Guiné > Guileje > O nosso capitão fula Nuno Rubim ... "À minha esquerda o Alf Moura, da CCAC 1424, que viria a morrer em combate, ao meu lado, em Salancaur"....
Foto: © Nuno Rubim (2006)
Caro Luís Graça
Este email já leva algumas respostas para o Pepito.
Folgo muito com o estabelecimento destes nossos contactos.
Comandei em Guiledge, sucessivamente (de castigo !..., eu qualquer dia conto esta estória) as CCAÇ 726 e 1424, depois de ter também comandado a CART 644 em Mansabá e a CCmds em Brá.
O que foi a minha vivência em Guileje fazem os amigos ideia... Foram de facto perto de 10 meses infernais, com mortos, feridos, estropiados, de ambos os lados, enfim o triste rosário de uma guerra que Portugal nunca devia ter travado.
Tinha também um Grupo de Combate em Mejo, de que pouco tenho ouvido falar. Quando terá sido desactivado esse pequeno aquartelamento ?
E ainda voltei à Guiné em 1972-74, mas isso é outra história..., que meteu o início da conspiração que levou ao 25 de Abril, entre outras coisas...
Vamos então por partes:
(i) Briote. A última vez que o vi foi na reunião da CCmds, já este ano.
Temos trocado emails, mas a partir do último que lhe enviei não obtive mais qualquer resposta.
(ii) História da Artilharia. Já terminei esse estudo há algum tempo, conseguindo fazer o levantamento geral de toda a nossa artilharia desde o final do Séc. XIV até ao presente ! Materiais, Munições, Balística, Tiro, emprego táctico, etc...
Parte destes estudos estão publicados, nomeadamente na Revista de Artilharia e já estão todos digitalizados, pelo que se alguém se interessar posso gravá-
-los e enviá-los. Além de estar a redigir um livro ( medonho !!!- amigo Luís, temos
de falar sobre os cuidados médicos de então, de que já tenho muitos dados... ), sobre as operações militares no Oriente até 1580, tenho últimamente estudado matérias tais como armamento ligeiro, fortificação, navios e estou a realizar uma pesquisa sobre as operações militares portuguesas no Sul de Angola , de cerca de 1870 a 1915.(Os Cuamatos, para mim os adversários mais terríveis que os
portugueses jamais encontraram nas áfricas...).
(iii) Já conheço o Processo Guiledge, tenho-o em pdf, e já li prticamente tudo o que havia ler na Blogueforanada. Acho de facto um projecto interessantíssimo e espero que o nosso amigo Carlos Schwarz consiga levá-lo por diante.
(iv) Obus 14. Curiosamente estou justamente a preparar uma carta
a enviar ao CEME, alertando-o para o facto de se ele não tomar medidas para a conservação de vário material de guerra que está espalhado por vários locais do país ( inclusivamente nos dois Museus Militares, Lisboa e Porto !), em péssimo estado, tomarei a liberdade de levar a questão ao conhecimento público. Esse material pertence à Nação e o Exército é apenas ( isto é, devia ser.. ) o seu curador. Julgo que no Entroncamento ainda existem obuses de 14 cm.
(v) A reunião da CCAÇ 726, no dia 10 de Junho. Além de fazer tenção de colocar o pessoal ao corrente do projecto e do blogue, também vou alertá-los
para que tomem medidas de forma a tentarem salvaguardar a documentação que porventura tenham. E uma das soluções é a de a entregarem formalmente, no Arquivo Histórico Militar, onde justamente ando a fazer uma pesquisa. Outra, fotografias, esquemas, etc... poderiam vir a ser copiadas (digitalmente ) com destino ao Projecto Guiledge.
(vi) Finalmente quanto à Tertúlia. Pois terei muito prazer em dela fazer parte.
Há 3 anos, depois de um processo desencadeado para a chamada reconstituição de carreira, destinadas aos militares que, como eu, foram vítimas de marginalização após o 25 Novembro de 1975, fui promovido a Coronel, já na situação de reforma ! Por pouco era a título póstumo !!!...
