1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 13 de Julho de 2012:
Queridos amigos,
Aqui temos o segundo ano da comissão de Gabriel Silva, o alter-ego de Guilherme Costa Ganança, que andou por Contuboel, Bula, Cabedú, Catió e Farim.
Guarda recordações impressivas dessa região próxima do Cantanhez e do corredor de Lamel. Paira sobre a narrativa o espectro de um comandante de companhia profundamente estimado e morto em combate. Atravessa toda a sua prosa as cartas para a madrinha de guerra, os seus sonhos, uma profunda inocência. Quem previu que a literatura da guerra colonial se finara, exausta, tem aqui a prova em contrário, os sexagenários revelam uma impressionante capacidade para pôr a limpo as suas memórias. E Guilherme Ganança está longe de ser um escritor solitário.
Um abraço do
Mário
O Corredor de Lamel
Beja Santos
Guilherme Costa Ganança combateu na Guiné entre 1967 e 1969. No ano passado editou “Do Cacine ao Cumbijã, 67 Guiné 68” (Chiado Editora 2011). Escreveu-se na oportunidade que se tratava de um livro autobiográfico, narra a vida de Gabriel Silva a chegar ao Funchal, já promovido a aspirante, da Madeira irá para o campo de instrução militar de Santa Margarida para formar uma companhia de intervenção com destino à Guiné. Em 28 de Outubro de 1967, vindo de Tomar, embarca no Uíge, Gabriel Silva faz parte da companhia 78081 comandada pelo capitão Germano Neves. Segue-se o período de adaptação, Silva começa a escrever às madrinhas de guerra, precisa febrilmente de companhia. Faz o batismo de fogo na região de Caresse, uma operação que moralizou a sua unidade. Findo o treino operacional seguem para Bula onde participam na operação Bolo-Rei, na região de Choquemone.
O primeiro ano da comissão passa-se essencialmente em Cabedu, entre Cacine e o Cumbijã, estão perto do Cantanhez onde o PAIGC se posiciona nos locais de Catifine e Cafal, Cabanta e Catesse. Gabriel Silva está à frente de um pelotão que dispõe de uma maior capacidade ofensiva, “os corsários”. Em 16 de Fevereiro de 1968, tem lugar uma operação fatídica, Germano Neves morre em combate. A apreciação então feita é de que se tratava de uma obra asseada, marcadamente autobiográfica, com descrições minuciosas, via-se claramente que o autor reposicionava a sua prosa pela inocência do seu olhar a partir da Madeira, servia-se das suas madrinhas de guerra como confidentes da sua vivência em Cabedu.
Acaba de ser editado “O Corredor de Lamel, 68 Guiné 69”, romance histórico, por Guilherme Costa Ganança (Chiado Editora, 2012). A companhia 78081continua em Cabedu, companhia órfã, entrega aos alferes, sargentos e furriéis, em finais de Março retoma-se a atividade operacional, volta-se ao Cantanhez e arredores, são patrulhamentos sem danos, não se encontra o inimigo. O alferes de minas e armadilhas vai colocando engenhos explosivos e instala uma rede de minas e armadilhas nos acessos. E fica provado que grupos inimigos acionaram tais engenhos, deixam marcas eloquentes de sangue. No aquartelamento processa-se a construção de novos abrigos e a reparação dos existentes. Também em Abril terá lugar um patrulhamento até à Península de Cassacunda, haverá troca de tiros quando se detetou um grupo de guerrilheiros, capturou-se um guerrilheiro, uma mulher, uma espingarda e objetos que o inimigo abandonou na sua retirada apressada. O guerrilheiro foi levado prontamente para Bissau, tratava-se de alguém que tinha recebido instrução militar na Argélia e era responsável pela logística do Cantanhez.
Gabriel Ganança optou por uma prosa muito sóbria, terra a terra, é uma linguagem descarnada, não há perdas de tempo para descrições opulentas, só cede à emoção quando narra acidentes brutais, caso de uma descarga que eletrocutou o soldado Nestor Pimenta, aí a descrição aviva-se dá-se corpo aos sentimentos dos camaradas que estão em profunda mágoa, consternados. Spínola visita estas tropas que continuam metodicamente a patrulhar à volta do Cantanhez e por vezes com sucessos. Determina a sua transferência para Catió: “Ali, era apenas mais uma companhia no meio do batalhão comandado por um tenente-coronel, a quem eram devidos todos os agradecimentos (…) a vila de Catió, plana e bem desenhada, albergava 5 mil habitantes. A zona central, onde se encontravam os estabelecimentos comerciais que abasteciam a região, era constituída por edifícios sólidos, caiados de branco e aspeto razoável. Em volta da vila, existiam núcleos dispersos de gente nativa. As tabancas de Cudocó, Cubaque e Canchumane, encontravam-se arrasadas pela guerra. Pouco tempo depois, Spínola havia de engendrar um plano de reordenamento do território. Visava concentrar recursos e melhorar a sua eficácia. A tabanca de Cumebú, que ficava perto do rio Ganjola, seria transferida para junto da vila e a de Quibil anexada ao ilhéu de Infanda. A 78081 tinha de contar com o perigo das matas de Cubaque, Canchumane, Cufar e Camaiupa, atravessadas pelas estradas que ligavam Catió a Cufar. Era um território apetecido para atividade inimiga”. O comandante do batalhão entregou-lhes um mapa de circuitos que deviam ser patrulhados diariamente. São patrulhamentos por vezes muito duros, como uma ida à mata de Cabolol onde conheceram uma sede tremenda, como o autor explica: “A chuva parou, de súbito, e as pequenas poças que se criaram no chão pareciam limpas, quase transparentes. Gabriel olhou-as, ávido, e sentiu as securas de uma sede insaciável. Eram toalhas finas de água, tão delgadas que não podiam recolhe-las com a concha da mão. Teve sorte. O ramo mais baixo de uma árvore estendeu-lhe as folhas verdes, bem na frente do seu rosto. Pegou numa delas, curvou-a, e de joelho no chão, foi recolhendo pequenas porções do líquido precioso”.
Gabriel Silva vai conhecer o tenente João Bácar Djaló que vivia em Príame, descreve-o como um nativo de porte arrogante, senhor de muitas mulheres e de muitas bolanhas. Em Julho chega o novo comandante da companhia, Luciano Barbosa. Cedo há de perceber que a sombra de Germano Neves ainda paira sobre a companhia, pretende impor-se através do seu estilho, dar-se-ão choques, nem sempre fáceis de amortecer.
Depois vão à ilha do Como, o comando-chefe decidira o abandono do aquartelamento de Cachil, a brigada de sapadores fará explodir tudo que não pudera ser retirado. Seguem-se férias na Madeira. No regresso, apercebe-se que Luciano Barbosa pretende punir dois soldados do seu pelotão, Gabriel procura negociar e garante contrapartidas, os soldados pedirão desculpas. Gabriel começa a escrever à irmã do padre Honório, o capelão de Catió, o leitor será inteirado do conteúdo destas missivas, o alferes está profundamente só, quer companhia a todo o custo. “Os corsários” estão numa grande exaustão, são transferidos para Cabedú, é quase um tempo de pasmaceira. Em Fevereiro, a 78081 recebe ordem de marcha para a zona de Farim, acabou-se o tempo entre Cacine e Cumbijã, vão conhecer o corredor de Lamel, a importância do corredor deve-se à utilização feita pelos guerrilheiros que o utilizam a partir do Senegal até às suas bases que ficam a Sul do Rio Jumbembem. Ali à volta estão os quartéis de Jumbembem, Cuntima, Binta e Guidage. É nesta altura que Gabriel toma a decisão de estudar matemática e física, quer ingressar no curso de engenharia, aspira ser engenheiro eletrotécnico. Aliás, passará as suas segundas férias em Bissau dedicado ao estudo. Em Farim, o capitão Barbosa quase que será linchado por soldados, depois de ter usado uma linguagem insultuosa. A companhia está instalada em Nema, não muito longe do Oio. Serão flagelados, a companhia anda desatinada, o fim da comissão nunca mais chega. Estamos em Junho de 1969, a atividade no corredor de Lamel entrara numa rotina enfadonha, as brigas repetem-se, ameaças de levantamento de rancho, de punições. Aqui e acolá, há mortes por acidente ou em combate.
E chega o anúncio da partida. Em fins de Agosto, chegam a Lisboa, vão até Tomar, a unidade mobilizadora, a guerra acabou, fica a nostalgia das últimas despedidas. Vai até ao Funchal, consegue uma bolsa de estudo, cumpre o sonho da sua vida, entra no Instituto Superior Técnico, toda aquela ansiedade descrita abundantemente na correspondência com as madrinhas de guerra vai-se extinguindo. Gabriel faz-se engenheiro, muitos anos mais tarde sente o impulso de passar a escrito aqueles tempos da Guiné. Ao fim de mais de 40 anos, publicou as suas memórias. Gabriel Silva agora é mesmo Guilherme Costa Ganança. Sente-se feliz por relatar episódios determinantes da sua vida, vivências de uma idade em que os seus sonhos correram risco de não se concretizar. Temos aqui obra asseada, despretensiosa, alguém que se sentiu impelido a partilhar a sua inocência e até a sua comunicação com as madrinhas de guerra. E não esquece a sua padroeira a quem sempre pediu proteção e que o premiou com a vida e a realização pessoal e profissional.
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Notas de CV:
Guilherme Gabriel da Costa Ganança foi Alf Mil da CCAÇ 1788/BCAÇ 1932, Cabedú, Catió e Farim, 1967/69 e faz parte da nossa tertúlia desde 22 de Julho de 2012
(*) Vd. poste de 3 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8850: Notas de leitura (282): Do Cacine ao Cumbijã, 67 Guiné 69, de Guilherme da Costa Ganança (Mário Beja Santos)
Vd. último poste da série de 20 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10411: Notas de leitura (406): O conflito político-militar na Guiné-Bissau (1) (Francisco Henriques da Silva)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Guiné 63/74 - P10415: Agenda cultural (214): O festival Todos'12: Este fim de semana, no eixo Poço dos Negros: Os sabores, os cheiros, as cores, as gentes, a música da Guiné-Bissau, Cabo Verde e outros países lusófonos
A quarta edição do festival Todos' 12 – Caminhada de Culturas (*) começou a 14 de setembro e acaba este fim de semana, no domingo, 23. Este ano, e pela primeira vez, centrou-se no eixo Intendente-Poço dos Negros, duas zonas da cidade marcadas, ao longo da história, pela coexistência das mais desvairadas gentes.. Esta semana, as actividades (culturais, incluindo a gastronomia, a fotografia e a música) concentram-se nas ruas de S. Bento, dos Poiais de S. Bento e da Cruz dos Poiais, no eixo do Poço dos Negros (**).
