terça-feira, 26 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24702: Recortes de Imprensa (139): Jornal "Voz da Guiné" (9): Reprodução das 3.ª e 4.ª páginas do número especial de 10 de Setembro de 1974 (Abílio Magro)

1. Fim da publicação da reprodução e transcrição de páginas do jornal Voz da Guiné. Desta feita do número especial de quatro páginas, saído no dia de 10 de Setembro de 1974. Trabalho elaborado pelo nosso camarada Abílio Magro (ex-Fur Mil Amanuense (CSJD/QG/CTIG, 1973/74), em 18 de Setembro de 2023:

Caro Carlos:
Bom dia!
Conforme prometido, aqui estou a enviar-te as transcrições do jornal "Voz da Guiné" - edição especial (2 folhas - 4 páginas) de 10 de Setembro de 1974, data do reconhecimento de Portugal da República da Guiné como Estado soberano.
Bom trabalho, boa recuperação suspensória e boa semana.

Abraço
Abílio Magro








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Nota do editor

Último poste da série de 25 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24698: Recortes de Imprensa (139): Jornal "Voz da Guiné" (8): Reprodução da capa e transcrição da página 2 do número especial de 10 de Setembro de 1974 (Abílio Magro)

Guiné 61/74 - P24701: Os nossos seres, saberes e lazeres (592): António Carmo, artista plástico de renome, nosso camarada da Guiné (Mário Beja Santos)

António Carmo numa exposição nas Caldas da Rainha, evocativa dos seus 50 anos de carreira


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 28 de Junho de 2023:

Queridos amigos,
Quem porfia sempre alcança. Demore a saber que este prestigiado artista plástico fizera comissão na Guiné, finalmente houve encontro, falei-lhe do nosso blogue, procurei fazê-lo sentir a importância do acervo que ele comporta, e António Carmo, caso eu não esteja a laborar em erro, é o único artista plástico que durante a sua comissão deixou obra, e a trabalhou depois, posso estar a ser precipitado no meu juízo mas o artista durante décadas subscreveu trabalhos de grande tensão, encontro alguma afinidade com a arte de Francisco Relógio, um lirismo e uma poética nestas figuras ultradimensionadas que nas últimas décadas se transmutaram para uma arte mais repousada, asseguram uma contemplação que nos lava a alma naquele eixo central em que se exalta a figura da mulher. Agora fico à espera que ele tenha uma nesga de tempo para conversar comigo e voltarmos à Guiné, onde ele deixou muitos trabalhos, resta saber por onde andam.

Um abraço do
Mário



António Carmo, artista plástico de renome, nosso camarada da Guiné

Mário Beja Santos

Conheci a arte de António Carmo por duas vias. Há uns bons anos, fiz parte de um júri referente a um concurso europeu do jovem consumidor, a reunião decorreu num sindicato de professores, e concluídos os trabalhos o anfitrião quis obsequiar os membros do júri oferecendo serigrafias. Chamou-me a atenção uma que me parecia falar de África, figuras femininas de rosto muito sereno que pareciam encaixadas umas nas outras como as bonecas russas, não hesitei na escolha; emoldurada, veio para o meu escritório, ficou entre um desenho do meu amigo Sá Nogueira e uma gravura de David Almeida. Bem a contemplava à procura da motivação do artista, nada feito. Numa digressão a Bruxelas, à saída da Gare Central encaminhei-me para a Rue de la Madeleine, uma artéria onde há várias galerias de arte e ao tempo uma livraria apaixonante, a Posada, hoje desaparecida, e é nisto que em frente à Galeria Alberto I vejo anunciada uma exposição de António Carmo, nela já pontificavam estas mulheres desmesuradas numa coloração vibrante, mas simultaneamente com efeitos oníricos e a inerente exigência de reflexão. No dia seguinte, fui visitar a exposição e pude ler numa brochura a impressionante carreira internacional do artista.

Só muito mais tarde se me assomou a referência de que fizera uma comissão na Guiné, guardei no meu caderninho de propósitos de futuro trabalho saber como podia encontrar com o artista, saber se ele estava disponível para contar a sua experiência na Guiné. E quis o acaso que na manhã de 20 de setembro ter uma reunião na Âncora Editora, fui ao site e deparou-se-me com o convite para esta exposição. Com o diretor discuti a publicação do livro de memórias do sonhador Vasco, que será publicado em Março próximo, conversas tidas, vai para dez anos, ao longo de meses, na sua casa em Fontanelas. Perguntei por António Carmo, ele sugeriu que aparecesse na apresentação do seu livro mais recente, "Encontros e Memórias", que se iria realizar nessa tarde na Casa dos Livros da Amadora. É nisto que toca o telefone para o editor, este amavelmente pôs-me em contacto com o António Carmo, sim, teria todo o gosto em falar do seu trabalho na Guiné, à tarde aprazaríamos uma reunião, finda a organização de uma nova exposição.

