1. Mensagem de João Miguel Almeida, um nosso atento leitor, com data de 2 de Abril de 2009:
Exmo. Sr. Luís Graça,
No que respeita ao assunto Sr. General Almeida Bruno penso que os bloguistas se estão, talvez, a precipitar um pouco. Já dei voltas e voltas na internet, tentando encontrar o vídeo, mas o mesmo ainda não se encontra disponível on-line. E penso que tão cedo não estará.
Efectivamente as palavras da polémica foram ditas, mas se forem analizadas no contexto em que foram proferidas, o Sr. General está do lado dos operacionais, de alferes para baixo, e critica alguma da chefia, de Capitão para cima.
Tenho quase a certeza de que foi isto, mais ou menos, que vi e ouvi:
... devido a alguma chefia inútil, que conseguiu transformar as tropas em bandos aquartelados dentro do arame farpado ...
... e com a chegada do Sr. General Spinola toda essa chefia inútil foi recambiada para a metropole ...
... alguma dessa chefia inútil, logo na chegada do Sr. General Spinola, no dia seguinte já estavam na metropole ...
Tenho quase a certeza que foi isto que foi dito. Atenção que posso estar enganado, mas penso que não. Deus queira que esteja certo para o bem de todos. Apesar de ser muito novo, 41 anos, também tinha e ainda tenho, por enquanto, o Sr. General em muito boa conta.
Para finalizar, note Sr. Luis Graça, que o Sr. Virgínio Briote, aquando do início desta polémica, publicou muito oportunamente um poste (P4102), acerca de uma operação efectuada pelo Sr. General, na altura Major, com o Sr. Amadu Djaló. Eu penso que o Sr. Virgínio quis demonstrar que o Sr. Almeida Bruno não era de se ficar pelo ar condicionado. E ao publicar o poste, na altura em que o publicou, também deveria ter as mesmas dúvidas que eu. Tentou amenizar a coisa.
Nota:
Uma mentira dita repetidamente torna-se em verdade e depois já é tarde... não tem reparo. Vamos esperar que o vídeo fique on-line.
A RTP, tem disponível on-line alguns vídeos anteriores, este ainda não tem. Poderiam talvez fazer um apelo aos bloguistas, e alguém com conhecimentos na RTP conseguisse o vídeo.
Atentamente,
João Miguel Almeida
2. Comentário de CV:
Caros camaradas, aqui está uma opinião sensata e desapaixonada de quem viu o programa e se foi apercebendo da nossa reacção.
Temos publicado tudo o que nos chega dos camaradas tertulianos que se sentiram ofendidos com as palavras do Gen Almeida Bruno, porque é essa a nossa obrigação. Não fazemos qualquer tipo de censura, poderíamos antes pedir algum cometimento se entrássemos na ofensa grosseira. Mas atrevo-me a perguntar, quantos dos camaradas que emitiram as suas opiniões e desabafos ouviram directamente o Gen Almeida Bruno? Confesso que não ouvi, porque estava a gravar o programa, aproveitando a ocasião para trabalhar para o Blogue. E se alguém se propusesse a ouvir de novo e com calma as polémicas frases, tirando as respectivas ilações, apresentando-as depois?
Confesso que tenho as gravações guardadas de forma desordenada em vários DVDs e só depois de editar todo os episódios e localizar as imagens, é que teria hipótese de ouvir melhor as palavras do Gen Almeida Bruno. Este mês não antevejo tempo para isso, porque como sabem vou ficar mais desamcopanhado na edição do nosso Blogue.
À vossa consideração
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 2 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P4126: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (7): Os Bravos da Tropa Macaca (Eduardo Magalhães Ribeiro)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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10 comentários:
Também fiquei com a impressão que o Gen Almeida Bruno não disse nada de mal, mas depois de "ouvir" tantos bloguistas, eu próprio fiquei com duvidas. Era bom ouvirmos novamen te o programa em questão, por forma a não fazermos juizos errados. Não será possivel pedir ao próprio Joaquim Furtado uma cópia do "corpo do delito"
Já esperava há muito tempo por algum post deste teor. E não discordo em princípio.
Não conheço o General A. Bruno, nem sei nada da carreira dele, apenas sei, qque dos diversos pequenos extratos dos diversos epísódios deste programa da "GUERRA" da RTP, para quem não esteja dentro de alguns assuntos, pode vir a dar para muitas guerras a gosto de cada um.
Esta "guerra" da RTP, é mais uma para juntar à guerra do Ultramar, as guerras que cada um dos movimentos de libertação tem para sí, que se mistura com a guerra anti-salazarista, e a guerra daqueles que passaram ao lado da guerra do Ultramar.
Penso que ainda vamos ouvir muitas mais "guerras", e muitas serão escritas a pedido.
E aí, haja indignação!
Antº Rosinha
Concordo com a sensata proposta do C. vinhal mas transcrever todas as palavras do general na integra.
Porque há muitos camaradas que não viram o programa da RTP1.
