domingo, 16 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11712: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (17): Monte Real, 8 de junho de 2013 (Parte V): Manuel Luís Lomba, autor do livro, "Guerra da Guiné: A batalha de Cufar Nalu" (edição, de 2012, Terras de Faria Lda, Faria, Barcelos) e outros camaradas e amigos que nos honraram com a sua presença


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > O João Marcelino (Lourinhã) e o Manuel Vaz (Póvoa de Varzim)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > Da esquerda para a direita, o Tó Zé (Pereira da Costa, a Maria João e o marido, Jorge Araújo.



Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  O João e a Celestina Sesifredo, do Redondo... O João foi 1º Cabo no Pel Nat Caç 52, no Mato Cão, no tempo do Joaquim Mexia Alves.. Já o convidámos para integrar a nossa Tabanca Grande.


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > O Manuel Luís Lomba e o filho, Luís Manuel, que vieram de Faria, Barcelos. O Manuel Luís Lomba é autor do livro, "Guerra da Guiné: A batalha de Cufar Nalu". A edição, de 2012, é de Terras de Faria Lda, Faria, Barcelos (341 pp.)




Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  Diamantino Varrasquinho e a mulher Maria José,  de Ervidel, Aljustrel... "Foi 'meu' Furriel no 52 no Mato Cão", acrescenta o Joaquim Mexia Alves.


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > A família do António Santos (Caneças / Odivelas): na foto só aparece a Graciela, mais a filha, o genro e as netas. Três gerações!


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > A Margarida Peixoto (à esquerda), que veio de Penafiel (mais o Joaquim); e a Joaquina Carmelita, esposa do nosso camarada Manuel Carmelita (Vila do Conde).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > O Ernestinmo Caniço, ao centro, comandante do Pel Rec Daimler 2208; à sua direita, o António Proença e à sua esquerda esquerda o Carlos Pinto.


 Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > O "alfero Cabral", em grande plano; em plano secundário, a filha do António Santos e o marido.


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > Diz o Josema (Zé Manuel Lopes) para o Zé Manuel Cancela: "Sabes, estou cansado de fazer vinhos de cinco estrelas e não ter mercado para os escoar... Trouxe o carro cheio e levo-o meio cheio, de volta... Ficam aqui os meus contactos, para quem ainda não conhece o Pedro Milanos da Quinta Sra da Graça, da região demarcada do Douro: Quinta Senhora da Graça - S. João de Lobrigos, 5030 429 Santa Marta de Penaguião, telem. 916 651 639".

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados.

Guiné 63/74 - P11711: FAP (72): Eu, periquito, me confesso... (António Martins de Matos, ex- ten pilav, BA12, Bissalanca, 1972/74)

1. Mensagem de ontem do nosso camarada António Martins de Matos, ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74, atualmente ten gen pilav ref

Eu periquito me confesso
por António Martins de Matos

Disse o Luís Graça no seu discurso de boas-vindas do nosso último encontro [, em Monte Real, 8 de junho passado,] que tínhamos no nosso convívio uma série de novos periquitos.

Sinal de vitalidade, alguns dos novos a chegarem, só que não ouvi os habituais PIUs, tão característicos da recepção aos maçaricos por aquelas terras onde andámos. 

Sinal de velhice?

Alzheimer?

Estarei a ficar surdo?

É certo que já somos todos sessentões mas que diabo, um periquito é um periquito e, por mais airoso que seja, … tem de ser devidamente enquadrado. Este pensamento levou-me a recordar os meus tempos de Periquito na Guiné.

Eu, tenente piloto aviador dos jactos, embarquei para a minha comissão num DC-6, no Figo Maduro e na madrugada de 10 de Maio de 1972.

Algo que muitos teimam em não reconhecer mas que vem descrito nos compêndios da especialidade, uma guerra de guerrilha nunca se ganha nem se perde pela via militar, só termina com uma decisão política, (esperem um pouco, esta verdade vai mais uma vez ser confirmada no Afeganistão de 2013), estava absolutamente convencido que faria mais comissões, razão pela qual e podendo ter sido nomeado para Luanda me tinha oferecido para a Guiné, a ideia era começar pelo pior, depois logo se veria…

O voo foi sem história, até já conhecia a África das areias, só que, ao abrirem a porta do DC6..., cum caneco!, o calor e cheiro à África dos trópicos a entrarem-me pelas narinas.

Alguém me tinha ido esperar ao Terminal e logo me conduziu ao meu novo local de trabalho, o Grupo Operacional 12 e Esquadra 121 da Base, à chegada ouvi um ou outro PIU, nem sabia o que isso era.

Apresentações feitas às Entidades competentes e logo me deram um alojamento na Base, uns 9m2, uma cama de ferro, uns caixotes pintados de branco a fazerem de prateleiras tipo Móveis 3K e uma ventoinha que fazia um barulho semelhante a uma batedeira de bolos e que motivou a minha primeira decisão em terras africanas, comprar em Bissau e na “Casa Pintosinho” uma nova e silenciosa ventoinha que me deixasse dormir.

No dia seguinte à chegada lá vesti o meu fato de voo, emblema dos Falcões bem visível “à cause des mouches”, apresentei-me no Grupo 12, só aí é que percebi que aqueles PIUs insistentes que ia ouvindo me eram destinados !!!!

Piloto dos jactos, reacções rápidas, logo tentei cortar o mal pela raiz, apontei a um Furriel que acabara de “Piar”, o homem assustou-se quando viu um Tenente a vir na sua direcção, ao chegar ao pé dele perguntei-lhe algo que nada tinha a ver com a situação... Nunca mais houve PIUs e … fiz um amigo.

Mas sejamos claros e aqui que ninguém nos ouve, todo e qualquer militar que chegasse à Guiné, independentemente dos PIUs e correlativos e até ficar completamente à vontade naquelas terras (e ares), era um completo…Periquito.

A adaptação não era só em relação à guerra mas sim a tudo o que o rodeava, até mesmo o andar por Bissau era também algo de “misterioso e preocupante”, nos primeiros dias até fui armado com uma Walter PPK, sabia lá se havia algum turra à porta do Pelicano ou do Solar do Dez?

E, falando do Pelicano, dizia-me um piloto velho: “ Vamos comer uns Ninhos”?... Ninhos? Que raio de porcaria seria essa?

E uma ida às ostras? Eu até gostava do marisco, estava habituado a comer um prato delas (6) ali para os lados da Solmar ou da Portugália, abertas e com gelo, o susto que apanhei quando me puseram à frente um facalhão e uma travessa a fumegar cheia de pedras, tive que aprender como se comiam aqueles conglomerados.

Muitas outras coisas me foram sendo ensinadas pelos velhos, o uso do Lion Brand, não beber água da torneira, as pastilhas de sal e de quinino, as diferenças entre a bagaceira, o brandy e o whisky...

O ser periquito também tinha algumas vantagens, observava-se o ambiente sem ideias pre-concebidas ou segundas intenções, logo ao segundo dia constatei que o PAIGC podia terminar a guerra de um dia para o outro, bastava dar uma bazokada na carrinha dos pilotos que todos os dias seguia às 19:00 para Bissau e regressava às 21:00, de um só golpe acabavam com a acção da FAP.