Antes de ele chegar já eu percorria o novo livro e chamou-me a atenção do prefácio de outro artista plástico, Rocha de Sousa: “Cada pintura é paisagem com gente em quadro falsamente imobilizado. Porque António Carmo não cessa de agitar o denso contacto dos corpos, entre flores e vagas névoas além ou ali. A densidade das cores irrealiza a representação de um povo comum: esse povo é alma das festas de aldeia. Mãos entrelaçadas, os rostos subindo a voz ou o cântico, os corpos vestidos de azul, vermelho, amarelos pontuados por verdes, o que de súbito se mistura em muita gente como flores de adorno, abertas à luz, soltando obliquidades da dança e do vento.” Uma observação que me parece corresponder ao trabalho de Carmo.

Iniciada a sessão, Álvaro Lobato Faria comentou os trabalhos e vivências dos últimos 20 anos, as referências dos textos ligados às exposições, observou em que constitui o processo criativo de Carmo, a pesquisa incessante destes corpos com falsa desmesura, tudo ganha numa poética dos sentidos à custa de uma vigorosa materialização da cor. Carmo comentou o que tem feito nos últimos 20 anos, abriu espaço para o debate, senti-me no direito de falar da Guiné, curiosamente a assistência revelou-se interessada com a narrativa do artista plástico. Esteve nas transmissões do quartel-general, começou a fazer uns desenhos, defendia-se com a ambiguidade das mensagens, os seus superiores revelaram entusiasmo, vieram as encomendas, deixou trabalhos em vários locais, escreveu na "Voz da Guiné", publicação do tempo, de tudo prometeu falar quando nos encontrássemos. E a propósito da nossa conversa telefónica no escritório do editor, mostrou o livro publicado na Editorial Caminho, deixou-me fotografar imagens dos seus desenhos feitos na Guiné, para mim estava ali a chave explicativa da serigrafia para a qual eu não tinha, para além de emoção, qualquer código de referência. Dá para perceber que é um desenho de uma África em estado de tensão, ele referiu explicitamente a forte atração que sentiu pela arte Nalu, julga ter plasmado alguns dos códigos desse género artístico nestes seus trabalhos em que a África está sempre presente.

Agora só me resta ficar a aguardar o dia em que nos iremos encontrar e falar dos trabalhos dos seus dois anos na Guiné. Voltou em 1972, no ano seguinte fez uma exposição na Galeria Opinião, ali se mostrava a guerra, ainda hoje Carmo não sabe como é que não teve problemas com a censura.

Fico agora a aguardar que o artista me receba e dê a conhecer as suas memórias com mais de meio século. Talvez valha a pena referir que é o único artista plástico que falou da Guiné daqueles tempos da luta de libertação. O que traz redobrado interesse para conhecermos a inspiração subjacente a todos estes trabalhos e a outros que ele vai mostrar.


Amílcar Cabral, 1973
Memória africana, 1973
Choque Africano-Guiné, 1973
Memória Africana, 1973
Memória Africana, 1973
Imagem da exposição de António Carmo na Galeria Opinião, 1973, retirada dos Arquivos da RTP, com a devida vénia
A arte de António Carmo depois da sua comissão da Guiné
António Carmo, Editorial Caminho, 2003, esgotado
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Nota do editor

Último poste da série de 23 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24691: Os nossos seres, saberes e lazeres (591): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (121): Oh Bruxelles, tu ne me quittes pas! (12) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P24700: Facebook...ando (36): António Medina, um bravo nativo da ilha de Santo Antão, que foi fur mil na CART 527 (1963/65), trabalhou no BNU em Bissau (1967/74) e emigrou para os EUA, em 1980, fazendo hoje parte da grande diáspora lusófona - Parte I: da Ribeira Grande a Mafra e Tavira, e de Lamego a Bissau


Cabo Verde > Ilha de Santo Antão > Foto tirada na varanda da nossa casa com o meu saudoso pai e minhas duas queridas irmãs, Maria Fernanda e Candida Julieta | 2 de Dezembro de 2013
 


Cabo Verde > São Vicente > Mindelo >   Já lá vão 54 anos que esta foto foi tirada à frente do Liceu Gil Eanes, 1959. Refere-se à turma do quinto ano B. Infelizmente alguns desses colegas já não pertencem a este mundo pelo que aqui mesmo presto a minha sincera homenagem e uma eterna saudade da boa camaradagem vivida. | 4 de Dezembro de 2013.


Cabo Verde > Ilha de Santo Antão > Ribeira Grande  > Um grupo de amigos. Nesta foto se vê dois irmãos meus, o Fausto e o CésarAlberto | 3 de Dezembro de 2012 .