O que o Jorge Canhão transcreveu no P4089 não deixa dúvidas o que disse e não disse o general, só se há mais algumas frases que atenuem aquelas bocas.
Já esperava que iam aparecer estes paninhos de água tépida.
Vamos ver é se têm ou não razão de existir?
Um alfa bravo Colaço
Há o video da ver na Tabanca de Matosinhos. Há as palavras transcritas do Jorge Canhão.
É só procurar camaradas. Há comentários aos postes a informar. Há - ou deveria haver - um escrito meu a informar, se nao o cortaram.
Jorge os meus agradecimentos estive a ver o vídeo da Tabanca e está precisamente o que o Canhão escreveu.
Não consigo ver o que o Sr. João Miguel Almeida vê e ouve, para pensar que os bloguistas se estão talvez, a precipitar um pouco.
Isto já me está a parecer aquelas cenas dos jogos de futebol onde o juíz sanciona uma determinada falta e depois passam-se umas centenas de vezes um vídeo até se conseguir descobrir que, afinal, a falta não o foi !
Neste caso, houve umas dezenas largas de depoimentos de tele-espectadores a insurgirem-se contra as palavras dum militar de alta patente mas agora começaram a vir à tona 2 ou 3 outras opiniões na defesa do distinto militar.
Querem ver que afinal esta cambada de ouvintes( na qual me incluo ) são todos burros e ouviram todos mal o que foi dito ?
Querem ver que andamos todos muito sensíveis e melindrámo-nos veementemente com um elogio que o dito senhor nos dirigiu mas nós, burros, interpretámos como um insulto ?
Querem ver que esta estória foi um mero erro de casting cuja culpa vai morrer solteira ?
Mas então o ocasionador de toda esta má disposição não se digna vir, ele próprio, dar o cara ao manifesto e esclarecer que o que disse não foi aquilo que nós dizemos que ele disse ?
Porque raio aparece agora, e no continuado silêncio de A.B., quem pretenda branquear o que qualquer ex-combatente só pode classificar de blasfémia ?
Haja decoro e coragem intelectual pois a grandeza não se mede pela força muscular ( muito usada em tempos de guerra ) mas pela moral !
Que se tome o fabuloso documentário apresentado hoje na televisão sobre a reconciliação dos sobreviventes do genocídio no Ruanda com os seus carrascos, como um exemplo vivo e incontornável na capacidade humana de perdoar.
Venha de lá senhor general pôr à prova a bondade dos seus dizeres quando se referiu aos bandos do arame farpado e nós cá estaremos dispostos a perdoar-lhe a alarvidade da nossa interpretação !
António Matos
Bom dia,
A minha postura neste blogue, que sigo diariamente com toda a atenção e prazer, é apenas e só uma postura de aprendizagem. Gosto de saber como foi.
Pouco participo e pouco ou nada comento, porque tendo apenas 41 anos, penso que não me devo 'meter' nos assuntos dos 'graúdos'. Apenas aprendo. MUITO OBRIGADO.
O que me motivou ao envio do texto, foi apenas e só o de VOS AJUDAR. Mais nada. Não tomei partidos, os que assim o entenderam, sabem agora que não os tomei.
As palavras que o Sr. General proferiu, todos sabem quais são. A Tabanca de Matosinhos tem 21 segundos, ao vivo, com as mesmas. Foram ditas.
Então pergunto: Se o vídeo existe, porque é que não apresentam na integra as palavras do Sr. General. Não são mais de um ou dois minutos.
Depois de rever todo o contexto, NÃO ME CUSTA NADA, se estiver equivocado, de pedir desculpas pelos incómodos causados. São um ou dois minutos de vídeo.
Fiquem, por favor, em paz e não levem a vida tão a peito.
João Miguel Almeida
Caríssimo João Miguel Almeida, ainda bem que se identifica como um jovem de 41 anos pois assim percebe-se uma certa visão naïf da vida, o que também é salutar.
Deixe-me só dizer-lhe que sou dos que gostam de encarar a vida pelo seu lado lúdico, aprazível, descontraído, mas permita-me que a leve a peito quando se refere a uns desgraçados anos onde tive(mos) que encarar de frente as barbaridades duma guerra com metade da idade que o meu amigo tem hoje.
Um abraço,
António Matos
Boa tarde,
Sr. António Matos, aprecio muito os seus textos. Acompanho com bastante interesse tudo o que escreve. Muito obrigado. Em 1991 EPE Tancos também tirei a sua especialidade de Minas e Armadilhas. Felizmente foram apenas 8 meses e em Paz.
Note, Sr. António Matos, que no meu texto já tinha identificado a minha idade.
APENAS PRETENDO AJUDAR-VOS. Quem sou eu para fomentar polémicas?
DOIS MINUTOS DE VÍDEO, POR FAVOR.
João Miguel Almeida
Caro João Miguel Almeida, fiz-lhe a vontade ! Perante a revisão do tal filme que o camarada Magalhães Ribeiro disponibilizou, só me apetece dizer que foi lamentável !
Continuo à espera que o próprio A.B. se venha retratar.
Em tempo útil !
António Matos
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