Periquito mas não parvo, de imediato e apesar de não ter a respectiva carta de condução, comprei uma moto, uma Yamaha 200, linda de morrer, 16 notas da Metrópole, lá no meio do escuro da estrada Bissau-Bissalanca até podia ser comido por uma jibóia mas bazokada é que não me acertava.

Ao terceiro dia de comissão estreei-me a dormir no mato, em Pirada, algo que a maior parte dos velhos nunca tinham feito, claro que não disse aos FTs locais que era um PIRA acabado de chegar….nem eles me perguntaram, estavam preocupados com a situação do momento já que o comerciante local (Mário Soares de seu nome, nada a ver com o outro) se tinha ausentado, quando ele se ausentava era sinal divino e misterioso que podiam “embrulhar”, felizmente nessa noite nada aconteceu.

Depois foi o aprender a voar DO-27, “só podes levar 350 kg de carga”, logo a pergunta confusa mas pertinente do PIRA: “Há balanças no mato? Como é que peso a carga?”

“Não pesas, como regra e por cada passageiro contabilizas 70kg, podes levar 5, ou então 4 e umas malas, ou...vais fazendo as contas, se forem fusos e como na Marinha comem bem melhor que nos restantes quartéis, fazes 90 kg por cabeça".

"Antes de descolar e já que algum pessoal julga que um avião é parecido com uma Berliet, tens sempre de voltar a contar as cabeças não vá aparecer-te um passageiro clandestino”.

A minha primeira missão operacional de DO-27 foi levar 4 belos Coronéis de Bissau a Tite e Fulacunda, os seus temores ao constatarem que estavam na presença de um PIRA Aviador, apenas descolados de Tite e não fosse o PIRA perder-se, já todos apontavam com o dedo a direcção de Fulacunda, melhor sistema de navegação não podia existir.

A minha aprendizagem durou algum tempo, queixavam-se os do Exército que iam mal preparados para o Ultramar, a primeira vez que larguei uma bomba real foi… na Guiné, até essa data apenas tinha largado bombas de treino (e esta, heim?).

As primeiras impressões de voo na Guiné também foram estranhas, não se enxergava um palmo diante do nariz pelo que me parecia estar a voar num grande território, era o final da época seca, logo vieram as chuvas e fiquei com a ideia que o território tinha encolhido. E depois havia alguns temas que me faziam sentir um autêntico PIRA, em termos de reconhecimento do terreno não conseguia ver nada do que os pilotos mais batidos viam, eles bem se esforçavam por me mostrar o que estava por baixo da floresta mas os meus olhos não conseguiam focar para além da copa das árvores, era tudo verde, o resto ficava difuso.

Só quando passados alguns meses e na área do Morés finalmente consegui enxergar umas palhotas dissimuladas no meio da floresta, então sim, dei o treino por terminado, tinha deixado de ser PIRA e entrado directamente para a categoria de Velho.

Para o final da comissão todo o pessoal mais antigo acabava por ter uma nova tarefa, acolher os novos PIRAS, tentar tirar-lhes as dúvidas e receios, transmitindo-lhes um pouco da experiência acumulada, o circulo a completar-se.

E, como tudo na vida, se a maior parte dos PIRAS lá ia assimilando os conselhos dos mais velhos, também havia aqueles que, por razões desconhecidas, chegavam dizendo já saberem tudo de tudo… nunca seriam PIRAs!

Foram esses que identificaram bases de morteiro onde só havia… eiras de arroz!

Também foram esses que, em grande alvoroço, identificaram marcas de blindados anfíbios a saírem do rio Cacheu.

A observação posterior de um velho concluiu que, a ser um blindado tinha de ser do tipo bicicleta, já que havia apenas um “rodado”.

Mais tarde e depois de grande azáfama concluiu-se que o “rodado” pertencia às marcas que um crocodilo tinha deixado ao sair do rio em direcção à margem.

Passou a ser conhecido como “O Crocodilo”.

Há muitos anos que a guerra terminou…

O tempo foi passando…

Já não há ninguém que me ensine…

Tenho saudades de ser PIRA
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Nota do editor:

Último poste da série > 14 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11703: FAP (71): O AL III faz 50 anos de operação e eu gostaria de saber como se fazia a Instrução da sua pilotagem na época (Fernando Leitão, ten cor pilav, Área de Ensino Específico da Força Aérea, Instituto de Estudos Superiores Militares) 

sábado, 15 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11710: Blogpoesia (345): Estou vivo (Ernesto Duarte)



1. Mensagem do nosso camarada Ernesto Duarte (ex-Fur Mil da CCAÇ 1421/BCAÇ 1857, Mansabá, 1965/67) com data de 27 de Maio de 2013:

Cumprimentando todos os meus amigos do blogue
Cumprimentando todos os meus ex-camaradas
Eu atrevo-me a escrever duas linhas
Para dizer que estou vivo
E sempre revoltado, contra a fórmula deste mundo
Eu não sou nada
Eu não sou ninguém
Estou cansado
Muito cansado
Estou intranquilo, algo me incomoda
Morro de saudades do que vivi
Morro de saudades do que não vivi
Quero olhar só a beleza das rosas,
Mas só vejo figuras desuni formes, medonhas
Ou talvez sejam políticos
Metem medo, suas fisionomias quadradas
Fazem lembrar portas de crematórios
Que em resultado das novas tecnologias e redução de custos
Só passarão a aceitar utentes que se desloquem pelos seus meios
São sempre escuros como as longas noites de temporal
Até os relâmpagos são escuros,
As estrelas são escuras
Não iluminam a noite, queimam a noite
No meio dessas figuras desuni formes medonhos
A minha serra chama por mim
Eu parto
O passo é incerto, por caminho duro e pedregoso
Sofro da bebedeira da idade
E da falta de força por muito ter andado
Deixo para trás casas conhecidas, com gente estranha
Tudo mudou, eu mudei
No meu olhar não consigo ver a beleza das rosas
Só vejo os seus bicos enormes
Aliados ás figuras medonhas,
Ás figuras de morte
Continuo a andar
O passo é cada vez mais incerto, mais lento, já é trôpego
É já com muita dificuldade que continuo a subir a minha serra
Já não tem pássaros
Só tem insectos
Insectos enormes, alimentam-se de restos humanos
A velha fonte já não existe
A pedra que servia outrora de banco, está lá e ri-se
A árvore enorme em sua frente de quem tinha ciúmes
As pessoas sentavam-se mais pela sombra, do que pelo conforto do assento
Está moribunda
Tem muitos braços já mortos
Os poucos que ainda tem estão quase sem folhas
O cenário já não é alegre, é triste
É triste como eu e tudo ali é um cenário fúnebre
Não passa ninguém
Está deserto
Há muitos anos atrás sentava-me ali e pensava
Sentava-me ali e pensava que ia partir
Que mais amanhã mais depois ia partir para o Ultramar
Se não voltasse quantas saudades iria ter de aquele sitio
Como eram dolorosos esses pensares
Tocaram-me balas na pele
Vi muita violência, desnecessária
Toda a violência é desnecessária
Vi muito sofrimento
Vi muito sangue
Vi muita lágrima derramada
Chegou a abençoada hora do regresso
E eu acreditei no mundo melhor
Vibrei com os grandes inventos para o bem da humanidade
Vibrei com todas as máquinas que iam aparecendo
Para tirar o trabalho ao homem
Estava já muito esquecido o sofrimento dos outros tempos
E aquela terra amada e odiada lá ia
Mas hoje aqui sentado na minha pedra
Onde foi meu cenário de sonho e esperanças
Eu trémulo, mas hei-de vender o último suspiro
Eu digo outra vez com os olhos rasos de lágrimas e cheios de saudade
Deixando um cumprimento fraterno a todos os camaradas
A todos os camaradas e amigos
Quarenta e muitos anos depois ai estamos
Digo a alegria de voltar não tem descrição
É indescritível, só quem a viveu, a pode entender
Mas aquela parte em que deveríamos ter contribuído para um mundo melhor
Onde ficou
Toda a tecnologia que vimos nascer
E que acarinhamos
Penso que não correspondeu às expectativas
De povos carentes e com dificuldades
Penso que a nós, a muitos de nós particularmente já mais perto do fim
Levamos um pontapé dado com outra bota talvez,
Mas da mesma grandeza daquele
Que levamos já há muitos anos atrás
Oxalá que seja eu que estou num mau observatório
E estou a ver tudo errado.