Portugal > Lamego > 1963 (na altura em passou pelo Centro de Operações Especiais de Lamego) | 3 de Dezembro de 2012 


Guiné > Bissau > c. 1967/74 > Colegas do BNU, a Esplanada do Restaurante Solmar | 3 de Dezembro de 2012 


Guiné > Bissau > c< 1967/74 >  Com um velho amigo em Bissau | 3 de Dezembro de 2012


Guiné Bissau > Nhacra | 3 de Dezembro de 2012 

Fotos  (e legendas): © António Medina (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Grça & Camaradas da Guiné.]


1. Seleção de fotos do nosso camarada Antonio Càndido da Silva. Medina, para a série "Facebook... ando" (*):

(i) ex-fur mil inf, CART 527 (Teixeira Pinto, Bachile, Calequisse, Cacheu, Pelundo, Jolmete e Caió, 1963/65);

(ii)  natural de Santo Antão, Cabo Verde;

(iii)  estudou no Licei Gil Eanes, no Mondelo, São Vicente; 

(iv)  foi funcionário do Banco Nacional Ultramarino (BNU), Bissau, de 1967 a 1974; 

(v) emigrou para os EUA onde trabalhar, de 1989 a 2005, no East Cambridge Savings Banl  (como  Assist Vice President);


(vii) tem página no Facebook (António Medina)

(viii) faz anos hoje, 26 de setembro,
 

 2. O António Medina tem mais de 3 dezenas de referências no nosso blogue, tendo-se apresentado a à Tabanca Grande, em 15/2/2014,  nestes termos: 

(...) Sou de Infantaria com a especialidade de Atirador, tendo frequentado em 1961 a Escola Prática de Infantaria em Mafra e o Centro de Instrução de Sargentos Milicianos em Tavira.

Dei instrução no Regimento de Infantaria 10 em Aveiro, seguindo em 1962 para Cabo Verde, donde sou natural, para mais tarde (1963) ser mobilizado.

Regressei a Portugal para o Centro de Operações Especiais em Lamego.  para depois seguir para a Guiné, fazendo parte da Companhia de Intervenção - Artilharia,  CART 527.

O meu batismo de fogo foi em Fajonquito quando estávamos estacionados no Olossato.

Convém mencionar que depois de terminada a comissão,  regressei à Guine onde fui admitido como empregado bancário em Bissau. Dez anos depois, e com a Independência, segui para Lisboa como bancário.

Hoje sou imigrante nos USA desde 1980, residindo no Estado de Massachusetts.(...)
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 15 de setembro de 2023 >  Guiné 61/74 - P24655: Facebook...ando (35): A "morança" do pessoal do 19º Pel Art (obus 14), em Buba, onde se comia o melhor petisco da região, búzios de cebolada (António Alves da Cruz, ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 45613/72, Bula, 1973/74)
 
(**) Vd. poste de  26 de setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24699: Parabéns a você (2210): Amílcar Mendes, ex-1.º Cabo Comando da 38.ª CComandos (Guiné, 1972/74) e António Medina, ex-Fur Mil Art da CART 527 (Teixeira Pinto, 1963/65)

Guiné 61/74 - P24699: Parabéns a você (2210): Amílcar Mendes, ex-1.º Cabo Comando da 38.ª CComandos (Guiné, 1972/74) e António Medina, ex-Fur Mil Art da CART 527 (Teixeira Pinto, 1963/65)

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Nota do editor

Último poste da série de 23 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24690: Parabéns a você (2209): Toni Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16 (Mansoa, 1964/66)

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24698: Recortes de Imprensa (139): Jornal "Voz da Guiné" (8): Reprodução da capa e transcrição da página 2 do número especial de 10 de Setembro de 1974 (Abílio Magro)

1. Continuação da publicação da reprodução e transcrição de páginas do jornal Voz da Guiné. Desta feita do número especial de quatro páginas, saído no dia de 10 de Setembro de 1974. Trabalho elaborado pelo nosso camarada Abílio Magro (ex-Fur Mil Amanuense (CSJD/QG/CTIG, 1973/74), em 18 de Setembro de 2023:

Caro Carlos:
Bom dia!
Conforme prometido, aqui estou a enviar-te as transcrições do jornal "Voz da Guiné" - edição especial (2 folhas - 4 páginas) de 10 de Setembro de 1974, data do reconhecimento de Portugal da República da Guiné como Estado soberano.
Bom trabalho, boa recuperação suspensória e boa semana.