Foto (da autoria do grande fotógrafo português Luís Pavão) e elementos informativos retirados do cartaz e programa do Todos'12... (Com a devida vénia)
Dia 22 de setembro de 2012, sábado [, destaques da responsabilidade do editor L.G.]
GASTRONOMIA
[Timor / Guiné-Bissau / Cabo Verde / São Tomé e Príncipe]
Preço: 6€ | sujeito a inscrição prévia para festival.todos@gmail.com ou 96 637 4388/ 91 414 4311
(i) O GOSTO DE TIMOR com Dina
22 e 23 de Setembro, das 12h00 às 15h00
Biblioteca Municipal Por Timor, Rua de São Bento 182-184
Uma mostra de gastronomia timorense, onde é apresentada uma refeição para dias especiais. Dina, timorense de alma e de coração, desde cedo defendeu o seu país na procura de um futuro melhor. Esteve à frente da Organização Popular de Mulheres Timorenses e sofreu na pele as agruras da sua luta pela liberdade. Foi prisioneira das forças indonésias e vive hoje em Portugal, sonhando com um Timor-Leste novo, cheio de futuro. Neste dia partilhará connosco uma das riquezas do seu país – a gastronomia.
(ii) COZINHA DA GUINÉ BISSAU com Nina Codé
22 de Setembro, das 13h00 às 15h00
Centro InterculturaCidade, Travessa do Convento de Jesus, 16 A
Nina escolheu o Caldo de Chabéu (fruta, óleo de palma, beringelas, tomates, cebolas, alhos, quiabos e galinha) para este almoço Guineense.
(iii) CACHUPA E CONVERSAS com Domingos de Brito
22 de Setembro, das 20h00 às 21h30
Restaurante Tambarina, Rua Poiais de São Bento 85
A Cachupa será servida com um acompanhamento especial: a companhia de um caboverdiano, um amante do encontro entre pessoas.
(iv) COMIDA LEVE-LEVE com Sofia Pinto
22 de Setembro, das 20h00 às 21h30
Centro InterculturaCidade, Travessa do Convento de Jesus, 16 A
Calulu de peixe e Angú de banana farão as delícias desta refeição cheia de explicações sobre a culinária de São Tomé e Príncipe.
CONCERTOS ÍNTIMOS
(v) OFICINA DE MÚSICA DE MOÇAMBIQUE Projecto Kudonde
22 de Setembro, das 19h00 às 20h00
Centro Interculturacidade, Travessa do Convento de Jesus, 16A
Dirigida por Malenga, instrumentista e compositor moçambicano, esta oficina funciona em regime aberto e nela participam músicos de vários países.
(vi) CONCERTOS ÍNTIMOS DA ORQUESTRA TODOS
BE|BEL
22 de Setembro, às 21h30, às 22h00 e às 22h30
Rua de São Bento, 107
Com Max Lisboa (voz e guitarra – Brasil), Gueladjo Sané (dunduns e djembé, Guiné Bissau) e Johannes Krieger (trompete – Alemanha)
(viii) RESTAURANTE TAMBARINA
22 de Setembro, às 21h30, às 22h00 e às 22h30
Rua dos Poiais de São Bento, 85
Com Danilo Lopes da Silva (voz a guitarra – Cabo Verde), Susana Travassos (voz – Portugal) e João Gomes (teclados - Portugal/Moçambique)
OUTRAS ATIVIDADES
(ix) RETRATO CRIOULO EM MOVIMENTO
Exposição de fotografia de João Freire pela Rua de Todos
22 de Setembro pelas 11h30, 15h00, 19h00, 22h00
23 de Setembro, pelas 11h30, 15h00, 19h00
Procure-a na Rua de TODOS (Ruas de São Bento, Poiais de São Bento e Poço dos Negros).
Encontro com o fotógrafo João Freire no dia 23 de Setembro, pelas 19h30, no Centro InterculturaCidade (Travessa do Convento de Jesus, 16 A)
Imagine que vai na rua e de repente se depara com uma fila de pessoas que se aproxima de si e lhe traz uma exposição de fotografias belíssimas a preto e branco. Estas fotografias falam de um povo e de um país que existe no meio do oceano atlântico, onde as árvores são deitadas pelo vento… os seus olhos vão aumentar e a sua lembrança da rua em que isto aconteceu não mais será a mesma. Essa rua é a rua de TODOS.
(x) DJUMBAI DJAZZ (***)
22 de Setembro, entre as 23h00 e as 24h00
Centro Interculturacidade, Travessa do Convento de Jesus, 16A
Formação incontornável na História da Música Guineense em Portugal. Na sua música cruzam-se as matrizes tradicional e contemporânea com o som afro-mandinga e a canção urbana de José Carlos Schwarz.
Vd. aqui o programa completo do festival Todos'12.
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Notas do editor:
(*) Último poste da série > 13 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10376: Agenda Cultural (213): Festival Todos 2012: Do Intendente ao Poço dos Negros... Viajar pelo mundo sem sair de Lisboa: de 14 a 23 de setembro)
(**) Possível origem do topónimo::
(...) Rua do Poço dos Negros: fica entre a avenida Dom Carlos I e o largo Doutor António de Sousa Macedo (antigo largo do Poço Novo).
De acordo com Júlio de Castilho, a origem deste topónimo pode encontrar-se numa carta régia de Dom Manuel I -13 de Novembro de 1515 -, pela qual o rei pedia à cidade de Lisboa que construísse um poço para colocar os corpos dos escravos mortos, sobretudo na época das epidemias. Diz a carta que os escravos chegavam a ser lançados «no monturo que está junto da Cruz [de Pau a Santa Catarina] q[ue] esta no caminho q[ue] vai da porta de santa C[atari]na p[ar]a santos,» para a praia. Para evitar as consequências dos cadáveres insepultos, o rei considerava «q[eu] ho milhor remedio sera fazer-se huu[m] poço, o mais fumdo que podese ser, no llugar que fose mais comvinhauel e de menos imcomvyniemte, no quall se llãçasem os ditos escravos» e que se deitasse «alguma camtidade de call virgem» de quando em quando para ajudar à decomposição dos corpos. A Câmara de Lisboa teria cumprido a ordem do rei construindo um poço no caminho para Santos, também conhecido como Horta Navia.
Gustavo de Matos Sequeira, em “Depois do Terramoto”, colocou ainda outra hipótese para a origem deste topónimo, associada à proximidade do Convento de São Bento (actual Parlamento), também conhecido por São Bento dos Negros, devido à cor dos hábitos dos frades. Assim, um poço pertencente à Ordem dos frades negros de São Bento seria a verdadeira origem do topónimo. Mais, de acordo com este autor, no século XVIII, uma designação bairrista chama a esta artéria “rua de São Bento dos Negros”.
Freguesia: Santa Catarina (...)
Fonte: Sítio Espaço e Tempp: Revelar Lx [Lisboa].
(***) Quem são o Djumbai Jazz [clicar aqui para ouvir um dos ficheiros áudio].
(i) O projecto Djumbai Jazz surge 1999, sob a liderança do guineense Maio Coopé;
(ii) Um projecto musical, de matriz afrmandinga, formado por 4 pessoas;
(iii) Maio Coopé, cantor, músico e compositor, remete este projeto, para as suas próprias vivências de infância: “ No meu País, sobretudo nas zonas suburbanas, antes das crianças irem dormir, há uma reunião junto dos mais velhos, ao redor da fogueira, contam-se histórias e há sempre uma pessoa para cantar, trata-se de um costume da Guiné-Bissau e que esteve sempre bem próximo de mim”;
(iv) Filho de pais músicos, começou a cantar em festas tribais; com a independência do seu pais (1974), desabrochou o seu talento e abriram-se outras portas;
(v) Em setembro de 1975, venceu o Festival de Mandjuande para Musicas Tradicionais cantadas em crioulo.
(vi) No inicio, Maio Coopé procurou sempre estar bem próximo da Música Tradicional do seu País, trabalhando a sua voz junto à percussão e com repertório de canções populares;
(vii) Começa a tornar-se conhecido também no estrangeiro: Europa ocidental e ex-União Soviética;
(viii) Com os Gumbezarte, trabalhou a sua música depois de uma extensa pesquisa sobre a cultura musical das várias etnias do seu País e com Canadiano Silvam Panatom, registou as suas canções;
(ix) Maio Coopé foi vencedor de vários festivais na Guiné-Bissau, entre 1984 e 1988;
(x) Durante a década de 80 fez várias tounées pelo Pais: Bafatá, Gabu, Bissorá , Sonako, Pirada, Boé, Farim, Manssoa, Cacheu, Cachungo, Buba, Catió, etc.
(xi) Nos anos 90 faz também apresentações na Alemanha (Berlim), durante o Festival Lusomania; grava o disco “Camba Mar” com o seu grupo Gumbezarte, disco editado pela Lusafrica e saudado pela crítica internacional;
(xii) Maio inicia uma extensa tournée pela Europa, por vários festivais conceituados como: La Villete ( França), Sfinks (Bélgica), Rambout Festival e Nordezem na Holanda, Expo 98 (Lisboa), etc.