Ernesto Duarte
Mansabá 
Mores – Oio

Foto: Natura Algarve, com a devida vénia
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Nota do editor

Último poste da série de 11 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11691: Blogpoesia (345): War is over, baby [ A guerra acabou, querida] (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P11709: Memória dos lugares (235): Cobumba e a trágica realidade das minas (António Eduardo Ferreira)

1. Em mensagem do dia 30 de Abril de 2013, o nosso camarada António Eduardo Ferreira (ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493/BART 3873, MansamboFá Mandinga e Bissau, 1972/74) enviou-nos três fotos que retratam a trágica realidade que foram as minas anticarro e antipessoais.

Camarada e amigo Carlos
Recebe um abraço e votos de boa saúde.

Hoje decidi enviar fotos de três das quatro viaturas que a nossa companhia levou para Cobumba, todas foram destruídas por minas.

Viatura Berliet 

Era conduzida pelo condutor José de Sousa, uma vez mais a “sorte esteve com ele”, foi a segunda que lhe calhou, a primeira tinha sido em Mansambo, de ambas saiu ileso, se da primeira vez houve feridos graves, um colega ficou sem um pé, o furriel Ferreira, desta vez ia acompanhado só por um cozinheiro. Foram os dois pelos ares assim como o recipiente onde levavam o café para dois pelotões da nossa companhia que estavam a cerca de quatrocentos metros da cozinha, mas ficaram-se pelo susto, que não terá sido pequeno.

Berliet 

Era conduzida pelo furriel mecânico, havia chegado há poucas horas de férias da metrópole, também sofreu “apenas” o susto, talvez tenha percebido ali, porque nós em Mansambo queríamos tanto pôr sacos com terra, ou areia, debaixo dos assentos e ele não deixou…

Unimog 404 

Resultaram feridos graves, entre eles, o popular periquito, o condutor não sofreu consequências físicas. Nesta foto ao fundo, podem ver-se algumas casas que a nossa companhia andava a construir para a população de Cobumba.

Para a coleção falta a viatura nº4, Unimog 404 também destruída por uma mina, entretanto foi reparada e voltou ao serviço.
Imagens que a esta distância no tempo ainda causam calafrios a muitos de nós, mas foi uma realidade com que a maioria daqueles que passaram pela Guiné teve que conviver.

António Eduardo Ferreira
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Nota do editor

Último poste da série de 19 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11594: Memória dos lugares (234): Bassarel, na zona de acção do CAOP-1 (Jorge Picado)

Guiné 63/74 - P11708: Humor de caserna (35): Estou a fazer voar o meu pensamento (Tony Borié) (8): T-shirt das pretas

1. Em mensagem do dia 18 de Maio de 2013, o nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66), enviou-nos mais este pensamento voador... "T-shirt das pretas".




Seguindo o ditado que diz:
- Vale mais uma boa foto, do que mil palavras!

O Cifra, hoje vai dirigir-se, não só aos amigos antigos combatentes, mas também às pessoas que não acreditam no que lhe dizem, aquelas que andam sempre desconfiadas, que só o que vêm é que é verdade, como se explicou no princípio, vale mais uma boa foto do que mil palavras, portanto vamos primeiro “falar a tal mentira”, que é todo aquele blá, blá, blá que diz que, para os que vivem no mundo onde se fala inglês, vão dizer, com toda a certeza:
- The history of sweatshirts, or “T shirts” of Lola has to be true!

No mundo onde se fala francês, dizem:
- L’histoire des pulls molletonnés, des chemises ou “T” de Lola doit être vrai!

Onde se fala germânico, friamente dizem:
- Die Geschichte des Sweatshirts oder “T-Shirts” von Lola muss wahr sein!

No mundo que se fala espanhol, entre dois ou três “zzz”, dizem:
- La historia de las camisetas, o “camisetas” de Lola tiene que ser verdad!

Os chineses, põem os pauzinhos de parte, se estiverem a comer, e depois dizem:


Perceberam? Não? Deixem lá, pois o Cifra, também não percebeu, pois tem alguma dificuldade em pronunciar, os pontos e as vírgulas!

E nós portugueses, dizemos:
- A história das camisolas, ou “T shirts” da Lola, tem que ser verdadeira!

Sim é verdade, o senhor Aniceto quando era novo, percorreu todas aquelas savanas e bolanhas da Guiné, sempre de G3 em posição de tiro, carregado de granadas, às vezes sem comer, e com o camuflado roto e todo molhado, claro, na altura não lhe fazia grande diferença, mas hoje o reumatismo e não só, não lhe dão descanso e tem que visitar o doutor mais vezes do que o normal. Numa dessas visitas, a Lola, a empregada do doutor que está a atender as pessoas, depois de lhe dar os bons dias, com todas aquelas perguntas de “chacha”, que é normal as empregadas de doutor fazerem sempre que se vai a uma consulta, diz-lhe, assim com um ar “malandrote”, pois era verão e o senhor Aniceto ia vestido com o seu inseparável casaco comprido, gravata e chapéu na cabeça:
- Senhor Aniceto, estão a vender camisolas, daquelas “T shirts”, na loja das miudezas, vendem 6 por 1 euro!


Ele logo respondeu, depois de tossir, pois andava com um certo piarro na garganta:
- Isso é mentira!

Claro, a Lola que também trabalhava umas horas ao sábado, na loja de miudezas, que era uma espécie de armazém, daqueles antigos, que ainda vendia pano riscado e flanela à peça, assim como botões, rendas e “ritrós”, que as senhoras com menos posses ainda compravam para colocarem nas suas roupas interiores, sabia que os patrões tinham recebido uma grande encomenda dos “chineses”, de camisolas, ou seja as ditas “T shirts”, em todas as cores e que agora vendiam em saldo. Algumas pessoas até lá iam e compravam em quantidades industriais, para depois colocarem nas ditas “T shirts”, desenhos e legendas, como por exemplo, “Sou boa, mas não voo”, ou colocavam a fotografia de alguns políticos e depois a legenda, “não preciso de sexo, pois este gajo, fo.... todos os dias, com a subida de impostos”, ou mesmo até legendas como esta, “são lindas e grandes, mas ainda não estão maduras, portanto não as podes comer”, enfim toda a espécie de legendas que às vezes até provocavam as pessoas.

