15:33
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2. Comentário de CV:

Assim começou, no já longínquo dia 23 de Abril de 2004, este Blogue a dedicar-se às memórias daqueles que por serem profissionais, ou por imposição, participaram na guerra colonial em território da Guiné.

Publicados que foram 825 postes, no dia 1 de Junho de 2006, Luís Graça dá por encerrada a I Série e inaugura a II que se mantém em actividade apesar de já ter em arquivo mais de 5800.

Com as sucessivas entradas de novos tertuianos, a disponibilidade de tempo do Editor e fundador do Blogue começou a não chegar para dar resposta ao trabalho de edição que exigia já muitas horas de dedicação por dia.

Em 2007, num almoço na Tabanca de Matosinhos, Luís Graça convida-me a assumir o papel de co-editor. Não fui capaz de dizer não, e desde então aqui me têm. Porque trabalho é coisa que não falta, passado pouco tempo pedimos ao camarada Virgínio Briote para colaborar também na edição e publicação dos imensos textos e fotografias que cada vez mais camaradas faziam chegar ao Blogue.

A última e proveitosa entrada para a equipa editorial foi a de Eduardo Magalhães Ribeiro. Em boa hora, porque o camarada Virgínio por motivos particulares praticamente deixou de colaborar. Estamos já a pensar em arranjar mais um camarada que possa dispôr de algum do seu tempo para nos dar uma ajuda.

Temos que dizer que há tertulianos que de uma forma quase anónima nos ajudam, de sobremaneira, pesquisando registos de acontecimentos, Histórias de Unidades, elaborando textos que encomendamos, localização de camaradas, etc.
Neste âmbito, justíssimo salientar o nosso investigador-mor José Martins que tem sido inexcedível para connosco. Outros camaradas espontaneamente nos ajudam e/ou ajudam quem nos procura na busca de antigos companheiros de luta dos quais perderam referência há muito tempo.
A todos quantos de alguma forma trabalham connosco, o nosso muito obrigado.

Falar do Blogue e não falar dos Encontros da Tertúlia é uma falta imperdoável.

Não me lembro já quem lançou a ideia do primeiro Encontro ocorrido ma Ameira em 2006, o Luís por certo, onde aconteceu aquilo que eu chamo de magia, pois não tenho uma palavra para descrever o que todos sentimos quando cada um tentava ligar o seu interlocutor à foto existente no Blogue, atirando: - Tu és o "..." , eh pá dá cá um abraço...

Gerou-se uma empatia colectiva, fizeram-se amizades indestrutíveis e viveram-se momentos irrepetíveis.

Ameira > 2006 > Alguns dos camaradas participantes no I Encontro Nacional da Tertúlia

As nossas companheiras de uma vida, por vezes difícil pelos maus momentos psicológicos que todos nós, mais ou menos, atravessámos.

Cada ano, novo Encontro, novo renascer de amizades pois há sempre gente que aparece pela primeira vez, se deixa contagiar e não mais falta, salvo motivos pessoais imponderáveis, como é normal.

O nosso Blogue tem na blogosfera um lugar importante. Sendo um Blogue que se dedica a um assunto específico que quase só interessa a quem tem sessenta anos ou mais, que seja ex-combatente da guerra colonial, e da Guiné especificamente, tem um número de visitas que o destaca entre os demais. Sabemos hoje que serve de base de consulta a estudantes e professores de História, e tema de tese nas Universidades.

É natural que tenhamos muita vaidade no nosso trabalho, quando digo nosso, refiro-me ao dos editores e camaradas que enviam as suas memórias e fotos para publicar.

Exemplo de alguma vaidade, no bom sentido, foi a iniciativa do nosso camarada Jorge Félix, que resolveu abrir as hostilidades e lançar aquilo que se pode considerar como a primeira iniciativa para começarmos desde já a comemorar o 6.º aniversário do nosso Blogue.

O Jorge Félix já nos habituou aos seus filmes com uma montagem exemplar, mas este excede todas as espectativas.

Parabéns, Jorge, pelo teu trabalho. Recebe o nosso abraço e um agradecimento por esta homenagem ao Luís Graça e à tertúlia.


3. Mensagem de Jorge Félix com data de 10 de Fevereiro de 2010:

Caro Carlos,

Já podes ver o video no endereço, http://www.youtube.com/watch?v=QpMTCApxl2s.

Se achares que vale a pena avisa o pessoal e que comecem os festejos. Estamos todos de parabéns.

Pessoalmente agradeço ao Luís pela ideia de pôr esta "malta" toda a recordar e a encontrar-se.

A ti, Carlos, pelo trabalho que diáriamente tens em editar os textos que vamos mais ou menos lendo. Ao resto do pessoal, todos, obrigado por virem aparecendo na Blogosfera, cada qual á sua maneira, mas sempre com o espirito dos tempos da Guiné.

Abraço
Jorge Félix



Vídeo 4' 18'': © Jorge Felix (2009). Direitos reservados>

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Nota do editor CV:

Peço desculpa aos meus camaradas editores por ter feito este poste sem lhes dar conhecimento. A ideia era fazer uma surpresa ao Luís e a toda a tertúlia, com a cumplicidade do Jorge Félix. A ele se deve esta iniciativa.

Últino poste da série > 7 de maio de  2016 > Guiné 63/74 - P16060: Na festa dos 12 anos, "manga de tempo", do nosso blogue (9): De quantas tabancas é feita a Tabanca Grande ?... Relembrando o feliz acaso do reencontro, 40 anos depois, do Zé Manel Matos Dinis com "o senhor Rosales", na Quinta do Paul, Ortigosa, em 20 de junho de 2009, por ocasião do nosso IV Encontro Nacional, e que esteve na origem da criação da Magnífica Tabanca da Linha...

terça-feira, 7 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11539: 9º aniversário do nosso blogue: Os melhores postes da I Série (2004/06) (12): Fima Siga, a enfermeira do Morés (Virgínio Briote, ex-alf mil comando, Brá, 1965/67)



Carta do comandante Pedro Ramos, irmão de Domingos Ramos,  para sua mulher [Fima] Siga, enfermeira do PAIGC no Morés. Documento do arquivo pessoal de Virgínio Briote. Compare-se a letra com outra, datada de 23/10/1961, dirigida a Luís Cabral, e que faz parte do Arquivo de Amílcar Cabral.

Fonte: © Virgínio Briote / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2005). Todos os direitos reservados


Guiné > Bissau > Bissalanca > BA 12 > c. 1965/66 >  O alferes miliciano comando Briote (à esquerda), na base aérea de Bissalanca, em Bissau, juntamente com o Furriel Azevedo (ao centro) e o Sargento Valente (à direita).

Foto: © Virgínio Briote (2005). Todos os direitos reservados


1. Algumas das melhores histórias publicadas
na I Série do nosso blogue têm a assinatura do Virgínio Briote (VB), ex-alferes miliciano, comando (Brá, 1965/67)... Porque muitos dos membros da Tabanca Grande chegaram mais tarde, em anos posteriores à sua colaboração mais intensa no nosso blogue (como autor e coeditor), vamos reproduzir aqui mais dois postes do VB, que relatam a guerra, "vista do outro lado". (*) Na altura, em outubro de 2005, ele mandou-me este texto com a lacónica imformação:  Das minhas memórias, uma história passada no Óio". (**).

O VB nasceu  em Cascais, foi alf mil em Cuntima, CCAV 489 / BCAV 490 (Jan-Mai1965);  fez o 2º curso de Comandos do CTIG; domandou o Grupo Diabólicos (Set 1965 / Set 1966); regressou em Jan 1967; é casado com a Maria Irene.