(xiii) Em 2000 é convidado para a feira/festival de músicas do mundo Strictly Mundial em Zaragoza ( Espanha), onde a música “Pelele” é seleccionada para participar na compilação do Forum Europeu de Festivais de World Music;
(xiv) Em 2004 volta ao Brasil com os Djumbai Jazz no âmbito do projecto “Na Ponta da Lingua” onde actua em várias cidades do Estado de Minas Gerais;
(xv) Tem colaborado com vários artistas lusófonos , e gravou com vários artistas de Cabo Verde na compilação “Ayan”, da editora Praia Records;
(xvi) Composição do grupo::
Mayo Coope – Voz Principal
Sadjo – Guitarra Acústica Ritmo
Galissa – Kora
Mateus – Baixo Eléctrico
Djabate – Guitarra Solo
Cabum – Percussão
Tony – Bateria
Ana Cabi – Dançarina
Miriam Cabi - Dançarina
(xvi) Composição do grupo::
Mayo Coope – Voz Principal
Sadjo – Guitarra Acústica Ritmo
Galissa – Kora
Mateus – Baixo Eléctrico
Djabate – Guitarra Solo
Cabum – Percussão
Tony – Bateria
Ana Cabi – Dançarina
Miriam Cabi - Dançarina
Guiné 63/74 - P10414: Parabéns a você (473): Maria Teresa Almeida (Liga dos Combatentes); Coutinho e Lima, Coronel Art.ª Ref (Guiné, 1963/65 - 1968/70 e 1972/74) e Raul Albino, ex-Alf Mil (Guiné, 1968/70)
Para aceder aos postes dos nossos aniversariantes Maria Teresa Almeida, Coutinho e Lima e Raul Albino, clicar nos seus nomes
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 15 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10386: Parabéns a você (472): Ribeiro Agostinho, ex-Soldado da CCS/QG/CTIGuiné (1968/70)
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Guiné 63/74 - P10413: CCAÇ 3325, Cobras de Guileje (1971/73): Parte IX: Mais fotos do álbum do cor inf ref Jorge Parracho, que integram hoje o Núcleo Museológico Memória de Guiledje
Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do cor inf ref Jorge Parracho > Foto n.º 40, sem legenda > O comandante da companhia sentado à entrada da sua morança (?), ou então mais provavelmente da secretaria, ou ainda do bar/messe de oficiais. Neste tempo já havia abrigos, construídos pela engenharia militar, presumindo-se que todo o pessoal militar dormisse, pelo menos, nos abrigos...
Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do cor inf ref Jorge Parracho > Foto n.º 9, sem legenda > A porta de armas... Ao fundo, uma série impressionate de barris com frases saudando os visitantes de Guileje.
Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do cor inf ref Jorge Parracho > Foto n.º 45, sem legenda > Aspeto parcial do aquartelamento e tabanca... Ao todo viviam em Guileje cerca de 800 pessoas, entre civis e militares.
Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do cor inf ref Jorge Parracho > Foto n.º 46, sem legenda > Mais um aspeto parcial do aquartelamento e tabanca. Do lado esquerdo, um dos espaldões da artilharia (um das 3 peças 11,4, que defendiam Guleje, orientadas para a fronteira, a sul).
Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do cor inf ref Jorge Parracho > Foto n.º 42, sem legenda > Vista aérea, geral, do aquartelamento e tabanca. Ao fundo, os três espaldões de artilharia, antes a orla da floresta... Ao lado direito, o heliporto
Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do cor inf ref Jorge Parracho > Foto n.º 45, sem legenda > Porta de armas, passadeira VIP feita com garrafas de cerveja dando acesso à pista de aviação e ao fundo um dos impressioantes "bunkers" construídos pelo BENG.
Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do cor inf ref Jorge Parracho > Foto n.º 6, sem legenda > Guiné > Região de Tombali > Guileje > Porta de armas e por detrás um dos "bunkers" construídos pela engenharia militar no tempo da CART 2410 (1969/70). Jorge Parracho e um dos seus alferes (presume-se que seja o Rodrigues).
Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do cor inf ref Jorge Parracho > Foto n.º 39, sem legenda > O cap Parracho com a malta do Pel Art n.º 5, que era comandado pelo alf mil art Cristina... O quarto militar, na primeira fila, a contar da direita para a esquerda, parece ser o alf mil médico Mário Bravo, nosso grã-tabanqueiro.
Fotos: © Jorge Parracho / AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados. [As fotos de Jorge Parracho foram disponibilizadas à ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, com sede em Bissau, em 2007, no âmbito do projecto de criação do Núcleo Museológico Memória de Guiledje. Não têm legendas, vêm apenas numeradas.
Legendagem da responsabilidade de L.G, que recorreu às informações já aqui publicadas pelo Orlando Silva sobre a CCAÇ 3325].
1. Já aqui chamámos, no devido tempo, a atenção para a a qualidade dos materiais usados pela Engenharia Militar na construção dos abrigos de Guileje que toda a gente diz (ou dizia) que eram os melhores da Guiné... As escavações arqueológicas, pela AD - Acção para o Desenvolvimento, vieram mostrar as placas de cimento armado ainda estavam como novas, ao fim de quase 4 dezenas de anos, capazes de aguentar bem o morteiro 120...
O José Barros Rocha, ex-alf mil, da CART 2410, os Dráculas, chegou a Guileje em Junho de 1969, e por lá ficou até Março de 1970. Já aqui nos falou também sobre a construção dos abrigos:
"Recordo-me que houve um Pelotão de Engenharia que durante esse período aí esteve sediado para construir dois abrigos de betão armado, e que se afirmava serem à prova das granadas do Morteiro 120 ou 122. Dois Pelotões aí tinham a sua residência!!! Tais abrigos localizavam-se por detrás do refeitório e à direita da saída para estrada que seguia para Mejo"...
Recorde.se aqui as companhais que passaram por Guileje, desde o tempo do José Barros Rocha, de junho de 1960 a maio de 1973:
CART 2410 (Jun 1969/Mar 1970) (contacto: Armindo Batata,. comandante do Pel Caç Nat 51)
CCAÇ 2617 ( Mar 1970/Fev 1971) > Os Magriços (contacto: Abílio)
CCAÇ 3325 (Jan 1971/Dez 1971) > Os Cobras de Guileje (contacto: Jorge Parracho)
CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972) > Os Gringos de Guileje (contacto: Amaro Munhoz Samúdio)
CCAV 8350 (Dez 1972/Mai 1973) > Os Piratas de Guileje (contacto: José Casimiro Carvalho )
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Outubro de 2010 > Escavações no antigo aquartelamento das NT, abandonado em 22 de Maio de 1973 > Foto n.º 12 > Um curioso artefacto produzido por um militar da CCAÇ 3325 (À direita, a sua efígie; de quem seria ?)...
Fotos: © Pepito / AD -Acção para o Desenvolvimento (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
2. A origem destas fotos do cor inf ref Jorge Parracho já foi aqui explicada pelo nosso amigo Pepito, em poste de 15 de janeiro de 2007:
(...) Queria pedir-te dois apoios, embora saiba que tempo é o que tens menos:
(i) Quando aí estive no verão 2006, conheci o Coronel Jorge Parracho que me forneceu excelentes fotos, algumas das quais te enviei. Nessa altura, e por seu intermédio conheci o ex-enfermeiro de Guiledje, Vitor Manuel Rodrigues Fernandes (CCaç 3325) que estava na altura a digitalizar o Livro da Unidade, tendo-mo prometido logo que acabasse (em finais de Setembro). O favor que te pedia era o de, se possível, dares-lhe uma chamada (933323135) para saber se ele já concluiu o trabalho e se te poderia dar esse documento, para tu mo dares.
(ii) Como vou aí na 3.ª semana de Fevereiro, gostaria de contactar com o [Coronel] Coutinho Lima, último Comandante do quartel de Guiledje [ou, melhor, do COP 5], elemento determinante do nosso
(i) Quando aí estive no verão 2006, conheci o Coronel Jorge Parracho que me forneceu excelentes fotos, algumas das quais te enviei. Nessa altura, e por seu intermédio conheci o ex-enfermeiro de Guiledje, Vitor Manuel Rodrigues Fernandes (CCaç 3325) que estava na altura a digitalizar o Livro da Unidade, tendo-mo prometido logo que acabasse (em finais de Setembro). O favor que te pedia era o de, se possível, dares-lhe uma chamada (933323135) para saber se ele já concluiu o trabalho e se te poderia dar esse documento, para tu mo dares.
(ii) Como vou aí na 3.ª semana de Fevereiro, gostaria de contactar com o [Coronel] Coutinho Lima, último Comandante do quartel de Guiledje [ou, melhor, do COP 5], elemento determinante do nosso
projecto. (...)
Legenda:
(i) Pelo que se consegue perceber nesta infografia, o aquartelamento e a tabanca de Guileje formavam um rectângulo, todo minado à volta, na parte desmatada, com minas, armadilhas e fornilhos;
(i) Pelo que se consegue perceber nesta infografia, o aquartelamento e a tabanca de Guileje formavam um rectângulo, todo minado à volta, na parte desmatada, com minas, armadilhas e fornilhos;
(ii) A orientação parece ser norte/sul, tendo as peças de
artilharia de 11.4, em número de três, apontadas para a fronteira com a
República da Guiné-Conacri (a sul);
(iii) Podem ver-se ainda as posições dos morteiros, a verde: dois 81 (incluindo o 'meu', o que era operado pela secção do Furriel Carvalho, do lado oeste, junto a um dos abrigos) e dois 10,7 (ou 120?);
(iv) A oeste, há um campo de futebol, uma pista de aterragem de aeronaves e um heliporto;
(v) Ao longo do perímetro do aquartelamento, há arame farpado, postos de iluminação, postos de sentinela (cinco), abrigos e valas, todos devidamente assinalados;
(vi) As palhotas da tabanca situam-se dentro do perímetro do aquartelamento;
(vii) O trilho que corre a norte da pista de aviação era o trilho da água, o que significava que as NT e a população precisavam de sair do perímetro defensivo para se abastecer do precioso líquido;
(viii) A esttrada que atravessava o aquartelamento e a tabanca, no sentido norte/sul era a que seguia para Mejo e Bedanda (a noroeste) e ligava a sul à estrada de Mampatá - Gadamael - Cacine, ao longo da fronteira.
Infografia: © José Casimiro Carvalho (2005)/ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.