Enviem-me, p.f., as moradas para onde poderei enviar um exemplar do meu último trabalho. Trata de duas tapeçarias portuguesas do Séc. XV, que descrevem parte da operação em Alcácer Ceguer e que estão hoje em Espanha, onde as fui fotografar.
Até breve
Um abraço
Nuno Rubim
Comentário de L.G.:
Amigos & camaradas:
1. Para além de todos vocês, que me merecem um carinho especial, é uma honra passar a ter connosco, a privar connosco nesta já imensa e fraterna caserna virtual, o Coronel Nuno Rubim que é, simplesmente, uma sumidade em história da artilharia portuguesa e, como todos os sábios, um homem que não precisa de puxar pelos galões para se fazer ouvir e respeitar…
2. Nuno: como é da praxe, a partir de agora és nosso camarada com direito a tratamento por tu, à boa maneira da Roma dos cidadãos, porque se entende que isso facilita a comunicação (horizontal) entre nós… Que sejas bem-vindo.
3. Acabei de chegar do encontro com os nossos amigos e camaradas, junto ao Forte do Bom Sucesso: Acabei por não estar com o Hugo Moura Ferreira nem o Lema Santos... Em contrapartida , encontrei o Jorge Cabral (pel Caç Nat 63), o António Duarte (CCAÇ 12), o Carlos Fortunato (CCAÇ 13), o José Martins (CCAÇ 5), o Magalhães Ribeiro, o ranger, o Mário Dias, o João Parreira, dois ou três antigos combatentes africanos (1º Companhia de Comandos, CCAÇ 21...). Disseram-me que o Nuno Rubim estava por lá, mas não deu para procurar mais.
4. Também tive o grato prazer de rever dois amigos e conterrâneos, naturais da Lourinhã como eu, o ex-Alf Mil Piloto Lino (esteve na Guiné, em 1970/72, como piloyto de helicópteros) e o ex-Alf Mil Paraquedista Jaime Bonifácio da Silva (que esteve em Angola e que agora vive em Fafe). Vou gerir as emoções... e depois escreverei mais qualquer coisa. Bom feriado.
Foto: © Nuno Rubim (2006)
Caro Luís Graça
Este email já leva algumas respostas para o Pepito.
Folgo muito com o estabelecimento destes nossos contactos.
Comandei em Guiledge, sucessivamente (de castigo !..., eu qualquer dia conto esta estória) as CCAÇ 726 e 1424, depois de ter também comandado a CART 644 em Mansabá e a CCmds em Brá.
O que foi a minha vivência em Guileje fazem os amigos ideia... Foram de facto perto de 10 meses infernais, com mortos, feridos, estropiados, de ambos os lados, enfim o triste rosário de uma guerra que Portugal nunca devia ter travado.
Tinha também um Grupo de Combate em Mejo, de que pouco tenho ouvido falar. Quando terá sido desactivado esse pequeno aquartelamento ?
E ainda voltei à Guiné em 1972-74, mas isso é outra história..., que meteu o início da conspiração que levou ao 25 de Abril, entre outras coisas...
Vamos então por partes:
(i) Briote. A última vez que o vi foi na reunião da CCmds, já este ano.
Temos trocado emails, mas a partir do último que lhe enviei não obtive mais qualquer resposta.
(ii) História da Artilharia. Já terminei esse estudo há algum tempo, conseguindo fazer o levantamento geral de toda a nossa artilharia desde o final do Séc. XIV até ao presente ! Materiais, Munições, Balística, Tiro, emprego táctico, etc...
Parte destes estudos estão publicados, nomeadamente na Revista de Artilharia e já estão todos digitalizados, pelo que se alguém se interessar posso gravá-
-los e enviá-los. Além de estar a redigir um livro ( medonho !!!- amigo Luís, temos
de falar sobre os cuidados médicos de então, de que já tenho muitos dados... ), sobre as operações militares no Oriente até 1580, tenho últimamente estudado matérias tais como armamento ligeiro, fortificação, navios e estou a realizar uma pesquisa sobre as operações militares portuguesas no Sul de Angola , de cerca de 1870 a 1915.(Os Cuamatos, para mim os adversários mais terríveis que os
portugueses jamais encontraram nas áfricas...).