Ana, enfermeira do Partido
por Virgínio Briote

As cordas apertadas demais, os pulsos a inchar, amarrados atrás das costas. Tinha acabado de ser apanhado pelos tugas, ainda nem sabia como, e logo a ele é que deveria acontecer. Como comandante do PAIGC, sempre fora muito rigoroso com os 10 homens que agora estavam sob o seu comando, sempre exigira que se deslocassem separados uns dos outros, que parassem de vez em quando, escutassem a mata, os olhos a varrerem devagar, da esquerda à direita, e só depois avançar outra vez. E, afinal, fora apanhado desprevenido, sem arma, sem nada!...

Viera a semana passada dos lados de Sano, no Senegal. Muito cansado. Estivera com os camaradas do sector, os dias pelas noites fora, analisaram o trabalho do mês, cada um apresentou o seu trabalho, as emboscadas que fizeram, as minas que plantaram, os ataques aos quartéis da tropa. Fizeram um balanço da situação, leram as directivas do camarada secretário-geral, as orientações gerais para a luta, a referência expressa à luta dos povos da Guiné e Cabo Verde, para a independência nacional, para a libertação, nunca contra o povo português, juntos na mesma luta contra o colonialismo e o imperialismo, depois as orientações locais, o plano para o mês, não descansar a tropa, escrever papel para deixar junto aos quartéis deles, para desmoralizar, e a ordem para mudar, outra vez, o acampamento de Uália [, a nordeste de Mansabá].


Cartão de identificação militar do Alf Bil Comando Briote > Brá, 1965 > A assinatura parece ser a do comandante da compamnhia de comandos, o capitão de artilharia Nuno J [osé Varela] Rubim, membro da nossa Tabanca Grande de longa data.

Foto: © Virgínio Briote (2005). Todos os direitos reservados





Enquanto regressava com os camaradas, ia pensando nos locais, escolhera o melhor, bem dentro da mata, umas centenas de metros a seguir à bolanha, um barraco junto a esta para vigiar a entrada. Sacos de arroz, mancarra, tudo às costas, bicicletas, cunhetes de munições, armas, tanta coisa, casas às costas, tão pouca gente, precisaram mais que uma vez.

Tinha estado a cavar um abrigo, precisava de se lavar. Fora à bolanha para tomar banho e trazer água. Viu-se cercado por dois soldados de arma apontada, sem saber como, os tugas emboscados mesmo à porta das casas de mato, os garrafões na mão dele, que a tropa tinha deixado em Morés da última vez.

Tropa diferente esta, não era a que estava habituado a ver passar. Sem emblemas, sem anéis, sem fios que os outros tugas trazem sempre, ronco nenhum, só lenços camuflados ao pescoço, sem capacetes até, aquele tem barrete diferente, caras pintadas de preto, nunca vira tropa assim.

Pára-quedistas, se calhar! Não, não deviam ser, esses são todos altos, têm camuflado muito verde, a bota que usam é de couro, conhecera-os bem quando assentara praça no colonialismo em Bissau. A farda destes é castanha como a dos outros, uns muito altos, outros pequeninos, todos desiguais, não, estes são outros. Estranhos, quase não falam entre eles, o cano das armas deles também têm olhos, vêem por ele, para a esquerda, para a frente, para a direita, aquele está sempre a olhar para as árvores, tudo muito devagar, assim é bem difícil, camaradas, apanhá-los.

Abriram-me a boca à força, eu não sabia para quê, um lenço preto nos dentes, atado na nuca, outra vez que me levantasse, sem palavras nem maneiras, corda nos pés, uma à cintura presa ao soldado Papel. Via-os à frente, no trilho para Uália, nosso pessoal descuidado a esta hora da manhã, sem aviso, vai ser uma desgraça, tanto trabalho para nada. Todos não estão, felizmente, mandara 8 para Mansabá, uns para montar mina e os outros para segurança.

Aquelas bajudas com os cestos à cabeça vão ser apanhadas, gritai, gritai com toda a força que puderdes, mais alto, mulheres do PAIGC, glória da nossa luta, assim, para camarada ouvir! Os tugas todos a correr, o traidor Papel amarrado a mim, não deixa andar, se eu pudesse! Aquelas crianças ali também!

A enfermeira de Morés? A mulher do Paulo Ramos com a criança às costas?! Porque não fugiu? Não pode ser! Não, não lhe façam nada, ela trata do nosso pessoal da luta, faz curativos só, os tugas não me ouvem, lenço não deixa.

... Não sei, não tenho nada para dizer, meu nome é Ana, sou enfermeira, não sei nada da guerra, trato de feridos só, não pode mexer nesse papel, é carta de meu marido, ouviu? Não pode tirar bilhete de meu marido, não pode! Tenho filhinha às costas, não vê? É hora de ela mamar, largue-me!

O alferes miliciano comando Briote (à esquerda), na base aérea de Bissalanca, em Bissau, juntamente com o Furriel Azevedo (ao centro) e o Sargento Valente (à diereita). Foto de 1965 ou 1966.


2. Transcrição da carta de Pedro Ramos, comandante do PAIGC, 
irmão do Domingos Ramos, dirigida a Siga (, a Ana, enfermeira do Morés, na história do Virgínio Briote). Não tem indicação de data, mas deve ser de Maio de 1966, a avaliar pelo seu conteúdo.


"Quirida (sic) Siga:

"Junto a este bilhete desejo-te uma optima saude e a Odete. Eu por cá saudades sua[s].

"No que se trata [a]o meu regresso até agora não poço esplicar ninguém [não posso explicar a ninguém] se vou regressar em breve, porque o camarada Osvaldo [Vieira]  não disse nada na [sobre a] minha vinda, mas parecia-me que regressava logo que acabar.

"Recebi os medicamentos e a pasta. Não te enviei arroz agora porque estamos ali com faltas de camaradas devido aqueles que mandamos para Morés no dia 20/4/66 para levarem os postos de Radio.

"Espero vires passar aqui uns dias conforme carta de Nha Maria, isto é se não te dá sarilho mais tarde no teu serviço. A respeito ainda da vinda do teu pai que me encontra ausente, só te digo uma coisa. Sinto muito pena a [de] não podermos conhecer-se e falarmos principalmente a teu respeito. Cumprimentos a todos, Pedro Ramos".



3. Comentário de L.G. :

 Bom, sei hoje (mas não o sabia em 2005..:) que o Pedro Ramos fazia parte do primeiro (e histórico) contingente  de militantes do PAIGC enviados por Amílcar Cabral para a China, a fim de aí  receber treino político-militar. Regressaram à Guiné ainda em 1961.

Ao grupo pertencia, a par do Pedro Ramos, o seu irmão Domingos Ramos, o Osvaldo Vieira, o Rui Djassi, o Constantino Teixeira, o Hilário Gomes (Lolo), o Francisco Mendes (Xico Té),  o Nino Vieira e  ainda os irmãos Manuel Saturnino Costa e Vitorino Costa. Nenhum destes históricos comandantes  é já vivo. E alguns morreram cedo (por exemplo, o Vitorino Costa, em 1962; o Domingos Ramis, em 1966).  Ao que sei, o Pedro Ramos foi preso, condenado à morte e fuzilado, em 1986, na sequência do alegado golpe de Estado do Paulo Correia (em 1985) contra Nino Vieira.

Esta [Fima] Siga  era efectivamenhte uma enfermeira do PAIGC, da base do Morès, pela referência que é feita na carta à remessa de mediciamentps.   E tudo indica que fosse a companheira, na época, do Pedro Ramos.

4. Esclarecimento do V.B.:

Mais um dado ou pista fornecido pelo meu velho camarada de armas que viveu a adolescência em Bissau [, presume-se que seja o nosso camarada, comando, Mário Dias]:

"Caro Briote: Acabo de ler as suas intervenções no blogueforanada que achei excelentes. Ainda bem que, lentamente, se vai fazendo luz sobre o que verdadeiramente se passou por terras de África durante a chamada Guerra Colonial. Continue.

"Veio-me à memória, toldada por uma compreensível neblina (já lá vão mais de 40 anos), que o Pedro Ramos foi funcionário do porto de Bissau ou da Alfândega. Não sei se teria ou não fugido para o mato, para o PAIGC,  mas pelo relato da carta parece que sim" (...).