Vai daí, pensou e zás, ao outro dia, que era domingo, quando o senhor Aniceto estava com o genro a fazer horas para o almoço, sentado no banco do jardim a ler as últimas que vinham no jornal desportivo que tinha trazido do café da esquina, ela a Lola, passa por lá abre o casaco fino, pois era verão e mostralhe a “T shirt”, que por sinal era das pretas.


O senhor Aniceto ficou aí a saber que era verdade.
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Nota do editor

Último poste da série de 18 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11588: Humor de caserna (34): Estou a fazer voar o meu pensamento (Tony Borié) (7): Era bom que fôssemos todos vivos passados que são 50 anos

Guiné 63/74 - P11707: Estórias cabralianas (78): A Justiça da Velha Mandinga (Jorge Cabral)

1. Mais um história do alfero Cabral [, foto à esquerda no Xime, junto a uma LDG]... Como sempre, com subtil ironia e com uma lição moral no "mural"  ao fundo... Obrigado, alfero. Que os velhos irãs de Fá e de Missirá te paguem, nesta vida, já que na outra, dizem,  não há fiados...

Da Praia da Areia Branca,  aproveitando a liberdade de navegar à borla na Net, com um xicoração, extensível à tua amiga e ex-aluna Anabela Martins, que foi muita querida mandando-nos, pelo correio, mais duas "estórias cabralianas"...

 2. Estórias cabralianas (78) > A Justiça da Velha Mandinga

por Jorge Cabral

Em Agosto de 1969, nasceu a minha sobrinha Maria João e logo fui nomeado padrinho, tendo sido marcado o baptizado para Janeiro de 1970, nas minhas férias.

Numa sortida a Batatá, comprei um boneco, coisa fina, talvez de origem francesa, para levar como prenda. Parecia mesmo um bébé, de bochechas rosadas, com fralda e biberon. Guardei-o na mesa de cabeceira, mas às vezes mostrava-o às meninas da Tabanca, que frequentavam a escola.

Na véspera da minha partida de licença, ao fazer a mala, dei por falta do boneco, pelo que comprei outro em Bissau. Vim, voltei e nunca mais me lembrei do assunto.

Quase um ano depois, andava eu a fazer as despedidas na Tabanca de Fá Mandinga, pois ía para Missirá, vi o boneco nas costas de uma miúda, bem preso com um pano, como se fosse um verdadeieo bébé.

Eu vi e uma velha viu que eu vi. Claro que não disse nada. A bajudinha ía tão feliz...

No dia seguinte chamaram-me à Porta de Armas. Uma mulher grande,  muito velha queria falar com o Alfero. Vinha trazer-me um belo cabrito... que comemos ao jantar.

À mesa o Cabo Freitas comentou:
 – Agora que vamos embora é que nos dão cabritos. Isto é gente maluca, meu Alferes!...

Jorge Cabral
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Nota do editor:

Último poste da série > 18 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11586: Estórias cabralianas (77): As bagas da Dona Binta e os seus efeitos... secundários (Jorge Cabral)

Guiné 63/74 - P11706: Os nossos médicos (48): O BCAÇ 1887 (1966/68) tinham três médicos, mas a minha CCAÇ 1546 não chegou a ter nenhum em permanência... Um deles era o dr.João Gomes Pedro, mais tarde ilustre pediatra no Hospital de Santa Maria e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (Domingos Gonçalves)


 1. Mensagem de Domingos Gonçalves (ex-Alf Mil da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68),


Data: 14 de Junho de 2013 às 16:15

Assunto: Médicos

Prezado Luís Graça:

Saúde para ti, e familiares.

Sobre os médicos militares envio-te a seguinte informação, que poderás utilizar, caso o entendas conveniente:

(i) O meu batalhão, o BCAÇ 1887,  tinha três médicos.

(ii) A minha companhia, a  CCAÇ 1546 não chegou a ter, em permanência, qualquer médico, embora um dos três, no papel, lhe estivesse ligado.

(iii) Logo no início da comissão, durante os cerca de quinze dias que permaneci em Buruntuma, convivi com o médico da companhia lá estacionada. Chamava-se Dr. Reis. O nome completo nunca o soube. Era natural da zona de Setúbal, e penso que,  antes da incorporação no exército, era cirurgião. Era um profissional competente, e uma pessoa de muito bom feitio. Tinha, já, uma certa idade.

(iv) Em Nova Lamego convivi com o médico do batalhão lá estacionado, Dr. Sampaio e Melo. Penso que na altura era clínico geral. Mais tarde foi oftalmologista no Hospital de Santo António, no Porto.

(v) Em Fá tive contactos muito esporádicos com o médico colocado no BCAÇ 1888 (?). Não lhe recordo o nome, nem a especialidade. Era um jovem profissional competente e frontal.

(vi) Os três médicos pertencentes ao batalhão a que pertenci eram os seguintes: (a) Dr. João C. Gomes Pedro. Penso que na altura era, ainda, clínico geral. Foi, quando passou à vida civil, - e continua a ser -, um insígne professor de pediatra [no Hospital de Santa Maria e na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa]. Como pessoa, apenas posso referir que era um homem excepcional. (b) Os outros dois médicos chamavam-se: Carlos Alberto, um, e Adão, outro.

(vii) As condições em que trabalhavam eram precárias, quer no que respeita a instalações, quer no que respeita a medicamentos, ou outro material médico. Regra geral, mesmo não sendo santos, às vezes conseguiam fazer milagres. Num relatório sobre diversas matérias, o comandante do batalhão a que pertenci, queixava-se." No Serviço de Saúde há grandes atrasos na recepção dos medicamentos, e o não fornecimento de vários produtos requisitados, o que perturba o fornecimento da assistência, que é ainda prejudicada pelas deficientes instalações dos postos de saúde."

(viii) Os médicos militares davam, também, a assistência possível, ás populações civis.

(ix) Pessoalmente, fui um felizardo, nunca necessitei,
naqueles tempos, de recorrer à prestação de
cuidados médicos.

(x) Já que estou a falar de médicos, faço também referência a um médico civil, que trabalhava em Bafatá, onde residia com a esposa, e restante família. Era natural de Goa, e o nome, que era indiano, e portanto mais difícil de pronunciar, escapou-se-me da memória. Era funcionário do Estado.

