sexta-feira, 23 de março de 2007

Guiné 63/74 - P1624: Bibliografia de uma guerra (17): A geração do fim ou a palavra a 21 oficiais de infantaria, de 1954/57 (Miguel Ritto)

1. De Miguel Ritto, filho de um oficial do exército do QP (e antigo combatente da Guiné, 1963/65 - julgo tratar-se do Capitão António José Brites Leitão Ritto), recebi a seguinte mensagem:

Luís Graça,

Em sequência à apresentação na TVI a 22 de Março, [a reportagem intitulada Última Missão (1), ] talvez tenha interesse para alguns a leitura das páginas 238 a 243 do livro A Geração do Fim, publicado pela Editora Prefácio, já em 2007 (2).

Nessas páginas está o subcapítulo "Guidaje - Rompendo o cerco", escrito pelo Coronel Pára Moura Calheiros. Disseram-me que recentemente o Coronel Moura Calheiros (já reformado) apareceu na televisão a falar no empenho dos paraquedistas em trazerem os corpos dos 3 soldados.

2. Já anteriormente, o Miguel me tinha enviado, em 13 de Fevereiro de 2007, um e-mail a divulgar este livro, com um convite para a respectiva sessão de lançamento a que infelizmente não pude assistir:

Dr. Luís Graça,

Consultei o seu site sobre a Guiné algumas vezes, e recebo regularmente alguns e-mails seus (nunca estive na Guiné, mas o meu pai combateu lá de 1963 a 65, e a minha curiosidade surgiu há cerca de 1 ano, após ter colaborado na revisão de uma crónica que lhe pediram para escrever, para incluir num livro).

No próximo dia 22 [de Fevereiro] vai ser apresentado um livro com crónicas escritas por militares que entraram para a Academia (para infantaria) em 1954. No livro há pelo menos 2 crónicas sobre a Guiné (...).

3. Depois disso, o Miguel enviou-me a 28 de Fevereiro de 2007, um ficheiro em formato.pdf, com a imagem da capa e contra-capa do livro. Infelizmente, este formato não é compatível com o nosso blogue (que só aceita imagens em formato jpg ou gif) (3). Dizia ele:

O meu pai é que esteve na Guiné, e a minha curiosidade pelo seu Blog surgiu quando o meu pai me pediu para rever o texto de 2 capítulos que escreveu para o livro.
Um desses textos é:
- "Guiné: Cabedu e o imposto de palhota" (pág. 77 a 87). Relata a comissão de 1963 a 1965 em Cabedu, na mata do Cantanhês.

Ainda sobre a Guiné, o livro inclui o capitulo "O ano da brasa", com as actividades dos parquedistas em Gadamael e Guidaje e ainda no Cantanhês (incluindo relatos detalhados da introdução dos mísseis na Guiné pelo PAIGC).

Extracto do Prefácio:

Este livro feito de memórias soltas, e escrito a muitas mãos é forçosamente de natureza heteróclita. Assim há escritos sobre: a primeira companhia de paraquedistas, ainda de FBP e Mauser, a actuar em África, no romper da guerrilha em Angola; "O ano da brasa" em Gadamael e Guidaje e ainda no Cantanhês (incluindo relatos detalhados da introdução dos mísseis na Guiné pelo PAIGC); os massacres de Mueda, de um Silvestre Martins presente no caso e contando novidades em primeira mão, e de Wyriamu, este poderosamente mediatizado; o incêndio e o saque da Embaixada de Espanha, em Lisboa, em 1975; os preparativos para liquidar Eduardo Mondlane, num único e rápido parágrafo; o Caso de Beja; o 25 de Abril, com um texto de Vítor Alves (4), e o 25 de Novembro.
O livro foi apresentado no passado dia 22 de Fevereiro, e deverá surgir nas livrarias nas próximas semanas.

Cumprimentos
Miguel Ritto
_________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 22 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1622: A Última Missão do paraquedista Victor Tavares (Luís Graça / Torcato Mendonça / J. Casimiro Carvalho)

(2) Estanhamente, esta editora ainda não tem uma página na Internet. Telefone: 213 530 376. Mail: editora.prefacio@mail.telepac.pt

(3) Disponível na página Moçambique - Guerra Colonial, do nosso camarada António Pires.

(4) O Coronel Vítor Alves é provavelmente o mais conhecido dos autores deste livro, um dos vinte e um oficiais do quadro permanente do curso da Arma de Infantaria (1954/57) que relatam estórias da sua actividade como operacionais, nomeadamente em África, durante a guerra colonial.

Do nosso tempo de Guiné, reconheço o nome do tenente-coronel José Aparício, na altura capitão: a sua companhia, a CCAÇ 1790, sofreu pesadas baixas, por acidente na travessia do Rio Corubal, em Cheche, no dia 6 de Fevereiro de 1968, na sequência da Operação Mabecos Bravios (retirada de Madina do Boé). Vd. post de 12 Fevereiro 2006 > Guiné 63/74 - DXXVI: O desastre do Cheche: a verdade a que os mortos e os vivos têm direito (Rui Felício, CCAÇ 2405).

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