(iii) Podem ver-se ainda as posições dos morteiros, a verde: dois 81 (incluindo o 'meu', o que era operado pela secção do Furriel Carvalho, do lado oeste, junto a um dos abrigos) e dois 10,7 (ou 120?);
(iv) A oeste, há um campo de futebol, uma pista de aterragem de aeronaves e um heliporto;
(v) Ao longo do perímetro do aquartelamento, há arame farpado, postos de iluminação, postos de sentinela (cinco), abrigos e valas, todos devidamente assinalados;
(vi) As palhotas da tabanca situam-se dentro do perímetro do aquartelamento;
(vii) O trilho que corre a norte da pista de aviação era o trilho da água, o que significava que as NT e a população precisavam de sair do perímetro defensivo para se abastecer do precioso líquido;
(viii) A esttrada que atravessava o aquartelamento e a tabanca, no sentido norte/sul era a que seguia para Mejo e Bedanda (a noroeste) e ligava a sul à estrada de Mampatá - Gadamael - Cacine, ao longo da fronteira.
Infografia: © José Casimiro Carvalho (2005)/ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.
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Nota do editor:
Último poste da série >16 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10390: CCAÇ 3325, Cobras de Guileje (1971/73): Parte VIII: Mais fotos do álbum do cor inf ref Jorge Parracho, que integram hoje o Núcleo Museológico Memória de Guiledje
Guiné 63/74 - P10412: Convívios (475): I Encontro do pessoal do Pel Rec Daimler 2208 (Mansoa/Mansabá e Bissau) ocorrido no passado dia 28 de Julho de 2012 em Porto Alto (Ernestino Caniço / Carlos Pinto)
Os nossos camaradas Ernestino Caniço (foto da esquerda) e Carlos Pinto (foto da direita), respectivamente: ex-Alf Mil e ex-1.º Cabo Condutor/Apontador Daimler, ambos pertencentes ao Pel Rec Daimler 2208 (Mansabá, Mansoa e Bissau, 1970 a 1972), deram-nos conta do I Encontro do Pessoal desta Unidade que decorreu em Porto Alto no passado dia 28 de Julho de 2012.
I Encontro do pessoal do Pel Rec Daimler 2208
(Mansoa / Mansabá / Bissau- 1970/71)
Após mais de quatro décadas da chegada a Lisboa do pessoal do Pelotão, decorreu este Encontro no passado dia 28 de Julho, no restaurante Os Chancas, em Porto Alto.
Num primeiro olhar não foi fácil associar muitos de nós aos jovens de então. As fisionomias diferentes, pudera!, uns mais “avantajados”, outros mais “descapotáveis”e alguma “neve” no andar superior. Ainda assim, foi gratificante este encontro, dos tais “rapazes”, que permitiu reviver algo de tempos idos, que marcou a nossa juventude.
Estiveram presentes alguns familiares, provavelmente com paciência para ouvir algumas das nossas histórias.
Dos ex-militares do Pel Rec Daimler 2208 contámos no convívio com 10 presenças, (do total de 14), tendo 2 infelizmente já falecidos e 2 à data incontactáveis
De realçar que foi através o nosso blogue que se conseguiram os primeiros contactos.
Uma palavra especial para o camarada Carlos Pinto, que foi o obreiro das posteriores diligências para a efetivação deste Encontro.
Seguem-se algumas fotos do evento.
Um abraço
Ernestino Caniço
2012.09.11
A partir da esquerda (em baixo): José Potra e Carlos Pinto; em cima: Firmino Correia, Manuel Fernandes, Ernestino Caniço, António Proença, Victor Rodeia, Fernando Carneiro, José Romão e Mário Francisco
Militares e seus familiares
Carlos Pinto
A partir da esquerda: : José Potra, Firmino Correia, Victor Rodeia e Carlos Pinto
José Romão
António Proença e Victor Rodeia
Manuel Fernandes, Firmino Correia e José Potra
Mário Francisco e António Proença
Uma vista da sala de jantar
Ernestino Caniço em primeiro plano
A partir da esquerda: António Proença, Fernando Carneiro, Ernestino Caniço e Firmino Correia
De novo o grupo dos 10 magníficos presentes no I Encontro do Pel Rec Daimler 2208. Atrás, a partir da esquerda: António Proença, Firmino Correia, Mário Francisco, Manuel Fernandes, Ernestino Caniço, Fernando Carneiro e José Romão. À frente, a partir da esquerda: Carlos Pinto, Victor Rodeia e José Potra.
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 14 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10384: Convívios (474): 25.º Almoço do pessoal da CCAÇ 557, dia 27 de Outubro de 2012 em Benavente (José Colaço)
Guiné 63/74 - P10411: Notas de leitura (406): O conflito político-militar na Guiné-Bissau (1) (Francisco Henriques da Silva)
1. Mensagem do nosso camarada Francisco Henriques da Silva (ex-Alf Mil da CCAÇ 2402/BCAÇ 2851, Có, Mansabá e Olossato, 1968/70), ex-embaixador na Guiné-Bissau nos anos de 1997 a 1999, com data de 9 de Setembro de 2012:
Meus amigos,
Após aturadas e quase sempre frustrantes buscas nas livrarias e na Internet à procura de obras, artigos ou simples referências sobre a guerra civil na Guiné-Bissau, deparei com esta dissertação de mestrado, intitulada “O Conflito Político-militar na Guiné-Bissau (1998-1999)”, que Guilherme Jorge Rodrigues Zeverino publicou através do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD).
A obra tem alguns méritos, mas, como não há bela sem senão, também tem defeitos e registam-se algumas omissões importantes. No fundo, estamos sempre à espera de mais, em particular atendendo a que no caso em apreço se trata de um trabalho de investigação universitário.
Efectuei uma análise crítica dividida em duas partes de que remeto a primeira.
Com os meus cumprimentos cordiais e amigos
Francisco Henriques da Silva
(ex-alf. mil. de infantaria
CCAÇ 2402)
O conflito político-militar na Guiné-Bissau (1/2)
As dissertações académicas – teses de licenciatura, de mestrado ou de doutoramento - não sendo propriamente obras de divulgação e não estando, em regra, acessíveis ao grande público, possuem, via de regra, uma relevante mais-valia em relação às obras do chamado circuito comercial, porquanto se trata do resultado de uma investigação exaustiva, de uma abordagem científica e rigorosa de certos temas, da respectiva análise especializada e, bem entendido, das propostas apresentadas. Tudo depende, obviamente, do produto final. No fundo, as dissertações permitem que outros, alicerçados e confortados com a seriedade do trabalho feito, possam, em momento posterior, difundir de uma forma aberta os pontos de vista expressos ou então contrariar fundamentadamente os resultados aduzidos.
Sob o título algo ambíguo “O Conflito Político-militar na Guiné-Bissau (1998-1999)”, Guilherme Jorge Rodrigues Zeverino publicou no Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), Lisboa, 2005, a sua dissertação de mestrado em Gestão do Desenvolvimento e Cooperação Internacional, apresentada anteriormente, ou seja em Outubro de 2003. Mencionámos que se tratava de um título algo ambíguo, não porque seja enganoso, antes pelo contrário, mas, a nosso ver, não reflecte totalmente a realidade crua e dura que foi uma guerra civil e que carece de adjectivação adicional, apesar de ter sido uma confrontação dita de baixa intensidade. Cremos que o autor, por uma questão de prudência e para evitar eventuais controvérsias, sobretudo a nível universitário – uma vez que a poeira ainda não assentou completamente -, terá preferido a expressão conflito político-militar, que, aliás, utiliza sempre, nesta formulação, ou, mais abreviadamente, o “conflito”. Eu também a emprego, muito embora a considere, como disse, de certo modo redutora. São opções. Respeito-as.
No seu trabalho, Guilherme Zeverino define “hipóteses no âmbito político, económico e social, nomeadamente:
• No âmbito político
- a instauração do regime multipartidário na Guiné-Bissau não contribuiu para a resolução dos conflitos internos no seio do partido no poder, antes pelo contrário, criou as condições para a sua exacerbação;
- No entanto, a instauração do regime multipartidário deu lugar a um reforço da sociedade civil;
- A interdependência entre a crise interna do PAIGC e a crise nas Forças Armadas constitui-se como uma das causas principais do conflito 1998-1999;
- A rivalidade cultural manifestada pelas políticas de cooperação seguidas por Portugal e pela França explicam em grande medida os diferentes posicionamentos que estes países adoptaram durante o conflito, simpatizando e apoiando naturalmente lados opostos.
• No âmbito económico
- A aproximação da Guiné-Bissau à França e à Francofonia mais especificamente com a adesão ao franco CFA (Comunidade Financeira Africana), em Maio de 1997, teve um impacto negativo a nível económico, porque não foi acompanhada de medidas macro-económicas capazes de sustentar o desenvolvimento, criando condições para o aumento da pressão externa, nomeadamente dos Estados francófonos.
• No âmbito social
- A intervenção de tropas estrangeiras (Senegal e Guiné-Conakry) com apoio francês ao lado do Presidente da Guiné-Bissau, e contra a auto-intitulada Junta Militar provocou a adesão em massa da população guineense aos militares revoltosos, associando desta forma a defesa da soberania da Guiné-Bissau ao descontentamento geral relativamente ao estado de sub-desenvolvimento do país.” (pp. 18 e 19).
Todas estas hipóteses de trabalho têm de ser sopesadas. Em nosso entender , algumas constituem pistas seguras ou chaves para a compreensão da guerra civil bissau-guineense, outras, muito embora não atinjam tal desiderato, em nosso entender, não devem ser totalmente descartadas, pois contém elementos de ponderação válidos. Por outro lado, detectam-se omissões no que às causas respeitam. Mas já lá iremos.
Para além de uma introdução, na qual se incluem as hipóteses a desenvolver acima transcritas, o autor inicia a obra traçando uma panorâmica histórica recente da Guiné-Bissau colocando o acento tónico na conflitualidade, desde a luta de libertação nacional à actualidade, o que acaba por ser uma constante da vida colectiva da Guiné-Bissau – e, por maioria de razão, nos dias que correm.