Com um abraço amigo, e votos de amplo desenvolvimento para o Blogue,

Domingos gonçalves.
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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11705: Notas de leitura (491): Atlas dos Instrumentos Tradicionais da Guiné-Bissau (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 4 de Março de 2013:

Queridos amigos,
Mestre Braima Galissá pediu-me colaboração na elaboração de uma brochura sobre o korá. Dentro da bibliografia que pôs à minha disposição, vem este belíssimo atlas, de que eu nunca tinha ouvido falar, é uma preciosidade, estou certo que a sua divulgação junto dos guineenses de Bissau e os que aqui vivem seria um excelente estimulante que levasse à constituição de grupos musicais com base nos instrumentos tradicionais, como o balafon e bombolom.
A Casa da Guiné tem procurado dar o seu contributo, mas falta o dinheiro.
Este livro merecia ser reeditado como instrumento exemplar da multiculturalidade.

Um abraço do
Mário


Atlas dos instrumentos tradicionais da Guiné-Bissau

Beja Santos

Posso estar equivocado, mas este atlas é uma preciosidade, dói saber que está esgotado, devíamos todos dar voltas à cabeça para encontrar processo de o reeditar. Para benefícios dos guineenses, que têm um património musical de grande valor, para benefício nosso, toda aquela música tem uma beleza inexcedível e bem merece ser divulgada. A começar pelo korá, mestre Braima Galissá que bem se esforça, desloca-se a qualquer evento quando é solicitado, é humilde nos seus honorários, move-o o pleno prazer pela cultura mandinga, toca na rádio e na televisão, junta-se a trabalhos discográficos de João Afonso, Amélia Muge, Sara Tavares e muitos outros, tem prazer em tocar em grupo, ainda na Guiné-Bissau, em 1997, fundou o grupo “Be La Nafa”, uma frase em língua mandinga que quer dizer “bem-estar para todos”. Esta designação foi dada pelos habitantes dos bairros de Bissau a Braima Galissá e aos seus músicos, quando animavam casamentos, batizados, cerimónias religiosas e outras.

Mas há mais mundo musical fora do korá. Nesses anos 90, na Guiné, um projeto holandês permitiu um levantamento à música e aos instrumentos musicais. Depois editou-se em língua portuguesa, terão sido umas centenas de exemplares, perdeu-se o rasto a um documento precioso. Foi exatamente o Braima Galissá [na foto em baixo]quem me emprestou este atlas que, estou em crer, não tem antecessores nem sucessores. O coordenador do projeto, João Cornélio Gomes Correia, escreveu na introdução acerca do papel da música nas culturas africanas e quais as especificidades da música guineense: “É popular, está desprovida de cânones explícitos. Pertence a toda a comunidade, que é o garante da sua perenidade. As músicas são funcionais, não têm qualquer utilização fora do seu contexto sociocultural. Não sendo objeto de especulações abstratas por parte de quem a pratica, a teoria que lhe é subjacente está totalmente implícita na diversidade dos grupos étnicos”. E mais adiante, justificando a razão essencial do atlas: “Os músicos e artistas continuam sem conceber a profundeza e a riqueza dos cânticos populares. Partindo dessa realidade, somos de opinião que o desenvolvimento da música guineense deve passar necessariamente por um estudo e reflexão por parte dos músicos e artistas. A transformação e a evolução da nossa música não devem obedecer exclusivamente a padrões musicais ocidentais (adoção da escala musical, arranjos harmoniosos, etc.) na medida em que a aplicação mecânica desses padrões irá destruir, em muitos casos, a sua originalidade e riqueza. Neste atlas, os instrumentos foram colocados segundo a organologia e está organizado de forma que, a cada instrumento corresponde um mapa mostrando as regiões do país e o nome por que é conhecido”. É um trabalho pioneiro, havia o propósito de criar um banco de dados que seriam postos à disposição dos estudiosos da música e dos instrumentos tradicionais da Guiné-Bissau.

O primeiro agrupamento é dos instrumentos pertencentes à família dos membranofones, isto é, os tambores. Neste grupo foram encontrados os seguintes instrumentos: dundumba, feito de um tronco de árvores cavado com uma pele de cabra, é um tambor de forma cónica, batido com a mão e com um pau reto; findon, tem forma hemisférica alongada com uma pele de vaca numa extremidade e na outra está aberto; ondam, é um tambor de forma cónica com uma pele afixada com cavilhas. O seu tamanho é de cerca de 1,20 m, é batido com as duas mãos; Tabulé, talvez o mais divulgado dos tambores, tem forma hemisférica com uma pele de vaca, é tocado nas mesquitas para chamar os fiéis, tem um importante papel no Ramadão, é um meio de comunicação e é também utilizado para marcar um ritmo compassado à leitura do Corão; Tantam, é um conjunto de três tambores, é tocado pelos “djidius” (músicos) em todas as festas populares e para animar as sessões de luta tradicional; djimbé, tem também forma cónica, é quase sempre tocado com a flauta e o lálá; dondom, tem forma forma de ampulheta com duas peles fixadas por uma única corda que as entrelaça, acompanha o canto e a dança; sicó, é uma pequena caixa quadrangular de madeira cuja face superior é revista de pele de cabra fixada por pregos.

Passando para a família dos instrumentos cordofones, o realce é dado ao korá, simultaneamente uma harpa e um alaúde, toca-se nos eventos mais importantes e os mandingas consideram-no um instrumento sagrado; quissinta, a cabaça é pequena com a parte de cima forrada de pele de cabra ou vaca, é aparentado com o korá; Tonkoron, dispõe de 4 a 12 cordas, é um instrumento musical que pode aparecer em todas as manifestações culturais, acompanha o canto e a dança; bolombato, a cabaça é inteira, com forma de circunferência ou globo, toca-se em cerimónias do régulo e na luta tradicional, aparece associado ao korá, ao balafon, nhanheiros e outros; nanheiro, dispõe de uma única corda feita de couro de cauda de cavalo, a cabaça é pequena e coberta com couro de crocodilo, o tocador pode tocar e cantar ao mesmo tempo.

Seguem-se os instrumentos que pertencem à família dos aerofones, é o caso da flauta, do chifre, do calitó. A flauta é feita com cana de bambu, o chifre é feito com corno de gazela, mas também de vaca e mais raramente de antílope, funciona mais como trompa; o calitó é um tubo transversal, feito com caule de milho. No que toca aos instrumentos da família dos idiofones, temos os cocos de mangos, o balé, o conhecidíssimo balafon e o não menos conhecidíssimo bombolom, mas há também o chocalho, o reque-reque, o ferro, a campainha, o chocalho de pulso, o lálá, as palmas, a tina (tambor de água), a cabaça, a kunna, o taque e o neo.

Certamente que todos estão lembrados do balafon, é um xilofone, ou seja, um teclado de lâminas longiformes, em madeira, fixadas sobre um quadro que é percutido com duas baquetas. O balafon é tradicionalmente tocado por um grupo de pessoas que possuem um estatuto e um papel particular: os “djidius”, músicos depositários e transmissores do saber, considerados mestres na arte de falar. Quanto ao bombolom, é um tambor feito a partir de um tronco de árvore (bissilão) cavado de forma cilíndrica com a base mais larga do que a parte superior. É tradicionalmente tocado em todas as manifestações socioculturais: fanados (iniciações), choros (funerais) e na festa da etnia balanta tem o nome de kussundé; é um meio de comunicação pelo qual são enviadas mensagens às pessoas que entendem a sua linguagem; acompanha ritmicamente os dançarinos, no caso da etnia mancanha; tem ainda uma função mágica, sendo utilizado em cerimónias destinadas à comunicação com as divindades. O balé é constituído por lâminas cujo número pode variar entre 17 e 21, as quais são munidas de cabaças, que são grandes; o teclado fica ligeiramente inclinado. As cabeças estão dispostas por baixo das lâminas que são fixas e emparelhadas. É tocada habitualmente nas festas e cerimónias dos balanta-mané.