Guiné > Bissau > 1959 > Os 1ºs Cabos Milicianos Mário Dias (português, nascido na Metrópole, o primeiro, de pé, do lado direito, assinalado com um círculo a verde) e Domingos Ramos (natural da Guiné, o primeiro da frente, do lado esquerdo, assinalado a vermelho). 

O Domingos Ramos era filho de um quadro local da administração colonial portuguesa, com o estatuto de assimilado.E era irmão do Pedro Ramos.

O Domingos e o Mário (que foi para a Guiné no início dos anos 50, tendo assistido à modernização e crescimento de Bissau, capital da Província desde 1943) fizeram juntos a recruta e depois o 1º Curso de Sargentos Milicianos (CMS) que se realizou em Bissau, em 1959, e no qual participaram os os primeiros filhos da Guiné. Este curso foi um alfobre de quadros...para o PAIGC (2).

Foto: © Mário Dias / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2006). Todos os direitos reservados.

5. Fiquei com curiosidade em saber o resto da história,
 contada pelo Virgínio Briote sobre a Ana, enfermeira do Morés. Mandei-lhe um email, na altura (em 31 de outubro de 2005):

"Virgínio: Já publiquei a tua estória que voltei a adorar. Parabéns!... Fico com curiosidade em saber o que fizeram, naquele tempo, ao comandante que vocês apanharam com as calças na mão (literalmente!) e com a enfermeira que deveria ser uma mulher corajosa, uma verdadeira mulher de armas (...). Um abraço".

Publico aqui a pronta resposta que o VB  teve a amabilidade de me dar. Aqui fica ela, sem mais comentários ou, se o os tertulianos assim o quiserem, com um desafio para sabermos mais sobre o papel das mulheres que, de um lado e de outro, também participaram na guerra, de maneiras diferentes (como confidentes, madrinhas, amantes, enfermeiras, professoras, combatentes, etc.):


6. Resposta do Virgínio Briote

[, foto à esquerda, na Bélgica, em 2002]:


O Comandante teve que ser interrogado logo ali, sem as cerimónias que o cargo dele exigia. Uma vez que as informações que passou eram claramente sem importância, não houve possibilidade de proceder a qualquer exploração. De resto uns tipos, poucos, talvez três ou quatro, estavam a fazer-nos pontaria e a Siga, verdadeiro nome da Ana, resistiu quanto pôde, como só as mulheres o sabem fazer, quando querem.

No chão, mamilo na boca da bebé, era muito difícil, a qualquer um de nós gerir a situação. Por um lado, o respeito que a imagem nos merecia, por outro a consciência de que a Siga estava a fazer o que podia para que os [seus] camaradas tivessem tempo para nos preparar uma retirada como devia ser. E ela veio, à força, dois soldados a arrastá-la pelo chão, a bebé no colo de outro soldado, as chicotadas  [dos projecteis] a ouvirem-se, os gritos dela e doutras bajudas, um pandemónio.

Depois, já na estrada, recolhidos pela companhia de apoio, a Siga e o comandante foram na minha viatura. Ela ficou muito ofendida comigo, pela forma como foi tratada, sem humanidade, disse-me na cara. E que, quando chegasse a Mansoa, iria apresentar queixa contra mim. O que fez, vim eu a saber uns tempos mais tarde pela boca do major das operações do batalhão de Mansoa.

O que foi feito deles? Gostaria de saber, mas não soube mais nada. Os procedimentos que seguíamos, no caso de prisioneiros, era entregá-los à chefia do Batalhão. Nunca vim a saber o que foi ou é feito deles.

Que merda!
Um abraço, vb


PS - Luís, já depois de termos falado ao telefone [,hoje, da parte da tarde], contactei um velho camarada de armas que, muito jovem, acompanhou os pais na viagem rumo à Guiné, onde tinham vida estabelecida. Estudou em Bissau, foi colega de muitos jovens que mais tarde se envolveram na luta pela libertação. Um deles, o Domingos Ramos, foi mesmo incorporado no 1º CSM que se fez na Guiné. Ora o Domingos era irmão do Pedro. Diz-me o velho camarada que eles eram negros "assimilados", talvez da etnia papel.

A Fima Siga era uma das enfermeiras (auxiliares, penso eu) de Morés. Na altura encontrámos uma caixa com os medicamentos que eles estavam a utilizar e as informações que me foram transmitidas no trajecto do regresso levaram-me a crer que ela respondia pela enfermaria. O Comandante tratava-a com alguma reverência, apercebi-me disso.

Já depois de ter lido a nota que te enviei sobre o que tinha sido feito deles, notei que escrevi que se ouviam "chicotadas, bajudas aos gritos", etc... Ora bem, as chicotadas que se ouviam eram chicotadas de projécteis. E foram só essas que eu ouvi.

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 30 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11507: 9º aniversário do nosso blogue: Os melhores postes da I Série (2004/06) (11): Teresa, amores e desamores em tempo de guerra (Parte II) (Virgínio Briote, ex-alf mil, comando, Brá, 1965/67)

(**) Vd. I Série do nosso blogue (que se publicou entre 23 de abril de 2004 e 1 de junho de 2006):

31 de  outubro de 2005 > Guiné 63/74: CCLIX [259]: Estórias do outro lado: Ana, a enfermeira do Morès

31 de outubro de 2005 > Guiné 63/74 - CCLX [260]: Ana/Siga ou as mulheres do PAIGC de que nunca se fala

terça-feira, 23 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11446: 9º aniversário do nosso blogue: Parabéns (2): Salve, 23 de abril de 2004! Salve, Tabanca Grande e o teu poilão! Salve, todos os nossos autores, colaboradores, leitores! Salve, todos os amigos e camaradas da Guiné! (Miguel Pessoa / Editores)


Infografia: © Miguel Pessoa / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013). Todos os direitos reservados


A belíssima e esmerada  prenda  que nos mandou o Miguel Pessoa... Obrigados, camarada. Os editores



A I Série do nosso blogue começou verdadeiamente com o poste 23 de abril de 2004 > Guiné 69/71 - I : Saudosa(s) madrinha(s) de guerra



A. Saudosa(s) madrinhas(s) de guerra... Este foi o nosso primeiro poste, numerado, não avulso, publicado no dia 23 de Abril de... 2004, no blogue pessoal de Luís Graça, que na altura se chamava muito simplesmente... Blogue-Fora-Nada... (Havia sido criado em 8 de Outubro de 2003).

Diz o fundador do nosso blogue que, no TO da Guiné, quando lá esteve (entre maio de 1969 e março de 1971) não escrevia aerogramas ou cartas para madrinhas de guerra, estando, por isso,  longe de imaginar as consequências deste seu  gesto que veio dar origem depois a um blogue que se pretendia que fosse colectivo, e exclusivamente dedicado à guerra colonial na Guiné e aos seus combatentes...

A partir de então começou a ser apresentado à blogosfera, nestes termos:

blogue-fora-nada. homo socius ergo blogus [sum]. homem social logo blogador. em sociobloguês nos entendemos. o port(ug)al dos (por)tugas. a prova dos blogue-fora-nada. a guerra colonial. a guiné. do chacheu ao boé. de bissau a bambadinca. os cacimbados. o geba. o corubal. os rios. o macaréu da nossa revolta. o humor nosso de cada dia nos dai hoje. lá vamos blogando e rindo. e venham mais cinco (camaradas). e vieram tantos que isto se transformou numa caserna. a maior caserna virtual da Net!

Para a petite histoire, aqui fazemos a reprodução desse primeiro poste que não teve qualquer eco na blogosfera... De resto, nesse ano de 2004, apenas foram publicados 4 (quatro!) postes dedicados à Guiné... Em rigor,  só um ano depois, a partir de 20 de abril de 2005 (, data do poste nº 5...) , é que os assuntos relativos à "nossa Guiné" começaram a surgir com mais frequência do blogue do Luís Graça (1)... E depois em exclusividade.