Concentra-se em seguida nas causas internas e externas do conflito político-militar para passar à questão de Casamansa (ou seja, a causa próxima da guerra), ao início da conflagração propriamente dita, à mediação internacional e ao fim do regime de “Nino” Vieira. Dedica um capítulo inteiro ao processo eleitoral e ao restabelecimento da legalidade democrática (serão as consequências mais imediatas e visíveis do conflito; resta saber se estamos perante um restabelecimento genuíno e duradouro da “legalidade democrática” e estamos em crer que não, como os factos supervenientes parecem ter amplamente demonstrado). Termina com um capítulo final (conclusão) em que dá por demonstradas as hipóteses de trabalho anunciadas no início da obra. Neste particular é de salientar, como sublinha, a justo título, Guilherme Zeverino, “que o Estado de Direito e as instituições democráticas na Guiné-Bissau, embora existam formalmente, funcionam com dificuldade e estão em ameaça constante, quer das Forças Armadas quer dos movimentos políticos” (p. 131). E um pouco mais adiante, remata : “podemos considerar a Guiné-Bissau como um país “frágil”, onde os conflitos militares e político-sociais são uma constante, dilacerando e destruindo a estrutura da sociedade guineense” (p. 133). A linguagem é quase eufemística e peca por timidez. Podíamos, sem dúvida, ir um pouco mais longe. Mas respeitamos a posição do autor.
(continua)
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 18 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10398: Notas de leitura (405): "Les Héros de la Guinée-Bissau: La Fin D'Une Légende", de Lourenço da Silva (2) (Francisco Henriques da Silva)
Meus amigos,
Após aturadas e quase sempre frustrantes buscas nas livrarias e na Internet à procura de obras, artigos ou simples referências sobre a guerra civil na Guiné-Bissau, deparei com esta dissertação de mestrado, intitulada “O Conflito Político-militar na Guiné-Bissau (1998-1999)”, que Guilherme Jorge Rodrigues Zeverino publicou através do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD).
A obra tem alguns méritos, mas, como não há bela sem senão, também tem defeitos e registam-se algumas omissões importantes. No fundo, estamos sempre à espera de mais, em particular atendendo a que no caso em apreço se trata de um trabalho de investigação universitário.
Efectuei uma análise crítica dividida em duas partes de que remeto a primeira.
Com os meus cumprimentos cordiais e amigos
Francisco Henriques da Silva
(ex-alf. mil. de infantaria
CCAÇ 2402)
O conflito político-militar na Guiné-Bissau (1/2)
As dissertações académicas – teses de licenciatura, de mestrado ou de doutoramento - não sendo propriamente obras de divulgação e não estando, em regra, acessíveis ao grande público, possuem, via de regra, uma relevante mais-valia em relação às obras do chamado circuito comercial, porquanto se trata do resultado de uma investigação exaustiva, de uma abordagem científica e rigorosa de certos temas, da respectiva análise especializada e, bem entendido, das propostas apresentadas. Tudo depende, obviamente, do produto final. No fundo, as dissertações permitem que outros, alicerçados e confortados com a seriedade do trabalho feito, possam, em momento posterior, difundir de uma forma aberta os pontos de vista expressos ou então contrariar fundamentadamente os resultados aduzidos.
Sob o título algo ambíguo “O Conflito Político-militar na Guiné-Bissau (1998-1999)”, Guilherme Jorge Rodrigues Zeverino publicou no Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), Lisboa, 2005, a sua dissertação de mestrado em Gestão do Desenvolvimento e Cooperação Internacional, apresentada anteriormente, ou seja em Outubro de 2003. Mencionámos que se tratava de um título algo ambíguo, não porque seja enganoso, antes pelo contrário, mas, a nosso ver, não reflecte totalmente a realidade crua e dura que foi uma guerra civil e que carece de adjectivação adicional, apesar de ter sido uma confrontação dita de baixa intensidade. Cremos que o autor, por uma questão de prudência e para evitar eventuais controvérsias, sobretudo a nível universitário – uma vez que a poeira ainda não assentou completamente -, terá preferido a expressão conflito político-militar, que, aliás, utiliza sempre, nesta formulação, ou, mais abreviadamente, o “conflito”. Eu também a emprego, muito embora a considere, como disse, de certo modo redutora. São opções. Respeito-as.
No seu trabalho, Guilherme Zeverino define “hipóteses no âmbito político, económico e social, nomeadamente:
• No âmbito político
- a instauração do regime multipartidário na Guiné-Bissau não contribuiu para a resolução dos conflitos internos no seio do partido no poder, antes pelo contrário, criou as condições para a sua exacerbação;
- No entanto, a instauração do regime multipartidário deu lugar a um reforço da sociedade civil;
- A interdependência entre a crise interna do PAIGC e a crise nas Forças Armadas constitui-se como uma das causas principais do conflito 1998-1999;
- A rivalidade cultural manifestada pelas políticas de cooperação seguidas por Portugal e pela França explicam em grande medida os diferentes posicionamentos que estes países adoptaram durante o conflito, simpatizando e apoiando naturalmente lados opostos.
• No âmbito económico
- A aproximação da Guiné-Bissau à França e à Francofonia mais especificamente com a adesão ao franco CFA (Comunidade Financeira Africana), em Maio de 1997, teve um impacto negativo a nível económico, porque não foi acompanhada de medidas macro-económicas capazes de sustentar o desenvolvimento, criando condições para o aumento da pressão externa, nomeadamente dos Estados francófonos.
• No âmbito social
- A intervenção de tropas estrangeiras (Senegal e Guiné-Conakry) com apoio francês ao lado do Presidente da Guiné-Bissau, e contra a auto-intitulada Junta Militar provocou a adesão em massa da população guineense aos militares revoltosos, associando desta forma a defesa da soberania da Guiné-Bissau ao descontentamento geral relativamente ao estado de sub-desenvolvimento do país.” (pp. 18 e 19).
Todas estas hipóteses de trabalho têm de ser sopesadas. Em nosso entender , algumas constituem pistas seguras ou chaves para a compreensão da guerra civil bissau-guineense, outras, muito embora não atinjam tal desiderato, em nosso entender, não devem ser totalmente descartadas, pois contém elementos de ponderação válidos. Por outro lado, detectam-se omissões no que às causas respeitam. Mas já lá iremos.
Para além de uma introdução, na qual se incluem as hipóteses a desenvolver acima transcritas, o autor inicia a obra traçando uma panorâmica histórica recente da Guiné-Bissau colocando o acento tónico na conflitualidade, desde a luta de libertação nacional à actualidade, o que acaba por ser uma constante da vida colectiva da Guiné-Bissau – e, por maioria de razão, nos dias que correm.
Concentra-se em seguida nas causas internas e externas do conflito político-militar para passar à questão de Casamansa (ou seja, a causa próxima da guerra), ao início da conflagração propriamente dita, à mediação internacional e ao fim do regime de “Nino” Vieira. Dedica um capítulo inteiro ao processo eleitoral e ao restabelecimento da legalidade democrática (serão as consequências mais imediatas e visíveis do conflito; resta saber se estamos perante um restabelecimento genuíno e duradouro da “legalidade democrática” e estamos em crer que não, como os factos supervenientes parecem ter amplamente demonstrado). Termina com um capítulo final (conclusão) em que dá por demonstradas as hipóteses de trabalho anunciadas no início da obra. Neste particular é de salientar, como sublinha, a justo título, Guilherme Zeverino, “que o Estado de Direito e as instituições democráticas na Guiné-Bissau, embora existam formalmente, funcionam com dificuldade e estão em ameaça constante, quer das Forças Armadas quer dos movimentos políticos” (p. 131). E um pouco mais adiante, remata : “podemos considerar a Guiné-Bissau como um país “frágil”, onde os conflitos militares e político-sociais são uma constante, dilacerando e destruindo a estrutura da sociedade guineense” (p. 133). A linguagem é quase eufemística e peca por timidez. Podíamos, sem dúvida, ir um pouco mais longe. Mas respeitamos a posição do autor.
(continua)
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 18 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10398: Notas de leitura (405): "Les Héros de la Guinée-Bissau: La Fin D'Une Légende", de Lourenço da Silva (2) (Francisco Henriques da Silva)
Guiné 63/74 - P10410: Em busca de... (204): Camaradas do 15.º Pel Art.ª (Guileje, 1972/73) (Luís Paiva)
1. Mensagem do nosso camarada Luís Paiva (ex-Fur Mil Art.ª, 15.º Pel Art.ª, Guileje e Gadamael, 1972/73), com data de 19 de Setembro de 2010:
Caro Carlos Vinhal:
Pertenci ao 15º Pelart localizado em Guileje e ali estive desde meados de 1972 até à retirada para Gadamael em 1973, ocorrida na sequência dos ataques àquele aquartelamento.
Ao referido 15º Pelart estavam afectos, no tempo em que ali prestei serviço, inicialmente, para além de mim, os ex-furriéis Tobias Queirós e Américo Santos (este veio substituir o furriel José Araújo), o cabo Oliveira (pertencente à seção do Américo Santos) e o alferes Luís Pinto dos Santos, falecido por doença há poucos anos.
Os praças do referido Pelart eram todos africanos mas, para além deles e dos graduados acima referidos, existia ainda um cabo de munições (falecido em ataque a Gadamael, conjuntamente com parte dos praças africanos) e um outro cabo de nome, salvo erro, Neto. Tem havido alguma confusão sobre o destino deste cabo que gostaríamos de ver esclarecida.
No passado sábado, eu, o Santos, o Queirós e o Oliveira juntámo-nos durante uma tarde em convívio e do mesmo resultou uma dúvida sobre o cabo Neto. Estive durante todos estes quase 40 anos convencido que o Neto havia também falecido em combate mas a informação, que os elementos acima me prestam, é a de que quem faleceu foi o cabo de munições.
O Oliveira tinha uma vaga ideia de que o Neto teria sido bombeiro no Minho, supostamente numa das duas corporações existentes, salvo erro, na Trofa. Após, há vários meses, algumas tentativas para aqueles aquartelamentos de bombeiros, fui informado que o pessoal que ali se encontra é todo muito mais novo e não tem ideia de quem seja. Nem na Secretaria das referidas corporações foi possível descobrir algo!