É um belo livro. É estranho como a comunidade guineense em Portugal está arredia aos seus instrumentos musicais. Impunha-se apoiar uma escola de música para vulgarizar e atrair jovens adeptos para este património de inexcedível valor que as gerações na diáspora podem vir a esquecer.

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Nota do editor

Último poste da série de 11 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11693: Notas de leitura (490): (Mário Beja Santos) República e Colonialismo na África Portuguesa, coordenação de Fernando Tavares Pimenta (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P11704: Os nossos médicos (47): Qual era a dotação médica de um batalhão ? Três médicos por batalhão, diz-nos o ex-alf mil méd J. Pardete Ferreira (CAOP1, Teixeira Pinto; HM 241, Bissau, 1969/71)

1. Não temos falados, com a regularidade e a profundidade que gostaríamos, dos serviços de saúde militares do nosso tempo: como estavam organizados, como funcionavam, qual era formação dos nossos médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermeiros e outros...

Pessoalmente tinha a ideia de que havia 1 médico por batalhão (, o mesmo se passava com o capelão). As companhias independentes não tinham médico, na sua composição orgânica. Ou tinham, inicialmente ? A minha CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, por exemplo. não tinha médico, pelo menos no meu tenmpo (Contuboel e Bambadinca, maio de 1969/março de 1971).

É claro que chegámos a conhecer mais do que um médico, na sede batalhão (, prestando cuidados a 4 companhias + população civil)... Em Bambadinca, entre junho de 1969 e março de 1971, conheci pelo menos 3, nos batalhãoes em que esteve integrada a CCAÇ 12 (BCAÇ 2852, a968/1970), e BART 2917, 1970/72).

Muitas vezes o médico do batalhão acabava por ser transferido para outro sítio ou para o HM 241 (Bissau)... 

Nos anos 60/70, o país tinha ainda poucos médicos: 7 mil (1960), 8 mil (1970)... As carreiras médicas, a nível nacional, datam de 1971... Os internatos médicos não eram como são hoje, Muitos médicos, embora mais velhos do que nós, tinham ainda pouca experiência clínica... Eu calculo que cerca de 1600 tenham sido mobilizados para as 3 frentes do ultramar...

O nosso camarada J. Pardete Ferreira (ex- Alf Mil Med, CAOP, Teixeira Pinto; HM 241, Bissau, 1969/71), e outros camaradas que prestaram serviço no TO da Guiné como médicos (Amaral Bernardo, Mário Bravo, Manuel Valente...) podem falar com mais propriedade do que eu destas questões.

Diz-me o J. Pardete Ferreira [, foto acima], por email recente:

Caro Luís Graça, tenho duas correcções a fazer e alguns informações suplementares:

(i) Em princípio seguiam 3 médicos por Batalhão;

(ii) As Carreiras Médicas iniciaram-se em 1956, com a referida reforma [da saúde] e, antes dela já havia carreira nos Hospitais Civis.

(iii) A estimativa peca por defeito pois com 3 médicos por Batalhão os 1600 passam para 4800.

(iv) O HM241 tinha em média 35 médicos.

(v) A "instrução de especialidade" fazia-se no Hospital Militar Principal: eram cerca de 6 meses...


2. Amigos e camaradas, gostávamos de conhecer a vossa experiência nesta matéria:

(i) Quantos médicos seguiram com o vosso batalhão, no barco ?

(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo ?

(iii) Lembram-se dos nomes de alguns ? Idades ? Especiallidades ?

(iv) Precisaram de alguma consulta médica ?

(v) Estiveram alguma vez internados na enfermeria do aquartelamento (se é que existia) ?

(vi) Foram a alguma consuta de especialidade no HM 241 ?

(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP ?

(viii) Tiveram alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?

(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local ?

(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?...


Enfim, ficamos se responderem a alguns destas questões que também são importantes para completar o dossiê das nossas memórias...

Respondam, por favor, através do nosso mail: luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com, diretamente em comentário a este poste.

Um abraço para todos/as. Luís Graça

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Nota do editor:

Último poste da série > 22 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11608: Os nossos médicos (46): Dá-me os meus olhos! Homenagem ao Oftalmologista, Dr. José Luís Bettencourt Botelho de Melo (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P11703: FAP (71): O AL III faz 50 anos de operação e eu gostaria de saber como se fazia a Instrução da sua pilotagem na época (Fernando Leitão, ten cor pilav, Área de Ensino Específico da Força Aérea, Instituto de Estudos Superiores Militares)



Algures sob os céus da Guiné, aos comandos de um AL III, o nosso camarada Jorge Félix (ex-alf mil pil, AL III, Esq 122, BA 12, Bissalanca, 1968/70).

Foto: © Jorge Félix (2013). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do ten cor pilav Fernando Leitão, da FAP:


Data: 12 de Junho de 2013 às 09:22

Assunto: Instrução de Pilotagem em ALIII


Muito bom dia.

No âmbito das comemorações dos 50 anos do ALIII na FAP, cabe-me levar a cabo uma comunicação acerca da instrução de pilotagem naquela aeronave.

Estou bastante familiarizado com o modo como decorriam os cursos desde a década de 90, altura em que eu próprio frequentei o meu curso de pilotagem de helicópteros, mas dos primórdios pouco conheço, naturalmente.

Assim, para a recolha da informação ainda disponível, devo recorrer a quem viveu essas experiências. É nesse âmbito que solicito o seu contributo, de documentos ou experiências vividas, relativamente a:

(i) seleção dos alunos pilotos (recrutamento de civis ou requalificação de pilotos de outras aeronaves?);

(ii) duração do curso (tempo e horas de voo);

(iii) modalidades de voo com maior  relevo? (voo de contacto, voo de montanha, navegação, etc.);

(iv) ab initio no Alouette ou antes voavam Chipmunk?;

(v) após o curso de pilotagem de helicópteros, havia lugar a qualificação operacional (curso avançado) ou seguiam diretamente para os teatros de operações?;

(vi) outras informações pertinentes.

Antecipadamente agradecido pela sua colaboração, apresento os meus melhores cumprimentos.

Fernando Leitão
Tenente-Coronel Piloto Aviador
Área de Ensino Específico da Força Aérea
Instituto de Estudos Superiores Militares
Rua de Pedrouços 1449-027 LISBOA
Tel: 213002143 / Tel mil: 226140

2. Comentário de L.G.:

Mensagem que já seguiu ontem pelo correio interno da Tabanca:

Camaradas da FAP. Jorge Félix, A, Martins Matos, Jorge Narciso, Miguel Pessoa, Vitor Barata, Maria Arminda, Giselda ...