Na realidade, foi preciso que começasse a aparecer, um ano depois, em Abril de 2005, a malta do triângulo Bambadinca-Xime-Xitole: o Sousa de Castro e o David Guimarães, que são historicamente os dois primeiros membros da nossa tertúlia, além do próprio Luís Graça, claro...

Foi o Sousa de Castro que fez chegar ao fundador do Blogue, em 4 DVD, a reportagem de vídeo feita pelo Albano Costa e seu filho Hugo Costa, por ocasião da sua viagem à Guiné, em grupo, em Novembro de 2000... Depois, em Maio de 2005, começaram a aparecer outros camaradas:

(i) o Humberto Reis, vizinho, amigo e camarada do Luís Graça, que estiveram juntos na CCAÇ 12 (6 de Maio);

(ii) o A. Marques Lopes, de Matosinhos (14 de Maio) ...

(iii) E outros, incluindo  o nosso primeiro "amigo" (, distinto, portanto, de "camarada" de armas), o José Carlos Mussá Biai (10 de Maio), que vivia no Xime, em criança, ao  tempo da CCAÇ 12 (1969/71), companhia africana que era unidade de intervenção ao setor L1 (Bambinca)...

O resto da história sabem-na,  vocês: criámos a nossa tertúlia e o blogue começou a chamar-se Luís Graça & Camaradas da Guiné... Foi um tsunami  de imagens, textos, lugares, recordações, sentimentos e emoções que irrompeu no nosso quotidiano... e que nos tem ajudado a reconstituir/reconstruir o tal puzzle da nossa memória, até então cheio de buracos, alçapões, teias de aranha, armadilhas, fantasmas que, de algum modo, foi preciso exorcisar...

Passados estes anos todos - mais de 3285 dias,  108 meses,  5 comissões de Guiné (de 21  meses cada) - estamos a caminho dos 11500  postes, atingimos  os 611 membros registados formalmente, e em meados de abril de 2013 estávamos com mais de 4,7 milhões de visitas. E por aqui já passou mais gente do aquela que era necessária para formar dois ou três batalhões... Uns demoraram-se mais tem,po, outros passaram a correr, a toque de caixa, outros montaram por aqui a tenda, outros regressam, de tempos a tempos, alguns (uns vinte e tal) já nos deixaram de vez, apanhados pela gadanha da morte... E inimigos ? Não os temos, felizmente que a guerra acabou há muito...

Hoje, não é tempo para grandes comemorações. Deixemo-nos, pois, de discursatas, assinalemos apenas a efeméride, aproveitemos a alegria (breve) e do dia e enfim saudemos os muitos amigos e camaradas da Guiné que, no essencial, se reconhecem neste espaço, o alimentam, o acarinham, o produzem, o divulgam, incluindo todos aqueles que, de um modo simbólico, fazem questão de se sentar aqui, à sombra protetora, fraterna, mágica... do poilão da Tabanca Grande.

Os editores
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(1) Lista dos dez primeiros postes:

23 de abril de 2004 > Guiné 69/71 – I: Saudosa(s) madrinha(s) de guerra (Luís Graça)

25 de abril de 2004 >  Guiné 69/71 - II: Excertos do diário de um tuga (1) (Luís Graça)

28 de abril de 2004 > Guiné 69/71 - III: Excertos do diário de um tuga (2) (Luís Graça)

7 de dezembro de 2004 > Guiné 69/71 - IV: Um Natal Tropical (Luís Graça)

20 de abril de 2005 > Guiné 69/71 - V: Convívio de antigos camaradas de armas de Bambadinca (Luís Graça)

22 de abril de 2005 > Guiné 69/71 - VI: Memórias do Xime, do Rio Geba e do Mato Cão (Sousa de Castro)

25 de abril de 2005 > Guiné 69/71 - VII: Memórias do inferno do Xime (Novembro de 1970) (Luís Graça)

28 de abril de 2005 > Guiné 69/71 - VIII: O sector L1 (Xime-Bambadinca-Xitole): Caracterização (1) (Luís Graça)

29 de abril de 2005 >  Guiné 69/71 - IX: A malta do triângulo Xime-Bambadinca-Xitole (1) (Luís Graça)





B. Veja-se também o que aqui escrevemos, todos nós (editores, colaboradores, leitores...)  nos anteriores aniversários (, efeméride que só se começou a comemorar a partir de 2010, por iniciativa do nosso infatigável coeditor Carlos Vinhal e do Jorge Félix, outro camarada da primeira hora):

6º aniversário do nosso blogue (2010)

7º aniversário do nosso blogue (2011)

8º aniversário do nosso blogue (2012)

9º aniversário do nosso blogue (2013)

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Nota do editor:

Último poste da série > 13 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11385: 9º aniversário do nosso blogue: Parabéns (1): Querido blogue, quão importante foste para mim!... (Ernesto Duarte, ex-fur mil, CCAÇ 1421, Mansabá, 1965/67)

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10862: À volta do poilão da Tabanca Grande: Boas Festas 2012/13 (10): A "Pedra da Odete" ou onde se fala do nosso Blogue (Hélder Sousa)

1. Mensagem de Natal do nosso camarada Hélder Sousa, ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche eBissau, 1970/72:

Caros amigos Editores
Em anexo envio-vos um texto diferente do costume mas que pretende, ao meu modo, comemorar a 'época festiva' que vivemos e, ao mesmo tempo, referir-me à vida do nosso Blogue.

Desejo, muito sinceramente, que consigamos resistir ao temporal que se avizinha ameaçador e que se ganhem forças para enfrentar os próximos tempos.
Por isso, apenas deixo aqui expresso o meu desejo que se tenham umas "Festas Felizes".

Abraços
Hélder Sousa


Mercado do Livramento em Setúbal


“A PEDRA DA ODETE”

Nesta época é costume enviar-se votos de “Bom Natal”, “Festas Felizes” e desejar um “Bom Ano Novo”. Mas, sinceramente, dadas as circunstâncias e os tempos que se vivem, não me sinto muito identificado com esse ‘espírito’, pelo que então resolvi fazê-lo à minha maneira, ao mesmo tempo que procurarei reportar-me ao nosso Blogue e às coisas que lhe estão inerentes.

“Está bem” - dirão alguns dos atentos vigilantes da estrita observância dos ‘pressupostos’ do Blogue – “mas o que é que isso tem a ver com o título? Certamente que não terá nada a ver”…

Bem, entre o “não ter nada a ver” e o ter “tudo a ver” há um vasto terreno onde as coisas se podem encaixar e com certeza que alguma coisa se arranjará. Comecemos então por explicar o que é isso da “Pedra da Odete”.

Acho que será comum aos vários Mercados existentes nas nossas povoações que os espaços em que se apresentam os artigos para venda estejam organizados, normalmente divididos nos locais de venda de carne e derivados (os talhos, charcutarias e similares), os espaços para venda de frutas e legumes, genericamente referidos como ‘bancas’ e os locais de venda de peixe, que aqui em Setúbal se chamam de ‘pedras’ tendo como referência o facto de ser em pedra mármore ou outra do género que os diferentes vendedores utilizam para a exposição dos seus produtos.

À data da minha vinda para Setúbal e até finais dos anos 90 ensinaram-me que o melhor local para comprar peixe, sempre de qualidade garantida, era numa banca de venda de peixe, uma “pedra”, que era dum casal simpático, o Reinaldo, que tratava de comprar o melhor, e a Odete, que tratava de nos vender. Se se queria bom goraz, peixe-espada, pescada, sargo, sardinha, besugo, ‘massacote’, carapau-manteiga, etc., era certo e sabido que se ia à “Pedra da Odete”.