Abraço
Abílio Magro










(continua)
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Notas do editor

Vd. poste anterior de 23 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24692: Recortes de Imprensa (137): Jornal "Voz da Guiné" (7): Reprodução das páginas de 8 a 12 do número 353, de 7 de Setembro de 1974 (Abílio Magro)

Último poste da série de 25 de Setembero de 2023 > Guiné 61/74 - P24696: Recortes de imprensa (138): "A última entrevista de Amílcar Cabral", reportagem de Manuel Goucha Soares ("E", a Revista do Expresso, edição de 22 de setembro de 2023)

Guiné 61/74 - P24697: Notas de leitura (1619): "PAIGC A Face do Monopartidarismo na Guiné-Bissau", por Rui Jorge Semedo; Nimba edições, 2021 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 29 de Dezembro de 2021:

Queridos amigos,
É sempre meritório que investigadores guineenses se debrucem sobre a história do seu país, seja antes ou depois da independência, ao mesmo tendo em conta todo o histórico da guerra da libertação. O autor achou que já estava tudo dito quanto ao binómio Amílcar Cabral PAIGC, as resistências sentidas durante a presidência de Luís Cabral no contexto das tradições e de um círculo de interesses instalados na sua órbita de gente manifestamente corrupta e incompetente dentro do chamado Estado "suave" como observou Joshua Forrest, parece-me não ter cuidado da importância dos agrupamentos étnicos que obstaram à criação de uma consciência nacional, e é dentro deste quadro precário que se instituirá o regime de Nino Vieira, com as suas sucessivas intentonas, prisões e execuções. É incompreensível que um livro editado em 2021 omita, coletivamente ao estudo em apreço, bibliografia fundamental. Mais uma dissertação de mestrado com poucochinho.

Um abraço do
Mário



História do PAIGC monopartidário (1974-1990) por Rui Jorge Semedo

Mário Beja Santos

A história do PAIGC tem sido motivo de dezenas de livros de investigação, uma infinidade de ensaios, artigos, entrevistas. Rui Jorge Semedo [foto à direita] propõe-se a investigar a dinâmica política e a organização interna do PAIGC desde que a Guiné-Bissau se tornou independente até aos primeiros alvores de uma abertura ao multipartidarismo, processo que se iniciou, timidamente e controversamente, no início da década de 1990.

A investigação deste escritor, poeta e analista político guienense, intitula-se "PAIGC, A Face do Monopartidarismo na Guiné-Bissau", Nimba edições 2021. Algo surpreende, quer pela bibliografia utilizada, quer pelas entrevistas que o autor fez, estas últimas ocorreram em 2008 e 2009 e a bibliografia proposta no essencial é do século XX, apresenta lacunas incompreensíveis, desde o incontornável trabalho de Julião Soares Sousa sobre Amílcar Cabral, os trabalhos de leitura obrigatória assinados por Joshua Forrest (o seu trabalho mais importante não é citado), Patrick Chabal, Toby Green, Carlos Lopes, António Duarte Silva, Tcherno Djaló, entre outros. Fica-se com a ideia que o trabalho foi preparado alguns anos atrás e não atualizado para a presente publicação. Aliás, é o próprio autor que diz que ele resulta da sua dissertação de mestrado, numa universidade brasileira.

Nesta conformidade de trabalho de mestrado, o autor contextualiza, muito sumariamente o quadro das independências e tece um bilhete de identidade de um partido com duas nações, o seu alegado ato fundacional (sujeito a muitas dúvidas que tenha sido celebrado em 1956, recorde-se que só se começa a falar do PAI em 1960, quando se impôs que os movimentos independentistas tivessem partido e sigla), faz-se referência ao quadro político e militar decorrente do Congresso de Cassasá, a existência de certos conflitos internos, a sua organização como partido único, a sua passagem de opositor revolucionário para um controlo absoluto do poder governativo. Amílcar Cabral sempre anteviu os perigos de concentrar a nova classe política em Bissau, era um defensor da decentralização, como proferiu: “Queremos acima de tudo decentralizar o mais que for possível… Porque é que os ministérios não hão de estar dispersos pelo País? Ao fim ao cabo, o nosso País é um país pequeno… Para que é que havemos sobrecarregar com todo esse peso morto de palácios presidenciais, grande concentração de ministérios, tendo sinais evidentes de uma elite emergente que em breve se pode torna em grupo privilegiado?”.

O PAIGC que entra em Bissau em outubro de 1974 veio para se instalar, a sua elite ocupou os edifícios da administração colonial. Escreve o autor: “O que aconteceu foi apenas a substituição de uma força repressora estrangeira por outra nacional igualmente repressora. Pode-se dizer que não houve conciliação entre o que podemos chamar de projeto independência e uma liberdade efetiva com ações que visem melhorar as condições de vida das populações. E as contradições encontradas, principalmente na implementação de políticas públicas deveu-se a essa ausência limitada de liberdade que se acentuava sobretudo no medo de partilhar poder dentro do próprio partido”.