Lembrei-me, de imediato,  de vocês, O nosso blogue é uma fonte de informação e conhecimento importante sobre o passado, o presente e, também, por que não, sobre o futuro das nossas Forças Armadas (bem como da sociedade portuguesa)...

O ten cor pilav Fernando Leitão faz-nos aqui um pedido que, julgo, não podemos recusar. A FAP está a comemorar os 50 anos do AL III, que foi um dos nossos "heróis" no TO da Guiné. Alguns de nós devem-lhe a vida, ao AL III, aos seus seus pilotos, aos seus mecânicos, às enfermeiras paraquedistas, aos apontadores do helicanhão... 

Há histórias ainda por contar sobre o AL III, no nosso blogue. Algumas, fabulosas (e ilustradas com belas fotos), já aqui foram contadas nestes nove anos de vida do blogue (e que já vai com cerca de 11700 postes)... 

Entretanto, há aqui 5 perguntinhas do ten cor pilav Fernando Leitão (sobre a instrução de pilotagem do AL III) que alguns de vocês estão em condições de responder no todo ou em parte... Gostaria que pudessem colaborar com este oficial superior da nossa FAP, do Instituto de Estudos Superiores Militares, e que essas respostas pudessem ser depois divulgadas no nosso blogue.

Viva a nossa FAP. Viva o AL III. Vivam os Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras...

Um Alfa Bravo para todos. Luís Graça

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Nota do editor:

Último poste da série > 27 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11488: FAP (70): 50 anos de operação do AL-III na Força Aérea (Miguel Pessoa)

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11702: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (16): Monte Real, 8 de junho de 2013 - Olhares de um saudosismo


1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos a seguinte mensagem.



Olhares de um saudosismo



No rescaldo de um “golpe de mão” em Monte Real

A Guiné será eternamente por todos nós recordada!... A guerra, isto é, o seu conteúdo funcional e operacional, apresentar-se-á sempre na sua plenitude como uma eficaz alavanca superior quando o fiel da balança sugere, inegavelmente, um encontro preciso com a nossa presença no palanque numa guerrilha que ao longo de anos (entre 1963 e 1974, na Guiné) não deu tréguas a mancebos enviados para a frente de combate naquela antiga província ultramarina. Experiências inéditas que resvalaram para contornos inimagináveis. 

Os olhares distantes de um saudosismo visualizado em gentes que conheceram a irreversível realidade, afigura-se, no meu contexto, como uma duplicidade de sentimentos que conduz os camaradas de armas em solo guineense a um infinita cumplicidade que cruza gerações e gere polos de amiudadas conversas entre os antigos combatentes.

Reconheço, porém, que a guerra nas antigas colónias em geral, parece sucumbir para o limbo do esquecimento de governantes nacionais que jamais saberão o que foi o verdadeiro sofrimento de uma rapaziada atirada para a frente de combate em plenos verdes anos da sua afirmação. A sociedade, lembro, impunha, na altura, como prioridade insofismável a aquisição do primeiro emprego. A opção configurava-se irreversível, acrescento.

Sabemos que articular, hoje, a temática da guerra, a nossa, considera-se tabu no seio de uma sociedade na qual só os mais velhos ditam, e subscrevem, opiniões reais sobre os seus tempos de padecimento como combatentes algures nos matos adensadas da Guiné, como foi o nosso caso.

À memória surgem-me imagens por nós conhecidas mas escamoteadas pelos senhores do poder que desconhecem essas exequíveis realidades, presumo. Curvo-me perante os jovens camaradas falecidos no conflito. DESCANSEM EM PAZ! Foi duro ver um companheiro tombar quando as balas, neste caso, cruzavam o infinito de um horizonte quiçá nebuloso. Arrepio-me, também, a rever memorialmente companheiros que viram o seu corpo sofrer profundas alterações físicas na sequência de uma guerra que não dava folgas.

Recordo, por exemplo, a mágoa sentida quando uma tarde me deparei com o cadáver de um camarada que apresentava, apenas, um buraco na testa por onde o estilhaço havia penetrado e causado a razão única da sua morte. Foi na enfermaria de Nova Lamego onde tive a oportunidade de constatar o corpo de um camarada que havia tombado algures na região de Gabu. Lembro-me comentar com o enfermeiro Dinis, já falecido, o trágico fim do rapaz que morreu numa terra que não era sua e que se limitava a expor o corpo às balas. O infeliz, tal como os outros milhares de militares mortos no tablado da guerrilha colonial, foi mais um que figura no rol de desaparecidos em combate.

A talho de foice refiro, com inteira prontidão, a lista de estropiados a que se associam aqueles que amiudadamente convivem com eternas convulsões pós traumáticas de guerra, bem como todos os camaradas que apresentam situações de menor gravidade mas prevalecendo na sua mente resquícios de um conflito armado que lhes deixou marcas e que continuam literalmente embrenhadas no seu quotidiano com as mazelas de ontem.

Este meu início de uma temática irrefutável, faz-me anunciar, com rigor, o nosso último almoço, em Monte Real, sobre a égide do nosso blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, onde me deparei com ilustres camaradas cujo tempo de longevidade não impede uma confraternização, sendo certo que estes já gastos ex combatentes aproveitam a ocasião para trazer ao cimo da conversa sons e imagens da guerra na Guiné onde fomos, afinal, atores reais de um palco com xadrezes diferenciados, mas com “enredos” comuns.

Ouvi ao longo do pretérito dia 8, nacos de histórias encantadoras. Histórias de tiros, de ataques, de emboscadas, de mortos, de feridos, de evacuações, dos estridentes sons emitidos pelos motores dos Fiat’s que na linha da frente iam atirando alguns “rebuçados” para o solo, tendo como finalidade abrir caminho para a penetração das nossas tropas no pressuposto terreno inimigo, entre outras mirabolantes controvérsias que a guerrilha, despida de preconceitos, impunha.

Olhava despretensiosamente rostos, outrora jovens, que continuam deslumbrados a contar vivências acumuladas numa guerra que assumiu contornos para elevar ao êxtase a atuação do antigo guerrilheiro que se vê agora despojado de uma aceitação moral e ética que se perde efusivamente no tempo.

Na minha mesa tinha ao meu lado esquerdo o Jorge Canhão, a esposa, e o Joaquim Sabido, também com a esposa, entre outros camaradas, e reparava incessantemente no rodopio constante de gentes que teimam em não se curvar perante possíveis adversidades que a vida a espaços lhes aplica. O Zé Carvalho, Pirata de Guileje, e meu camarada ranger, surpreendia o mais incauto combatente que ousasse desafiar as agruras do pressuposto medo envergonhado.

Lançava um olhar discreto e reparava que aquela juventude de hoje mantém-se firme na sua titânica luta em espalhar humildade de um profícuo reconhecimento. Os seus rostos, já enrugados pelas asas de um vento arrepiante, formam um consenso universal que não rejeita parar ante eventuais tempestades. Aquela juventude, a meu ver, enuncia um saber ancestral sobre uma guerra que marca na verdade a nossa história passada.

No rescaldo de um “golpe de mão ao prato”, em Monte Real (Palace Hotel), ficou a certeza que o espírito de união entre velhos camaradas que palmilharam trilhos idênticos na Guiné, permanecerá inalterável, não obstante donde possam soprar os ventos quer eles sejam oriundos de vilipendiadas tempestades ou de uma fértil bonança.