E tanto assim era que se chegavam a fazer 5 linhas de fila a seguir à frente da ‘pedra’, o que representava uma pequena multidão de, às vezes, 20 a 25 pessoas. Nessas circunstâncias gastava-se algum tempo (compensado pela qualidade) e, ou se conversava com o vizinho de ocasião que se encontrava ao lado (conhecido ou não), ou se ia ouvindo (sem querer, ou por distração) as conversas que outros iam fazendo atrás de nós. Conversas sobre a vida, das empresas, da política, do Governo, do Mundo. Manda o decoro que não se seja bisbilhoteiro e por isso raramente se olhava para trás e deste modo quase sempre se ignorava a identificação de quem falava ou dizia o quê.

Tendo isto em atenção era perfeitamente corrente que quando na empresa onde trabalhava se ‘ouvia dizer’ que ia acontecer ‘isto e aquilo’, que já se sabia o patrão preparava ‘esta ou aquela acção’, se alguém perguntava, ‘como é que soubeste?’ a resposta invariável era “ouvi na Pedra da Odete” e, já se sabe, era impossível descortinar o autor da ‘informação’.

"Pedra" de venda de peixe no Mercado do Livramento em Setúbal

Pois, nestes dias, ocorreu uma coisa interessante: voltei à “Pedra da Odete” (agora explorada pela filha do casal) e voltaram a acontecer conversas significativas…. Então não é que havia atrás de mim quem estivesse a conversar, coisa que ao princípio não liguei mas depois fiquei atento, porque falavam do Blogue?!

Eram talvez três, ou mais, que falavam. Dois deles, um com voz cavernosa e outro com uma voz melíflua, sibilina, diziam, ditavam, sentenciavam, à vez, que o “Blogue do Graça”, o “foranada”, “tinha os dias contados”, que “estava a definhar”, que “estava ferido por dentro”, que “as intrigas tinham surtido efeito”, que “as campanhas de intimidação, de maledicência, de deturpação de conteúdos, de processos de intenção, tinham minado o suficiente para afastar contributos”. Diziam que “havia menos comentários” (como se isso tivesse sido um critério desde sempre), diziam que “havia abandonos, deserções, afastamentos ostensivos”, que “o tema estava esgotado”.

Parecia até que aquilo tudo, mais do que uma sentença, correspondia a um desejo… Um outro, um terceiro personagem, lá foi argumentando que “não senhor, o tema não está esgotado, as memórias da guerra vão perdurar”, que “o espólio já conseguido vai permitir recuperar essa memória mas que ainda há bastante para aparecer”. Que “se alguns dos contributores iniciais não se têm feito notar, apareceram mais uns quantos com novos relatos, novas memórias, casos por exemplo das “histórias do Cifra” e dos relatos dos “melhores 40 meses da vida” de um jovem militar português”. E que o Vasco da Gama e o Mexia Alves tomaram a iniciativa de remeter para o Blogue, para publicação, textos, com reflexões suas, bastante oportunos. Que os comentários de apoio surgiram em grande número e até de leitores que normalmente não são interventores.

Fiquei muito satisfeito! Foi uma boa “prenda de Natal”! Afinal, os detractores tiveram o tiro pelo culatra, o ‘povo do Blogue’ uniu-se mais e certamente irá fortalecer-se.

E mais satisfeito ainda fiquei quando ouvi ‘outro alguém’ dizer que para o ano é capaz de haver uma ou duas conferências geradas a partir do Blogue sobre o alegado “esgotado” tema da guerra de África.

Não sei se será verdade ou não, mas lá que ouvi na “Pedra da Odete”, isso sim e costumava ‘bater certo’!

Portanto, caros amigos, aqui está como a “Pedra da Odete” tem a ver com a época pois foi lá, agora, por estes dias, que ouvi o que ouvi e tem a ver com o Blogue, com todo o assunto acima indicado. Tinha ou não razão quando escrevi que haveria de se encaixar?...

Um abraço para toda a Tabanca!
 E “Festas Felizes”

Hélder Sousa
Fur. Mil. Transmissões TSF
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 25 DE DEZEMBRO DE 2012 > Guiné 63/74 - P10861: À volta do poilão da Tabanca Grande: Boas Festas 2012/13 (9): Mensagens de Natal da Tertúlia (3)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10833: Mi querido blog, por qué no te callas?! (3): A moral da história, cada um que a tire; e quanto ao mural, cada um que o pinte... Relembrando o velho blogue-fora-nada, com amor, com humor, e votos de festas felizes para tertulianos de ontem e grã-tabanqueiros de hoje... (Luís Graça)



Página do nosso blogue, I Série,ã com o último poste, de 1 de junho de 2006


1. Para quem é "pira"  na Tabanca Grande, convirá aqui dizer que o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné chamava-se,  originalmente, Blogue-Fora-Nada. Nasceu em 8 de outubro de 2003. O primeiro poste publicado, às 15h03, não tinha nada a ver com a Guiné e  intitulava-se Estórias com mural ao fundo - I: Ter ou não ter...e-mail.

Eu, na altura, tinha acabado de redigir e de entregar a minha tese de doutoramento, tinha  ido pela primeira vez a Angola... Precisava de "desopilar", de escrever coisas mais ligeiras, mas não pensei imediatamente nas minhas/nossas memórias da Guiné. É certo que os blogues também estavam na moda... como está hoje o Facebook e outras redes sociais. Aliás, as redes sociais começam com os blogues... Depois de vários "toques e retoques", esta era a apresentação do meu blogue:

blogue-fora-nada. homo socius ergo blogus [sum]. homem social logo blogador. em sociobloguês nos entendemos. o port(ug)al dos (por)tugas. a prova dos blogue-fora-nada. a guerra colonial. a guiné. do chacheu ao boe. de bissau a bambadinca. os cacimbados. o geba. o corubal. os rios. o macaréu da nossa revolta. o humor nosso de cada dia nos dai hoje.lá vamos blogando e rindo. e venham mais cinco (camaradas). e vieram tantos que isto se transformou numa caserna. a maior caserna virtual da Net!

Esta primeira série do nosso blogue vai de 8 de outubro de 2003 a 1 de junho de 2006. Neste espaço de tempo publicaram-se 825 postes, numerados de I a DCCCXXV (Numeração romana, que estopada!)... E, no final, contadas as  cabeças, éramos exatamente 111 os amigos e camarada da Guiné. Tratávamo-nos por "tertulianos", ou sejam, membros de uma tertúlia...  Aqui vai essa lista, já histórica...  Atenção que a lista está ordenada, por ordem alfabética, não por antiguidade...( Aproveito o ensejo para lembrar com saudade o nosso camarada Zé Neto, que a morte levou em 2007):