Também o Pinto dos Santos foi substituído pelo alferes Fortes que viajou com o Queirós desde Bissau para Gadamael quando o Queirós regressava de férias.
Nunca mais soubemos do paradeiro quer do cabo Neto (julgamos que é este o nome) quer do alferes Fortes pelo que solicitamos os vossos bons ofícios no sentido de tentar descobrir se estão vivos e onde param.
Será possível a vossa colaboração por vias que se tornem exequíveis para esse objectivo? Um antecipado agradecimento.
Saudações cordiais e os meus cumprimentos.
Luís Paiva
____________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 17 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10397: Em busca de... (203): Exemplar do livro de Fernando de Sousa Henriques "Picadas e Caminhos da Vida na Guiné" (Mário Beja Santos)
Caro Carlos Vinhal:
Pertenci ao 15º Pelart localizado em Guileje e ali estive desde meados de 1972 até à retirada para Gadamael em 1973, ocorrida na sequência dos ataques àquele aquartelamento.
Ao referido 15º Pelart estavam afectos, no tempo em que ali prestei serviço, inicialmente, para além de mim, os ex-furriéis Tobias Queirós e Américo Santos (este veio substituir o furriel José Araújo), o cabo Oliveira (pertencente à seção do Américo Santos) e o alferes Luís Pinto dos Santos, falecido por doença há poucos anos.
Os praças do referido Pelart eram todos africanos mas, para além deles e dos graduados acima referidos, existia ainda um cabo de munições (falecido em ataque a Gadamael, conjuntamente com parte dos praças africanos) e um outro cabo de nome, salvo erro, Neto. Tem havido alguma confusão sobre o destino deste cabo que gostaríamos de ver esclarecida.
No passado sábado, eu, o Santos, o Queirós e o Oliveira juntámo-nos durante uma tarde em convívio e do mesmo resultou uma dúvida sobre o cabo Neto. Estive durante todos estes quase 40 anos convencido que o Neto havia também falecido em combate mas a informação, que os elementos acima me prestam, é a de que quem faleceu foi o cabo de munições.
O Oliveira tinha uma vaga ideia de que o Neto teria sido bombeiro no Minho, supostamente numa das duas corporações existentes, salvo erro, na Trofa. Após, há vários meses, algumas tentativas para aqueles aquartelamentos de bombeiros, fui informado que o pessoal que ali se encontra é todo muito mais novo e não tem ideia de quem seja. Nem na Secretaria das referidas corporações foi possível descobrir algo!
Também o Pinto dos Santos foi substituído pelo alferes Fortes que viajou com o Queirós desde Bissau para Gadamael quando o Queirós regressava de férias.
Nunca mais soubemos do paradeiro quer do cabo Neto (julgamos que é este o nome) quer do alferes Fortes pelo que solicitamos os vossos bons ofícios no sentido de tentar descobrir se estão vivos e onde param.
Será possível a vossa colaboração por vias que se tornem exequíveis para esse objectivo? Um antecipado agradecimento.
Saudações cordiais e os meus cumprimentos.
Luís Paiva
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 17 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10397: Em busca de... (203): Exemplar do livro de Fernando de Sousa Henriques "Picadas e Caminhos da Vida na Guiné" (Mário Beja Santos)
Guiné 63/74 - P10409: O Nosso Livro de Estilo (6): O que fazer com este blogue ? (Parte II ): Depoimentos de A. Pires, C. Pinheiro, D. Guimarães, L. Ferreira, B. Santos, C. Rocha, F. Súcio, B. Sardinha , T. Mendonça e JERO
Lisboa > Av Fontes Pereira de Melo > 15 de setembro de 2012 > Arte urbana (ou "street art"), pintura mural em prédios devolutos... Dizem que ajuda a "climatizar" os nossos pesadelos, medos, ansiedades, perplexidades, incertezas, angústias, individuais e coletivas... Lisboa é já uma cidade de referência para os fãs da "arte urbana"... que não deve ser confundida com o "vandalismo" de alguns grafiteiros...
Fotos: © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados
1. Continuação dos depoimentos dos membros da nossa Tabanca Grande sobre a questão O Que Fazer Com Este Blogue ? (*)...
Recorde-se aqui algumas das regras básicas do nosso convívio bloguístico, á sombra do simbólico poilão da Tabanca Grande: por exemplo, (i) não nos insultamos uns aos outros; (ii) não usamos, em público, a 'linguagem de caserna'; (iii) somos capazes de conviver, civilizadamente, com as nossas diferenças (políticas, ideológicas, filosóficas, culturais, étnicas, etc.); (iv) somos capazes de lidar e de resolver conflitos 'sem puxar da G3'; (v) todos os camaradas têm direito ao bom nome e à privacidade; (vi) não trazemos a "actualidade política" para o blogue, etc.
Recorde-se ainda mais algumas ideias da nossa "política editorial": (vii) O blogue não é nenhum porta-estandarte, nenhum porta-voz, nenhuma bandeira de nenhuma causa... (viii) Somos independentes do Estado, dos partidos políticos e das associações da sociedade civil que de uma maneira ou de outra possam representar e defender os direitos e os interesses dos ex-combatentes portugueses (ou guineenses); (ix) Somos sensíveis aos problemas (de saúde, de reparação legal, de reconhecimento público, de dignidade, etc.) dos nossos camaradas e amigos, incluindo os guineenses que combateram, de um lado e de outro, mas enquanto comunidade (virtual) não temos nenhum compromisso para com esta ou aquela causa por muita justa ou legítima que ela seja... (x) Em todo o caso, a solidariedade, a amizade e a camaragem são valores que procuramos cultivar todos os dias.
Mais comentários, sugestões ou críticas serão bem vindos! (LG).
Mais comentários, sugestões ou críticas serão bem vindos! (LG).
(xii) Armando Pires, 12/9/2012
Percebo o estado de alma do Henrique Cerqueira. É em tudo igual ao meu. Todavia, ainda que sendo "relativamente" novo nesta casa, deixem-me dizer que, se já despejamos bombarda, uns sobre os outros, quando o filme da guerra não tem o guião do nosso acordo, no dia em que aqui trouxermos a politica, matamo-nos.
Abraços, armando pires
(...) Em relação ao que diz o Henrique, e para ser muito rápido porque neste momento não tenho grande disponibilidade para me alongar, acho que ele tem toda a razão e não vejo qualquer carácter intempestivo na mensagem/alerta que ele faz. Acho até bastante pertinente.
O que devemos fazer é e dar-lhe continuidade, não desistir de forma nenhuma, pelo contrário devemos-nos empenhar, ainda com mais força,e avançar, sempre em frente, deteminados.
um grande abraço a todos.
fernando súcio,
Nota do editor:
Último poste da série > 18 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10402: O Nosso Livro de Estilo (5): O que fazer com este blogue ? (Parte I) : Depoimentos de H. Cerqueira, L. Graça, A. Branquinho, J. Manuel Dinis, J. Mexia Alves, J. Amado, Manuel L. Sousa, José Martins, Hélder Sousa e Eduardo Estrela
Abraços, armando pires
(xiii) Carlos Pinheiro, 12/9/2012
Caros camarigos: Penso que os dois, cada um à sua maneira, estão cheios de razão. O blogue tem regras que devem ser cumpridas ou então, se houvesse um consenso alargado, essas regras poderiam vir a ser alargadas, o que será sempre dificil de concretizar consensualmente. Mas enquanto as regras forem as que são, devem ser cumpridas.
Mas de facto, os governantes, todos, que nunca nos respeitaram, que nos souberam mandar para a guerra como carne para canhão, sem condições, basta lembrar como eram feitas as viagens nos porões, sem água para se tomar banho, sem qualquer tidpo de conforto, etc., e depois aqueles 25 meses cumpridos também sem condições desde ofardamento até às instalações militares que não existiam e foram sendo construidas à mão, como era possivel, que até os restos mortais dos nossos camaradas que por lá tombaram tinha a familia que pagar o seu transporte para que eles também pudessem regressar e por isso é que por lá ficaram muitas campas, a maioria delas ao abandono - é bom lembarmo-nos destes pormenore - que viemos e nunca ninguém nos ligou patavina e a prova é a provocação do complemento de pensão que um senhor, que era falador e agora anda calado, inventou, complementp este, se calhar,com estes apertos todos, também irá acabar, se calhar está a chegar a hora para dizermos, alto e bom som, que afinal ainda há muitos sobreviventes que também têm direito a opinião e acima de tudo a ser respeitados.
Caros camarigos: Penso que os dois, cada um à sua maneira, estão cheios de razão. O blogue tem regras que devem ser cumpridas ou então, se houvesse um consenso alargado, essas regras poderiam vir a ser alargadas, o que será sempre dificil de concretizar consensualmente. Mas enquanto as regras forem as que são, devem ser cumpridas.
Mas de facto, os governantes, todos, que nunca nos respeitaram, que nos souberam mandar para a guerra como carne para canhão, sem condições, basta lembrar como eram feitas as viagens nos porões, sem água para se tomar banho, sem qualquer tidpo de conforto, etc., e depois aqueles 25 meses cumpridos também sem condições desde ofardamento até às instalações militares que não existiam e foram sendo construidas à mão, como era possivel, que até os restos mortais dos nossos camaradas que por lá tombaram tinha a familia que pagar o seu transporte para que eles também pudessem regressar e por isso é que por lá ficaram muitas campas, a maioria delas ao abandono - é bom lembarmo-nos destes pormenore - que viemos e nunca ninguém nos ligou patavina e a prova é a provocação do complemento de pensão que um senhor, que era falador e agora anda calado, inventou, complementp este, se calhar,com estes apertos todos, também irá acabar, se calhar está a chegar a hora para dizermos, alto e bom som, que afinal ainda há muitos sobreviventes que também têm direito a opinião e acima de tudo a ser respeitados.
Não sei se entendi bem a "provocação" para que fossem feitos comentários à conversa entre dois amigos, mas de momento, é o que se me oferece dizer nesta altura em que o país deveria ter a Bandeira Nacional à meia haste por tanta patifaria que muitos têm vindo a fazer, ao longo dos anos, a este País à beira mar encravado, nomeadamente a quem menos tem e mais precisa.