Bem-haja a nossa presença num repasto divinal, ficando a subsequente dica: “Tudo vale a pena Se a alma não é pequena”, aqui parafraseei Fernando Pessoa, um ícone da literatura portuguesa.

Um abraço deste alentejano de gema,
José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em: 

Guiné 63/74 - P11701: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (15): Monte Real, 8 de junho de 2013 (Parte IV): Mais 'apanhados' do Miguel Pessoa


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > A Giselda Pessoa e o António Martins de Matos, dois camaradas que honraram a Pátria e a FAP no TO da Guiné, entre 1972 e 1974. A Giselda como enefermeira paraquedista e o António como piloto (Fiat G-91 e DO-27).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  Dois guineenses ou,  melhor, nativos da Guiné... À esquerda, o nosso tabanqueiro António Estácio, que fez a tropa em Angola; e à direita, Rui Trindade Doutel Guerra Ribeiro, cor ref., filho do Intendente Guerra Ribeiro, já falado aqui no blogue.



Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  à esquerda, o grande Victor Tavares (Águeda), que está em tratamento de um doença; e à direita, o camarada de Lisboa que veio pela mão do António Estácio: o Hugo Eugénio Reis Borges (a quem convido para integrar também a Tabanca Grande; o Hugo Borges é maj.gen.tef: quando Tenente foi comandante de pelotão do Victor Tavares, na CCP 12/BCP 12).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > Dois fidelíssimos tabanqueiros: Henrique Matos, açoriano de Olhão, e Paulo Santiago (Aguada de Cima / Águeda).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > À volta dos livros: Alberto Branquinho (Lisboa) (à esquerda); e José Ferreira da Silva (Crestuma / Vila Nova de Gaia) (que, para o ano, vai lançar também o seu próproio livro de contos, em que é mestre, tal como Branquinho; ouvi dizer que era para o ano, mas o Ferreira da Silva é que pode confirmar...).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > O Joaquim Mexia Alves e a Maria João (que é esposa do Jorge Araújo, doutorada em psicologia, professora do PIAGET).



Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > Da esquerda para a direita: o Jorge Araújo (Almada) e o João e a Celestina Sesifredo, do Redondo... O João foi 1º  Cabo no Pel Nat Caç 52, no Mato Cão, no tempo do Joaquim Mexia Alves (e passa automaticamente a ser convidado para integrar a nossa Tabanca Grande).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  Os meus queridíssimos amigos Gina e António Fernando Marques (, meu camarada da CCAÇ 12, voámos juntos numa GMC em 13/1/1971, à saída do destacamento de Nhabijões, Bambadinca).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  Da esquerda para a direita, o Jorge Loureiro Pinto (Sintra), que esteve na região de Fulacunda ("de que pouco se fala no blogue", queixa-se ele); e um outro camarada que, lamentavelmente, não consigo identificar... (Jorge, dá-me uma ajuda,e  manda coisas de Fulacunda para publicar!... Bolas, és professor de história, e o dossiê de Fulacunda ainda está muito vazio, tens razão...).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  À direita, o José Saúde (que veio de Beja e aproveitou o ensejo para lançar o seu 5º quinto livro com as suas memórias do Gabu); à esquerda, um outro camarada de cujo nome não me consigo lembrar (Desculpa, camarada!).


 Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  Gente que cuida da sua imagem...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio >  O nosso veteraníssimo JERO (e Jero só há um o de Alcobaça, e mais nenhum)... Sempre ativissimo, o último monge de Alcobaça: está a escrever outro livro sobre a sua amada terra... Ficámo-nos de encontrar de novo na reunião anual da Tabanca de São Martinho do Porto... (se o Pepito e a senhora sua mãe, a nossa decana da Tabanca Grande, Clara Schwarz, nos convidarem outra vez este ano)...

Fotos: © Miguel Pessoa (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]

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Nota do editor:

Último poste da série > 11 de junho de 2013 >  Guiné 63/74 - P11695: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (14): Monte Real, 8 de junho de 2013 (Parte III): Os 'apanhados' do Miguel Pessoa

Guiné 63/74 - P11700: Efemérides (130): Atalaia, Lourinhã, domingo, 16 de junho, às 10h45: Inauguração de Monumento aos Combatentes


Lourinhã > Cemitério local > 19 de maio de 2013 > Talhão dos combatentes recentemente inaugaurado. A Lourinhã é um concelho que tem dedicado especial carinho aos seus antigos combatentes. 


Foto: © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do Núcleo de Torres Vedras da Liga dos Combatentes:


Data: 5 de Junho de 2013 às 10:21

Assunto: Inauguração de Monumnto aos Combatentes na Atalaia - Lourinhã

Exmos. Senhores,

Por iniciativa da Junta de freguesia da Atalaia – Lourinhã e de um grupo de antigos combatentes da freguesia vai ser inaugurado nesta localidade, em 16 de Junho próximo pelas 10H45, um monumento aos combatentes da guerra em África.

O evento iniciar-se-á com uma missa na igreja da freguesia, seguindo-se a inauguração do monumento, que contará com a presença de uma guarda de honra da EPI e um terno de clarins da Banda do Exército.

A cerimónia será presidida pelo Presidente da Junta de freguesia e contará com a presença de autoridades civis e militares.

O Núcleo de Torres Vedras da Liga dos Combatentes estará presente com o seu guião e dá apoio à cerimónia.

Costa Pereira
TC
Liga dos Combatentes, Núcleo de Torres Vedras
Rua 9 de Abril, 8 - 1º
(Apartado, 81)
2564-909 Torres Vedras
Telef 261104763

2. Comentário de L.G.:

Leio no sítio da RCL - Rádio Clube Lourinhanense que o programa, em maior detalhe,  é o seguinte:

9h00 –  Missa, na Igreja de Nossa Senhora da Guia
10h15 – Desfile em cortejo com militares vindos de Mafra e Carregueira, até ao monumento acompanhados pela Banda da Associação Musical da Atalaia [AMA]
10h45 - Inauguração do monumento aos combatentes por entidades oficiais e militares, junto à sede da AMA.

O dia é também o da Festa do Pão de Milho, organizado pela AMA. Um pretexto acrescido para os amigos e camaradas da Grande Lisboa e Vale do Tejo aparecerem por esta linda terra da Estremadura, sobranceira ao mar, que é a Atalaia da Louirnhã... Terra onde ainda há moínhos de vento a trabalhar!

 Programa  (10h00-20h00)

- Venha Reviver os Anos 60 e 70;
- Visitas gratuitas guiadas aos Moinhos;
- Prova de Mão (broa de milho, pão com sardinhas, com torresmos, merendeiras com chouriço; petiscos;
- Venha ver ao vivo amassar e levar o pão ao forno a lenha;
- Muita animação: Gaita de Foles, Rancho Folclórico "As Moleirinhas do Seixal";
- Artesãos ao vivo;
- Exposição Molinológica "A Eira";

Local: Atalaia - Lourinhã: Travessa dos Moinhos 7
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