(1) A. Marques Lopes, 
(2) A. Mendes, 
(3) Abel Maria Rodrigues, 
(4) Afonso M.F. Sousa, 
(5) Aires Ferreira,
(6) Albano Costa
(7) Amaro Samúdio, 
(8) Américo Marques, 
(9) Ana Ferreira, 
(10) Antero F. C. Santos, 
(11) António Baia, 
(12) António Duarte, 
(13) António J. Serradas Pereira, 
(14) António (ou Tony) Levezinho, 
(15) António Rosinha, 
(16) António Santos, 
(17) António Santos Almeida, 
(18) Armindo Batata, 
(19) Artur Ramos, 
(20) Belmiro Vaqueiro, 
(21) Carlos Fortunato, 
(22) Carlos Marques dos Santos, 
(23) Carlos Schwarz (Pepito), 
(24) Carlos Vinhal, 
(25) Carvalhido da Ponte, 
(26) David Guimarães, 
(27) Eduardo Magalhães Ribeiro, 
(28) Ernesto Ribeiro, 
(29) Fernando Chapouto, 
(30) Fernando Franco, 
(31) Fernando Gomes de Carvalho, 
(32) Hernani Acácio Figueiredo, 
(33) Hugo Costa, 
(34) Hugo Moura Ferreira, 
(35) Humberto Reis, 
(36) Idálio Reis, 
(37) J. C. Mussá Biai, 
(38) J. L. Mendes Gomes, 
(39) J. L. Vacas de Carvalho, 
(40) João Carvalho, 
(41) João S. Parreira, 
(42) João Santiago,
(43)  João Tunes,
(44)  João Varanda,
(45)  Joaquim Fernandes,
(46)  Joaquim Guimarães, 
(47) Joaquim Mexia Alves, 
(48) Jorge Cabral, 
(49) Jorge Rijo,
(50)  Jorge Rosmaninho,
(51) Jorge Santos, 
(52) Jorge Tavares, 
(53) José Barreto Pires, 
(54) José Bastos, 
(55) José Casimiro Caravalho, 
(56) José Luís de Sousa, 
(57) José Manuel Samouco, 
(58) José Martins, 
(60) José (ou Zé) Teixeira, 
(61) Júlio Benavente, 
(62) Leopoldo Amado,
(63)  Luis Carvalhido,
(64) Luís Graça
(65) Luís Moreira (V. Castelo),
(66)  Luís Moreira (Lisboa), 
(67) Manuel Carvalhido,
(68)  Manuel Castro, 
(69) Manuel Correia Bastos, 
(70) Manuel Cruz, 
(71) Manuel Domingues, 
(72) Manuel G. Ferreira, 
(73) Manuel Lema Santos, 
(74) Manuel Mata, 
(75) Manuel Melo, 
(76) Manuel Oliveira Pereira, 
(77) Manuel Rebocho, 
(78) Manuela Gonçalves (Nela), 
(79) Mário Armas de Sousa, 
(80) Mário Beja Santos, 
(81) Mário Cruz, 
(82) Mário de Oliveira (Padre), 
(83) Mário Dias (ou Mário Roseira Dias), 
(84) Mário Migueis, 
(85) Martins Julião, 
(86) Maurício Nunes Vieira, 
(87) Nuno Rubim, 
(88) Orlando Figueiredo, 
(89) Paula Salgado, 
(90) Paulo Lage Raposo, 
(91/92) Paulo & Conceição Salgado, 
(93) Paulo Santiago, 
(94) Pedro Lauret, 
(95) Raul Albino, 
(96) Renato Monteiro, 
(97) Rogério Freire, 
(98) Rui Esteves, 
(99) Rui Felício, 
(100) Sadibo Dabo, 
(101) Sérgio Pereira, 
(102) Sousa de Castro, 
(103) Tino (ou Constantino) Neves, 
(104) Tomás Oliveira, 
(105) Torcato Mendonça, 
(106) Victor David, 
(107) Victor Tavares, 
(108) Virgínio Briote, 
(109) Vitor Junqueira, 
(110) Xico Allen, 
(111) Zélia Neno.

Em rigor foi em 1 de junho de 2006 que o Blogue-fora-nada passou a chamar-se simplesmente Luís Graça & Camaradas da Guiné, continuando "a ser o sítio (virtual) onde nos encontramos, sempre que quisermos e pudermos". Era descrito como  "um blogue colectivo que tem por missão ajudar a reconstituir o puzzle da memória da guerra colonial (ou do ultramar, ou de libertação, como queiram) na Guiné, hoje República da Guiné-Bissau, nos anos quentes de 1963 a 1974".

E acrescentava o blogador-mor, nessa altura, ainda sozinho: "É um blogue, em português, para tugas, turras e nharros, sem discriminação de alguma espécie (sexo, idade, nacionalidade, etnia, orientação sexual, estado civil, religião, clube, hobby, lobby, escolaridade, título, profissão, situação na profissão, posto na tropa, estatuto sócio-económico, idiossincrasia, etc.)". 

Mas voltando ao nosso primeiro blogue, foi só em 23 de abril de 2004 que criámos a série Guiné 69/71 e publicamos um primeiro poste: Guiné 69/71 - I: Saudosa(s) madrinha(s) de guerra... Ou seja, seis meses depois... Na realidade, o primeiro poste do Blogue-fora-nada, foi este que a seguir se reproduz...Ao relê-lo, vejo que tem uma inesperada atualidade, por diversas razões, que não vou aqui esmiuçar; em todo o caso, tenho pena que haja ainda muitos camaradas nossos - antigos combatentes - que não chegam até nós por, não por falta de um computador em casa, mas por falta de literacia informárica... Segundo os dados do estudo Bareme Internet da Marktest, em cada 10 lares portugueses há 7,3 lares que têm pelo menos um PC - computador pessoal, com utilização; e em 4 em cada 10 lares têm mais do que uma máquina...O número de lares onde existe computador aumentou três vezes mais, de 1997 (25.8%) para 2012 (73.4%). Em 2003, era de 42,7% e em 2006 de 52,9%. O problema está utilização diferencial do PC em função da idade e da escolaridade: é um domínio onde os mais novos estão muito  mais à vontade do que os mais velhos... E nalguns casos - refiro-me ao nosso blogue - são os filhos e netos que trazem pais e avós, antigos combatentes, até nós... Acho que é um ternura, e deve ficar aqui registado, para que esse exemplo floresça.

Bogue-fora-nada > 8 de outubro de 2004 > Estórias com mural ao fundo - I: Ter ou não ter...e-mail

[por Luís Graça, revisto hoje]

Tenho por (mau) hábito perguntar às pessoas que vou conhecendo "se têm e-mail"... Mas depois de ler a história a seguir, não vou ter mais lata para o fazer: (i) é indelicado; (ii) pode ser embaraçoso; e (iii) até pode dar azar...

Um dia houve alguém que me respondeu, com agressividade mal contida (mas compreensiva):
- Não tenho... e tenho raiva a quem tem ... Ou será que já é obrigatório por lei ?...

Nós, os ex-clérigos (durante séculos o pessoal universitário, incluindo os estudantes, estavam sujeitos ao direito canónico e só com o triunfo do liberalismo é que o reitor de Coimbra passou a ser um leigo!), temos dificuldade em imaginar um mundo sem livros, sem escrita, sem cátedras, sem professores e, agora, sem Internet, sem blogues,  sem Facebook, sem e-mail...

Não sei se é obrigatório ter e-mail (ou se vai sê-lo em breve), mas a verdade é que todos os dias nos ameaçam com a infoexclusão, uma espécie de upgrade das labaredas do inferno. Há muito boa gente que hoje em dia teme ser acusada de infoanalfabeta e pensa que, "pelo sim, pelo não, sempre é bom ter e-mail, não vá o diabo tecê-las"... E quem diz e-mail, diz outras buzzwords horríveis tais como url, password, username, nib...

Já assim pensavam, noutro contexto, os cristão novos de Trancoso que assinalavam, com uma cruz, as suas casas, não fossem os cristãos velhos desconfiar que eles eram judaizantes, logo ignorantes e inimigos da fé cristã (a única, a verdadeira, a dominante)... A cruz era a password e o e-mail daqueles tempos em que os portugas sucumbiram à tentação totalitária...

Por isso, "ter ou não ter e-mail: eis a questão" é uma história com moral... E com mural ao fundo. Bem ao fundo.  Ponderei seriamente se havia de a pôr a circular entre @s car@s ciberamig@s... Há sempre o risco de uma leitura demasiado literal, apologética, direi mesmo...primariamente neoliberal !!! Mas, pensando bem, o que conta são os factos, a narrativa (digna do melhor do Reader's Digest, diga-se de passagem). A moral, cada um que a tire. E quanto ao mural, cada um que o pinte... 

Moralistas e grafiteiros do meu país, divirtam-se! A minha (moral) é apenas a da filosofia baseada na evidência. E quanto ao mural, sempre preferi o branco-da-cal-da-parede. Com aviso, como comvém: (i) pintado de fresco; (ii) por favor não encostar à parede; (iii) é expressamente proibido fuzilar (contra o muro).

Por azar o meu, recebi esta mensagem por e-mail, através de um amigo angolano (J.D.) que, coitado, também ele tem o azar de ter e-mail, o mesmo é dizer, terminação em branco. Mesmo jogando no Euromilhões,  tanto ele como eu temos praticamente 100% de probabilidades de nunca virmos a ser milionários, como o herói desta história.