Um abraço solidário para todos, mas, perdoem-me, especialmente para aqueles que estão mesmo a psssar as passas do Algarve, que são cada vez mais. Carlos Pinheiro
(xiv) David Guimarães, 13/9/2012
Entendendo e comungando do espirito do nosso camarada na revolta que se gera e com razão - afirmo -, acho que estes comentários contudo não cabem no nossoblogue... Ele tem a sua definição inicial, não tem tido grandes desvios do essencial e do que se pretende e isso para mim tem rido todo o valor.
Um abraço solidário para todos, mas, perdoem-me, especialmente para aqueles que estão mesmo a psssar as passas do Algarve, que são cada vez mais. Carlos Pinheiro
(xiv) David Guimarães, 13/9/2012
Entendendo e comungando do espirito do nosso camarada na revolta que se gera e com razão - afirmo -, acho que estes comentários contudo não cabem no nossoblogue... Ele tem a sua definição inicial, não tem tido grandes desvios do essencial e do que se pretende e isso para mim tem rido todo o valor.
Nunca nos ultrapassamos para além do que se pretende - MEMÓRIAS E RELATOS DA "NOSSA" GUERRA (Guiné)- , sendo que embora sempre um motivo político foge totalmente do âmbito do espírito que nos fez estar aqui a todos...
A indignação ou protestos contra o governo - podendo ser justos, acho que não cabem de todo no nosso canto, portanto tenho uma opinião bem formada de que - nada seja aflorado nesse sentido aqui, na nossa caserna.
Esta minha opinião tem a força que tem, mas que não veja eu isto aflorado no blogue- aí então pensarei que não estou enquadrado e que se desvirtua os princípios aceites por quem cá entrou e faz parte desta grande caserna..
Todos temos as nossas opiniões e concretas sobre o assunto Governo sendo que uns concordam, outros duvidam e outros acham mal - mas não cabe escrever isso no nosso blogue que é pluralista, respeita o pensar de cada cidadão e essencialmente faz o relato da guerra na Guiné e só....
Um forte abraço David, ex Furr Mil At. Art e Minas e Armadilhas, Cart 2716 do Bart 2917 - 1970 1972 (...)
(xv) Lázaro Ferreira, 13/9/2012
Luis, sem ler o que o Henrique escreve, deixar implícito na tua resposta de opinião sábia; na verdade, o blogue não pode ser um espaço de ideias, nem uma cartilha de religião e política; será um espaço imaterial de memórias! Como referes, somos um povo bipolar …, e também muito rico, muito pobre, muito culto e muito analfabeto ou num linguagem erudita, ausência de literacia. …, apesar de tudo gosto muito deste meu nosso Portugal;
Como te referi num email atrás, estou com um projeto ao nível profissional que me obriga a alargar horizontes em face da grave crise que há alguns anos assola este no Portugal e que não se vê a última ondulação calma deste nosso mar tenebroso, em que os nossos marinheiros, na linguagem dos Lusíadas, não conseguem dobrar o cabo das tormentas e passar para além da Taprobana (ilha de Moçambique: como não tenho em mão os Lusíadas não sei se a palavra está bem escrita). (...)
Um abraço amigo e bom ano. Lázaro.
(xv) Lázaro Ferreira, 13/9/2012
Luis, sem ler o que o Henrique escreve, deixar implícito na tua resposta de opinião sábia; na verdade, o blogue não pode ser um espaço de ideias, nem uma cartilha de religião e política; será um espaço imaterial de memórias! Como referes, somos um povo bipolar …, e também muito rico, muito pobre, muito culto e muito analfabeto ou num linguagem erudita, ausência de literacia. …, apesar de tudo gosto muito deste meu nosso Portugal;
Como te referi num email atrás, estou com um projeto ao nível profissional que me obriga a alargar horizontes em face da grave crise que há alguns anos assola este no Portugal e que não se vê a última ondulação calma deste nosso mar tenebroso, em que os nossos marinheiros, na linguagem dos Lusíadas, não conseguem dobrar o cabo das tormentas e passar para além da Taprobana (ilha de Moçambique: como não tenho em mão os Lusíadas não sei se a palavra está bem escrita). (...)
Um abraço amigo e bom ano. Lázaro.
(xvi) Beja Santos, 13/9/2012
Luís, Este blogue, tanto quanto sei, propicia as condições para se falar da Guiné, do passado ao presente. Como todas as arenas onde não há pensamento único, enriquece-se os mais desvairados contributos. Há blogues para tratar os problemas atuais, relacionados com a crise que nos assola e muitos outros.
Luís, Este blogue, tanto quanto sei, propicia as condições para se falar da Guiné, do passado ao presente. Como todas as arenas onde não há pensamento único, enriquece-se os mais desvairados contributos. Há blogues para tratar os problemas atuais, relacionados com a crise que nos assola e muitos outros.
Graças às facilidades do digital, podemos saltar de blogue em blogue, consoante as matérias. Não estou nada arrependido de me cingir à Guiné, terra que amo profundamente. Não tenho angústias em demarcar as minhas preocupações, utilizando as diferentes redes sociais e outros meios de comunicação.
O que fazer com este blogue? Mantê-lo disponível para todos os que combateram na Guiné, naquele tempo. E também refletir sobre a Guiné de hoje, com base em princípios. Nada mais tenho a responder-te, tal e tanto gosto do que contribuo a teu lado, e pondo a circular para centenas de confrades, aberto ao mundo. Recebe um abraço de um amigo que te estima profundamente, Mário.
(xvii) Carlos Rocha. 13/9/2012 [, foto não disponível; penso que é apenas nosso leitor, não estando formalmente registado na Tabanca Grande; entrou aqui neste debate pro mão do Manuel Luís Sousa, salvo erro]
(xvii) Carlos Rocha. 13/9/2012 [, foto não disponível; penso que é apenas nosso leitor, não estando formalmente registado na Tabanca Grande; entrou aqui neste debate pro mão do Manuel Luís Sousa, salvo erro]
(...) Em relação ao que diz o Henrique, e para ser muito rápido porque neste momento não tenho grande disponibilidade para me alongar, acho que ele tem toda a razão e não vejo qualquer carácter intempestivo na mensagem/alerta que ele faz. Acho até bastante pertinente.
Têm de se dar umas pedradas nos charcos. Basta de sermos os carneirinhos mansos que vamos para onde nos empurram. O caminho que as coisas levam só pode conduzir a que amanhã os nossos, filhos já não, porque esses também já têm obrigações de cidadania e por isso devem estar ao nosso lado, mas os nossos netos com toda a razão possam dizer: “que covardes que os nossos avós foram ao terem-nos deixado o país que deixaram, ou se quisermos ir mais além, com toda a legitimidade e num âmbito mais alargado, dizer: “que porcaria de europa nos deixaram” ou porque não até: “que merda de mundo é este em que nos deixaram”.
Neste momento penso que já ninguém tem dúvidas que a origem de tudo isto está na globalização (chinisação) sem regras que os mesmos, e sempre os mesmos que todos conhecemos e não o podemos negar, e que estão sempre na origem do quede mal acontece para viverem à tripa forra, nos impingiram.
Posto isto e dado realmente não ter na minha mão a solução, porque essa está nos poderes, só tenho qu eme disponibilizar, seja pela escrita, seja mesmo pela vinda para a rua, por vontade própria e por convicção, juntar-me aqueles que me convencerem de forma honesta a actuar junto com eles para tentar que as coisas mudem em vez de ficar comoda e covardemente instalado de pantufas na minha zona de conforto à espera que os frutos me venham ter à mão sem eu fazer o que quer que seja para isso, porque é o que acontececom os acomodados que “pensam” que estarão sempre muito bem na vida e por isso não se dispõem afazer o que quer que seja e quando abrem a boca é só para defenderem o seu status quo.
Posto isto e dado realmente não ter na minha mão a solução, porque essa está nos poderes, só tenho qu eme disponibilizar, seja pela escrita, seja mesmo pela vinda para a rua, por vontade própria e por convicção, juntar-me aqueles que me convencerem de forma honesta a actuar junto com eles para tentar que as coisas mudem em vez de ficar comoda e covardemente instalado de pantufas na minha zona de conforto à espera que os frutos me venham ter à mão sem eu fazer o que quer que seja para isso, porque é o que acontececom os acomodados que “pensam” que estarão sempre muito bem na vida e por isso não se dispõem afazer o que quer que seja e quando abrem a boca é só para defenderem o seu status quo.
Mas, atenção, que não é vir para a rua gritar “a luta continua”, mais outras frases feitas e gastas e acabar com uma sardinhada, uma churrascada, uns copos e os bombos dos zés pereiras a animar a festa. Tem de ser assunto mais sério e nós, como ex-combatentes, sabemos que… quem vai à guerra dá e leva, mas também sempre foi assim.
Atentem no que foi a Primavera dos Povos em meados do século XIX. Tenho pena de não ter o endereço do Henrique para lhe transmitir um abraço de solidariedade. Abração a todos, CR
Atentem no que foi a Primavera dos Povos em meados do século XIX. Tenho pena de não ter o endereço do Henrique para lhe transmitir um abraço de solidariedade. Abração a todos, CR
(xviii) Fernando Súcio, 13/9/2012
O que devemos fazer é e dar-lhe continuidade, não desistir de forma nenhuma, pelo contrário devemos-nos empenhar, ainda com mais força,e avançar, sempre em frente, deteminados.
um grande abraço a todos.
fernando súcio,
(xviii) Belarmino Sardinha, 15/8/2012
(...) O blogue, tal como o vi e vejo ainda, serve para os militares que estiveram na Guiné como combatentes ou os seus familiares, por lhes terem feito companhia, ou trazerem à nossa memória a lembrança daqueles que já nos deixaram. Serve para que se contem as suas histórias e passagens mais ou menos romanceadas. Serve para se falar da Guiné, das suas gentes e culturas. Serve para lembrar a este povo que ainda existem pessoas vivas quelutaram pela Pátria. Serve para mostrar que nos encontramos unidos por uma mesma causa…
(...) O blogue, tal como o vi e vejo ainda, serve para os militares que estiveram na Guiné como combatentes ou os seus familiares, por lhes terem feito companhia, ou trazerem à nossa memória a lembrança daqueles que já nos deixaram. Serve para que se contem as suas histórias e passagens mais ou menos romanceadas. Serve para se falar da Guiné, das suas gentes e culturas. Serve para lembrar a este povo que ainda existem pessoas vivas quelutaram pela Pátria. Serve para mostrar que nos encontramos unidos por uma mesma causa…
Quanto ao tornar este blogue como um movimento político onde se discutem opiniões estritamente políticas, demagógicas, com interesses partidários e outros que se escondem por detrás, sou frontalmente contra, seria acabar com o que temos, pese o facto de nem sempre estarmos de acordo. Não será já isso suficiente? Não existe já bem definida a política na forma como cada um se expressa?