O autor elenca os preceitos constitucionais e a legitimação do PAIGC como única força política, ressalta a constituição da nova elite guineense, os atos de ajuste de contas com quem quer que lhe se opusesse, e mostra as contradições da Unidade Guiné-Cabo Verde, o rastilho de pólvora que fez eclodir o golpe de Estado de 14 de novembro de 1980, revelam-se as discriminações constitucionais propostas para os dois países, inegavelmente ofensivas para os guineenses. Efetuada a rutura, entra-se num período cesarista encabeçado por João Bernardo Ninho Vieira, vão avultar as crises, logo com Víctor Saúde Maria, em 1984, e temos o tenebroso processo de 17 de outubro de 1985, que levou a prisões arbitrárias e as execuções sumárias de figuras cimeiras do sistema político-militar, com destaque para Paulo Correia. Para o autor é incontestável que o golpe de 1980 produziu o militarismo sobre o partido e o estado, o César foi afastando sistematicamente quem lhe pudesse fazer frente, recorrendo a uma polícia de segurança que a todos intimidada.

Passando para a estrutura organizacional do PAIGC, ela possuí a lógica de um partido único, todas as estruturas eram dóceis e espelhavam o que Nino Vieira deles esperava, desde sindicatos, organização da juventude ou organização das mulheres. Uma das lacunas de análise deste trabalho passa por não dar conta da incapacidade em montar uma rede de influência do PAIGC em toda a sociedade, Joshua Forrest explica claramente que os denominados comités de tabanca acabaram por ser aglutinados pelo sistema tradicional, Luís Cabral tinha imaginado grandes projetos visando aspetos socioeconómicos que acelerassem o desenvolvimento, foram um rematado falhanço, Nino Vieira também não soube fazer melhor, grassava o nepotismo, a ocupação de lugares estratégicos por gente incompetente que se locupletava com dinheiros e mercadorias desviadas. Rui Jorge Semedo esqueceu-se de um trabalho fundamental para analisar o sistema do amiguismo instituído por Nino Vieira quando foi forçado a abrir o mercado. O trabalho “Guinea-Bissau: politics, economics and society”, por Rosemary E. Galli e Jocelyn Jones, Frances Pinter, Londres, 1987, ainda hoje é o documento de referência que evidencia claramente como a classe possidente que gravitava nos círculos de Nino Vieira se apoderou da agricultura e de praticamente todos os negócios.

Surge, entretanto, em 1987, e no exterior, o Ba-fata, Resistência da Guiné-Bissau, apresentava-se como o grupo de pressão e alternativa ao regime de Nino Vieira, será mesmo até ao fim do regime de partido único, o único grupo de pressão constituído e atuante. A partir de 1991, o PAIGC vê-se compelido a autorizar o multipartidarismo, tudo vai começar pela lei constitucional n.º 1/91, de 29 de maio, foi assim que se abriu caminho para as primeiras eleições multipartidárias de julho de 1994, ganhas inequivocamente pelo PAIGC. Só que os conflitos persistiram, o que leva o autor a um conjunto de considerações finais, primeiro os conflitos internos, que perduraram desde a presidência de Luís Cabral até ao exílio de Nino Vieira, derrotado depois da guerra de 1989-1999.

O autor finaliza assim:
“A indagação a fazer é sobre o sentido da mudança e/ou revolução preconizada pelo PAIGC. Ou seja, até que ponto pode ser considerado a Guiné-Bissau um país independente? Ou, nesse caso, a independência pode apenas ser considerada a ausência de forças coloniais? Talvez, observando o cenário que se desenhou desde 1974 a este momento nos levaria necessariamente a considerar que houve apenas uma transição do poder das mãos de uma força repressora estrangeira para as de uma força nacional. A legitimação da repressão como uma prática corrente no período pós-independência tirou do PAIGC a possibilidade de estabelecer interna e externamente uma relação baseada no respeito pelos direitos humanos, por um lado e, por outro, desconstruiu o vínculo que o partido tinha com as massas populares. Além de conflitos e contradições gerados, outro fator determinante são falhas verificadas na gestão da coisa pública, o partido não só retrocedeu na promissora política agrícola e industrial iniciada nos primeiros anos da independência, como também não conseguiu aproveitar, principalmente a partir de 1980, o escasso quadro que o país dispunha para maximizar o desempenho”.

Trabalho modesto, muito incompleto, manifestamente repetitivo do que já se encontra nas mais variadas investigações e pouco apreciador das políticas praticadas, como é o caso da referência que faz à promissora política agrícola e industrial de Luís Cabral, unanimemente condenada por todos a que a estudaram.