Dei à história o meu toque pessoal. Vocês usem-na (e socializem-na)... para os devidos efeitos. Não posso evitar eventuais tentativas de branqueamento da história. A história é para se usar e branquear, dizem os historiadores oficiais dos vencedores. Mas esse não é o meu ofício. No fim, não se esqueçam do nosso trato: Ciber-humor com ciber-humor se paga...

Ter ou não ter e-mail: eis a questão!

Um homem respondeu a um anúncio da MicroDura com uma generosa oferta de emprego para desempregados de longa duração. O lugar era para empregado de limpeza. Um adjunto do Gestor dos Recursos Humanos (GRH) entrevistou-o, fez-lhe um teste, tão simples como (i) varrer o chão, (ii) apanhar o lixo e (iii) enfiá-lo num saco...  No fim,  disse-lhe:
- Parabéns, o lugar é seu. Dê-me o seu e-mail para eu lhe poder enviar a ficha. Depois de preenchida e devolvida, aguarde que a MicroDura lhe comunique a data e a hora em que se deverá apresentar ao serviço nos nossos headquarters.

O homem, subitamente embaraçado e nervoso, respondeu que não tinha casa, e muito menos computador, e muito menos ainda Internet, endereço de correio electrónico e essas coisas todas. Era um sem-abrigo.

Aí o valente adjunto do GRH da MicroDura ficou branco como a cal da parede... Por essa é que ele não estava à espera!... Um cidadão norte-americano sem e-mail, o que era uma aberração sociológica, bloguissimamente falando !... O que iria pensar o Mr. Bill Gaitas ?!... Por fim, recompôs-se e disse, de maneira assertiva como tinha aprendido nos cursos da empresa sobre comunicação assertiva::
- Lamento muito, mas se eu o senhor não tem e-mail, isso quer dizer que virtualmente não existe; e, não existindo, não pode ter o privilégio de pertencer ao admirável mundo novo dos colaboradores da MicroDura.

O homem saiu, envergonhado e, pior ainda, mais desesperado e desempregado que nunca. Tinha apenas 10 dólares no bolso. Em vez de ir ao McSandocha’s matar a malvada, resolveu entrar num Bigmarket e comprar uma caixa de 10 quilos de tomate para revenda. Em menos de duas horas vendeu a mercadoria, porta à porta, num dos bairros mais próximos, habitado por negros e porto-riquenhos, tendo assim conseguido duplicar o seu capital. Repetiu a operação mais três vezes e obteve um lucro de 60 dólares. 

No fim do dia, concluiu que podia sobreviver dessa maneira, pelo menos por uns tempos. Passou a trabalhar mais horas por dia. Rapidamente aumentou o seu pecúlio, e em breve comprou a sua primeira carrinha, em segunda mão. Uns meses depois trocou-a por uma camião.

O resto da história é fácil de adivinhar: ao fim de um ano e meio já era dono de uma pequena frota e ao fim de cinco estava milionário, ao tornar-se o principal accionista de uma das maiores cadeias de distribuição alimentar nos Estados Unidos... Como podes imaginar, caro leitor, esta história de sucesso só podia ter acontecido na Terra Prometida e já se tornou um casestudy nos mais famosos cursos de MBA de todo o mundo. E em tempos de crise

Pensando no futuro da sua nova família, o nosso homem resolveu fazer um não menos milionário seguro de vida. Chamou um corretor ao seu escritório e acertou um plano. Quando a reunião estava praticamente concluída, o corretor de seguros pediu-lhe o e-mail para lhe poder enviar rapidamente a proposta de contrato. O homem-que-se-fez-a-si-próprio, afinal um herói americano, respondeu, com a maior naturalidade deste mundo, que simplesmente não tinha nem nunca tivera nem nunca provavelmente viria a ter um endereço de e-mail. O corretor não queria acreditar e comentou, em tom de brincadeira:
- Você não tem e-mail e construiu todo este império!... Imagine até onde poderia ter chegado, se tivesse e-mail!... Quem sabe se não poderia ter chegado inclusive até à Casa Branca!

O homem ponderou as palavras do corretor e respondeu-lhe, com a mais fina das ironias:
- Olhe, se eu tivesse e-mail, ainda hoje andaria, feito cão, a lamber o chão do escritório do Bill Gaitas!!!

Moral da história:

(i) Ter ou não ter e-mail, eis a questão;
(ii)  Se queres ser empregado de limpeza da MicroDura ou doutra grande empresa, procura antes de mais ter um e-mail. 

(iii) Se não tens e-mail, gostas de trabalhar e és empreendedor, ainda podes vir a ser milionário;

(iv) Se por acaso recebeste esta mensagem por e-mail é por que estás mais perto de ser empregado... de limpeza do que ser milionário...

(v) Se és antigo combatente da Guiné, se não tens PC, nem sabes usar a Internet, e queres vir a ser grã-tabanqueiro (leia-se: membro da nossa Tabanca Grande), não tens desculpa: pede ao teu filho ou teu neto que nos mande... um email, em teu nome... para luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com...

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Nota do editor:

Último poste da série > 18 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10822: Mi querido blog, por qué no te callas?! (2): (i) A guerra também é capaz de revelar o que há de mais sublime nos seres humanos (Hilário Peixeiro); (ii) ... E eu estou nesta bela caravana há quase 9 anos (David Guimarães)...

terça-feira, 17 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9764: VII Encontro Nacional da Tabanca Grande - Monte Real 2012 (9): Notícias do nosso Blogue e do nosso Convívio (A Organização)

Guiné > Região do Oio > Mansoa > CCAÇ 2405 (1968/70) > O Alf Mil Paulo Raposo, o anfitrião e o principal organizador do nosso I Encontro Nacional, em 2006, na Ameira, Momtemor-O-Novo. Na altura, totalizámos a meia centena...

Foto: Paulo Raposo (2006) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


Caros amigos/as, camaradas, camarigos/as: 

Notícias do nosso Blogue:

1. Batemos ontem um novo recorde, o nosso número de visitas diárias ultrapassou as 5 mil...

Mon, April 16, 2012 > 5,043 
Sun, April 15, 2012 > 4,206 
Sat, April 14, 2012 > 3,972 
Fri, April 13, 2012 > 4,660 
Thu, April 12, 2012 > 3,818 
Wed, April 11, 2012 > 4,153

Fonte: Bravenet


2. Com a entrada do camarada Jorge Pinto, a quem saudamos, perfazemos um total de 548 tabanqueiros ou tertulianos... 


3. Estamos a preparar a edição especial para o dia 23, 2.ª feira, quando o nosso blogue fará 8 anos de existência. Já temos algumas colaborações, mas queremos mais... Toca a rapar o "fundo ao tacho" (neste caso, o baú das memórias)...


Sobre o nosso VII Encontro

(i) Aproxima-se a data do nosso VII Encontro Nacional (Monte Real, 21 de Abril), que deve ser (e vai ser) uma grande festa de convívio, de camaradagem e de amizade. Um ganda ronco.

O total de inscritos é de 183. Apesar da crise, ou contra a crise, a ordem é: Troika a marchar, camaradas!

Atenção: Eventuais desistências (nada de dserções!) devem ser comunicadas à organização até pelo menos 4.ª feira, 18. 

Temos camaradas e amigos que vêm ao nosso encontro pela primeira vez (periquitos). Seria bom que os mais velhos os ajudassem a integrar no espírito (único) da nossa Tabanca Grande onde o que conta não são as nossas diferenças de opinião (ou outras), mas a vontade de partilhar memórias e afectos à volta da nossa experiência comum, que foi a guerra na Guiné, entre 1961 e 1974. Ou melhor, como a gente costuma dizer, o bichinho da Guiné...

(ii) Não se esqueçam, todos os inscritos no nosso encontro, de imprimir, ou mandar imprimir a cores - se possível - o crachá com o vosso nome. (O camarada Miguel Pessoa mandou-vos oportunamente, por email, o respectivo ficheiro).