(iii) Já conheço o Processo Guiledge, tenho-o em pdf, e já li prticamente tudo o que havia ler na Blogueforanada. Acho de facto um projecto interessantíssimo e espero que o nosso amigo Carlos Schwarz consiga levá-lo por diante.
(iv) Obus 14. Curiosamente estou justamente a preparar uma carta
a enviar ao CEME, alertando-o para o facto de se ele não tomar medidas para a conservação de vário material de guerra que está espalhado por vários locais do país ( inclusivamente nos dois Museus Militares, Lisboa e Porto !), em péssimo estado, tomarei a liberdade de levar a questão ao conhecimento público. Esse material pertence à Nação e o Exército é apenas ( isto é, devia ser.. ) o seu curador. Julgo que no Entroncamento ainda existem obuses de 14 cm.
(v) A reunião da CCAÇ 726, no dia 10 de Junho. Além de fazer tenção de colocar o pessoal ao corrente do projecto e do blogue, também vou alertá-los
para que tomem medidas de forma a tentarem salvaguardar a documentação que porventura tenham. E uma das soluções é a de a entregarem formalmente, no Arquivo Histórico Militar, onde justamente ando a fazer uma pesquisa. Outra, fotografias, esquemas, etc... poderiam vir a ser copiadas (digitalmente ) com destino ao Projecto Guiledge.
(vi) Finalmente quanto à Tertúlia. Pois terei muito prazer em dela fazer parte.
Há 3 anos, depois de um processo desencadeado para a chamada reconstituição de carreira, destinadas aos militares que, como eu, foram vítimas de marginalização após o 25 Novembro de 1975, fui promovido a Coronel, já na situação de reforma ! Por pouco era a título póstumo !!!...
Enviem-me, p.f., as moradas para onde poderei enviar um exemplar do meu último trabalho. Trata de duas tapeçarias portuguesas do Séc. XV, que descrevem parte da operação em Alcácer Ceguer e que estão hoje em Espanha, onde as fui fotografar.
Até breve
Um abraço
Nuno Rubim
Comentário de L.G.:
Amigos & camaradas:
1. Para além de todos vocês, que me merecem um carinho especial, é uma honra passar a ter connosco, a privar connosco nesta já imensa e fraterna caserna virtual, o Coronel Nuno Rubim que é, simplesmente, uma sumidade em história da artilharia portuguesa e, como todos os sábios, um homem que não precisa de puxar pelos galões para se fazer ouvir e respeitar…
2. Nuno: como é da praxe, a partir de agora és nosso camarada com direito a tratamento por tu, à boa maneira da Roma dos cidadãos, porque se entende que isso facilita a comunicação (horizontal) entre nós… Que sejas bem-vindo.
3. Acabei de chegar do encontro com os nossos amigos e camaradas, junto ao Forte do Bom Sucesso: Acabei por não estar com o Hugo Moura Ferreira nem o Lema Santos... Em contrapartida , encontrei o Jorge Cabral (pel Caç Nat 63), o António Duarte (CCAÇ 12), o Carlos Fortunato (CCAÇ 13), o José Martins (CCAÇ 5), o Magalhães Ribeiro, o ranger, o Mário Dias, o João Parreira, dois ou três antigos combatentes africanos (1º Companhia de Comandos, CCAÇ 21...). Disseram-me que o Nuno Rubim estava por lá, mas não deu para procurar mais.
4. Também tive o grato prazer de rever dois amigos e conterrâneos, naturais da Lourinhã como eu, o ex-Alf Mil Piloto Lino (esteve na Guiné, em 1970/72, como piloyto de helicópteros) e o ex-Alf Mil Paraquedista Jaime Bonifácio da Silva (que esteve em Angola e que agora vive em Fafe). Vou gerir as emoções... e depois escreverei mais qualquer coisa. Bom feriado.
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