sábado, 10 de junho de 2006

Guiné 63/74 - P862: Os nossos (des)encontros do 10 de Junho (Luís Graça)

Amigos & Camaradas da Guiné:

1. Nas vésperas do 10 de Junho, e na hipótese de eu não ter tempo de inserir esta mensagem no nosso blogue, vou divulgá-la desde já por toda a tertúlia, como tema de reflexão (serena), como testemunho (exemplar)... Eu também concordo com o Briote: estamos, todos ou quase todos, a fazer uma espécie de blogueterapia, à volta de uma guerra e de uma terra que nos marcaram, indelevelmente... Temos estados numa boa, na caserna (que é plural, mas com valores...) e, tanto quanto possível, não incomando os vizinhos... Felizmente que temos esse dinheiro: conquistámo-lo!...

2. No sábado [hoje], lá estarei (há um ano atrás, confesso, seria incapaz de lá ir!...) na ponta direita do monumento aos mortos do ultramar, em Belém (ponta direita, para quem está de fronte ao monumento)... Entre as 11 e 12h, com o meu telemóvel ligado: 93 281 08 72 . O Hugo Moura Ferreira, o José Martins, o João Parreira, o Fernando Franco deo Manuel Lema Santos pelo menos, estes cinco - já me disseram que aparecem por lá...

3. Tal não impede que um belo dia destes a gente não se encontre por aí, com tempo e vagar... Talvez em... Vila de Rei que é o centro geodésico desta Pátria/Mátria que todos amamos, mesmo quando refilamos com ele/ela ou quando ele/ela se comporta connosco como padrasto / madrasta!

4. Hoje [sexta-feira] falei ao telefone com o António Santos (ex-sold trms, num pelotão de morteiros, Nova lamego, 1972/74...), self-made man, empresário (Caneças / Odivelas)... Não morreu na Guiné, sobreviveu aos foguetões 122 mm em Nova Lamego, ia morrendo há seis anos debaixo de um camião TIR, na estrada do ou para o Algarve... Não virou a cara à luta e fez fisgas à morte!... Este é um valente camarada da Guiné, que eu saúdo e de quem estou publicar as respectivas estórias no nosso blogue...
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Mensagem do Virgínio Briote, de 8 de Junho de 2006:

Caro Luís e Camaradas,

Tenho acompanhado com muito interesse o nosso blogue. Aprecio ler o que diariamente é acrescentado à história da nossa passagem por aquela terra mágica. Estou-te reconhecido por este trabalho antológico, aliás apreciado por camaradas com as posições mais variadas.

Não me tenho apercebido que algum de nós ainda faça a apologia da guerra, da defesa do ultramar português. O que tenho visto, isso sim, é compreensão, tolerância, respeito, não só entre nós mas também pelo antigo Inimigo. E, importante, vejo em todos o desejo que naquela terra as crianças cresçam sem fome e em paz.

É natural que um ou outro camarada pense de outra forma. Por mim falo, esse facto não deve ser motivo para que o foranada não continue a vasculhar o que tem estado escondido nas profundezas das arcas de cada um. Esta tarefa tem-me sido útil, ajuda-me a pôr-me em paz comigo próprio e libertar-me do sentimento de culpa que tem vivido comigo estes anos todos.

Um Bem-haja ao Luís Graça e Camaradas.
vb

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