(iii) Esta é a lista dos 183 inscritos (um recorde, em relação a todas as seis edições anteriores) para a Operação Monte Real 2012 (a seguir ao nome, o local de residência e o concelho):

Acácio Dias Correia e Maria Antónia - Algés / Oeiras  
Adriano Neto - Aveiro  
Agostinho Gaspar - Leiria  
Alcídio Marinho e Rosa - Porto  
Alexandre Margarido - Lisboa  
Alvaro Vasconcelos e Maria de Lourdes - Baião  
António Duarte - Lisboa  
António Fernando Marques e Gina - Cascais  
António Gabriel Vaz - Lisboa  
António Graça de Abreu - S. Pedro do Estoril / Cascais
António José P. da Costa e Isabel - Mem Martins / Sintra  
António Manuel S. Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro  
António Martins de Matos - Lisboa  
António Mateus e Laura - Guifões / Matosinhos  
António Osório e Ana - Vila Nova de Gaia
António Pinheiro - Porto  
António Ribeiro e Norberto - Amarante  
António Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos  
António Santos e Graziela - Caneças / Odivelas  
António Silva e Albina - Estarreja  
António Sousa Bonito - Carapinheira / Montemor-O-Velho  
António Sá Fernandes - Valença  
Artur Soares - Figueira da Foz  
Belarmino Sardinha - Odivelas  
Benjamim Durães com: Bruna, Fábio, Marta, Rafael e Tiago - Palmela 
Benjamim Martins Dias - Porto 
C. Martins - Penamacor 
Carlos Campos - Lisboa 
Carlos Oliveira - Leiria 
Carlos Pinheiro e Maria Manuela - Torres Novas 
Carlos Pinto e Maria Rosa - Reboleira / Amadora 
Carlos Pires e Joaquina - Amadora 
Carlos Rios e Fernanda - Carnaxide / Oeiras 
Carlos Santos - Leiria 
Carlos Silva e Germana - Massamá / Sintra
Carlos Vinhal e Dina - Leça da Palmeira / Matosinhos 
Coutinho e Lima e Maria Isabel - Lisboa 
David Guimarães e Lígia - Espinho 
Delfim Rodrigues - Coimbra 
Diamantino Ribeiro André e Maria Rosa - Proença-a-Nova 
Diamantino Varrasquinho e Maria José - Ervidel / Aljustrel 
Eduardo Campos - Maia 
Eduardo Ferreira - A-dos-Cunhados / Torres Vedras 
Eduardo Magalhães Ribeiro e Carlos Eduardo - Porto 
Eduardo Moutinho Santos - Porto 
Eduardo Pessoa Santos - Lisboa 
Ernestino Caniço - Tomar 
Felismina Costa, João e Cláudia - Agualva / Sintra 
Fernandino Leite - Maia 
Fernando Sucio - Vila Real 
Francisco António Ribeiro - Torres Novas 
Francisco Silva e Maria Elisabete - Lisboa 
Henrique Matos - Olhão 
Hugo Guerra e Ema - Lisboa 
Hélder V. Sousa - Setúbal 
Idálio Reis - Cantanhede 
J.L. Vacas de Carvalho - Lisboa 
Jaime Brandão - Monte Real / Leiria 
Joaquim Carlos Peixoto e Margarida - Penafiel 
Joaquim Gomes Soares e Maria Laura - Porto 
Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria 
Joaquim Pessoa - Cantanhede 
Joaquim Sabido e Albertina - Évora 
Jorge Araújo - Almada 
Jorge Cabral - Lisboa 
Jorge Canhão e Lurdes - Oeiras 
Jorge Narciso - Cadaval 
Jorge Picado - Ílhavo 
Jorge Pinto - Agualva-Cacém / Sintra 
Jorge Rosales - Cascais 
José Armando Almeida - Albergaria-a-Velha 
José Barros Rocha - Penafiel 
José Brás - Montemor-O-Novo 
José Casimiro Carvalho - Maia 
José Eduardo R. Oliveira (JERO) - Alcobaça 
José Fernando Almeida e Suzel - Óbidos 
José Ferreira da Silva e Maria Vergilde - Crestuma / V. N. Gaia 
José Francisco Robalo Borrego - Linda-a-Velha / Oeiras 
José Luís Malaquias - Ílhavo 
José Manuel Cancela e Carminda - Penafiel 
José Manuel Lopes e Luísa - Régua 
José Manuel M. Dinis e Teresa - Cascais 
José Marcelino Gonçalves e Tuula Kahkonen - Canadá 
José Martins e Manuela - Odivelas 
José Teixeira - Leça do Balio / Matosinhos 
João Caramba e Rosa - Beja 
João Marcelino - Lourinhã 
João Mata - Quinta do Anjo / Palmela 
João Paulo Diniz (PFA) - Lisboa 
João Pinho dos Santos - Aveiro 
João Santos - Porto 
João Sesifredo e Celestina - Redondo 
Juvenal Amado - Fátima / Ourém 
Juvenal Candeias - Lisboa 
Leonel Olhero - Ermesinde / Valongo 
Luís Graça e Maria Alice - Alfragide / Amadora 
Luís Mourato Oliveira - Lourinhã 
Luís R. Moreira - Cacém / Sintra 
Manuel Augusto Reis - Aveiro 
Manuel Carmelita e Joaquina - Vila do Conde 
Manuel Domingos Santos e Maria Isabel - Leiria 
Manuel Joaquim e José Manuel Cunté - Agualva - Sintra 
Manuel Lema Santos e Maria João - Massamá / Sintra 
Manuel Lima Santos e Maria de Fátima - Viseu 
Manuel Resende e Isaura - Cascais 
Manuel Vieira Moreira - Aguada de Cima / Águeda 
Maurício Esparteiro e Dulcínia - Almada 
Miguel e Giselda Pessoa - Lisboa 
Mário Fitas - Estoril / Cascais 
Mário Neves e Natércia - Torres Vedras 
Pacheco - Rio Tinto / Gondomar 
Paulo Santiago - Aguada de Cima - Águeda 
Raul Albino e Rolina - Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal 
Ribeiro Agostinho e Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos 
Rui Silva e Regina Teresa e Regina Maria - Sta. Maria da Feira 
Silvério Lobo e Linda - Matosinhos 
Simeão Ferreira - Monte Real / Leiria 
Sousa de Castro e Conceição - Viana do Castelo 
Valentim Oliveira - Paraduça / Viseu 
Victor Tavares - Recardães / Águeda 
Vítor Caseiro e Maria Celeste - Leiria

Verifiquem por favor se o vosso nome consta da lista de inscritos; ou, se estando inscritos, não poderão comparecer por imprevistos de última hora.... (Neste caso, por favor comuniquem de imediato à Comissão Organizadora).

Distribuição dos 183 inscritos por zonas:
Grande Lisboa - 58
Grande Porto - 32
Norte - 17
Centro - 49
Sul - 25
Resto do Mundo - 2



(iv) A maneira mais prática de aceder a Monte Real, para quem vem do Sul ou do Norte é pela A17.

Devem sair no nó que indica Monte Real e hão-de passar três rotundas, sendo que a partir da primeira, na Estrada Nacional 109, encontram logo sinalização indicando o caminho a seguir.

Quem tiver GPS pode introduzir as coordenadas: N 39º 51' 5.15'' - W 8º 52' 1.87'' ou Rua de Leira - Código Postal 2426-909

Localização do Palace Hotel de Monte Real - Imagem Google


(v) Para mais pormenores sobre a organização do encontro, consultar o Poste 9534. É só clicar aqui.


Em nome dos organizadores do VII Encontro e do nosso Editor Luís Graça,
Carlos Vinhal.-
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 10 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9728: VII Encontro Nacional da Tabanca Grande - Monte Real 2012 (8): No próximo dia 14 terminam as inscrições , que já vão em 150 neste momento (A Organização)