António Mamadu Camará, antigo soldado Comando com a sua foto da juventude (Tirada do Jornal Expresso, com a devida vénia)
Aristides Pereira
Nino Vieira
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Nota do editor

Último poste da série de 22 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24688: Notas de leitura (1618): "A Guerra de Moçambique 1964-1974", por Francisco Proença Garcia; Coleção Guerras e Campanhas Militares da História de Portugal, edição da Quidnovi, 2010 (Beja Santos)

Guiné 61/74 - P24696: Recortes de imprensa (138): "A última entrevista de Amílcar Cabral", reportagem de Manuel Goucha Soares ("E", a Revista do Expresso, edição de 22 de setembro de 2023)


1. Passou ontem a efeméride: há 50 anos, em 24 de setembro de 1973, o PAIGC fazia a proclamação unilateral da independência da Guiné-Bissau, perante alguns convidados estrangeiros. (E, claro os seus militantes e simpatizantes: mas a cerimónia era m
ais "para inglês ver", como se dizia em Portugal no tempo do Marquês de Pombal  que ficou com a hercúlea tarefa de reconstruir Lisboa depois do terramoto de 1 de novembro de 1755).
 
Os dois únicos jornalistas ocidentais presentes, além da fotojornalista italiana  Bruna Amico (atualnente Bruna Polimeni), seriam os cineastas suecos Lennart Malmer e Ingela Romare, que documentaram a cerimónia solene. O seu filme,  ”O Nascimento de uma Nação” (que nunca vimos) foi transmitido,  pela estação oficial sueca de televisão (Lennart Malmer e Ingela Romare: ”En nations födelse”, 48 minutos, 1973, Sveriges Television - SVT,).


Não foi dado especial destaque à efeméride da independência pela nossa cada vez mais reduzida imprensa escrita, a avaliar pelas capas dos jornais diários e dos semanários.  O Expresso, na sua edição de 22 de setembro de 2023, optou por aproveitar um "furo jornalístico", a (re)descoberta de uma gravação com um entrevista com Amílcar Cabral, feita em Londres, em 27 de outubro de 1971, por dois jovens estudantes portugueses, oposicionistas,  "que tinham deixado o país" (sic), o estudante de urbanismo (e hoje arquiteto) Pedro George ( na altura, em Londres), ligado ao boletim "Anticolonialismo", e o estudante de história, José Medeiros Ferreira (Grenoble) (1942-2014) (mais tarde, político e professor universitário), que animava a publicação "Polémica" (foi um destacado activista e líder na crise estudantil de 1962 e depois desertor,  em 1968).

A jornalista Manuela Goucha Soares assina na "E", a revista do Expresso, na edição da última semana, a reportagem "A entrevista perdida de Amílcar Cabral" (pp. 22-27). 

O prestigiado semanário publica, a toda a largura das duas primeiras páginas, a mais icónica foto do Amílcar Cabral, sem contudo mencionar a sua autoria, da italiana Bruna Amico (hoje conhecida por Bruna Polimeni),  nem o local (Boké, Guiné-Conacri, longe do teatro de operações...) ~

E um Amílcar CaBrás em pose heróica, de pé numa canoa  (o único que está de pé,  em equilíbrio instável),"de peito feito às balas" (que em Boké só podiam ser as da perfídia e da traição). [Vd. foto acima, à direita; fonte (com a devida vénia...): Arquivo Casa Comum | Fundação Mário Soares | Documentos Amílcar Cabral | Pasta: 05361.000.001 | Título: Amílcar Cabral e Constantino Teixeira, entre outros, a bordo de uma canoa | Assunto: Amílcar Cabral e Constantino Teixeira, entre outros militares do PAIGC, a bordo de uma canoa [Boké].Autor: Bruna Polimeni | Data: Agosto de 1971 )]

Mais uma vez, há falta de rigor dos nossos jornalistas, que parecem não conhecem a geografia da antiga Guiné portuguesa, como há ignorância geral dos civis que não foram à guerra  (como denota o "paisano" Pedro George) em relação ao armamento do PAIGC (que nunca teve, felizmente, foguetões capazes de atingir os centros urbanos da então Guiné Portuguesa, à distância de 100 ou 150 km, tece sim uns "foguetes" de 122 mm que tinham um alcance de 10 a 20 km).

 A cerimónia da proclamação unilateral da independência é dada como tendo ocorrido em "Madina do Boé", o que o nosso blogue tem, de há muito,  desmentido.  Há, além disso, mais dois ou três erros factuais "grosseiros", de que  falaremos mais à frente, e que os nossos leitores facilmente reconhecerão.

No essencial, faz-se nesta reportagem, citando a sua autora, Manuel Goucha Soares,  "a história daquela que por agora é considerada a última entrevista de Amílcar Cabral",  e que depois seria reproduzida no boletim "Anticolonialismo", de Londres,   e na publicação "Polémica" (editada pelo grupo de Grenoble).