Na verdade e para ser sincero, não aprecio minimamente qualquer partido político ou qualquer político profissional. Quando se deixa de ser livre para respeitar as decisões dos órgãos de um qualquer partido, mais não se é que uma marioneta à procura de uma oportunidade, perdeu-se a liberdade, aquela por que todos dizem ansiar e nada tem isso que ver com solidariedade ou espírito de grupo, companheirismo ou o que lhe decidam chamar…
Acredito cada vez mais nos homens, sejam de direita ou esquerda, naquilo que fazem e nãonaquilo que dizem querer ou prometem fazer. Acredito no serviço público praticado sem contrapartidas, por aqueles que a ele se dedicam sem fazer dele carreira, apenas como missão de serviço a que todos estamos obrigados…
Enfim, havia aqui conversa para um sem número de horas, dias, meses ou até anos… Voltando ao teu blogue, ao nosso blogue, volto a referir que estou contigo, não vejo como bom alargá-lo à política pura e dura, existem entre aqueles que nele estão, por certo, elementos disciplinados partidariamente e outros que levaria a fricções insanáveis. A nossa política, onosso espírito de grupo, a nossa solidariedade, a nossa missão deverá ser levar a cabo a lembrança de que houve guerra, o registo para memória futura, como é moda dizer-se, a Guiné foi o nosso centro e os nossos camaradas, vivos ou mortos são e devem ser a nossa razão.
Espero ter sido suficientemente claro, desculpa se me alonguei. Um abraço, BS
(xix) Torcato Mendonça, 18/9/2012 [, comentário ao poste P10402 *]
(...) Por razões pessoais, não relevantes para o Blogue, não tenho seguido com a habitual atenção o que aqui se escreve. Sinceramente espero vir a fazê-lo. Sem me adiantar muito, sem esperar pela parte II, penso que este tema já foi aqui suficientemente debatido.Há regras e há a vontade colectiva de dar continuidade ao "escrito" primeiro, á base que lançou este projecto. Já estou por aqui há mais de seis anos, muitos sabem o meu pensamento politico e muitos sabem também que tento ao máximo respeitar a pluralidade opinativa.
Falar de politica aqui? NÃO ! Menos agora nestes tempos de pouca serenidade. O objectivo do Blogue está definido, quem aqui está conheço-o. Pois sigamo-lo então.
Nada mais ou vou dizer só: a Net está cheia de blogues que tratam desses assuntos, de assuntos de ex-combatentes e de politica e saudosismos, etc. Quem quiser pode participar neles. Contudo respeito opiniões diferentes da minha e fico por aqui. (...),
Espero ter sido suficientemente claro, desculpa se me alonguei. Um abraço, BS
(xix) Torcato Mendonça, 18/9/2012 [, comentário ao poste P10402 *]
(...) Por razões pessoais, não relevantes para o Blogue, não tenho seguido com a habitual atenção o que aqui se escreve. Sinceramente espero vir a fazê-lo. Sem me adiantar muito, sem esperar pela parte II, penso que este tema já foi aqui suficientemente debatido.Há regras e há a vontade colectiva de dar continuidade ao "escrito" primeiro, á base que lançou este projecto. Já estou por aqui há mais de seis anos, muitos sabem o meu pensamento politico e muitos sabem também que tento ao máximo respeitar a pluralidade opinativa.
Falar de politica aqui? NÃO ! Menos agora nestes tempos de pouca serenidade. O objectivo do Blogue está definido, quem aqui está conheço-o. Pois sigamo-lo então.
Nada mais ou vou dizer só: a Net está cheia de blogues que tratam desses assuntos, de assuntos de ex-combatentes e de politica e saudosismos, etc. Quem quiser pode participar neles. Contudo respeito opiniões diferentes da minha e fico por aqui. (...),
(xx) JERO [, aliás, o último monge de Alcobaça...], 19/9/2012
[, comentário ao poste P10402 *]
(...) Em minha opinião o nosso Blogue não deve encaminhar-se no sentido de ser um fórum político. Poderia, em pouco tempo, perder-se um património único de memórias que custou tanto a recolher. E a esse extraordinário trabalho de recolha seguiu-se uma notável divulgação graças a uma extraordinário conjunto de boas vontades.
Como refere o Hélder Sousa …«para expor teses político-partidárias existe o Facebook. É de leitura mais rápida, pode-se 'amandar' bocas à vontade e há à disposição para todos os gostos». Neste ponto estou particularmente à vontade para opinar pois tornei-me nos últimos tempos um “face-ò-dependente”.
(...) Em minha opinião o nosso Blogue não deve encaminhar-se no sentido de ser um fórum político. Poderia, em pouco tempo, perder-se um património único de memórias que custou tanto a recolher. E a esse extraordinário trabalho de recolha seguiu-se uma notável divulgação graças a uma extraordinário conjunto de boas vontades.
Como refere o Hélder Sousa …«para expor teses político-partidárias existe o Facebook. É de leitura mais rápida, pode-se 'amandar' bocas à vontade e há à disposição para todos os gostos». Neste ponto estou particularmente à vontade para opinar pois tornei-me nos últimos tempos um “face-ò-dependente”.
Vamos manter este nosso espaço isento e apolítico. Digo eu com inteiro respeito por outras opiniões que não coincidam com a minha. (...)
_______________Nota do editor:
Último poste da série > 18 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10402: O Nosso Livro de Estilo (5): O que fazer com este blogue ? (Parte I) : Depoimentos de H. Cerqueira, L. Graça, A. Branquinho, J. Manuel Dinis, J. Mexia Alves, J. Amado, Manuel L. Sousa, José Martins, Hélder Sousa e Eduardo Estrela
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quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Guiné 63/774 - P10408: Ser solidário (136): Vamos arranjar uma sepultura condigna para o senhor Coronel Inf.ª Carlos Alberto Wahnon Mourão da Costa Campos (Carlos Jorge Pereira)
1. Mensagem do nosso camarada Carlos Jorge Marques Pereira, ex-Fur Mil IOI, COP 3 (Bigene e Guidaje, 1972/74), com data de 15 de Setembro de 2012:
Camarada Luis Graça:
Venho por seu intermédio solicitar que na sua lista de contactos ou por intermédio do seu blogue, transmita este meu apelo.
Obrigado
Carlos Jorge Marques Pereira
Ex-Fur Mil IOI - COP 3 - 1972-1974
Bigene- Guidage
carlosjmpereira@hotmail.com
APELO
No passado mês de Agosto, fui mais uma vez visitar o nosso antigo Comandante Sr. Coronel de Infantaria CARLOS ALBERTO WAHNON MOURÃO DA COSTA CAMPOS que se encontra sepultado em Sesimbra.
Fez este ano, em 8 de Agosto, seis anos que o mesmo faleceu e a sua sepultura abandonada desde essa data.
Dentro de um ano os seus restos mortais irão ser levantados e, caso não sejam reclamados pelos familiares, serão transferidos para uma vala comum.
Por essa razão, apelo a um ou dois antigos colaboradores e amigos do nosso Comandante e amigo que se juntem a mim, para falarmos com a família e caso não mostrem interesse, sermos nós a tratar e a pagar uma sepultura condigna e perpétua.
Para o efeito devem contactar-me para delinearmos a estratégia.
Ex-Fur Mil IOI- Pereira
carlosjmpereira@hotmail.com
Bigene e Guidaje 1972-74
____________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 5 de Setembro de 2012 > Guiné 63/774 - P10333: Ser solidário (135): A Tabanca Pequena - Grupo de Amigos da Guiné-Bissau vai realizar um Encontro no dia 22 de Setembro de 2012, a partir das 12h00, no Monte dos Burgos - Matosinhos
Camarada Luis Graça:
Venho por seu intermédio solicitar que na sua lista de contactos ou por intermédio do seu blogue, transmita este meu apelo.
Obrigado
Carlos Jorge Marques Pereira
Ex-Fur Mil IOI - COP 3 - 1972-1974
Bigene- Guidage
carlosjmpereira@hotmail.com
APELO
No passado mês de Agosto, fui mais uma vez visitar o nosso antigo Comandante Sr. Coronel de Infantaria CARLOS ALBERTO WAHNON MOURÃO DA COSTA CAMPOS que se encontra sepultado em Sesimbra.
Fez este ano, em 8 de Agosto, seis anos que o mesmo faleceu e a sua sepultura abandonada desde essa data.
Dentro de um ano os seus restos mortais irão ser levantados e, caso não sejam reclamados pelos familiares, serão transferidos para uma vala comum.
Por essa razão, apelo a um ou dois antigos colaboradores e amigos do nosso Comandante e amigo que se juntem a mim, para falarmos com a família e caso não mostrem interesse, sermos nós a tratar e a pagar uma sepultura condigna e perpétua.
Para o efeito devem contactar-me para delinearmos a estratégia.
Ex-Fur Mil IOI- Pereira
carlosjmpereira@hotmail.com
Bigene e Guidaje 1972-74
____________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 5 de Setembro de 2012 > Guiné 63/774 - P10333: Ser solidário (135): A Tabanca Pequena - Grupo de Amigos da Guiné-Bissau vai realizar um Encontro no dia 22 de Setembro de 2012, a partir das 12h00, no Monte dos Burgos - Matosinhos
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