Pedro George e José Medeiros Ferreira, que não se conheciam pessoalmente,  juntaram-se em Londres, na sede da "Trade Union Congress" (TUC, a grande  federação dos sindicatos ingleses de então), para realizar esta entrevista, de 35 minutos. Pedro George guardou durante este tempo todo  a cassete "com a voz forte do Amílcar Cabral". Fez, por segurança uma cópia em DVD. E mais recentemente entregou uma cópia da gravação à Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril. 

Para "contextualizar as circunstâncias em que ocorreu esta gravação, que é um documento para a memória histórica", a jornalista do Expresso também entrevistou o arquiteto Pedro George (filho do último diretor, ou "enfermeiro-mor", dos Hospitais Civis de Lisboa,  antes do 25 de Abril, o conceituado médico Frederico George).  E cita alguns excertos da entrevista a que também teve acesso.

2. Destaque, para conhecimento dos nossos leitores, para meia dúzia de pontos focados tanto por Amílcar Cabral (AC) como pelo Pedro George (PG), pela jornalista Manuela Goucha Soares (MGS), e ainda pelo cor cav ref Carlos Matos Gomes, também ouvido pela MGS.


(i) Mensagem do AC ao povo português:

(...) “Temos uma longa caminhada, juntamente com o povo de Portugal. A nossa cultura também está influenciada pela cultura portuguesa, e nós estamos prontos para aceitar os aspetos positivos da cultura dos outros. 

"O nosso problema não é desligarmo-nos do povo português. Se porventura existisse em Portugal um regime que estivesse disposto a construir não só o futuro e o bem-estar do povo de Portugal, mas também o nosso, mas em pé de absoluta igualdade, se o Presidente da República pudesse ser de Cabo Verde, da Guiné ou de Portugal, nós não veríamos nenhuma necessidade de fazer a luta pela Independência, porque seríamos independentes num quadro humano muito mais largo e, talvez, mais eficaz do ponto de vista da história. 

"Infelizmente, não é assim, o colonialismo português explorou o nosso povo de maneira bárbara e criminosa, e quando reclamamos o nosso direito de ser gente, de sermos nós mesmos, sermos parte da Humanidade e termos a nossa própria personalidade, [surge] a repressão e a guerra colonial. 

"Mas nós não confundimos o colonialismo com o povo de Portugal. E temos feito tudo,. na medida das nossas possibilidades, para preservar as possibilidades de cooperação, amizade, socialidade e colaboração com o povo de Portugal, na Independência e na igualdade de direitos”. (...)

(ii) Denúncia, pelo AC, da utilização das bombas de napalm, um tema que estava em voga com os protestos contra os bombardeamentos americanos na guerra do Vietname:

“A ação dos comunistas portugueses que nós consideramos criminosa, fundamentalmente caracterizada por bombardeamentos aéreos, em que utilizam bombas de napalm”.

(iii) Denúncia, pelo AC, do clima de terror após a flagelação de Bissau e Bafatá por foguetões 122 mm:

(...)  "assaltos terroristas contra as populações da região libertada [no texto especifica-se, dentro de parênteses retos,    "leste do território da Guiné" ]
 durante os quais tentaram matar o máximo de gente que podiam, matar o gado, queimar as tabancas ou aldeias, e queimar as nossas produções agrícolas a colheitas. 

(...) "Depois do ataque a Bissau e Bafatá, os colonialistas portugueses prenderam várias pessoas, desconfiam de tudo e de todos, e o próprio governador militar de Bissau fez uma declaração a 26 de Julho   − se não me engano  −  em que ameaçou os habitantes de Bissau de uma repressão  inexorável, no caso de acontecer alguma coisa que perturbasse o que [ele] chama de ordem na capital e nos outros centros urbanos." (...)

(iv) Armas "hipersofisticadas", de origem soivética, capaz de atingir alvos "a 100 ou 150 km de distància" (sic) (PG)

 (...) "Bafatá tinha acabado de ser bombardeada pelo movimento de libertação, o que indiciava que eles tinham armamento hipersofisticado, capaz de atingir a 100 ou 150 quilómetros de distância e que controlavam as zon as ruraios todas".(...)

(v) Os mísseis Strela "que mudaram o curso da guerra" (MGS):

(...) A perda definitiva da soberania das forças armadas portuguesas surgiu após o assassínio de Cabral, com a entrada em ação de armamento soviético de alta precisão. Os mísseis terra-ar Strella, que mudaram definitivamente o curso da Guerra Colonial na Guiné.

"O site da Associação 25 de Abril, explica que foram utilizados pela primeira vez a 25 de fevereiro de 1973 e abateram um avião Fiat G 95".  (...)

(vi) Os operadores do míssil Strela treinados na Crimeia (CMG):

(...) "Foram treinados na Crimeia as  equipas que vão operar esses mísseis de lançamento ao ombro. A partir daí as Forças Amadas portuguesas perderam a supremacia militar porque passaram a combater sem apoio aéreo.  Este ficou reduzido ao transporte e evacuação de feridos". (...)

[Seleçáo / revisão e fixação de texto / subtítulos / negritos, para efeitos de publicação deste poste. LG, com a devida vénia ao Expresso e à jornalista Manuela Goucha Soares]

A reportagem  de Manuela Goucha Soares merece ser lida na íntegra, com espírito cr~itico masd aberto.  Entretanto esperemos poder ler um dia destes, também na íntegra, essa "entrevista perdida" do Amílcar Cabral (1924-1973). O seu interesse particular é que ele, "um sedutor",  sabia que estava a falar, em português, com dois portugueses, dois jovens exilados que se opunham à guerra colonial, e era uma excente oportunidade de mandar uma "mensagem amiga" para o povo português que, como ele gostava de sublinhar, não se confundia com o regime político que então estava em vigor e contra o qual ele combatia.
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Guiné 61/74 - P24695: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (13): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) - Parte X: Mulheres e bajudas de Bambadinca e Madina Bonco


Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3



Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > Pel Rec Daimler 2046 (maio de 1968/fevereiro de 1970) / CCS / BCCAÇ 2852 (1968/70)  > Mulheres e bajudas de Bambadinca (fotos nºs 1, 2, 3 e 4 ). Madina Bonco (fotos nºs 5, 6 e 7). 

Nas quatro primeiras fotos, vemos a Rosinha, a lavadeira do "alfero", que ele voltou a reencontrar, 40 anos depois, em Bissau (foto nº 3)  e pintou depois, num quadro em acrílico, em 2015, a partir da foto de 2010 (foto nº 4).

A população da vila e posto administrativo de Bambadinca, pertencente à circunscrição (concelho) de Bafatá, era, na época, de cerca de 2 mil pessoas, maioritariamente fulas e mandingasm sendo uma parte também refugiada de guerra,.

Bambadinca tinha escola primária e casa de habitação da professora (que era cabo-verdiana), posto dos CTT, igreja e missão católicas e diversos estabelecimentos comerciais (incluindo a Casa Gouveia, o Fernando Rendeiro e o Zé Maria).  Era sede de batalhão. Era um importante porto fluvial, nó rodoviário e entreposto comercial, ponto de passagem obrigatório para todo o leste. Na altura a estrada Bissau-Mansoa-Bafatá estava cortada. Chegava-se a Bambadinca por via fluvial (ou a partir do Xime).  

Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]





Jaime Machado:  (i) reside em Senhora da Hora, Matosinhos; (ii) sua avó paterna era moçambicana; (iii) mantém (ou manteve até há uns anos), com a Guiné-Bissau,  uma forte relação afetiva e de solidariedade, através do Lions Clube; (iv) voltou à Guine-Bissau em 2010


1.  Continuação da publicação de uma seleção de fotos do belíssimo álbum do Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, maio de 1968 / fevereiro de 1970, ao tempo dos BART 1904 e BCAÇ 2852) (*).

 O Jaime Machado tinha sob o seu comando um pequeno grupo de pessoal: Pel Rec Daimler 2046, num total de 14 elementos, chegou a Bambadinca dia 7 de maio de 1968, tendo ficado às ordens do comando do BART 1904 (Bambadinca, maio /setembro 68) e depois do BCAÇ 2852 (Bambadinca, outubro 68/fevereiro 70).

Já teve ou ainda tem funções diretivas no Lions Clube Senhorra da Hora. É membro do Lions Clube Lusofonia (que tem como alvo especial a ajuda aos países lusófonos e aos seus imigrantes 
 residentes no concelho de Matosinhos).


2. Em mensagem de 8 de julho de 2015 22:57, o Jaime Machado adiantou-
nos o seguinte sobre estas e outras fotos:

(...) Madina Bonco fica na estrada para Galomaro, muito perto da estrada Bambadinca/ Bafatá Tenho muitas fotos de 2010 (centenas),  algumas muito interessantes.
´
Há anos fiz uma exposição comemorativa dos 40 anos do meu regresso, intitulada "40 anos, 40 fotos". Apresentei 40 fotos de 1968/70 e em contraponto 40 fotos de 2010,  tiradas nos mesmos lugares. Foi interessante. Entre essas fotos estava uma daquela bajuda de Bambadinca com 18 anos na época e a foto dela com 58 anos em 2010, em Bissau. (...)

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Nota do editor:

Último poste da série > 16 de setembro de  2023 > Guiné 61/74 - P24660: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (12): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) - Parte IX: Bissau, c. fevereiro/abril de 1970